Ninguém pode fazer tudo, quando se trata da história da família — o trabalho de buscar ancestrais, realizar ordenanças vicárias no templo, registrar sua própria história, entrevistar membros vivos da família e mais, pode se tornar uma lista interminável.
Alguns anos atrás, muitas mulheres que costumavam fazer álbuns de recortes juntas tiveram uma visão para simplificar aquelas responsabilidades. Descobriram a “Light Keepers” (Guardiãs da Luz) — uma conferência de história da família na RootsTech especialmente para mulheres.
A organizadora do evento, Wendy Smedley, disse que as mulheres deveriam se perguntar, “Como devo participar da história da família?” Se saírem com um item útil, será um sucesso.
Desenvolvido por e para mulheres santos dos últimos dias e agora no seu terceiro ano, a Light Keepers 2020 foi oferecida em duas sessões idênticas na sexta-feira, dia 28 de fevereiro, e no sábado, dia 29 de fevereiro, para acomodar centenas de participantes.
Assistência divina
Falando na conferência, a presidente geral da Primária, a irmã Joy D. Jones, testificou que as líderes do evento foram inspiradas: “Elas seguiram o conselho do nosso Profeta; estão buscando revelação pessoal. … Têm sido guiadas”.
Reiterando a esperança das organizadoras para o público, ela acrescentou: “Elas estão compartilhando, esperando que algo toque seu coração — algo que compartilharam ressoará e o Espírito confirmará que isto é importante para vocês”.
A irmã Jones disse que também compartilha uma paixão pela história da família por causa do espírito que sente quando fala sobre seus ancestrais.

“Nossos ancestrais nos conhecem pelo nome. Sabem o que estamos fazendo. Conhecem nossos desafios. Conhecem nossos sucessos e estão conosco”, disse.
A irmã Jones comentou que desde que seu filho Trevor faleceu, ela tem tido uma consciência maior de que as pessoas do outro lado do véu estão próximas, trabalhando para realizar a obra do Senhor.
O trabalho no templo, história da família e obra missionária fazem parte do plano divino de Deus, ela acrescentou. Ecoando o recente convite do Presidente Russell M. Nelson, “Ouve-O”, convidou o público a buscar inspiração do Pai Celestial: “Não precisamos receber revelação de ninguém mais; ela pode vir diretamente Dele”.
Um ato simples permitirá que Ele realize milagres, comentou. “Ele ama vocês. Sabe o Seu nome. Está lá em cada passo de sua jornada. … Amo ser uma filha de Deus e amo o meu Salvador. Estarei com meu filho por causa Dele”.
A irmã Jones também incentivou o público a ajudar os jovens quando participarem da história da família: “Quando olharem para uma criança ou qualquer outro membro da geração em crescimento … olhem para eles e orem para que o Pai Celestial os ajude a verem quem realmente são — seu vasto potencial. [Ajude]-os a entender este potencial. … Seu testemunho desta obra lhes dará poder e os ajudarão a aprender cada vez mais jovens, o porquê dos convênios e das ordenanças serem tão importantes”.
O poder das histórias
Cada participante recebeu sua própria pasta de trabalho — um “guia de experiência com a história da família” decorado dentro e fora com fotos e flores. As flores simbolizam as famílias, Smedley disse, porque cada família é única. Assim como diferentes tipos de flores, “Prosperamos em condições diferentes”, explicou, reconhecendo que algumas são divorciadas, outras são casadas, algumas têm filhos e outras não — mas todas são belas.

Smedley convidou as participantes a “prestarem atenção naquilo que o Espírito lhes pedir que façam”. Cada mulher presente teve uma oportunidade de descobrir como o Pai Celestial quer que contribua em sua história da família, disse: “Esta é uma sala de revelação”.
Cada oportunidade aparece de forma diferente para cada indivíduo descobrir.
Um time de quatro mulheres que foram chamadas como missionárias de serviço da Igreja, apresentaram quatro temas: conecte, descubra, fortaleça e reúna. Cada uma deu exemplos de maneiras acessíveis de como indivíduos podem participar no trabalho de história da família — mesmo que nunca tenham se envolvido antes.
A irmã Rhonna Farrer falou sobre como as histórias conectam as pessoas, mesmo que sejam apenas simples detalhes. Quando descobriu que sua terceira bisavó, Catherine, trouxe creme para mãos, joias e botas de borracha de cano alto na sua caminhada pioneira para o oeste, ela sentiu um parentesco imediato. Agora, quando ela e suas filhas usam botas de borracha de cano alto, lembram da vovó Catherine e de sua perseverança.
A irmã Farrer convidou as participantes a abrirem o aplicativo da Árvore Familiar em seus celulares. Ela as ensinou a acessar “antepassados com tarefas” e deu vários minutos para completarem “dicas” em suas próprias árvores familiares — como anexar um registro do censo ao perfil do ancestral.
Ao participar do trabalho de história da família, a irmã Farrer disse que sente que seu coração se voltou para seus ancestrais e que seus ancestrais voltaram seu coração para Jesus Cristo.
“Testifico que Ele é nosso Libertador”, acrescentou. “Ele nos livrará de qualquer coisa que esteja nos atrasando neste trabalho”.
A irmã Kirsten Wright se conectou com o seu trisavô durante um momento difícil, quando descobriu que ele usava, todos os dias, um cravo fresco na lapela para espalhar alegria. Ela colocou uma foto dele em um medalhão para se lembrar de seu otimismo contagiante.

