Nota do editor: Em 2018, o Church News entrevistou e publicou em inglês, uma série de artigos como parte de uma série sobre o Quórum dos Doze Apóstolos, com todos seus membros da época. Os líderes abordaram o chamado espiritual dos Doze de testificar do Salvador ao redor do mundo, a conexão especial que compartilham com os missionários e a importância de ensinar e treinar. Este artigo foi originalmente publicado no dia 3 de agosto de 2018.
Em meio à animada multidão, Élder Rasband e sua família encontraram um lugar para se sentarem e estavam se acomodando, quando o diretor da escola se aproximou e perguntou se ele poderia dizer algumas palavras.
Élder Rasband se levantou com a intenção de dar as boas-vindas aos participantes e lhes desejar uma noite maravilhosa. Mas quando olhou para o impaciente público e banda da escola — todos ansiosos para que o programa começasse — as palavras de sua ordenação apostólica lhe vieram à mente.
“Nós o colocamos em uma posição de ser uma testemunha especial do nome de Cristo em todo o mundo”, disse Presidente Thomas S. Monson na bênção.
“Em seguida, Presidente Monson acrescentou as seguintes palavras: ‘Em todos os momentos e em todas as circunstâncias’”, recordou Élder Rasband.
Élder Rasband disse que sua responsabilidade ficou clara naquele momento. Ele disse: “Senhoras e senhores, não posso perder esta oportunidade, sendo a época do nascimento de Cristo, de prestar testemunho de Seu nome, Seu ministério e Sua vida.”
Testemunhas especiais
Na revelação associada à organização do Quórum dos Doze Apóstolos, dada por intermédio de Joseph Smith no dia 11 de novembro de 1831, o Senhor instruiu: “Os doze conselheiros viajantes são chamados para ser os Doze Apóstolos, ou seja, testemunhas especiais do nome de Cristo no mundo todo — diferindo assim dos outros oficiais da igreja nos deveres de seu chamado” (Doutrina e Convênios 107:23).
Os Doze, trabalhando sob a direção da Primeira Presidência, são chamados para pregarem o evangelho em todo o mundo, disse Presidente M. Russell Ballard, Presidente em Exercício do Quórum dos Doze Apóstolos.
A última orientação do Salvador a Seus apóstolos foi que seguissem adiante, “para ensinarem, testificarem, batizarem e edificarem, e fortalecerem Sua Igreja”, disse Presidente Ballard. “Essa responsabilidade não mudou. Ela continua a mesma.”
Élder David A. Bednar disse: “Em primeiro lugar e acima de tudo, somos testemunhas a todo momento da realidade viva do Senhor Jesus Cristo. Não somos administradores, somos ministros do evangelho de Jesus Cristo.”
Élder Jeffrey R. Holland disse que os Apóstolos são chamados para “serem testemunhas viajantes” que vão ao “mundo todo”, para estarem “cara a cara” com os membros da Igreja sempre que possível.
“Queremos que até a unidade mais distante desta Igreja, geograficamente falando, sinta que existe uma ligação muito estreita entre ela e o profeta do Senhor”, disse Élder Holland. “Muitas vezes ouvimos: ‘A Igreja faz com que o mundo pareça pequeno’. No que diz respeito ao contato apostólico, esperamos que seja sempre assim.”
Uma experiência sagrada
Fazer parte de um sumo conselho viajante é uma experiência sagrada, disse Élder Neil L. Andersen. “Quando prestamos testemunho, ele penetra o coração das pessoas, em parte, devido à nossa ordenação.”
Às vezes, essa enorme responsabilidade sobrecarrega a alma, especialmente quando viajamos para uma nova cultura e testificamos em uma língua estrangeira. No entanto, disse Élder Andersen, a experiência lhe ensinou que, quando chega a um destino e oferece o seu melhor, com fé em Cristo, “isso é o suficiente”.
Élder D. Todd Christofferson disse que, no início de seu ministério apostólico, se sentiu sobrecarregado por causa de expectativas superestimadas. Ele temia que os membros da Igreja ficassem desapontados. “Como vou estar à altura do que as pessoas esperam?”
Mas, em seguida, ele recebeu uma mensagem simples do Senhor: “Esqueça-se de si mesmo e do que as pessoas podem pensar a seu respeito, estejam elas impressionadas, decepcionadas ou qualquer outra coisa. … Concentre-se apenas no que quero dar a elas através de você. Concentre-se no que quero que elas ouçam por seu intermédio.”
E isso aliviou toda a pressão que eu sentia, disse ele. “Isso permite que eu fique feliz pela simples oportunidade de estarmos juntos.”
Élder Dieter F. Uchtdorf disse que o trabalho e a mensagem de cada membro dos Doze é ser um representante de “nosso Salvador e Mestre, o Senhor Jesus Cristo. Mas também é importante compartilharmos como essa mensagem sagrada influencia e atua em nossa própria vida.
“Como Apóstolos, encontramos e cumprimentamos muitas pessoas em todo o mundo.
