Menu

Deus requer que estejamos ‘quebrantados’, ao invés de quebrados, disse Bispo Budge aos estudantes da BYU

Durante dois verões do ensino médio, Bispo L. Todd Budge, segundo conselheiro no Bispado Presidente, foi enviado por seus pais de sua casa na Califórnia para trabalhar no negócio da família em Idaho — Budge’s Golden Sunshine Honey.

Em uma linda manhã de verão, o jovem Todd emprestou a motocicleta Suzuki 90cc de seu tio e subiu um desfiladeiro sentido sul da pequena comunidade agrícola na qual trabalhava. O céu azul, o sol brilhante e o vento em seu rosto foram empolgantes, até a motocicleta parar repentinamente, recordou Bispo Budge durante um devocional no campus da BYU na terça-feira, dia 2 de fevereiro. A gasolina havia acabado.

Crendo que seu tio ficaria chateado se abandonasse a motocicleta, ele empurrou a pesada moto por muitos quilômetros de volta para casa. Retornando à cidade bem depois do escurecer, sedento, faminto e exausto, ele explicou ao seu tio o que havia acontecido. Seu tio foi para a rua, sentou-se na moto, abriu um registro e ligou a motocicleta. Então ele explicou ao seu surpreso e envergonhado sobrinho que “as motocicletas possuem um tanque de reserva, caso a gasolina acabe. Tudo o que precisamos fazer é abrir o registro.”

“Quantos de nós passamos por dificuldades na vida, carregando cargas pesadas durante a parte mais quente do dia, confiando apenas em nossa própria força?”, perguntou Bispo Budge.

Ele então testificou sobre uma outra fonte de poder, como o tanque de reserva de gasolina, disponível a todos — “o infinito poder que se tornou possível através do sacrifício expiatório de Jesus Cristo.”

Estudantes reúnem-se no Marriott Center, campus da BYU em Provo, Utah, para ouvirem as palavras do Bispo L. Todd Budge no devocional semanal da universidade, no dia 2 de fevereiro de 2021.
Estudantes reúnem-se no Marriott Center, campus da BYU em Provo, Utah, para ouvirem as palavras do Bispo L. Todd Budge no devocional semanal da universidade, no dia 2 de fevereiro de 2021. | Crédito: Nate Edwards, BYU Photo

Ao discursar para estudantes reunidos no Marriott Center, campus da BYU em Provo, Utah, como também para outros milhares assistindo virtualmente, Bispo Budge compartilhou como indivíduos podem “abrir o registro” e permitir que o poder de Cristo flua em sua vida.

O Salvador ensinou aos nefitas que “o Pai ordena a todos os homens, em todos os lugares, que se arrependam e creiam em mim.” (3 Néfi 11:32).

Estes dois princípios fundamentais — o arrependimento e a crença — são as chaves para acessarmos o poder do sacrifício expiatório de Jesus Cristo, disse Bispo Budge.

Crença e arrependimento

Quando os filhos de Israel foram picados por serpentes ardentes no deserto, tudo o que precisavam fazer para serem curados era olharem para a serpente de bronze feita e hasteada por Moisés, porém, muitos não o fizeram.

“Vocês creem que olhar para Jesus nos curará?”, perguntou Bispo Budge.

Ele então explicou que crer e questionar não são ações mutualmente exclusivas. “É perfeitamente aceitável ter perguntas sobre nossa doutrina, história da Igreja, diretrizes da Igreja etc.”, disse ele. “Contudo, a lente pela qual enxergamos essas perguntas é o fator que determina se a nossa fé será fortalecida ou enfraquecida. Vocês buscam pela verdade com uma facilidade e disposição para acreditarem através da lente da fé, ou com ceticismo e incerteza?”

Néfi reconheceu que ele não sabia o significado de todas as coisas, porém sabia que Deus ama seus filhos (1 Néfi 11:17). “Néfi é um grande exemplo de alguém que estava disposto a prosseguir na fé, mesmo não tendo um entendimento perfeito de todas as coisas”, disse Bispo Budge, que então exortou seus ouvintes a procurarem por respostas com um coração disposto a crer e a se qualificarem para serem ensinados pelo Espírito.

