Menu

Finalmente em casa: identificados e enterrados restos mortais de marinheiro de Pearl Harbor

Uma Guarda de Honra da Marinha dos E.U.A. carrega o caixão do bombeiro de 2ª classe, Carl M. Bradley, que tinha 19 anos em 7 de dezembro de 1941, durante o ataque a Pearl Harbor. Ele estava entre os mais de 400 mortos a bordo do U.S.S. Oklahoma, mas cujos Crédito: Julie Dockstader Heaps
Carl Merrill Bradley, bombeiro de 2ª classe da Marinha dos E.U.A., de Shelley, Idaho, foi morto a bordo do U.S.S. Oklahoma durante o ataque a Pearl Harbor em 7 de dezembro de 1941. Crédito: Defense POW/MIA Accounting Agency
O U.S.S. Oklahoma. Crédito: Wikipédia
O Capitão da Marinha dos Estados Unidos, Brian Anderson, apresenta a bandeira de 48 estrelas em um memorial para Karen Little, durante o enterro militar de seu irmão, Carl, que foi morto em Pearl Harbor há 80 anos. A bandeira de 48 estrelas era a bandeira Crédito: Julie Dockstader Heaps
Um capacete e um rifle do Exército dos E.U.A., sobre os quais estão penduradas as placas de identificação de Lynn Bradley, uma caixa da estrela de bronze da Segunda Guerra Mundial, está ao lado do caixão do irmão mais novo de Lynn, Carl, que voltou para c Crédito: Julie Dockstader Heaps
A última carta conhecida do bombeiro da Marinha, Carl M. Bradley, para sua irmã mais nova, Blanche, foi escrita em novembro de 1941. Ela não chegou a Shelley, Idaho, até depois do ataque a Pearl Harbor em 7 de dezembro de 1941, quando ele morreu no U.S.S. Crédito: Julie Dockstader Heaps
Uma guarda de honra da Marinha dos EUA carrega o caixão do bombeiro de 2ª classe da Marinha do E.U.A, Carl M. Bradley, no enterro militar para o Marinheiro do U.S.S Oklahoma que morreu em Pearl Harbor, mas cujos restos mortais não foram identificados até Crédito: Julie Dockstader Heaps
Karen Bradley Little, segurando a bandeira dobrada, senta-se com seu marido, John Little, um veterano, momentos antes de membros da Legião Americana local oferecerem a tradicional saudação de 21 tiros e tocarem o toque honorário de clarim de silêncio dura Crédito: Julie Dockstader Heaps
Matt Bradley explica a importância das placas de identificação, capacete e rifle para seu filho, Bohdy, de 8 anos, após o enterro militar do seu tio-bisavô, Carl M. Bradley, que morreu em 7 de dezembro de 1941, em Pearl Harbor. O marinheiro do U.S.S. Okla Crédito: Julie Dockstader Heaps
Karen Little, à esquerda, da Ala Rancho Reata, Estaca Kennewick Washington West, segura carinhosamente a bandeira dobrada que cobria o caixão de seu irmão, Carl Bradley, que finalmente foi identificado por DNA pela Defense POW/MIA Accounting Agency e volt Crédito: Julie Dockstader Heaps
Uma guarda de honra da Marinha dos EUA levanta a bandeira americana do caixão do Bombeiro da Marinha da 2ª classe Carl M. Bradley, que tinha 19 anos quando Pearl Harbor foi atacado em 7 de dezembro de 1941. Ele estava entre os 429 mortos a bordo do U.S.S. Crédito: Julie Dockstader Heaps
Membros da Legião Americana local ficam em pé momentos depois de oferecer a saudação tradicional de 21 tiros e toque de clarim durante o enterro de honra de Carl M. Bradley, nativo de Shelley, Idaho, que morreu há 80 anos em Pearl Harbor no U.S.S. Oklahom Crédito: Julie Dockstader Heaps
Motoqueiros da Guarda Patriota de Idaho observam o carro funerário carregando os restos mortais do bombeiro de 2ª classe da Marinha dos E.U.A., Carl M. Bradley, que morreu em Pearl Harbor há 80 anos no U.S.S. Oklahoma. Depois de uma espera de oito décadas Crédito: Julie Dockstader Heaps
Bandeiras alinham-se em uma estrada rural para o cemitério Hillcrest nos arredores de Shelley, Idaho, para homenagear o esperado retorno dos restos mortais do menino local, Carl M. Bradley, que morreu em 7 de dezembro de 1941, a bordo do U.S.S. Oklahoma. Crédito: Julie Dockstader Heaps

