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Maio é o Mês da Saúde Mental. Leia o que líderes da Igreja têm ensinado a respeito

Élder Dale G. Renlund, do Quórum dos Doze Apóstolos, fala sobre a prevenção do suicídio em uma série de vídeos produzidos pela Igreja. Crédito: Captura de tela
Presidente Dallin H. Oaks, primeiro conselheiro na Primeira Presidência, saúda os membros de uma congregação de jovens casais de nove estacas na área de Los Angeles, antes de um devocional, realizado na sede da Estaca Los Angeles Califórnia Santa Monica,
Durante o evento De irmã para irmã da Conferência de Mulheres da BYU, a irmã Michelle Craig, a irmã Susan Porter e a irmã Sharon Eubank responderam a perguntas sobre expectativas não atendidas, saúde mental e vozes das mulheres na Igreja. Crédito: Nate Edwards, BYU Photo
Élder Jeffrey R. Holland e sua esposa, irmã Patricia Holland, acenam ao sair do púlpito após a sessão da tarde de domingo da 183ª Conferência Geral Semestral de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, no dia 6 de outubro de 2013, no Centro d Crédito: Scott G Winterton, Deseret News
Sister Reyna Isabel Aburto, second counselor in the Relief Society general presidency, speaks during the Sunday morning session of the 191st Annual General Conference on April 4, 2021. Crédito: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
Irmã Carole M. Stephens. Crédito: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

Os líderes de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias ensinaram muitas vezes sobre a importância da saúde mental. Confira algumas das coisas que disseram sobre a realidade da doença e como lidar com as várias dificuldades relacionadas com saúde mental. 

A realidade dos desafios da saúde mental

A irmã Reyna Isabel Aburto, segunda conselheira na presidência geral da Sociedade de Socorro, ensinou durante seu discurso na conferência geral de outubro de 2019: “… é normal às vezes ficarmos tristes ou preocupadas. A tristeza e a ansiedade são emoções humanas naturais. No entanto, se estamos constantemente tristes e se nossa dor bloqueia nossa capacidade de sentir o amor do Pai Celestial, de Seu Filho e a influência do Espírito Santo; então, talvez estejamos sofrendo de depressão, ansiedade ou outra dificuldade emocional.”

A causa da depressão ou ansiedade às vezes pode ser identificada, mas nem sempre, explicou ela. “Nosso cérebro pode sofrer por estresse ou intensa fadiga, que, às vezes, pode se resolver com ajustes na dieta, no sono e com exercícios”, disse ela. “Em outros, também há a necessidade de terapia ou de medicação sob a orientação de profissionais treinados.”

Doenças mentais ou emocionais não tratadas podem levar ao aumento do isolamento, de mal-entendidos, de relacionamentos desfeitos, de autoflagelo e até de suicídio, disse a irmã Aburto. “Sei disso por experiência própria porque meu pai se suicidou há muitos anos. A morte dele foi chocante e dolorosa para minha família e para mim. Levei anos para superar minha dor, e só recentemente aprendi que, na verdade, falar sobre suicídio de maneira apropriada ajuda a evitá-lo, em vez de encorajá-lo.”

Em um devocional com jovens recém-casados em 2018 na área de Los Angeles, o Presidente Dallin H. Oaks, primeiro conselheiro na Primeira Presidência, reconheceu a prevalência de conflitos de saúde mental.

“Estudiosos relataram em 2014 que 1 em cada 5 pessoas da população americana, entre 18 e 25 anos de idade, tinha uma doença mental”, disse Presidente Oaks.

Além disso, entre 2008 e 2016, houve um aumento de 40% nos estudantes universitários sendo diagnosticados ou recebendo tratamento para depressão, e um aumento de 70% no diagnóstico ou tratamento para ansiedade, disse Presidente Oaks. “Verdadeiramente, estes são tempos diferentes para sua geração.”

Presidente Dallin H. Oaks, primeiro conselheiro na Primeira Presidência, saúda os membros de uma congregação de jovens casais de nove estacas na área de Los Angeles, antes de um devocional, realizado na sede da Estaca Los Angeles Califórnia Santa Monica, na sexta-feira, dia 24 de agosto de 2018.
Presidente Dallin H. Oaks, primeiro conselheiro na Primeira Presidência, saúda os membros de uma congregação de jovens casais de nove estacas na área de Los Angeles, antes de um devocional, realizado na sede da Estaca Los Angeles Califórnia Santa Monica, na sexta-feira, dia 24 de agosto de 2018.