Para ajudar participantes a descobrirem sua própria história da família, mostrou como completar “micro tarefas” no aplicativo História da Família.
“Como podem usar seu tempo quando estão esperando por algo?” perguntou, convidando membros do público a usarem alguns minutos para adicionarem uma foto de si mesmas à área de “Memórias”, em seu perfil da História da Família. Tarefas simples como estas podem ser realizadas na fila do supermercado ou, talvez, antes de dormir — ao invés de checar as mídias sociais mais uma vez.
A irmã Wright desafiou as participantes a encontrarem cinco coisas com as quais poderiam se relacionar com suas famílias, a fim de estabelecerem conexões com seus antepassados.
Cura e fortalecimento
Após passar a maior parte dos últimos 10 meses de cama, a irmã Amy Miles conseguiu se levantar e andar com os dois pés para se apresentar na Light Keepers. Embora continue a combater o câncer que começou em seu pé no ano passado, ela sente o poder de cura do trabalho de história da família.
Ela recebeu uma impressão espiritual de manter um diário detalhado durante seu processo de tratamento. “Manter um diário me ensinou a me aconselhar com Deus”, disse.
Uma noite, enquanto escrevia com uma dor excruciante, seu corpo começou a entrar em choque e ela pensou: “É assim que é a morte”. Então se lembrou da história da sua trisavó, Hannah Jane, que afastou a morte ao cuidar dos membros de sua família doentes durante à noite, na fronteira mexicana. Naquele momento desesperador, a irmã Miles se fortaleceu com a história do “grande dom espiritual de cura” de Hannah Jane.
“Que forças nossos ancestrais possuem?” perguntou ao público, incentivando-as a aprenderem sobre os dons espirituais de seus ancestrais e a identificarem talentos similares em si mesmas — então os use para abençoar outros.
Recentemente, em um esforço para “dar sentido ao nosso ano com câncer”, a irmã Miles reuniu seu marido e filhos para registrar suas perspectivas sobre os últimos 10 meses. Enquanto cada membro da família descrevia a perda assim como a esperança que sentiram, a irmã Miles testemunhou a cura que vem ao se compartilhar histórias pessoais.

Enquanto falava sobre o trabalho de reunir pessoas, a irmã Maria Eckersley enfatizou que unir corações, pode acontecer em ambos os lados — as mulheres são chamadas para conectarem seus ancestrais com as futuras gerações.
Dois anos atrás, ela participou da Light Keepers para apoiar sua amiga — não porque tivesse algum interesse em genealogia. Mas ela encontrou uma oportunidade na história da família de usar seus talentos para reunir pessoas e criar relacionamentos. Este dom a levou de volta à Light Keepers — desta vez para falar no palco.
A irmã Eckersley ama planejar festas, não por causa do trabalho que dá, mas porque adora ver as pessoas fazendo conexões e até amizades duradouras nas festas da escola ou gincanas nos feriados.
“Somos planejadoras de festas intergeracionais”, disse, explicando que a história da família cria “elos de ligação” que unem e curam.
“Se quiserem ter qualquer controle sobre o que suas bisnetas irão sentir e pensar, este é o momento”, disse, encorajando as mulheres a registrarem suas histórias e facilitarem conexões duradouras com futuros membros da família.
“Há algo que nos eleva e que vêm do trabalho de história da família, o qual não pode ser reproduzido de outra forma”.
Sandy Brunt viajou de Vancouver, Washington, para participar da Light Keepers com três de suas antigas colegas de quarto da Universidade Brigham Young–Havaí — uma da Califórnia, outra de St. George, Utah, e outra de Redmond, Oregon. Brunt veio porque queria ajuda para começar a história da família e entender a tecnologia disponível.
“Sabíamos que só poderíamos lidar com algo curto e simples”, disse — e a Light Keepers forneceu orientação acessível.

Acrescentou ainda que amou as imagens com flores na pasta de trabalho e os elementos “visualmente alegres” do evento.
Lauren Glazner, uma outra participante, disse que apreciou o encorajamento para aprender sobre os talentos de seus ancestrais, já que recentemente descobriu que suas duas avós receberam um bacharelado na Universidade de Utah. Embora tenham morrido quando era jovem, ela sente uma conexão porque também recebeu um bacharelado e valoriza sua educação.
A irmã Farrer enfatizou que o time da Light Keepers jejuou e orou por cada participante por nome — e começou a amar as mulheres que vieram para a conferência.
As mulheres têm uma luz natural e estimulante, disse. “Mantemos a luz de nossa família — passada, presente e futura”.