Observando que o arrependimento é mais do que uma lista de tarefas, Bispo Budge disse: “ele requer que chequemos nosso coração e passemos pelas emoções de voltarmos nosso coração a Cristo.”

Crença e arrependimento requerem que indivíduos se voltem ao Senhor com corações quebrantados e espíritos contritos. Mas o que significa ter um coração quebrantado e um espírito contrito?

“É esse o sacrifício que Deus quer façamos — que soframos dores emocionais? Enquanto é verdade que o arrependimento não é fácil e envolve tristeza segundo Deus, Cristo ‘sofreu as dores de todos os homens’ (Doutrina e Convênios 18:11) para que ‘não precisem sofrer’ (Doutrina e Convênios 19:16) caso se arrependam e venham até Ele. Deus deseja que tenhamos felicidade e alegria, não dor e miséria”, disse Bispo Budge.

O sacrifício que Deus requer é como o Rei Benjamim descreve, de deixar de lado o homem natural, ou a vontade do homem, em submissão a Deus, continuou Bispo Budge. 

Bispo L. Todd Budge, segundo conselheiro no Bispado Presidente, discursa no Marriott Center na BYU, no devocional do campus no dia 2 de fevereiro de 2021.
Bispo L. Todd Budge, segundo conselheiro no Bispado Presidente, discursa no Marriott Center na BYU, no devocional do campus no dia 2 de fevereiro de 2021. | Crédito: Nate Edwards, BYU Photo

Um coração ‘quebrado’

Quando Bispo Budge estava servindo como presidente de missão, ele ponderou sobre o relacionamento entre deixar de lado o homem natural e ter um coração quebrantado. A imagem de um treinador de cavalos “quebrando” um animal selvagem ou “natural” veio à sua mente.

Logo depois ele encontrou um livro intitulado “Um coração quebrado”, escrito por um treinador de cavalos cristão, que lhe proporcionou novas perspectivas e paralelos entre “quebrar” um cavalo e “como Deus estava trabalhando comigo, com meus missionários e com muitos outros nas escrituras.”

Bispo Budge observou que o título do livro é um coração “quebrado”, não um coração quebrantado. No livro, o autor explica que um cavalo selvagem que tenha sido domado não é quebrado durante o processo, mas descobre a alegria e a liberdade de se tornar um com seu mestre — de estar quebrado, não quebrantado.

“Da mesma forma, a intenção de Deus não é nos ‘quebrar’, mas de nos redimir”, disse Bispo Budge.

Ele então descreveu o método de se “quebrar” um cavalo, conforme explicado no livro.

O primeiro passo é estabelecer direção. “O objetivo é que o cavalo mova suas patas na direção em que o treinador quer que ele vá. Isto é feito ao se aplicar pressão: apontando, estalando a língua ou batendo no chão. O cavalo pode pinotear e sair correndo, tentar pular o cercado ou nem sair do lugar, o que é chamado de ficar “empacado”.

Assim como um freio é usado para ensinar e treinar um cavalo selvagem a se submeter à vontade de seu mestre, os membros da Igreja devem frear suas paixões.
Assim como um freio é usado para ensinar e treinar um cavalo selvagem a se submeter à vontade de seu mestre, os membros da Igreja devem frear suas paixões. | Crédito: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

O segundo objetivo, disse Bispo Budge, é fazer com que o cavalo “olhe para o treinador com seus dois olhos.” Olhar para um treinador com os dois olhos coloca o cavalo em uma posição vulnerável, porque suas pernas traseiras são suas armas mais poderosas. Se o cavalo olha para o treinador com seus dois olhos, “o treinador o deixa descansar; do contrário, ele faz com que o animal se mova novamente apontando, estalando a língua ou batendo no chão.

O terceiro objetivo é fazer com que o cavalo mude de direção. “Após fazer com que o cavalo o veja com seus dois olhos, o treinador recua aproximadamente meio metro e aponta para a direção oposta. O propósito é fazer com que o cavalo mude de direção ao comando do treinador”, disse Bispo Budge.

