Nota do Editor: No final de 2019, o Church News acompanhou dois setentas autoridades gerais em tours de missão e entrevistou um terceiro antes dele partir em viagem para dois desses tours similares. O Élder Brent H. Nielson, diretor executivo do Departamento Missionário, visitou a Missão Tennessee Nashville, enquanto o Élder S. Gifford Nielsen, diretor executivo assistente do departamento, visitou a Missão Calgary Canadá. O Élder Craig C. Christensen, presidente da Área Utah, que às vezes ajuda com os tours de missão fora dos Estados Unidos, realizou vários tours no México.
Enquanto conduzia uma excursão missionária na ilha de Ha’apai, em Tonga, há vários anos, o Élder S. Gifford Nielsen perguntou aos missionários qual dos discursos da última conferência geral os havia tocado. Um jovem élder comentou, como um discurso sobre os desafios da vida tinha chamado sua atenção.
Organizando uma entrevista particular no final do dia, o setenta autoridade geral pediu ao élder que falasse um pouco mais do porquê aquele discurso ter sido significativo. “Eu era assim antes de vir para a missão, e então, meu bom presidente de estaca salvou a mim e a minha família,” foi a resposta.
Um pouco mais de sondagem revelou que o missionário era de uma estaca nos Estados Unidos, em que o Élder Nielsen havia previamente participado do processo de entrevistas, buscando confirmação espiritual para chamar o novo presidente de estaca.
“As lágrimas corriam,” lembrou o Élder Nielsen, que atualmente serve como diretor executivo assistente do Departamento Missionário. “Eu disse: ‘Você e eu estamos nesta pequena ilha em Tonga, e fui inspirado a entrevistá-lo. Agora você está me contando a história de como seu presidente de estaca o salvou? O interessante é que eu fui uma das autoridades gerais que estava lá quando o seu presidente de estaca foi chamado. Esta é uma doce experiência, porque sei exatamente como ele foi chamado, e agora sei o porquê.”
Chamando o incidente e as trocas de experiências de “milagrosos,” o Élder Nielsen disse que, durante os tours de missão, experiências semelhantes e de grande impacto “acontecem o tempo todo” com missionários e com presidentes de missão e suas respectivas esposas.
“Continuo aprendendo que este não é o nosso trabalho. É o trabalho de um Pai Celestial amoroso que se preocupa com todos os Seus filhos, assim como o trabalho realizado por Seu Filho Unigênito, nosso Senhor Jesus Cristo. Trabalhamos por meio de Seus apóstolos e profetas. Quando temos o coração aberto, coisas incríveis acontecem.”
Uma testemunha grata pelos milagres
A irmã Kaitlyn Nugent, da Missão Calgary Canadá, comparou um tour de missão com a visita a um país estrangeiro. “Quando visitamos um país, vemos as coisas que são famosas e importantes,” disse ela. “Em um tour de missão, vemos as mesmas coisas — temos visto aquilo que é mais importante e que mais importa para nós como missionários e presidência de missão.”
A irmã Corianne Snyder também comentou sobre a Missão Calgary: “O tour de missão me ajudou a sentir o Espírito e a ter uma conversão mais profunda a Cristo, bem como entender qual é meu propósito aqui nesta específica missão e neste específico momento.”
O élder Robert Perkinson, da Missão Tennessee Nashville, participou de dois tours de missão. “Senti as duas vezes o grande amor que a autoridade visitante expressa, — em nome da Primeira Presidência e do Quórum dos Doze Apóstolos, dos Setentas e da Igreja em geral — o quanto querem que saibamos que somos amados por estarmos aqui servindo, o que pensam e quais as metas que querem que tenhamos.”
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O élder Fabio Avanzo, da Missão Nashville, acrescentou o quão significativo foi ser ensinado pelas autoridades gerais durante o tour de missão, já que ele só havia conhecido uma, enquanto era jovem em seu país, a Venezuela: “Senti como o Espírito estava na sala, como as autoridades gerais falavam conosco e como elas prestaram testemunho sobre o trabalho missionário e nosso Salvador, Jesus Cristo. E vi como eles agem por meio do poder do Espírito Santo”.
