Quando a presidente geral da Sociedade de Socorro, a irmã Jean B. Bingham, era adolescente e morava na costa leste dos Estados Unidos, havia apenas dois outros membros da Igreja em sua escola, durante o ensino médio, além das suas irmãs.
Foi uma época de tumulto e divisão, com agitação nas cidades e diversos tumultos raciais, assim como guerras pelo mundo todo, e protestos locais contra a guerra. Um estilo de vida de “amor livre” e o uso de drogas promoveu o individualismo e criou desrespeito às normas morais. As diferenças de opinião sobre como o governo deveria funcionar separaram as pessoas em grupos violentamente rivais.
“Será que isso parece semelhante ao ambiente social que nossos jovens e jovens adultos enfrentam hoje?”, perguntou a irmã Bingham aos instrutores do Seminário e Instituto, durante um treinamento online transmitido na terça-feira, 26 de janeiro.
Sendo exposta a filosofias mundanas, a jovem Jean Bingham começou a questionar a verdade sobre o que havia aprendido em sua casa, disse ela. Felizmente, ela tinha a irmã Thomander como professora do Seminário – “uma mulher de cabelos grisalhos, séria, com muita experiência na Igreja e um profundo testemunho do evangelho”, relembrou ela.
Olhando para trás, a presidente Bingham disse que não se lembra de nenhum jogo, festa ou guloseima, “mas me lembro de ser desafiada, elevada e alimentada espiritualmente a cada dia. Nem todas as aulas eram com fogos de artifício e assobios, mas todos os dias eram animadores e reconfortantes, enquanto ela respondia com paciência e encorajamento às perguntas sinceras que os alunos faziam.”
A presidente Bingham usou a irmã Thomander para ilustrar um dos dois princípios que compartilhou durante o treinamento online, transmitido para instrutores do Seminário e Instituto do mundo todo.
Élder Paul V. Johnson, Setenta Autoridade Geral e Comissário de Educação da Igreja, e Chad H. Webb, administrador do Seminário e Instituto da Igreja, também compartilharam suas mensagens.
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Como professora de Seminário matutino por seis anos, a presidente Bingham classificou sua mensagem como: “O que eu gostaria de saber quando era professora do Seminário.”
O primeiro princípio que compartilhou com os professores foi ser como a Irmã Thomander, e dar aos alunos “alimento” espiritual.
Os jovens e jovens adultos de hoje precisam do alimento espiritual do evangelho para responderem às perguntas que surgem, e ajudá-los a resistirem às pressões que os empurrariam para fora do caminho do convênio, disse a presidente Bingham. “Eles podem lidar com isso. Eles precisam disso! … Podemos atender ao chamado: ‘Tive fome e destes-me de comer’ (Mateus 25:35).”
Em contraste com sua experiência com a irmã Thomander, a irmã Bingham teve um professor do Seminário que tinha “uma abordagem muito casual.”
“Aprendemos a não fazer perguntas doutrinárias porque suas respostas costumavam ser superficiais ou vagas, e não tínhamos certeza de que ele poderia ou iria respondê-las. O Seminário servia a um propósito social importante, mas não era uma experiência espiritual”, disse ela.
Nos tempos do Velho Testamento, um shofar, ou chifre de carneiro, era usado como trombeta para reunir o povo do Senhor para adoração, para alertar ou sinalizar instruções, explicou ela. “A irmã Thomander foi aquela trombeta para mim. Devemos ser essa trombeta, essa voz confiável de certeza da verdade eterna em face dos valores mundanos de rápida e constante mudança. Devemos dizer a verdade aos nossos alunos e ajudá-los a compreender tanto o ‘porquê’, quanto o ‘o quê.’”
O segundo princípio da presidente Bingham para os professores foi conectarem-se com genuína atenção. “Como nos conectamos com nossos alunos de maneira apropriada e significativa?” ela perguntou. Existem duas linguagens internacionais compreendidas por todos os jovens e jovens adultos: a linguagem do Espírito e a linguagem do amor.
A primeira linguagem, a do Espírito, é reconhecida por todos os que buscam a verdade e é comunicada de coração a coração, disse a Presidente Bingham.
“Ao buscarmos, ouvirmos e seguirmos os sussurros do Espírito Santo, receberemos inspiração sobre a maneira de falar a nossos alunos por meio do Espírito, de forma que eles entendam”, prometeu ela.