SHELLEY, Idaho — Carl M. Bradley teria 99 anos se tivesse vivido até seu aniversário em maio passado. Ele poderia ter sido avô várias vezes e talvez um centenário. Mas o marinheiro a bordo do U.S.S. Oklahoma morreu em 7 de dezembro de 1941, em Pearl Harbor.

Carl Merrill Bradley, bombeiro de 2ª classe da Marinha dos E.U.A., de Shelley, Idaho, foi morto a bordo do U.S.S. Oklahoma durante o ataque a Pearl Harbor em 7 de dezembro de 1941.
Carl Merrill Bradley, bombeiro de 2ª classe da Marinha dos E.U.A., de Shelley, Idaho, foi morto a bordo do U.S.S. Oklahoma durante o ataque a Pearl Harbor em 7 de dezembro de 1941. | Crédito: Defense POW/MIA Accounting Agency

Portanto, para sua família — e uma pequena cidade rural no sudeste de Idaho — ele sempre terá 19 anos.

Tal foi o legado — e valor inesquecível — dado ao bombeiro da Marinha, 2ª classe, Carl Merrill Bradley em um dia ensolarado, sábado, 26 de junho, em um pequeno cemitério nos arredores de Shelley, Idaho. Oito décadas depois que o jovem foi morto no ataque em Pearl Harbor, com a tecnologia de DNA finalmente reconhecendo seus restos mortais, um caixão coberto com uma bandeira norte-americana foi enviado para casa para cerimônias fúnebres militares, a poucos quilômetros da casa cinza da família, onde ele foi criado com 12 irmãos.

Para receber as duas bandeiras americanas cerimoniais no cemitério Hillcrest, estava a mais jovem e única sobrevivente dos filhos de Amos Melvin e Hazel McGary Bradley. Karen Bradley Little tinha apenas 5 anos quando seus pais receberam aquele telegrama comovente da Western Union em 22 de dezembro de 1941, três dias antes do Natal.

Agora com 84 anos e cabelos brancos, ela estava com a família e olhou para o caixão de seu irmão mais velho. Em suas mãos estava a primeira bandeira, uma com 50 estrelas que cobria o caixão de seu irmão, removida e dobrada por um Guarda de Honra da Marinha. A segunda, segurada por seu marido, John Little, era uma bandeira de 48 estrelas — a bandeira oficial dos E.U.A durante a Segunda Guerra Mundial — colocada em uma caixa de madeira em forma de triângulo.

O Capitão da Marinha dos Estados Unidos, Brian Anderson, apresenta a bandeira de 48 estrelas em um memorial para Karen Little, durante o enterro militar de seu irmão, Carl, que foi morto em Pearl Harbor há 80 anos. A bandeira de 48 estrelas era a bandeira oficial em 1941. A cerimônia aconteceu no dia 26 de junho de 2021.
O Capitão da Marinha dos Estados Unidos, Brian Anderson, apresenta a bandeira de 48 estrelas em um memorial para Karen Little, durante o enterro militar de seu irmão, Carl, que foi morto em Pearl Harbor há 80 anos. A bandeira de 48 estrelas era a bandeira oficial em 1941. A cerimônia aconteceu no dia 26 de junho de 2021. | Crédito: Julie Dockstader Heaps

Nesta caixa, há uma pequena placa de ouro com as informações do serviço do marinheiro e mais três simples palavras — “Finalmente em casa.”

“Eu não conhecia Carl, mas sua memória vive em minha mente e em meu coração por causa das coisas que a família compartilhou sobre Carl”, disse Kevin Landon, o sobrinho do marinheiro, em uma mensagem antes de dedicar o túmulo do irmão de sua mãe. “A única coisa importante para nós como uma família é lembrar de Carl. Como minha mãe diria, [Carl] está finalmente em casa — está aqui no lote da família para descansar com sua família.”