Buscar ajuda médica

A irmã Aburto explicou que “como qualquer outra parte do corpo, o cérebro está sujeito a doenças, traumas e desequilíbrios químicos. Quando nossa mente está sofrendo, é apropriado buscar a ajuda de Deus, daqueles à nossa volta e de profissionais de saúde física e mental”.

Durante a Conferência de Mulheres da BYU de 2021, a irmã Michelle D. Craig, primeira conselheira na presidência geral das Moças disse: “Uma coisa que aprendi é que um dos efeitos colaterais da depressão clínica é sentir-se entorpecido e não sentir o Espírito. É muito importante que as pessoas percebam que isso não é uma indicação de sua dignidade ou de seu valor quando sentem isso ou não sentem nada.”

Ela incentivou o uso dos recursos disponíveis em saúde mental, tais como médicos e medicamentos. “Cuidem de sua saúde física e espiritual”, disse a irmã Craig. “Às vezes só precisamos segurar na mente o que não sentimos no momento no coração.”

Em seu discurso na conferência geral de outubro de 2013, Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos, aconselhou aqueles que estão enfrentando desafios de saúde mental a “buscar aconselhamento com pessoas respeitáveis com treinamento certificado, habilidades profissionais e bons valores. … Se vocês tiverem apendicite, Deus espera que procurem uma bênção do sacerdócio e também o melhor atendimento médico disponível. O mesmo se dá com os distúrbios emocionais. Nosso Pai Celestial espera que usemos todos os maravilhosos dons que Ele concedeu nesta maravilhosa dispensação.”

O falecido Élder Alexander B. Morrison, Setenta Autoridade Geral emérita, deu instruções durante uma reunião em 2006 em Salt Lake City para a representação de Utah da Aliança Nacional para Doenças Mentais. “Apesar do fato de que os medicamentos estão longe de ser perfeitos e podem causar sérios efeitos colaterais indesejáveis e nocivos, muitos medicamentos são eficazes contra uma ou mais formas de doenças mentais”, disse ele. “Além disso, psicólogos qualificados têm à disposição uma série de regimes terapêuticos que não requerem a administração de drogas, e que são de grande valor, e até mesmo terapêuticos, para quem sofre destas doenças.”

Durante o evento De irmã para irmã da Conferência de Mulheres da BYU, a irmã Michelle Craig, a irmã Susan Porter e a irmã Sharon Eubank responderam a perguntas sobre expectativas não atendidas, saúde mental e vozes das mulheres na Igreja.
Durante o evento De irmã para irmã da Conferência de Mulheres da BYU, a irmã Michelle Craig, a irmã Susan Porter e a irmã Sharon Eubank responderam a perguntas sobre expectativas não atendidas, saúde mental e vozes das mulheres na Igreja. | Crédito: Nate Edwards, BYU Photo

Mostrar compaixão por aqueles com doenças mentais

“Alguns dos fardos mais pesados suportados pelos portadores de doenças mentais e suas famílias são o preconceito, a ignorância e a incompreensão que caracterizam as atitudes de muitos na sociedade em relação aos doentes mentais. Muitas vítimas, e suas famílias, sentem, por bons motivos, que serão ridicularizadas, que vão falar pelos cantos sobre elas ou serão até mesmo evitadas, se admitirem que têm doença mental e procurarem ajuda para seus distúrbios”, disse Élder Morrison.

No vídeo “Entender o Suicídio”, Élder Dale G. Renlund do Quórum dos Doze Apóstolos ensinou: “Sabemos por todas as estatísticas que alguém na ala está sofrendo, alguém está tendo pensamentos suicidas em sua ala, e ao nos reunirmos como famílias, igrejas e comunidade, podemos fazer melhor do que estamos fazendo agora. … Esta é a maneira de diminuir qualquer tipo de constrangimento, reduzir qualquer tipo de estigma e ganhar mais compreensão sobre o processo.”

Élder Dale G. Renlund, do Quórum dos Doze Apóstolos, fala sobre a prevenção do suicídio em uma série de vídeos produzidos pela Igreja.
Élder Dale G. Renlund, do Quórum dos Doze Apóstolos, fala sobre a prevenção do suicídio em uma série de vídeos produzidos pela Igreja. | Crédito: Captura de tela

Ele enfatizou a importância da Igreja “como comunidade, reunindo-se e ajudando uns aos outros durante esta vida.” 

