Um tema semelhante pode ser encontrado nas três mensagens de conferência geral dadas pela irmã Reyna Isabel Aburto desde que foi apoiada como segunda conselheira na presidência geral da Sociedade de Socorro: “Precisamos uns dos outros.”
Em seu discurso na conferência geral de abril de 2018 “Unânimes”, ela disse: “Meninas e meninos, moças e rapazes, irmãs e irmãos, estamos juntos nessa jornada. Para alcançar nosso destino sublime, precisamos uns dos outros e precisamos ser unidos.”
Dezoito meses depois, em outubro de 2019, a irmã Aburto abordou o tema da saúde mental à luz deste apelo de um hino amado: “Comigo habita, ó Deus, a noite vem!” Ela falou abertamente sobre o suicídio de seu pai e sobre a crise de depressão de sua filha.
“Quando falamos de nossos desafios emocionais, admitindo que não somos perfeitos, damos a outras pessoas uma oportunidade para compartilharem suas dificuldades”, disse ela. “Juntos, descobrimos que há esperança e que não precisamos sofrer sozinhos.”
Durante a conferência geral de abril de 2021, a irmã Aburto compartilhou a história de ter perdido seu irmão durante um terremoto devastador, e testificou que, através da Expiação e Ressurreição de Jesus Cristo, “corações despedaçados podem ser curados, a angústia pode se transformar em paz e o desespero pode se tornar esperança.”
Recentemente, a irmã Aburto participou em um episódio do podcast do Church News [apenas em inglês] para falar a respeito do que ela aprendeu sobre a saúde mental e a importância da conexão humana por meio da experiência pessoal e das escrituras. O episódio do podcast foi lançado hoje, dia 29 de junho.
A respeito de sua decisão de abordar esses temas em seus discursos nas conferências gerais, ela disse ao Church News: “Eu gostaria de testificar que, na verdade, essas mensagens vêm do Senhor. ….
“Meu maior desejo é testificar que há esperança. Há esperança no Salvador. Há esperança em Suas promessas. Há esperança em Sua Expiação e Sua capacidade de nos guiar e nos proporcionar cura, paz e esperança nesta vida.”
Problemas de saúde mental podem afetar qualquer pessoa, em qualquer lugar, disse a irmã Aburto. “Se nos sentimos tristes, se sentimos que não podemos controlar nossas emoções e se, às vezes, sentimos que não podemos continuar, não devemos nos envergonhar por isso. Apenas precisamos compreender que temos um problema e pedir ajuda. Primeiro ao nosso Pai Celestial e ao nosso Salvador, e a outras pessoas.” Ela ressaltou a importância de procurarmos ajuda profissional.
Quando seu pai se suicidou há cerca de 20 anos, “eu me fechei um pouco sobre o assunto, de maneira que realmente não falava muito a respeito disso”, admitiu ela. “Quando meus filhos nasceram, e à medida que cresciam, eu praticamente escolhi não falar sobre isso. Ao longo dos anos, não lhes contei os detalhes de como ele havia morrido.”
No entanto, enquanto preparava seu discurso para a conferência de outubro de 2019, ela compreendeu que, “Não posso ir e dizer a outras pessoas para se abrirem e serem vulneráveis, para se ajudarem mutuamente e para evitarem esse tipo de problema, se não estou disposta a conversar com minha família.”
Poucos meses antes daquela conferência geral, ela se sentou com seus filhos e lhes contou pela primeira vez como seu pai havia morrido.
“Foi algo tão aliviante porque, como vocês podem imaginar, choramos muito, e lamentamos juntos”, lembrou ela. “Eles me consolaram. Eles sofreram comigo. E para mim, foi uma experiência tão bonita poder finalmente lhes contar e chorar com eles.
“É por isso que é tão importante não tentarmos esconder nossos sentimentos, especialmente das pessoas que nos amam. … Parte desse processo de cura envolve outras pessoas, e se elas souberem o estamos passando, serão então capazes de nos ajudar. E juntos, podemos nos voltar ao Salvador, e Ele pode proporcionar a cura que precisamos por meio de Sua Expiação, Seu poder e Seu amor.”
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A irmã Aburto incentivou os ouvintes do podcast a evitarem julgar as pessoas que batalham com a saúde mental. “Sinto que esse é um dos problemas que envolve a saúde mental, porque há muito ceticismo”, disse ela.
Às vezes, pode ser difícil para alguém reconhecer ou compreender o que outras pessoas estão passando, caso não tenha experienciado suas próprias dificuldades com a saúde mental. “Porém, creio que, se pararmos para ouvi-las com sinceridade, para compreendermos verdadeiramente o que estão passando e para enchermos nossos corações de empatia, então perceberemos que são problemas reais”, disse ela.
Ao sermos sensíveis e compassivos, e ao validarmos a dor dos outros, “aprendemos que esses problemas são reais e que cada um de nós pode realmente fazer algo para ajudar.”
A irmã Aburto disse que costumava sentir que era a única pessoa que havia experienciado algo difícil em seu passado. “Contudo, à medida que nos abrimos uns com os outros e compartilhamos nossas dificuldades com outras pessoas, percebemos que não estamos sozinhos. As coisas pelas quais passamos podem nos dar força, compaixão e empatia que nos permitirão ajudar uns aos outros em nossa jornada.”
Ela testificou: “Sei que temos um Salvador e Redentor, que tem todo poder, desejo e amor para nos ajudar todas as vezes que O buscarmos. Ele já sofreu todas as coisas. Ele nos entende. Ele sabe o que estamos passando. Ele está sempre disposto a nos ouvir e nos ajudar em nossas dificuldades. …
“Por causa disso, podemos receber Sua força e Seu poder, e Ele pode nos curar. Ele fez isso por mim, e vi o mesmo acontecer na vida de muitas pessoas ao meu redor.”