PORTO PRÍNCIPE, Haiti — No sábado, antes do dia ao qual muitos santos dos últimos dias aqui chamaram de o dia mais importante da história do Haiti, um apóstolo santo dos últimos dias esteve diante de centenas de jovens locais e expressou um único desejo:
“Eu gostaria de que pudessem ver o que eu vejo quando olho para o rosto de vocês, disse o élder David A. Bednar ao final de um devocional com os jovens no sábado, 31 de agosto, em Porto Príncipe. “O futuro do Haiti está nesta sala. As coisas que vocês sabem sobre o Salvador mudarão sua vida, sua família e este país.”
E, no domingo seguinte, 1 de setembro, a dedicação do Templo de Porto Príncipe Haiti mudou para sempre o Haiti e todos os jovens que estiveram no devocional.
A reunião com os jovens foi realizada em uma tarde de sábado, enquanto as ruas congestionadas da capital estavam repletas com o barulho de vendedores oferecendo produtos e de motocicletas que passavam pelo tráfego.
Mas a sede de estaca em Porto Príncipe onde o devocional com os jovens aconteceu era um oásis espiritual. Muitos dos jovens chegaram cedo com roupas de domingo para conseguir um bom lugar e, talvez, escapar do calor escaldante da tarde.
Passar uma tarde de sábado com o élder Bednar e sua esposa, a irmã Susan Bednar — junto com os membros da Presidência da Área Caribe e a respectiva esposa de cada um deles — proporcionou uma lembrança inesquecível em um fim de semana que ficará na memória de todos.
“O conselho mais importante que ouvi hoje foi sobre o templo e como podemos fazer batismos e ordenanças para os outros”, disse Bea Dabacel, uma jovem adolescente de Porto Príncipe. “Como moça na Igreja, quero ensinar o que sei aos outros.”
Um jovem portador do Sacerdócio Aarônico acrescentou: “Senti o Espírito bem forte hoje. O devocional me motivou a levar outras pessoas comigo ao templo. Como jovens, somos a geração do templo — e temos que levar isso adiante”.
O casal Bednar também gostou de passar um tempo com os jovens do Haiti durante a primeira visita àquela nação que é uma ilha.
O élder Bednar disse que, se o tempo permitisse, ele gostaria de falar com cada rapaz ou moça no Haiti. Isso, é claro, não foi possível — então, em vez disso, ele e a irmã Bednar participaram de uma sessão de perguntas e respostas com alguns jovens que representaram todos eles.
O devocional começou com um vídeo onde vários jovens haitianos compartilharam a alegria ao responder o convite do élder Bednar para buscar “o espírito de Elias” e realizar o trabalho do templo em nome de seus antepassados e outras pessoas.
No momento oportuno, o casal Bednar se sentou com diversos jovens em um meio-círculo de cadeiras arrumadas perto do púlpito da capela.
“Por favor, levante a mão quem participou da visitação pública do templo”, pediu a irmã Bednar.
Centenas levantaram a mão a fim de que o casal Bednar visse.
“O que vocês sentiram na visitação pública?”, perguntou ela.
“Meu testemunho do templo cresceu durante a visitação pública”, disse um rapaz que falava sobre a visita que fez ao edifício com um amigo que não é membro da Igreja.
“Que bom! Você foi um missionário enquanto participou da visitação pública. (…) Isso é maravilhoso”, disse a irmã Bednar.
O élder Bednar perguntou a um rapaz se sua primeira visita a um templo mudou a vida dele.
“Sim”, respondeu ele. “Ela fortaleceu minha fé. Antes de visitar o templo, eu não gostava de dizer que era membro da Igreja. Mas agora, tenho orgulho de dizer que sou santo dos últimos dias — e tenho orgulho de levar outras pessoas à Igreja comigo.”
O élder Bednar compartilhou a própria experiência ao crescer no Norte da Califórnia e frequentar um enorme colégio no ensino médio, onde ele era o único membro da Igreja em sua classe. Às vezes, ele foi até ridicularizado por suas crenças. Mas ele encontrava força espiritual quando simplesmente olhava para o Templo de Oakland Califórnia, que ficava ali próximo, e lembrava-se de tudo o que ele representava.
“Por causa da experiência que tive quando jovem — e a experiência que você já teve no templo — podemos dizer que somos primos”, disse ele, arrancando risadas dos jovens.
O élder Bednar observou o grande entusiasmo em torno da dedicação do primeiro templo no Haiti. Mas será que o entusiasmo continuará depois que a novidade passar? O que os jovens farão, ele perguntou, para garantir que nunca deixem de dar importância ao templo na capital do País, nem se tornem preguiçosos espirituais?
“Se nosso espírito estiver focado no templo, jamais seremos preguiçosos”, respondeu um menino.
Uma moça acrescentou que também é importante “ler sempre o Livro de Mórmon e esforçar-se para fortalecer a fé por meio do jejum e da oração”.
Em seu breve discurso, o élder José L. Alonso, setenta autoridade geral que preside a Área Caribe, falou da bênção de estar com os jovens santos dos últimos dias do Haiti — junto com o élder e a irmã Bednar.
“O élder Bednar é membro do Quórum dos Doze Apóstolos e servo do Senhor”, testificou.
O Salvador conhece o nome, os desejos e os desafios de cada jovem haitiano, acrescentou.
“Meu convite a vocês é para que sempre frequentem o templo. Eu prometo que sentirão o espírito e receberão revelação pessoal.”
A irmã Bednar prestou testemunho de que os jovens do Haiti estão “cheios de luz” e são “um trunfo surpreendente” para o seu país.
“O templo”, ela acrescentou, “sempre foi uma bênção para mim. Não houve nenhuma vez na qual fui ao templo e não senti a presença do Senhor”.
Então ela encantou a juventude haitiana ao prestar testemunho em francês, testificando da veracidade do evangelho e da vocação profética do presidente Russell M. Nelson.
Falando como se estivesse conversando com um filho ou filha estimado, o élder Bednar concluiu o devocional dizendo que amava todos os jovens haitianos, os que estavam reunidos na sede de estaca e fora dela. “Posso não saber o seu nome, mas eu o conheço — assim como os outros líderes da Igreja sabem quem são, parte da nova geração.”
Evitem qualquer coisa, ele advertiu, que possa prejudicar sua saúde espiritual e sua dignidade para servir no templo.
“Nada que impeça vocês de estar dentro do templo (…) pode trazer-lhes alegria duradoura”, disse ele. “Somente as ordenanças e os convênios do templo — e sua fidelidade em honrar esses convênios — podem lhes trazer esse tipo de alegria.”