O último objetivo é estabelecer um lugar de descanso no centro do cercado. “O cavalo começa a entender que, quanto mais próximo do treinador, mais descanso e paz ele terá. O cavalo aprende que, quando se submete à pressão aplicada pelo treinador, finalmente ele terá um descanso.”

Desejar, perguntar, requerer e descansar

Para ajudar a si mesmo a lembrar do modelo, Bispo Budge disse que resumiu cada objetivo com uma palavra: desejar, perguntar, requerer e descansar.

No primeiro objetivo — estabelecer direção ou desejo — Deus está no centro de nossa vida individualmente e aponta, estala a língua ou bate no chão “para fazer com que movamos nossos pés”, disse Bispo Budge. “Ele quer que comecemos a nos mover — que confiemos Nele. Ele quer que iniciemos o processo de alinharmos nossos desejos ao Seu.”

No segundo objetivo, perguntar, o Senhor convida os indivíduos a “olharem-No com dois olhos”, disse Bispo Budge, “que significa procurarmos Sua face, orarmos com um coração sincero e com real intenção para sabermos a Sua vontade em nossa vida. O Senhor ama quando Lhe fazemos perguntas.

O terceiro objetivo — “mudar de direção” ou requerer — envolve o convite do Senhor para mudarmos de direção, com base no entendimento de Sua vontade.  “Arrependimento significa mudança. Significa entregarmos nossos corações a Deus com facilidade e disposição para nos movermos na direção que Ele requer.”

No meio do quarto objetivo — de “estabelecer um lugar de descanso” ou repouso — Deus estende Seu descanso. “Ao nos voltarmos para o Salvador e nos aproximarmos Dele, Ele alivia a pressão e nos concede descanso. O Salvador ensinou: ‘Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mateus 11:28-30).

Bispo L. Todd Budge, segundo conselheiro no Bispado Presidente, discursa no Marriott Center na BYU, no devocional do campus no dia 2 de fevereiro de 2021.
Bispo L. Todd Budge, segundo conselheiro no Bispado Presidente, discursa no Marriott Center na BYU, no devocional do campus no dia 2 de fevereiro de 2021. | Crédito: Nate Edwards

Todos temos cercados em nossas vidas, disse Bispo Budge, ou seja, situações que nos desafiam e que fazem com que cresçamos.” Essas situações podem ser consequências negativas do pecado ou resultados dos desafios e oportunidades da vida. 

“Como Deus está obtendo sua atenção? Vocês estão pinoteando, chutando e tentando pular o cercado, ou talvez culpando Deus por sua situação? Perguntou Bispo Budge. “Ao voltaram-se a Deus e não se afastarem Dele, suas experiências no ‘cercado’ não os quebrarão, mas os redimirão.”

Ao invés de resistir, Bispo Budge motivou seus ouvintes a se humilharem perante Deus e permitirem que Ele eduque seus desejos. “Olhem para Ele com dois olhos. Sim, vocês podem se sentir um pouco vulneráveis, mas lembrem-se de que Ele os ama — e vocês podem confiar Nele.” 

Bispo Budge disse aos estudantes que, quando souberem o que Ele requer, devem se comprometer a fazê-lo.

Ao fazerem isso, “vocês poderão acalmar seus medos e encontrar paz e descanso para sua alma”, prometeu Bispo Budge.

Concluindo, Bispo Budge testificou que “Jesus Cristo é o gentil e bondoso Deus que está no centro de nossas vidas. Ele convida cada um de nós a nos arrependermos e acreditarmos, com um coração quebrantado e o espírito contrito, para que o poder de Seu sacrifício expiatório possa fluir em nossa vida. Ao contrário do tanque de reserva da motocicleta, as bênçãos de Sua expiação são ‘infinitas e eternas’, como uma fonte de água [viva] que salta para a vida eterna (João 4:13-14)’.”

NEWSLETTER
Receba destaques do Church News entregues semanalmente na sua caixa de entrada grátis. Digite seu endereço de e-mail abaixo.