“O que precisamos fazer como Igreja é estender a mão com amor e cuidar daqueles que têm pensamentos suicidas, que tentaram o suicídio e se sentem marginalizados de qualquer forma. Precisamos estender a mão com amor e compreensão, e fazemos isso em conjunto com profissionais de saúde, e com líderes eclesiásticos, com o apoio de amigos e familiares.”

Os discípulos de Jesus Cristo fizeram um convênio com Deus para estarem “dispostos a carregar os fardos uns dos outros” e “a chorar com os que choram” (Mosias 18:8-9). 

“Isto pode incluir se informar sobre doenças emocionais, encontrar recursos que possam ajudar a enfrentar estas dificuldades e, em última instância, achegar a nós mesmos e outras pessoas a Cristo, que é o Mestre que Cura”, ensinou a irmã Aburto. “Mesmo se não soubermos como nos relacionar com o que os outros estão passando, validar que sua dor é real pode ser um primeiro passo importante para encontrar compreensão e cura.”

Ela continuou a sugerir como ajudar aqueles que sofrem de depressão severa e, como resultado, procuram “distanciar-se dos santos porque sentem que não se encaixam em algum molde imaginário.” 

“Podemos ajudá-los a saber e a sentir que realmente fazem parte de nosso círculo. É importante reconhecer que a depressão não é resultado de fraqueza nem é normalmente resultante do pecado”, disse a irmã Aburto. “Ela ‘prospera quando mantida em segredo e diminui quando recebe empatia’. Juntos, podemos romper as nuvens do isolamento e do preconceito para que o fardo da vergonha seja removido e os milagres de cura possam ocorrer.”

Enquanto Deus está operando tais reparos, “o restante de nós pode ajudar, sendo misericordioso, bondoso, sem julgamentos”, disse Élder Holland.

A irmã Aburto fez um convite para “que sigamos o caminho do Salvador, aumentando nossa compaixão, diminuindo nossa tendência de julgar e deixando de ser os inspetores da espiritualidade alheia.” Ouvir com amor, ela disse, é “um dos maiores presentes que podemos oferecer, e podemos ajudar a carregar fardos ou dissipar as nuvens pesadas que sufocam nossos entes queridos e amigos para que, por meio de nosso amor, eles possam sentir novamente o Espírito Santo e perceber a luz que emana de Jesus Cristo”.

Irmã Reyna Isabel Aburto discursa na sessão de domingo de manhã, dia 4 de abril de 2021, da 191ª Conferência Geral Anual de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Irmã Reyna Isabel Aburto discursa na sessão de domingo de manhã, dia 4 de abril de 2021, da 191ª Conferência Geral Anual de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. | Crédito: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

Evitar a vergonha

No evento De irmã para irmã da Conferência de Mulheres da BYU de 2021, foram enviadas milhares de perguntas sobre estresse, ansiedade e saúde mental.

“Muitas pessoas perguntaram sobre culpa versus vergonha, o que acho que é algo muito importante”, disse a irmã Sharon Eubank, primeira conselheira na presidência geral da Sociedade de Socorro. “Culpa é (quando) nossa consciência diz que um comportamento provavelmente não esteja de acordo com nossos valores; vergonha é o sentimento de ‘sou um fracasso, há algo de errado em mim, sou um desastre e não tenho conserto’. Em minha opinião pessoal, a vergonha não ajuda em nada.”

Élder Holland enfatizou o fato de que doenças mentais e distúrbios emocionais “fazem parte da realidade da vida, e não se deveria mais ser vergonhoso admiti-las do que admitir uma batalha contra a pressão alta ou o surgimento súbito de um tumor maligno”.

“Somos infinitamente mais do que nossas limitações e nossas aflições!”, declarou ele.

Se abrir sobre os desafios emocionais é crucial, porque, ao fazê-lo, “damos aos outros permissão para compartilhar suas dificuldades”, disse a irmã Aburto. “Juntos, descobrimos que há esperança e que não precisamos sofrer sozinhos.”

Além disso, por causa de um “espinho na carne”, “podemos pode ter a capacidade de sentir mais compaixão pelos outros”, explicou a irmã Aburto. “Quando guiadas pelo Espírito Santo, contem sua história a fim de “socorrer os fracos, erguer as mãos que pendem e fortalecer os joelhos enfraquecidos.”

Durante um devocional feito para os estudantes da BYU-Hawaii em junho de 2019, Presidente Oaks compartilhou um ponto de vista sobre um possível fator de ansiedade, a oportunidade crescente de comparar a vida de uma pessoa com outras usando a tecnologia e as mídias sociais.

