Como missionária que estava servindo em uma missão em Ohio Cincinnati, minha filha, sister Kathryn Weaver, chegou a São Paulo, Brasil, na manhã do dia 1º de maio de 2021.
Ela me telefonou enquanto esperava na fila da alfândega. Ela estava aparentemente sozinha em um dos aeroportos mais movimentados da América do Sul.
Ela perguntou o que deveria fazer se não conseguisse encontrar sua bagagem.
Ouvi enquanto ela conversava com um funcionário da companhia aérea. Ela aprendeu português no CTM em casa, e depois serviu nove meses em Ohio e em Kentucky em uma redesignação. Percebi que o funcionário da companhia aérea não havia entendido sua pergunta.
Orei com minha filha e depois, quando ela desligou o telefone, me ajoelhei e orei novamente. Ela precisava encontrar sua bagagem, passar pela alfândega, navegar pelo aeroporto, trocar de companhia aérea e voar para Fortaleza, Brasil.
A lista completa parecia imensa. Contudo, não demorou muito até que eu recebesse um segundo telefonema bem rápido.
“Vai ficar tudo bem”, relatou minha filha.
Ela havia passado pela alfândega e acabado de entrar na área pública do aeroporto de São Paulo, quando uma mulher se dirigiu a ela em inglês. “Sister, onde está sua companheira?”
A mulher era funcionária do escritório da área da Igreja no Brasil e estava no aeroporto a negócios. Para mim, o encontro delas foi um milagre; minha filha não estava mais sozinha. A mulher a ajudou com tudo que precisava ser feito e caminhou com ela até a fila de segurança no terminal, lhe dizendo exatamente para onde ir a seguir.
A viagem de nossa filha ao Brasil resume tudo que minha família aprendeu em 2021 — o Senhor está conosco e dirige nossos caminhos, mesmo quando não os enxergamos. O ano pode ser descrito em uma palavra: fé.
O Velho Testamento registra que, ao levarem a arca do convênio, os filhos de Israel atravessaram o rio Jordão em terra seca. O Senhor não enviou Seu milagre e as águas não se separaram até que seus pés estivessem molhados.
Da mesma forma, nossa filha não vivenciou seu milagre até entrar na área pública do aeroporto.
Esta é a história do serviço missionário em todas as épocas.
Esta também é a história de sua companheira do CTM. Como nossa filha, a sister Hanid Valdez foi originalmente chamada para servir no Brasil. Por causa da pandemia, ela foi redesignada para a Missão Novo México Farmington.
Contudo, pouco tempo após nossa filha ter viajado ao Brasil, a sister Valdez recebeu a notícia de seu presidente de missão que sua redesignação seria permanente.
Ao preparar este artigo, recebi permissão do presidente de missão para conversar com a sister Valdez por telefone.
Ela disse que, se adaptar a novas situações e conhecer novas pessoas sempre foi um desafio para ela. O primeiro dia de sua redesignação foi difícil. A adaptação ao trabalho missionário foi difícil. Receber novas companheiras foi difícil. “Orei para que o Pai Celestial me ajudasse a me adaptar no início”, disse ela.
Cada transferência antecipada de sua missão exigia fé para entrar no rio, acreditando que as águas iriam se separar.
Sister Valdez ingressou no serviço missionário falando fluentemente espanhol e inglês. Aprender português foi muito mais fácil para ela do que para minha filha, e ela era muito melhor nisso. Eu me perguntei como ela se sentiu a respeito de aprender um idioma que não usaria no Brasil.
Porém, quando perguntei sobre suas habilidades linguísticas, ela falou apenas sobre a alegria. A alegria que surgiu quando ela ajudou minha filha a aprender português, bem como a alegria que sentiu ao usar todas as suas habilidades linguísticas como missionária.
Ela falou especificamente sobre ser a única sister na Missão Novo México Farmington que pôde ensinar o evangelho a uma mulher em sua língua nativa — e sua certeza de que o Senhor providenciou essa oportunidade para ambas.
Nossa filha já viveu momentos semelhantes de certeza no Brasil. Em uma carta recente, ela escreveu sobre a fé que move montanhas — que converte os descrentes, cura os doentes e a ajudou a aprender português.
Minha filha e sua companheira do CTM são duas missionárias com chamados semelhantes e resultados diferentes — as quais compartilham uma fé marcante.
O ano pode ser descrito em uma palavra: fé.
A sister Valdez disse que não é difícil explicar. “A sister Weaver precisava estar no Brasil, e eu precisava estar na Missão Novo México Farmington”, disse ela.
Quando perguntei mais a respeito, ela falou da fé como uma ação. “O que é maravilhoso a respeito das missões é que tudo que ensino, tenho que estudar primeiro”, disse ela.
Que bela lição de uma missionária guiada pela fé — que está servindo durante um ano definido por uma pandemia, tensões políticas e incertezas.
No mesmo dia em que minha filha viajou para o Brasil, dirigi até Manti, Utah, para uma coletiva de imprensa.
Durante a conferência geral de abril de 2019, Presidente Russell M. Nelson anunciou a renovação de vários templos da era pioneira — incluindo o Templo de Manti, um edifício de 6.948 m² que precisava de atualizações mecânicas e tecnológicas, e acessibilidade para pessoas com deficiências. O processo exigiria mudanças estruturais e a remoção de algumas obras de arte históricas do templo.
Entretanto, enquanto os líderes da Igreja buscavam a orientação do Senhor para os planos de renovação, Presidente Nelson disse que eles se sentiram inspirados a preservar o artesanato e as obras de arte pioneiras. Para acomodar pessoas com deficiências, o futuro crescimento na região e os estudantes da faculdade Snow College, que fica próxima ao edifício, Presidente Nelson também anunciou planos para a construção de um segundo templo a apenas 11 km de distância em Ephraim, Utah.
Como acontece com todas as coisas que são uma questão de fé — e repetindo o relato bíblico dos filhos de Israel que carregaram a arca do convênio — os líderes da Igreja entraram na água sabendo que o Senhor revelaria Sua vontade para a construção de Seus templos.
E Ele o fez.
O templo de Efraim foi um dos 34 anunciados em 2021. Como os missionários que embarcaram no serviço missionário sem saber exatamente o que aconteceria em suas missões, cada templo é um poderoso símbolo de fé, anunciado durante uma época em que os templos no mundo inteiro estão operando com limitações causadas pela pandemia de COVID-19.
Quando o novo templo para Efraim foi anunciado, pensei em minha filha, que estava segura, a caminho de Fortaleza, e na próxima geração de missionários dessa cidade universitária, que protegerão sua fé no novo templo próximo a seu campus.
“O evangelho é o que me traz alegria”, disse a sister Valdez . A fé, acrescentou ela, é “algo simples”.
“Quer nossa fé seja grande ou pequena, os milagres podem acontecer.”