A outra linguagem que ajudará os professores a se conectarem com os alunos é a linguagem do amor. “Como professores, nosso impacto a longo prazo será diretamente influenciado pelo amor cristão que temos por nossos alunos”, disse a presidente Bingham.
Como professora do seminário, continuou , uma das maiores bênçãos foi poder estudar e aprender mais sobre o evangelho com os materiais fornecidos pelo Sistema Educacional da Igreja. No entanto, o objetivo desse estudo era estar totalmente preparada para dar aos alunos o que eles precisavam, e não para ser capaz de mostrar com entusiasmo suas descobertas pessoais.
“Vocês foram e continuarão a ser abençoados por sua oportunidade de aprender e ensinar o evangelho no Seminário e Instituto, mas seus alunos serão ainda mais abençoados se vocês se concentrarem mais no aprendizado deles do que no seu”, disse.
A presidente Bingham prometeu que o Senhor ajudará aqueles que se esforçam para equilibrarem as necessidades da família, do emprego ou das obrigações da comunidade.
“Ao orar, estudar e agir de acordo com a inspiração que receberem, vocês poderão dar a seus preciosos alunos, o alimento do evangelho — o sustento espiritual de que precisam para se tornarem os líderes, pais e mães que querem e devem ser nestes últimos dias”, declarou ela.
Um legado de mudança
Em seus comentários aos instrutores do Seminário e Instituto, Élder Johnson falou sobre o legado de mudança encontrado no Sistema Educacional da Igreja, ao comparar a história da educação da Igreja com sua própria história familiar.
Por exemplo, Sarah Jane Angell, sua trisavó, era apenas uma menina quando sua família morava em Kirtland, Ohio; Missouri e Nauvoo, Illinois. Ela chegou ao Vale do Lago Salgado em 1848 com 14 anos, e foi educada em quaisquer escolas que tivessem nas comunidades locais.
Seu avô, Alphalus, frequentou a faculdade Brigham Young em Logan, Utah, onde conheceu a avó do Élder Johnson. Em 1926, o programa do Instituto de Religião começou em Moscou, Idaho; em 1928, o segundo Instituto foi estabelecido em Logan, Utah. Os pais do Élder Johnson se conheceram em uma atividade do Instituto de Logan.
Élder Johnson conheceu sua esposa, a irmã Jill Johnson, em uma classe do Seminário em Monticello, Utah, e, em sua missão na Noruega, ele ajudou um rapaz com suas aulas do Seminário de estudo no lar, enquanto o Seminário e o Instituto se expandiam para diferentes partes do mundo. Os filhos do Élder Johnson frequentaram o Seminário depois da escola e agora seus netos estão em idade do Seminário e do Instituto.
Reconhecendo algumas das mudanças recentes no Seminário e Instituto, como o alinhamento do currículo com o “Vem, e Segue-Me” e a adaptação para aulas remotas durante a pandemia, Élder Johnson garantiu a seus ouvintes: “Estou torcendo por todos vocês, à medida que fazemos mudanças que serão adequadas ‘às condições’ da nova geração. Torço mais ainda porque essa nova geração inclui nossos netos.”
Élder Johnson compartilhou o exemplo do Presidente Russell M. Nelson, que ajudou a abrir os países da Europa Oriental para a pregação do evangelho. Quando questionado sobre as paradas e recomeços, falhas e altos e baixos nesse processo, o então Élder Nelson, respondeu: “O Senhor gosta do esforço. … Você está disposto a fazer coisas realmente difíceis? Depois de mostrar que está disposto a fazer a sua parte, Ele o ajudará.”
“Milagres exigem muito trabalho”, disse Élder Johnson. “Os milagres que almejamos exigirão um tremendo esforço de nossa parte.”
Apesar das mudanças, o objetivo dos Seminários e Institutos é claro e não mudou, afirmou ele. “Ainda nos esforçamos para abençoar esses jovens e ajudá-los a ‘compreender e confiar nos ensinamentos e na Expiação de Jesus Cristo, qualificarem-se para as bênçãos do templo e prepararem-se a si próprios, sua família e outras pessoas, para a vida eterna com seu Pai Celestial. ‘”