De acordo com a Associação Americana de Psicologia, os níveis de solidão atingiram o mais alto índice de todos os tempos. Quase metade dos 20.000 adultos norte-americanos, que participaram de uma pesquisa recentemente, relatou que às vezes, ou sempre, se sentem sozinhos.
“Entendo o vazio e até mesmo a assombrosa dor da solidão”, afirmou Sheri Dew, que já serviu como conselheira na presidência geral da Sociedade de Socorro, durante o Simpósio anual de História da Igreja da BYU na quinta-feira, 12 de março. O tema do simpósio era “Visões e Visionários: Joseph Smith em Contextos Comparativos”.
Ela continuou: “Por razões que ainda não entendo, fui obrigada a viver sem marido, filhos, ou agora, netos. Mas não estou lidando com a solidão sozinha”.
Ninguém estava mais sozinho do que Jesus Cristo e nada se compara com Seu sacrifício no Jardim do Getsêmani, disse ela. Todos os profetas enfrentaram a solidão, incluindo Alma, o filho, Moisés e Morôni.
“Não nos esqueçamos de Joseph Smith, que sozinho viu o Pai e o Filho e, em seguida, suportou a ridicularização por declarar o que tinha visto”, compartilhou Dew. “Só ele viu Morôni em seu quarto. Só ele permitiu que Martin Harris levasse as 116 páginas do manuscrito do Livro de Mórmon, para depois lamentar a decisão. Ele carregou sozinho o fardo de organizar a Igreja de novo.”
A mortalidade, em sua natureza, é um “deserto espiritual” por estamos separados de nossos Pais Celestiais. Mas por causa de Joseph Smith, “nenhum de nós tem que permanecer no deserto”, disse ela.
“Tudo o que ele ensinou e revelou pode nos ajudar a lidar com o problema da solidão mortal — que significa a separação física de Deus —, bem como enfrentar melhor as provações que nos deixam convivendo, às vezes, com a solidão circunstancial.”
Dando o tom de sua mensagem com uma história sobre o início da Igreja no Camboja e o que a Primeira Visão pode significar para eles, Dew compartilhou cinco coisas que Joseph Smith revelou, ou fez, que podem ajudar os santos dos últimos dias a lidar com a solidão.
1. Joseph Smith é a prova viva de que Deus responderá às nossas preces.
“A pergunta inspirada de Joseph abriu os céus e a Dispensação da Plenitude dos Tempos”, afirmou. Ele continuou a receber “revelação após revelação” enquanto fazia perguntas adicionais ao Senhor.
Joseph não tinha um manual de instrução, conferências de jovens nem frequentou o Seminário. Ele não tinha um profeta vivo para seguir. Ele era o profeta.
No entanto, recebeu orientação de anjos e antigos profetas que o visitaram e o ensinaram. Seu exemplo mostra que as perguntas inspiradas levam à revelação pessoal.
“Como Joseph, não temos que sofrer em silêncio, ou remoer sozinhos, as nossas dúvidas e dilemas”, comentou. “Podemos fazer perguntas sinceras a nosso Pai e esperar ajuda, paz e respostas.”
E embora algumas de suas perguntas mais pessoais permaneçam sem resposta e tenha alguns dias desanimadores, “Tento lembrar as inúmeras vezes em que as respostas vieram”.
2. Joseph Smith traduziu o livro mais correto da Terra.
Joseph traduziu a maioria das 500 páginas do Livro de Mórmon em três meses. Ele não tinha computador ou referências para usar. Só fez um rascunho.
Falando como editora com 40 anos de experiência, “Não conheço ninguém que tenha conseguido realizar sua proeza — uma proeza que precisou de um milagre. Traduzir esse livro exigia o ‘dom e o poder de Deus’”.
O Livro de Mórmon restaurou verdades simples e preciosas sobre o Salvador, Sua Expiação e Seu evangelho e é, como Joseph declarou, “o mais correto de todos os livros da Terra”. E aqueles que perguntarem com fé receberão um testemunho pessoal do Espírito Santo, compartilhou Dew.
“O Livro de Mórmon é o manual de instruções espiritual que foi escrito para os nossos dias.”
Anos atrás, ao se sentir deprimida após uma perda pessoal, ela encontrou paz e compreensão na Expiação do Salvador enquanto lia Éter 12:27. “Comecei a perceber, pela primeira vez, que o Salvador já tinha pago o preço pela solidão que estava me consumindo.”