“Tais comparações [de pessoa para pessoa] são contrárias ao ensino das escrituras, que não somos obrigados a correr mais rápido do que nossas forças nos permitam”, disse Presidente Oaks. “Nosso amoroso Salvador nos julgará individualmente, não de acordo com o desempenho de nossos colegas.”

Élder Jeffrey R. Holland e sua esposa, irmã Patricia Holland, acenam ao sair do púlpito após a sessão da tarde de domingo da 183ª Conferência Geral Semestral de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, no dia 6 de outubro de 2013, no Centro de Conferências.
Élder Jeffrey R. Holland e sua esposa, irmã Patricia Holland, acenam ao sair do púlpito após a sessão da tarde de domingo da 183ª Conferência Geral Semestral de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, no dia 6 de outubro de 2013, no Centro de Conferências. | Crédito: Scott G Winterton, Deseret News

O papel do Salvador

Não importa as incertezas sobre as causas da ansiedade, o evangelho dá esperança e segurança, bem como perspectivas para compreender o propósito da vida e o papel da oposição, ensinou Presidente Oaks.

Em um discurso na conferência geral de outubro de 2016, a irmã Carole M. Stephens, na época primeira conselheira na presidência geral da Sociedade de Socorro, prestou testemunho da capacidade do Salvador de consolar, suster e curar em meio às “realidades da mortalidade, tais como desastres, doença mental, enfermidades, dor crônica e morte.” 

Ela compartilhou a história de uma moça com transtorno bipolar, que descreveu um de seus dias mais sombrios à irmã Stephens:

“Consigo me lembrar de soluçar e lágrimas correndo pelo meu rosto enquanto respirava ofegante. Mas até mesmo um sofrimento tão intenso pareceu ínfimo em comparação com a dor que se seguiu, pois observei o pânico devastar minha mãe, tão desesperada para me ajudar. … Mal sabíamos que, apesar da escuridão crescente, estávamos a momentos de presenciar um poderoso milagre. … Quando eu estava convencida de que não aguentava mais, só então algo maravilhoso ocorreu. Um poder transcendente e maravilhoso tomou conta de meu corpo de repente. Então, com uma ‘força além da minha’, declarei à minha mãe, com grande convicção, oito palavras que mudaram minha vida, em resposta ao seu desejo repetido de carregar minha dor. Disse: ‘Não precisa fazer isso; Alguém já o fez.’”

Irmã Carole M. Stephens.
Irmã Carole M. Stephens. | Crédito: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

Embora esta moça não tenha sido completamente curada naquele dia, ela recebeu luz em um momento de escuridão. “E hoje, apoiada por uma compreensão da doutrina de Cristo e refrescada diariamente pela água viva do Salvador, ela continua sua jornada em direção à cura e exerce uma fé inabalável no Mestre que Cura”, disse a irmã Stephens. 

Élder Holland ensinou que, em meio ao sofrimento mental e emocional, “a maior garantia no plano de Deus é que um Salvador nos foi prometido, um Redentor que, por meio de nossa fé Nele, nos elevaria vitoriosos desses testes e dessas provações, embora o custo para isso fosse inimaginável, tanto para o Pai, que O enviou, quanto para o Filho, que veio. É apenas nossa gratidão por esse amor divino que torna nosso próprio sofrimento, que é menor, a princípio suportável, depois compreensível e, por fim, redentor.”

Acima de tudo, disse Élder Holland, nunca perca a fé no Pai Celestial, que nos ama mais do que podemos compreender. 

“Como disse Presidente Monson… ‘Esse amor nunca muda. … Está lá para vocês quando estiverem tristes ou felizes, desanimados ou esperançosos. O amor de Deus está lá para vocês, quer sintam que o mereçam ou não. Ele está sempre lá, simples assim.’”

“Nunca, jamais duvide disso e nunca endureça o coração”, disse Élder Holland. “Busque fielmente as práticas devocionais comprovadas pelo tempo que trazem o Espírito do Senhor em sua vida. Procure o conselho daqueles que possuem chaves para o seu bem-estar espiritual. Peça e valorize as bênçãos do sacerdócio. Tome o sacramento toda semana, e mantenha-se fiel às promessas de aperfeiçoamento da Expiação de Jesus Cristo.

“Acredite em milagres. Vi tantos deles chegarem quando todas as outras indicações diziam que a esperança estava perdida. A esperança nunca se perde. Se esses milagres não acontecerem logo ou completamente ou aparentemente, lembre-se do exemplo angustiado do próprio Salvador: Se o cálice amargo não passar, beba-o e seja forte, confiando em dias mais felizes à frente.”

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