Tendo passado uma década como setenta autoridade geral e nos últimos anos como diretor executivo do Departamento Missionário, o Élder Brent H. Nielson cita duas experiências memoráveis com missionários durante os tours de missão.
Uma delas foi em Davao, Filipinas, onde, por causa de questões de segurança, todos os missionários designados para servir lá são filipinos. Um élder fez, então, uma singela pergunta durante uma sessão de perguntas e respostas.
“‘Élder Nielson, eu não fui valente na pré-existência? É por isso que fui enviado para viver nas Filipinas?” relembrou o Élder Nielson, observando que o missionário estava ciente de todos os eventos passados e atuais da Igreja e das condições de vida nos Estados Unidos. “Ele se perguntava se, talvez, ele não tivesse sido bom na pré-existência seria por isso que ele teria sido enviado para as Filipinas — não como um missionário, mas como pessoa.”
O Élder Nielson chamou esta pergunta de uma das mais difíceis que já lhe fizeram. “Disse-lhe então: ‘Você provavelmente era mais valente. O fato de você estar aqui me diz que o Senhor sabia que, apesar das condições de vida difíceis e de tudo que aconteceria, você estaria aqui e conseguiria enfrentar tudo isto.’”
Ele também se lembra de um tour de missão na Nova Zelândia, onde um missionário maori pediu se ele poderia fazer um “hongi” com a autoridade visitante. O “hongi” é uma saudação maori tradicional, quando duas pessoas ficam frente à frente, tocam seus narizes, um ao outro, e respiram fundo como um gesto de união.
“Ele me mostrou e disse: ‘Preciso levar seu espírito comigo. Preciso que ele esteja comigo quando eu sair,’” disse o Élder Nielson, acrescentando com um sorriso que “obviamente não fazemos a saudação ‘hongi’ em Idaho, … mas aquela foi uma experiência que me fez sentir realmente conectado com aquele missionário em sua própria cultura.”
Por mais que as autoridades visitantes e suas respectivas esposas estejam tentando ajudar os missionários a aprender e a entender, os missionários, por sua vez, deixam uma ótima impressão sobre os visitantes.
“Tenho o maior respeito pelos missionários e seus líderes,” disse a irmã Wendy Nielsen, esposa do Élder S. Gifford Nielsen. “Sinto-me honrada por visitar qualquer missão e trabalhar em conjunto com servos tão dedicados e consagrados do Senhor. Quando olho nos olhos de um grupo de missionários, meu coração se enche de amor por eles quando percebo o quanto o Salvador os ama — o que me faz chorar — e tento me concentrar na mensagem que o Senhor quer que eu compartilhe com eles.”
A irmã Marcia Nielson, esposa do Élder Brent E. Nielson, chama o trabalho missionário de um plano brilhante. “Os jovens adultos que servem uma missão aprendem lições incríveis e fico impressionada com os comentários maduros e bem pensados que compartilham conosco. Enquanto os jovens adultos no mundo todo estão empenhados em alcançar algo bom, os missionários estão mudando o mundo, um converso por vez, e mudando sua própria vida para melhor durante este processo. Sou uma grata testemunha deste milagre. Quando um tour de missão termina, sempre quero mais tempo para estar com os missionários.”
Uma fonte de apoio aos líderes da missão
Os tours de missão beneficiam, tanto o presidente da missão e sua companheira/esposa, quanto as autoridades visitantes que conduzem esses tours e se empenham conscientemente para fortalecer e edificar o casal que lidera a missão.
“É uma tarefa difícil — é como saltar em um trem em movimento, que está andando a 145 km/h há três anos, e nunca para,” disse o Élder Nielson sobre o serviço prestado pelos presidentes de missão e suas companheiras. “É bom que outros adultos venham e falem com eles para que saibam que estão indo bem.”
A irmã Nielson diz que está “admirada” com a liderança proporcionada pelos presidentes de missão e por suas respectivas esposas no mundo todo. “Vejo um sacrifício extremo em todos os casos e sua atenção está focada na criação de discípulos. Os presidentes de missão e suas esposas são os melhores entre os melhores.”
