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Kathryn Reynolds: Abençoada pelo poder do sacerdócio enquanto solteira

Kathryn Reynolds no Cais Dunquin, na Irlanda. Crédito: Cortesia de Kathryn Reynolds
Cais Dunquin, Irlanda. Crédito: Cortesia de Kathryn Reynolds
Kathryn Reynolds, membro da junta geral da Sociedade de Socorro. Crédito: Intellectual Reserve, Inc.
Kathryn Reynolds com seu pai. Crédito: Cortesia Kathryn Reynolds

Nota do editor: Esta história é parte da série do Church News intitulada “Mulheres do Convênio”, em que mulheres da Igreja discutem suas experiências pessoais com o poder do sacerdócio e compartilham o que aprenderam por seguirem o conselho do Presidente Russell M. Nelson de “trabalhar com o Espírito para compreender o poder de Deus — o poder do sacerdócio” (“Tesouros Espirituais”, Conferência Geral, outubro de 2019).

Alguns acontecimentos isolados, conectados ao longo do tempo, me ajudaram a entender melhor e a valorizar o que é o sacerdócio e como seus fios são tecidos ao longo de minha vida.

Começou com a fé. Como missionária servindo nas exuberantes colinas do norte de Nova York, eu estava lendo “Lectures on Faith” [Dissertações sobre a fé], quando aprendi um princípio profundo: a fé é mais do que apenas um pensamento positivo. Em vez disso, é o poder que mantém os mundos unidos. O, como ensinou o Presidente Harold B. Lee: “Lembrem-se de que a fé é a força estimulante do sacerdócio, sem a qual o sacerdócio não é eficaz em sua vida” (“The Teachings of Harold B. Lee” [Os Ensinamentos de Harold B. Lee], p. 489).

Esse princípio me impressionou e, com o tempo, se tornou uma pedra fundamental para mim em relação ao poder do sacerdócio. “[Este] princípio de poder, que existia no seio de Deus e pelo qual os mundos foram formados, era a fé. Todas as coisas… existem em razão da fé, conforme existiam Nele” (First Theological Lecture on Faith [Primeira Dissertação Teológica sobre a Fé], aproximadamente entre janeiro e maio de 1835, parte 15).

Kathryn Reynolds, membro da junta geral da Sociedade de Socorro.
Kathryn Reynolds, membro da junta geral da Sociedade de Socorro. | Crédito: Intellectual Reserve, Inc.

E cá estava eu como missionária, ensinando o princípio básico da fé, mas sem ter ainda compreendido o significado tão comum e fundamental deste princípio do evangelho de Jesus Cristo. Será que eu havia realmente entendido o que estava disponível para mim, para minha companheira, àqueles a quem ensinávamos e a cada um de nós aqui na Terra, se apenas exercitarmos nossa Fé? 

Esta fé em Jesus Cristo nos dá acesso direto ao Seu poder que nos abençoa, resgata, santifica e cura. Parece avassalador considerar sua magnitude. Mas, simplificando, é o poder de Deus e, como dito anteriormente, ele “existe Nele.”

Na condição de adulta solteira na Igreja, não tenho um portador do sacerdócio em casa. No entanto, assim como a fé, o poder do sacerdócio também mantém os mundos unidos.  Ele vive em nós. É a manifestação do amor de Deus e Ele comumente se manifesta em momentos de silêncio, apenas entre Ele e nós. 

Alguns anos atrás, quando comprei minha primeira casa, meus pais vieram para que meu pai pudesse dedicá-la. Juntos, ajoelhamos e unimos nossa fé para ajudá-lo a proferir as palavras que o Senhor queria que ele dissesse para mim e minha casa. Pareceu-me simbólico, na época, que eles estivessem lá comigo ao começar a vida em minha própria casa com seu amor e apoio. Conforme meu pai dava voz a algumas das bênçãos que meus Pais Celestiais desejavam para mim, senti o grande amor e carinho que Eles têm para comigo. 

Meu pai faleceu logo depois, mas aquela bênção especial do sacerdócio permanece em minha memória e me deu um vislumbre de uma das maneiras pelas quais o poder do sacerdócio é capaz de me alcançar individualmente. 

Kathryn Reynolds com seu pai.
Kathryn Reynolds com seu pai. | Crédito: Cortesia Kathryn Reynolds

Pouco depois da morte de meu pai, visitei um paraíso escondido na Wild Atlantic Way, uma estrada na Irlanda, chamada de Cais Dunquin. Havia um pôr do sol deslumbrante enquanto me sentava ponderando sobre a beleza deste mundo incrível e as vastas criações de Deus. 

Tinha acabado de perder meu pai e me senti muito sozinha. Era como se eu tivesse perguntado silenciosamente aos meus dois pais, terreno e celestial: ‘Onde vocês estão?’ 

Naquele momento, uma frase muito clara entrou em minha mente: “Estou bem aqui. Estou sempre com você.” 

Para mim, aquela mensagem, que veio através do Espírito Santo, é uma manifestação do poder sacerdócio de Deus. Meu Pai Celeste curou meu coração entristecido naquele dia e me ajudou a sentir e vê-Lo muito intensamente. Foi uma mensagem direta Dele para meu coração. Não foi difícil de entender. 

Como meus pais terrenos, imagino que meus Pais Celestiais também se uniram em meu favor — me amando e me apoiando de longe — ou talvez não tão longe — neste novo “lar” aqui na Terra.

O Senhor nos visita e compartilha Seu amor. Ele restaurou o sacerdócio novamente na terra com este mesmo propósito. 

Muitas vezes, podemos pensar que o poder do sacerdócio está ligado apenas a um líder masculino na Igreja, a um evento ou uma ordenança sagrada. Sim, isto é verdade, mas o sacerdócio é não é só isso. Ele não é limitado pelo homem ou pelos limites terrenos. 

Cais Dunquin, Irlanda.
Cais Dunquin, Irlanda. | Crédito: Cortesia de Kathryn Reynolds

Quando o Presidente Nelson nos convidou recentemente para estudarmos sobre o sacerdócio, descobri que a seção 84 de Doutrina e Convênios estava cheia de novos significados, enquanto ponderava como ela poderia fazer parte de mim e de minha vida. Este capítulo começa com a descrição de Sião e como foi construída, “a partir do terreno do templo” (D&C 84:3). Por que um templo? Porque, o Senhor continua, “a glória do Senhor… encherá a casa” (D&C 84:5). É Sua glória – Seu poder do sacerdócio. 

Senti esse poder dentro das paredes de Sua casa — o templo. Sempre que entro, deixo espaço para que Ele se manifeste em palavras, ações ou sentimentos através do Espírito Santo. Tento não pensar demais ou complicar o processo. O Senhor promete: “Todos os que recebem este sacerdócio a mim me recebem… e aquele que me recebe a mim, recebe a meu Pai… [e] aquele que recebe a meu Pai, recebe … tudo o que meu Pai possui”. (D&C 84:35, 37-38). Assim como o Senhor instruiu aqueles que portam o sacerdócio, nós que recebemos e honramos suas ordenanças e convênios, também somos abençoados e temos o direito de receber “tudo o que o Pai possui”. 

Conforme considero Seu convite para recebê-lo e Seu poder do sacerdócio, me lembro: “Estou bem aqui.” 

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