Um capacete e um rifle do Exército dos E.U.A., sobre os quais estão penduradas as placas de identificação de Lynn Bradley, uma caixa da estrela de bronze da Segunda Guerra Mundial, está ao lado do caixão do irmão mais novo de Lynn, Carl, que voltou para casa para ser enterrado em sua cidade natal, Shelley, Idaho, depois de ter sido identificado pelo DNA, 80 anos após Pearl Harbor. Os dois irmãos estão enterrados no terreno da família Bradley. A cerimônia aconteceu no dia 26 de junho de 2021.
Um capacete e um rifle do Exército dos E.U.A., sobre os quais estão penduradas as placas de identificação de Lynn Bradley, uma caixa da estrela de bronze da Segunda Guerra Mundial, está ao lado do caixão do irmão mais novo de Lynn, Carl, que voltou para casa para ser enterrado em sua cidade natal, Shelley, Idaho, depois de ter sido identificado pelo DNA, 80 anos após Pearl Harbor. Os dois irmãos estão enterrados no terreno da família Bradley. A cerimônia aconteceu no dia 26 de junho de 2021. | Crédito: Julie Dockstader Heaps

Entre as dezenas de pessoas reunidas para a cerimônia estavam primos de várias gerações dos 12 irmãos e irmãs do marinheiro que viveram até a idade adulta, incluindo cinco outros meninos da família Bradley que serviram na Segunda Guerra Mundial em vários ramos do Exército. Ao lado do novo túmulo do marinheiro estava a lápide de Lynn Bradley, que ganhou uma estrela de bronze pelo Exército dos EUA.

A poucos metros do caixão de seu tio, Landon, da Ala Shelley 6, Estaca Shelley Idaho, incentivou a família a lembrar que “ele estava disposto a sacrificar tudo pelo que temos hoje — a liberdade desta grande nação.”

Para participar do enterro militar nesta pequena cidade agrícola, com cerca de 4.000 habitantes, estavam membros da Marinha dos E.U.A., da Reserva Naval dos E.U.A., do Centro de Apoio Operacional da Marinha em Boise, Idaho, membros da Legião Americana e Motoqueiros da Guarda Patriota. O carro funerário foi escoltado por policiais locais ao longo de estradas ladeadas por bandeiras americanas. Uma saudação de 21 tiros e toques soaram nas fazendas vizinhas, e três pequenos aviões pilotados por pilotos locais sobrevoaram a área.

Em uma conversa na noite anterior ao funeral, o Church News se reuniu com Karen Little, da Ala Rancho Reata, Estaca Kennewick Washington West e membros de sua família. Ela se lembra de ter recebido a ligação no início deste ano da Defense POW/MIA Accounting Agency, sob a direção do Departamento de Defesa dos E.U.A., de que os restos mortais de seu irmão haviam sido identificados. Que ele estava voltando para casa. “Foi realmente profundo. Senti calafrios nas costas e nos dedos dos pés. Nunca pensei que isso fosse acontecer.”

Essa jornada começou há vários anos, quando a organização Defense POW/MIA começou a usar DNA de parentes vivos para identificar marinheiros. Naquele fatídico domingo de 1941, historicamente chamado de “Dia da Infâmia”, Carl Bradley estava entre os 429 marinheiros que morreram no “Okie”, como era chamado, após nove torpedos atingirem o lado da embarcação enquanto atracado no “Battleship Row”. O grande navio virou rapidamente.

O U.S.S. Oklahoma.
O U.S.S. Oklahoma. | Crédito: Wikipédia

Nos esforços de recuperação durante os meses e anos que se seguiram, apenas algumas das vítimas do Oklahoma foram identificadas. A maioria não era identificável e estava enterrada no Cemitério Memorial Nacional do Pacífico, geralmente chamado de “Punchbowl”.

Mas em 2015, a Defense POW/MIA Accounting Agency começou a exumar e conduzir testes nas vítimas “não-identificadas” do Oklahoma, por meio do Sistema de Exames Médicos das Forças Armadas. Desde então, cerca de 338 pessoas foram identificadas e devolvidas a seus entes queridos para sepultamento militar, de acordo com um comunicado de imprensa de 1º de junho de 2021, Defense POW/MIA Accounting Agency [em inglês].