O Élder Craig C. Christensen recorda seu primeiro tour de missão — a que ele, o atual setenta autoridade geral, viveu ao presidir uma missão na Cidade do México, em 1995. Em seu primeiro ano, estava ansioso para interagir com a autoridade visitante, buscando ideias sobre como trabalhar com os líderes e membros das muitas estacas que faziam parte dos limites da missão.
“Embora um presidente de missão tenha conselheiros, muitas vezes eles não entendem as ramificações de tudo que está acontecendo,” disse o Élder Christensen, que agora preside a Área de Utah. “Então, eu estava ansioso para ter alguém com quem conversar, fazer perguntas e obter conselhos.”
A autoridade geral visitante passou quatro dias com ele e sua esposa, a irmã Debbie Christensen, tempo suficiente “para que pudéssemos sentir que estávamos no caminho certo e receber uma reafirmação,” disse ele, expressando o impacto das interações e dos conselhos personalizados.
“E vimos a autoridade e sua esposa ensinar os missionários,” acrescentou. “As autoridades gerais ensinam de maneira diferente dos presidentes de missão, mas devemos ver qual é o foco da mensagem. Temos que sentir o Espírito com eles. Foi uma experiência bastante positiva para nós.”
Durante o tour missionário do outono passado na Missão Tennessee Nashville, o presidente Rhys A. Weaver e a irmã Pamela Weaver viajaram entre as reuniões com o Élder e a irmã Nielson, bem como com o Élder James R. Rasband e a irmã Mary Rasband, que observavam e acompanhavam o casal Nielson como novo setenta autoridade geral e sua esposa.
“O casal Nielson e o casal Rasband passaram momentos adoráveis e instrutivos conosco à noite,” disse a irmã Weaver. “Desde o momento em que chegaram, eles tentaram nos deixar à vontade, pois aquele era nosso primeiro tour de missão. Honestamente, me senti edificada, inspirada e orientada pelo tour. Fomos todos juntos em uma grande van para a nossa segunda conferência e todos nós rimos, compartilhamos histórias e apreciamos nos conhecer melhor.”
Demonstrando apreço pelo primeiro ano na missão, o presidente Weaver acrescentou: “O Élder e a irmã Nielson elevaram nossa imagem diante dos missionários, adicionando seu apoio pessoal ao nosso papel como líderes. Apresentaram técnicas de ensino e interagiram pessoalmente com nossos missionários. Eles nos inspiraram pelo exemplo, pelo amor sincero e pelo apoio. Tivemos o privilégio de aprender com eles e estar com eles enquanto nos ministraram individualmente e com nossos missionários”.
Para o presidente Stephen A. Keung e a irmã Cindy Keung da Missão Calgary Canadá, o Élder e a irmã Nielsen provaram ser uma “companhia” exemplar para eles e seus missionários. “Eles ensinaram juntos de maneira eficaz, nos mostraram como fazer um ‘estudo com o companheiro’ com eficácia e foram exemplos inspirados de como ensinar pelo Espírito,” disse o presidente Keung. “O amor de um pelo outro foi o que mais se destacou — que poderia ser visto, não apenas por seu amor e carinho recíproco, mas também pela maneira como eles trabalharam juntos. O Élder Nielsen sempre procurava e se regozijava com as ideias e pensamentos inspiradores da irmã Nielsen.”
O Élder Nielsen disse: “Uma das coisas mais belas de nossos tours é ir e nos conectar com os líderes da missão. Nós amamos o presidente e sua esposa. Gostamos muito de passar algum tempo conversando com eles, cuidando deles, orando com eles e colocando nossos braços em volta deles. Sabemos que a chave para uma missão, na verdade, é a liderança do presidente da missão e de sua esposa.”
“E depois de um tour de missão, sentimos que ganhamos mais dois grandes amigos. Ficamos conectados. Eles continuarão a nos contar sobre os milagres que acontecem na vida deles e de seus missionários.”