“Quando Harriet e eu cumprimentamos nossos membros, podemos sentir seu amor pelo Salvador e pela Igreja. Adoramos estar com pessoas de todas as esferas da vida porque elas são nossos irmãos e irmãs. Esperamos apenas que possam sentir nosso amor por elas, à medida que tentamos seguir nosso modelo e líder, Jesus Cristo.”
Os Doze são testemunhas de Jesus Cristo e de Seu grande plano de felicidade, disse ele. Ele é o centro de tudo. Nós O representamos. Trata-se de Deus e Sua grandeza, e Sua importância para a felicidade de Seus filhos.”
Compreender uma congregação mundial
Presidente Ballard disse que estar entre os membros no mundo todo ajuda os líderes da Igreja a compreenderem melhor como devem usar seu tempo.
Élder Andersen disse que costuma perguntar aos líderes locais: “O que os mantém acordados à noite?” E, em seguida, ele escuta.
Coletivamente, as ricas e profundas experiências instrutivas dos membros do Quórum dos Doze Apóstolos ajudam a orientar esses líderes locais, conforme tomam decisões importantes para encorajar e apoiar os membros durante seus desafios, disse Élder Bednar.
“Há coisas que precisamos aprender sobre a Igreja na Ásia, África, Europa, México, América do Sul e em outros lugares ao redor do mundo”, disse ele. “Para aprendermos e compreendermos, temos que estar entre as pessoas e ouvir suas histórias.”
Élder Gerrit W. Gong considera um privilégio viajar e estar entre as pessoas.
“Conforme visitamos lugares diferentes, sentimos a bondade dos membros”, disse ele. “Ouvimos as experiências e aprendemos coisas que nos ajudam a compreendermos, à medida que nos aconselhamos como quórum, o que está acontecendo nas diferentes partes do mundo e com diversos grupos dentro da Igreja.”
Élder Ulisses Soares acrescentou que o mundo está mudando.
“Muitas coisas são diferentes do que eram anos atrás”, disse ele. “Precisamos compreender o que afeta a vida das pessoas. Os Apóstolos precisam estar em um processo constante de aprendizagem, buscando e recebendo inspiração e revelação para acomodar as mudanças.”
Alcançar todas as estacas
Élder Quentin L. Cook explicou que, em um período de quatro anos, por meio de conferências de liderança do sacerdócio, cada estaca e ala na Igreja têm um membro dos Doze que se reúne com seus líderes — e os treina em suas prioridades proféticas.
As conferências de liderança nos permitiram cumprir nossa designação doutrinária de edificar a Igreja e regular todos os seus assuntos em todas as nações sob a direção da Primeira Presidência”, disse ele. “Isso nos proporciona a oportunidade de interagirmos com pessoas maravilhosas e gentis. Vamos até a casa delas e temos a oportunidade de ministrá-las. … É a ministração aos santos que toca o nosso coração mais profundamente.
“Fazemos isso com a orientação do Espírito Santo e do Salvador, e com o conhecimento que adquirimos por meio de experiências, algumas muito sagradas para compartilharmos”, disse ele.
“Nossa principal responsabilidade é exatamente a mesma de sempre”, disse Élder Cook. “Devemos ser testemunhas do Salvador.”
Élder Gary E. Stevenson disse que Presidente Ballard ensinou os membros do Quórum a serem inclusivos. “Há um lugar para todos na Igreja do Senhor”, disse ele. Muitas vezes, isso significa socorrer os fracos e erguer as mãos que pendem (Doutrina e Convênios 81:5).
“Estamos isolados das pessoas no mundo? Não, não estamos”, disse Élder Stevenson. “Estamos nos reunindo com membros e ministrando aqueles que têm aflições e adversidades familiares e individuais muito específicas e significativas.”
Élder Dale G. Renlund disse que a verdadeira alegria de viajar pelo mundo como um Apóstolo vem “um a um, joelho a joelho, olho a olho.”
“O Salvador não viajou de avião, não se hospedou em um hotel, não visitou uma capela, não discursou por duas horas e depois foi embora”, explicou Élder Renlund. “Ele esteve com as pessoas. Ele realmente passou tempo com as pessoas. Não temos um registro de tudo que Ele fez no Novo Testamento ou no Livro de Mórmon, mas é evidente que Ele passou muito tempo com as pessoas, ministrando e as ajudando. Os líderes da Igreja precisam conhecer as pessoas e suas circunstâncias para que possam servi-las melhor, disse Élder Renlund. Paulo disse: “Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns” (1 Coríntios 9:22).
“Quando eu for a Madagascar, quero ser o mais malgaxe possível. … Acho que parte disso é nos familiarizarmos com suas circunstâncias, indo além da aparência de um velho gordinho dos Estados Unidos. Preciso que as pessoas vejam que sou um discípulo de Cristo, e isso não acontece a menos que eu esteja com elas. Quaisquer que sejam as aparências exteriores, elas podem olhar e, em primeiro lugar e acima de tudo, enxergar um discípulo de Cristo.”