Carl Bradley provavelmente estava perto das caldeiras do navio, como bombeiro naval, quando o ataque começou e provavelmente morreu nos primeiros momentos. Mas, de acordo com a história da família, os companheiros já sabiam algo sobre ele — sua fé e integridade.

A última carta conhecida do bombeiro da Marinha, Carl M. Bradley, para sua irmã mais nova, Blanche, foi escrita em novembro de 1941. Ela não chegou a Shelley, Idaho, até depois do ataque a Pearl Harbor em 7 de dezembro de 1941, quando ele morreu no U.S.S. Oklahoma, provavelmente nos momentos iniciais do bombardeio.
A última carta conhecida do bombeiro da Marinha, Carl M. Bradley, para sua irmã mais nova, Blanche, foi escrita em novembro de 1941. Ela não chegou a Shelley, Idaho, até depois do ataque a Pearl Harbor em 7 de dezembro de 1941, quando ele morreu no U.S.S. Oklahoma, provavelmente nos momentos iniciais do bombardeio. | Crédito: Julie Dockstader Heaps

“Sempre fomos SUD”, disse Karen Little sobre sua família. Seus pais se casaram em 1909 no Templo de Salt Lake e criaram seus 13 filhos na fé. Seus nove filhos e quatro filhas eram Valois, Wallace, Blanche, Lynn, Neil, Carl, Newell, Ruth, Robert, Alice, Ralph, Dal e Karen.

Amos Bradley, o pai, morreu tragicamente vários meses depois de Pearl Harbor, de um ataque cardíaco.

O filho, Wallace Bradley, escreveu em sua história pessoal: “A morte de Carl foi muito difícil para o pai e a mãe, mas eles se adaptaram ao choque com o seu testemunho. Esta guerra foi o início de muitas dores de cabeça para todos nós.”

No entanto, todos esses anos depois, Michelle Simmons, filha dos Littles e membro da Ala Brownsville, Estaca Silverdale Washington, expressou esta perspectiva: “Fomos criados para acreditar em Deus, que Deus nos guiaria aonde quer que fôssemos, em tudo o que fizéssemos.”

“A missão de Carl pode ser diferente”, ela supôs. “Ele foi levado, mas ele fez uma missão aqui e provavelmente está fazendo uma missão lá.”

Motoqueiros da Guarda Patriota de Idaho observam o carro funerário carregando os restos mortais do bombeiro de 2ª classe da Marinha dos E.U.A., Carl M. Bradley, que morreu em Pearl Harbor há 80 anos no U.S.S. Oklahoma. Depois de uma espera de oito décadas, a Defense POW/MIA Accounting Agency do Departamento de Defesa identificou os restos mortais do marinheiro por meio do DNA da família. Ele foi enterrado no sábado, 26 de junho de 2021, no cemitério de sua cidade natal, Shelley, Idaho.
Motoqueiros da Guarda Patriota de Idaho observam o carro funerário carregando os restos mortais do bombeiro de 2ª classe da Marinha dos E.U.A., Carl M. Bradley, que morreu em Pearl Harbor há 80 anos no U.S.S. Oklahoma. Depois de uma espera de oito décadas, a Defense POW/MIA Accounting Agency do Departamento de Defesa identificou os restos mortais do marinheiro por meio do DNA da família. Ele foi enterrado no sábado, 26 de junho de 2021, no cemitério de sua cidade natal, Shelley, Idaho. | Crédito: Julie Dockstader Heaps

De fato, enquanto os familiares estavam falando sobre o “Tio Carl” recentemente, eles aprenderam um pouco sobre sua vida a bordo do U.S.S. Oklahoma.

“Carl causou tanta impressão em um de seus companheiros de navio, sendo um rapaz mórmon bem-apessoado, que esse marinheiro voltou para casa [depois da guerra] e se filiou à Igreja”, disse Karen Little, observando que o companheiro de bordo criou sua família na fé dos santos dos últimos dias.

Little adicionou: “Tudo por causa de Carl”.

NEWSLETTER
Receba destaques do Church News entregues semanalmente na sua caixa de entrada grátis. Digite seu endereço de e-mail abaixo.