Membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias têm sentimentos muito mais profundos de confiança e ligação com a comunidade do que outros grupos religiosos, de acordo com uma recente pesquisa realizada pelo American Enterprise Institute (AEI) sobre satisfação comunitária, segurança e confiança.
Publicado no dia 20 de outubro pelo Centro de Pesquisa sobre a Vida Americana do American Enterprise Institute (AEI), o relatório — intitulado “Locais Públicos e Espaços Comerciais: Como a Cortesia na Vizinhança Promove Confiança e Conexão nas Comunidades Americanas” [em inglês] — revela que 72% dos santos dos últimos dias entrevistados dizem que se sentem pelo menos um pouco ligados à sua comunidade.
Além disso, santos dos últimos dias são muito mais propensos a acreditarem que seus vizinhos estão dispostos a ajudar em tempos de dificuldade do que outros grupos religiosos.
Daniel Cox — diretor e fundador do centro e membro sênior do AEI em pesquisas e opinião pública — compartilhou com o Church News uma visão mais detalhada dos resultados da pesquisa que representam os membros da Igreja.

“O que vemos na pesquisa é que os santos dos últimos dias demonstram um grau notável de coesão social”, disse Cox, acrescentando que é “extremamente difícil” encontrar um santo dos últimos dias que não tenha nenhuma conexão próxima com alguém que compartilha sua fé. A pesquisa mostra que 90% dos membros da Igreja dizem ter, não apenas conhecidos, mas amigos muito próximos dentro de sua própria comunidade religiosa.
Mais da metade dos santos dos últimos dias passa algum tempo, pelo menos uma vez por semana, com outros membros da Igreja fora das reuniões formais. “Realmente não vemos este nível de conexão entre muitas outras tradições religiosas, então é algo notável”, disse Cox sobre as interações sociais.
Esse envolvimento social entre os santos dos últimos dias é muitas vezes facilitado pelas pessoas que vivem relativamente perto de seus locais de adoração. “Descobrimos que mais de dois terços — 68% — moram a 10 minutos de distância de carro, e que 1 em cada 3 pode caminhar até o local”, disse ele. “Novamente, isso é muito mais do que qualquer outra tradição religiosa.”

Cox também ressaltou como os santos dos últimos dias conhecem bem os seus vizinhos — além de apenas saber seus nomes e profissões — e apontou para uma questão da pesquisa que perguntou aos entrevistados se eles conheciam as preferências políticas de seus vizinhos.
“Muitas pessoas, com razão e compreensivelmente, não conhecem a preferência política das pessoas que vivem ao seu redor, mas 90% dos santos dos últimos dias disseram conhecer as tendências políticas das pessoas que moram em suas vizinhanças”, disse ele, acrescentando que cerca de um quarto a um terço das pessoas de outros grupos religiosos não podem dizer o mesmo.
Sob a seção de “confiança e conexão com a vizinhança”, o relatório da AEI afirma que “a identidade religiosa e a participação estão fortemente associadas à conexão com a comunidade”, e cita que 72% dos santos dos últimos dias se sentem, pelo menos de alguma forma, intimamente ligados às pessoas que vivem em sua comunidade. Isso inclui 24% que dizem se sentir muito próximos.
A divisão de outros grupos religiosos e percentuais que se sentem pelo menos um pouco ligados incluem católicos brancos, 62%; principais grupos de protestantes brancos, 61%; judeus, 58%; e protestantes evangélicos brancos, 57%. Menos da metade dos católicos hispânicos (48%) e protestantes negros (48%) dizem o mesmo, enquanto apenas 41% dos americanos sem filiação religiosa dizem que se sentem ligados a seus vizinhos.

Em todas as tradições religiosas, os americanos que relatam níveis mais elevados de participação se sentem mais ligados a suas comunidades e a pessoas que vivem nelas, com 58% dos adultos que são membros de uma organização religiosa local se sentindo conectados com suas vizinhanças, em comparação com 46% para aqueles que são não membros.
Da mesma forma, os americanos que frequentam reuniões religiosas, pelo menos uma vez por semana, reconhecem uma ligação maior à vizinhança do que aqueles que nunca frequentam — 62% a 40%.
Embora muitos americanos sintam uma falta de ligação com seus vizinhos, 80% dos entrevistados dizem que seus vizinhos estariam muito dispostos (27%) ou bastante dispostos (53%) a ajudar outras pessoas em sua região.
Em geral, a pesquisa nacional, que entrevistou 5.058 adultos de todas as regiões dos Estados Unidos, apresenta mudanças econômicas e sociais provocadas pela pandemia em cidades de todo o país, com a maioria dos americanos dando preferência à vida nos subúrbios e áreas rurais, optando por espaço pessoal em vez de mais comodidades oferecidas em bairros urbanos.

Outras seções da pesquisa se concentraram na segurança da comunidade e nos sentimentos de segurança; segurança da água potável; confiança na aplicação da lei, orçamento para a polícia e apoio ao policiamento comunitário; sentir-se bem-vindo à própria vizinhança; tomada de decisões locais; comunidades políticas; notícias e engajamento comunitário; e comodidades da vizinhança e escolas. Os resultados incluíram classificações de acordo com raça e grupos étnicos, religião e outros fatores socioeconômicos.
De acordo com o relatório, quase metade dos santos dos últimos dias — 45% — dizem que as pessoas que vivem em sua região estariam muito dispostas a ajudar seus vizinhos, a porcentagem mais elevada entre os grupos religiosos e aqueles sem filiação religiosa.
Em uma seção intitulada “Líderes Comunitários”, a pesquisa da AEI perguntou aos entrevistados se eles conheciam pessoalmente alguém em sua comunidade que assumirá um papel informal de coordenar atividades e eventos e unir as pessoas da vizinhança. No total, 37% disseram que sim, enquanto 63% disseram que não conheciam.
O relatório da pesquisa reconheceu que poucas diferenças em relação a essa resposta eram evidentes entre as tradições religiosas — com exceção dos santos dos últimos dias e judeus, que “são únicos entre os religiosos americanos em suas conexões com os líderes comunitários”.
A maioria dos participantes de ambas as religiões — 58% dos santos dos últimos dias e 53% dos judeus — diz conhecer pessoalmente alguém que está envolvido na organização de atividades e eventos sociais na vizinhança.

A pesquisa da AEI questionou o que afeta a forma como os americanos avaliam suas comunidades, descobrindo que um dos principais motivadores é o capital social formal e informal. “A participação formal em organizações religiosas e comunitárias, como o serviço comunitário regular, eleva a percepção das pessoas a respeito de onde elas vivem e como enxergam o futuro”, declarou o relatório. “Assim como simplesmente interagir de maneira informal com amigos e vizinhos.”
De acordo com o relatório, a relação entre a religião e a satisfação comunitária é especialmente clara nesta área, com 40% dos americanos que relatam frequentar reuniões religiosas mais de uma vez por semana classificando suas comunidades como excelentes, em comparação com 29% que frequentam raramente e 25% que nunca o fazem.
Um padrão semelhante é evidente na crença de que as comunidades irão melhorar nos próximos cinco anos — 40% para os que praticam a religião, 31% para os que raramente frequentam e 30% para os que nunca o fazem.
Esta é a segunda de uma série de três pesquisas anuais que analisam vários aspectos da vida americana e tentam entender dinâmicas diferentes, disse Cox. A pesquisa do ano passado se concentrou nas redes sociais — as influências dos membros da família e amigos. A pesquisa do próximo ano será sobre as mudanças na dinâmica da vida familiar no país, tais como o estado civil e o número de filhos.