Ela citou a promessa do Presidente Russell M. Nelson àqueles que se banqueteiam com as palavras de Cristo: “maior poder para resistir à tentação, maior capacidade de receber revelação e maior capacidade de lidar com os desafios da vida.”
3. Joseph Smith foi o instrumento pelo qual os sacerdócios Aarônico e de Melquisedeque foram restaurados, abrindo os céus para todos os que fazem convênios com Deus.
As bênçãos espirituais da restauração do sacerdócio são “antídotos para o problema da solidão”.
Uma delas é o dom do Espírito Santo, que tem o poder de proteger, fortalecer e orientar. “Ele será nossa Liahona pessoal se aprendermos a falar Seu idioma — o da revelação”, disse ela.
Quando os santos dos últimos dias frequentam o templo, saem “armados” com o poder de Deus. A investidura do templo, outra bênção espiritual do sacerdócio, ensina “como expulsar Satanás, retirar o véu que nos separa de Deus” e orar com poder.
“A restauração das chaves do sacerdócio de Melquisedeque literalmente mudou o mundo”, afirmou Dew. “Elas tornam as bênçãos espirituais da Igreja operantes na vida de todos os homens e mulheres justos. Podemos saber mais e ter mais acesso ao poder de Deus do que qualquer outra pessoa em qualquer outra época.”
4. Joseph Smith cumpriu seu chamado pré-ordenado como profeta de Deus.
Como Satanás continuamente trabalha horas extras para nos distrair e desencorajar, ele sabe que “uma das decisões mais espiritualmente mortais que alguém pode tomar é se separar daqueles que têm as chaves do sacerdócio — especialmente as proféticas”.
O Livro de Mórmon adverte que aqueles que apedrejarem os profetas “perecerão”. Até as mídias sociais nos dias de hoje parecem encontrar novas maneiras de “apedrejar os profetas”, disse ela.
O Presidente Brigham Young compartilhou o seguinte sobre o Profeta Joseph Smith: “Ele, figurativamente falando, trouxe o céu para a Terra e explicou com clareza e simplicidade as coisas de Deus.”
“É isso que os profetas fazem”, disse Dew. “Eles elevam nossa visão acima deste mundo telestial. Tudo o que Joseph Smith fez, convidou o mundo a pisar em um plano mais alto” quando ele introduziu novas escrituras, novas doutrinas e uma nova Igreja.
Os profetas sempre convidam os filhos do Senhor a viverem de “formas mais elevadas e sagradas”, afirmou, como evidenciado pela ênfase do Presidente Nelson na ministração e na Igreja centralizada no lar.
Com a ajuda de um profeta vivo, “não temos que entender a mortalidade sozinhos.”
5. Joseph Smith expandiu nossa compreensão da Expiação de Jesus Cristo.
A administração profética de Joseph sobre a última dispensação — “a única dispensação encarregada de preparar as pessoas para o retorno do Salvador” — foi a “soma e substância” de sua vida, declarou Dew.
Ele “restabeleceu a preeminência da Expiação de Jesus Cristo”, que é encontrada no Livro de Mórmon. Ele ensinou que o Pai Celestial e Seu Filho Jesus Cristo conhecem “nossos nomes, nossos medos e nossos anseios”.
E ele fez o que os profetas sempre fazem: “Ensinou a doutrina de Cristo para que saibamos onde recorrer à cura divina, ao conforto e às conexões que afastam a solidão.”
Dew concluiu seu discurso perguntando à congregação, se referindo ao profeta Joseph e ao Presidente Nelson: “Iremos com o profeta? … Abriremos o coração para seus ensinamentos e agiremos de acordo com eles?”
Uma resposta afirmativa traz acesso às bênçãos espirituais da Igreja, continuou ela. Estas bênçãos não prometem que nunca nos sentiremos sozinhos, mas prometem “extraordinária ajuda divina” no teste da mortalidade.
“Nos dias em que a solidão recorrente consome minha força emocional, ou quando as tarefas parecem ser muito difíceis de se lidar, chamo a cavalaria espiritual”, continuou ela. “Vou novamente ao templo, busco mais orientação no Livro de Mórmon, peço aos anjos para me ajudarem, jejuo, oro e imploro por orientação. É a única abordagem que conheço.
“Todos estes privilégios espirituais são possíveis porque Joseph Smith restaurou os poderes e dons espirituais que fornecem as respostas mais poderosas e duradouras para o problema da solidão nesta terra.”
O discurso de Sheri Dew pode ser visto no site Educação Continuada da BYU.