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Como um músico santo dos últimos dias cego aborda a COVID-19 e outros desafios com visão eterna

Kyle Woodruff, que perdeu a visão logo após o nascimento, aprendeu a tocar órgão e mais de dez outros instrumentos musicais. Crédito: Cortesia da família Woodruff
O Élder Kyle Woodruff, tocando piano no Edifício Memorial Joseph Smith, durante sua missão de serviço. Crédito: Cortesia da família Woodruff
A família Woodruff — da esquerda para a direita, Chelsea, Grant Taylor, 10, Kyle e EmmaLeigh, 12. Crédito: Cortesia da família Woodruff
A foto da família mostra Kyle Woodruff quando criança tocando as teclas do piano. Crédito: Cortesia da família Woodruff
O professor de música Kyle Woodruff, que perdeu a visão logo após o nascimento, usou a música para compartilhar seu testemunho e servir outros. Crédito: Cortesia da família Woodruff

O professor de música Kyle Woodruff toca mais de dez instrumentos, do piano ao ukulele.

No entanto, o pai de família de 39 anos e missionário retornado, nunca viu um instrumento.

Nascido três meses prematuro, Woodruff perdeu a visão pouco depois do nascimento.

“O nervo óptico e a retina ficaram completamente separados — não vejo nada”, disse ele.

Mas a vida de Woodruff é definida pela visão e pela habilidade. Desde menino, ele tem sido igualmente nutrido por sua fé como santo dos últimos dias e pela expectativa diária de sua família de que ele viva plenamente.

“Minha mãe deveria ser nomeada para santa, pois jamais me impediu de fazer qualquer coisa — exceto, é claro, dirigir”, disse Woodruff, revelando seu senso de humor. “Foi ela quem me disse, ‘Vá para a escola e aprenda tudo o que puder’”. 

A foto da família mostra Kyle Woodruff quando criança tocando as teclas do piano.
A foto da família mostra Kyle Woodruff quando criança tocando as teclas do piano. | Crédito: Cortesia da família Woodruff

Quando o Church News encontrou Woodruff, ele estava em isolamento social com a esposa, Chelsea, e seus dois filhos — EmmaLeigh, 12, e Grant Taylor, 10 — na casa deles em Saratoga Springs, Utah. A COVID-19 forçou a família a trabalhar e estudar em casa. Mas Woodruff estava lidando com a interrupção com bom humor.

Não é surpresa, ele aprendeu cedo como abordar as dificuldades que aparentemente estão além de seu controle.

“Existem três maneiras de levar a vida: podemos lamentar, lidar ou prosperar”.

E a música, acrescentou, lhe oferece os instrumentos, literalmente, que precisa para prosperar.

Fotos de família capturam o pequeno Kyle tocando algumas notas no piano antes de aprender a andar. “Eu esticava as mãos o mais alto que podia sobre a cabeça e tocava nas teclas.”

Seus pais (Donald Woodruff e Claudia Prout) rapidamente perceberam que o filho tinha “afinação perfeita”.

“Se ligarmos qualquer coisa que tenha som — o rádio, o microondas, um aspirador de pó — consigo replicá-lo no piano”, explicou. “Quando tinha três anos, alguém tocou a campainha e eu corri até o piano e toquei ‘dim dom.’”

Logo a talentosa criança estava tendo aulas de piano e aprendendo a ler partituras em braile com um instrutor que era cego. Em seguida, teve mais aulas técnicas de piano.

O jovem músico era atraído por qualquer coisa que pudesse gerar uma nota musical.

“Toco piano desde os três anos e órgão desde os oito. Parei de contar, mais ou menos depois dos 14, todos os outros instrumentos que toco.”

Woodruff disse que sua aptidão musical e seu amor pelo evangelho têm sido elementos harmoniosos de sua vida. Ele não consegue imaginar um sem o outro.

Doutrina e Convênios seção 25, versículo 12, diz: ‘O canto dos justos é uma prece a mim’”, disse ele. “Acredito que esse ‘canto dos justos’ pode ser encontrado no piano, no órgão ou na voz humana. E, felizmente, pude usar meus dons musicais para retribuir e abençoar outras pessoas na Igreja e em outras áreas.”

Woodruff frequentou escolas públicas tradicionais e se formou no ensino médio na Cyprus High School em Magna, Utah, antes de continuar a estudar música na Universidade de Utah.

Ele fez uma pausa nos estudos para servir uma missão de serviço, tocando piano e órgão em vários locais da sede da Igreja — inclusive no Tabernáculo e no Edifício Memorial Joseph Smith.

O Élder Kyle Woodruff, tocando piano no Edifício Memorial Joseph Smith, durante sua missão de serviço.
O Élder Kyle Woodruff, tocando piano no Edifício Memorial Joseph Smith, durante sua missão de serviço. | Crédito: Cortesia da família Woodruff

O Élder Woodruff estava tocando o órgão no batistério do Templo de Salt Lake quando conheceu a jovem que mais tarde se tornaria sua esposa. Chelsea Allart e seu irmão, Jonathan, estavam fazendo batismos e depois perguntaram sobre o jovem missionário que estava tocando órgão. 

“Chelsea e eu conversamos por cerca de três horas com seu irmão entre nós para que pudéssemos observar a regra de um braço de distância”, disse ele, rindo.

Três anos depois, os dois se encontraram quando ambos estavam cantando em um coral da Universidade de Utah. Logo eles estavam namorando e depois se casaram.

Agora a família Woodruff tem quatro membros, e como poderia se esperar, é uma família musical.

“Meus filhos adoram cantar”, disse ele.

A família Woodruff — da esquerda para a direita, Chelsea, Grant Taylor, 10, Kyle e EmmaLeigh, 12.
A família Woodruff — da esquerda para a direita, Chelsea, Grant Taylor, 10, Kyle e EmmaLeigh, 12. | Crédito: Cortesia da família Woodruff

Chelsea Woodruff teve seus próprios desafios com a saúde. Ela descreve o casamento deles como simbiótico. Tanto ela como Kyle confiam igualmente um no outro.

“Quando estávamos namorando, muitas pessoas fortemente nos desencorajaram de ficar juntos porque eu estava em uma cadeira de rodas e ele era cego. Eles não conseguiam entender como o casamento poderia daria certo. Mas desde o início, tenho sido os olhos dele e ele tem sido meu apoio físico.”

Durante a atual pandemia, Woodruff está usando o Zoom e outras plataformas de mídia social para continuar ensinando seus alunos de música na Academia Ascent em Lehi, Utah. Os obstáculos que ele enfrentou, desde o nascimento agora, oferecem aos outros uma perspectiva atual e eterna sobre como resolver os eventos do dia.

“Vejo os desafios como um solavanco na rua — não como um muro ou uma montanha que nunca será sobrepujada”, disse ele. “Vejo desafios como portas para o futuro.”

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