Nota do editor: Em 2018, o Church News entrevistou e publicou em inglês, uma série de artigos sobre o Quórum dos Doze Apóstolos, com todos os membros do Quórum na época. Os líderes abordaram o chamado espiritual dos Doze de testificar do Salvador ao redor do mundo, a conexão especial que compartilham com os missionários e a importância de ensinar e treinar. Eles falaram sobre ser um “profeta, vidente e revelador”, o chamado para ministrar e a importância de apoiarmos os líderes locais e gerais. Eles também abordaram concepções errôneas que os membros têm daqueles que servem no Quórum dos Doze Apóstolos. Este artigo foi originalmente publicado em 15 de agosto de 2018.
Nos dias difíceis após as enchentes que inundaram grande parte do sudeste do Texas no verão de 2018, Élder M. Russell Ballard, do Quórum dos Doze Apóstolos, viajou para as comunidades afetadas e adorou com os santos dos últimos dias locais.
Ele estava em uma missão para ministrar. O veterano Apóstolo consolou os membros cansados pelas enchentes em suas capelas e junto de casas inundadas. Ele agradeceu às pessoas por prestarem serviços humanitários sob o calor de um sol implacável.
E onde quer que ele fosse, os membros — acompanhados de muitas outras pessoas — se aproximavam para apertar sua mão. Era um gesto de gratidão. Eles agradeciam ao apóstolo por seu apoio. Mas para os membros da Igreja, cada aperto de mão também transmitia um sentimento comum de apoio:
“Eu oro por você. Apoio você. Sigo você. Confio em você.”
É uma cena presenciada sempre que os membros dos Doze estão com aqueles em quem confiam para apoiá-los em seus deveres apostólicos.
Em uma religião com mais de 16 milhões de membros, relativamente poucos deles falarão pessoalmente com um apóstolo ou apertarão a mão de um deles. Mas todo membro — por meio de seu voto formal e ações diárias de apoio — estabelece vínculos pessoais com os Doze, bem como com a Primeira Presidência e com outros líderes gerais da Igreja: “Eu oro por você. Apoio você. Sigo você. Confio em você.”
Neste artigo da série do Church News sobre o Apostolado, vários membros do Quórum dos Doze Apóstolos falaram sobre o que significa ser apoiado por outros membros da Igreja.
Um compromisso de comum acordo
Quando Élder Jeffrey R. Holland organiza uma nova presidência de estaca, ele costuma dedicar alguns momentos durante a conferência de estaca para falar por que é solicitado aos membros apoiarem seus líderes, incluindo os apóstolos.
“Ser membro da Igreja é uma questão muito pessoal. Toda a pessoa é importante. É por isso que trabalhamos com base no princípio do comum acordo”, disse ele. “Queremos que todos tenham uma opinião, expressem-na e se unam para seguir em frente.”
O apelo a um voto de apoio nas conferências gerais e locais, acrescentou ele, é um lembrete de que “estamos todos juntos na Igreja e ninguém procura uma posição de destaque; ninguém faz lobby por um chamado.”
Tal como acontece com homens e mulheres por toda a Igreja, os apóstolos são chamados para servirem ao Senhor, Sua Igreja e Seu povo. “Gosto muito da imagem dos braços erguidos e do significado por trás disso”, adiantou Élder Holland. “Ninguém tem de servir sozinho na Igreja, seja qual for nosso chamado.”
Para os apóstolos, ser apoiado pelos membros da Igreja é espiritualmente semelhante a receber alimento que dá vida, acrescentou. “Toda a opinião conta e toda ajuda é bem-vinda.”
Uma assembleia solene
Élder Gerrit W. Gong e Élder Ulisses Soares jamais esquecerão o dia 31 de março de 2018. Pela primeira vez, os membros em todo o mundo, reunidos em assembleia solene, ergueram suas mãos para apoiá-los como “profetas, videntes e reveladores”.
Este evento colocou o ato de apoiar os apóstolos em destaque para os dois homens.
“Apoiamos com o braço levantado, mas também com o coração e nossas ações”, ressalta Élder Gong. “Apoiamos os líderes da Igreja da mesma forma que apoiamos uns aos outros. Sabemos que estamos ligados por convênio.”
A fé precede o apoio, acrescentou Élder Soares.
“Ao apoiar (os apóstolos), você está ajudando o Salvador a realizar Sua obra. Sua fé ajuda o Senhor a realizar o que Ele transmite por meio de Seus profetas e reveladores.”
Apoiar é muito mais do que expressar um "voto" afirmativo. Também indica o desejo de guardar os mandamentos e ministrar aos outros, esclareceu Élder Gong.
Orar pelos apóstolos continua sendo um elemento de apoio inestimável, afirmou Élder Soares. “Somos pessoas comuns e o Senhor nos chamou para algo acima de nossa capacidade. Mas sentimos que podemos atingir essa capacidade porque as pessoas estão orando por nós”.
Élder Dieter F. Uchtdorf aprendeu em primeira mão a ligação essencial entre apoiar e orar pelos apóstolos nos dias que antecederam a conferência geral de outubro de 2004.
Enquanto caminhava com sua esposa, a irmã Harriet Uchtdorf, Élder Uchtdorf, na época um Setenta Autoridade Geral, refletiu sobre o chamado de um apóstolo. Dois gigantes da liderança da Igreja —Élder David B. Haight e Élder Neal A. Maxwell — haviam morrido alguns meses antes, deixando duas vagas nos Doze.
Seus pensamentos voltaram-se para os dois homens que eventualmente ocupariam aqueles lugares, então vazios. Esses servos estariam aceitando uma tarefa avassaladora para toda a vida. Eles necessitariam o apoio dos membros da Igreja em todo o mundo.
“Voltamos para casa e oramos por eles”, disse Élder Uchtdorf. O casal pediu a Deus que apoiasse os dois futuros apóstolos — e que os membros da Igreja apoiassem seus novos líderes.
Dias depois, Élder Uchtdorf, junto com Élder David A. Bednar, foi chamado para os Doze.
Força e confiança encheram o humilde novo apóstolo ao testemunhar dezenas de milhares de membros erguendo suas mãos em sinal de apoio a ele e a Élder Bednar.
“Foi um apoio maravilhoso.”
Apoiando um — apoiando todos
Élder Quentin L. Cook disse que ele e seus associados no Quórum dos Doze Apóstolos, junto com a Primeira Presidência, pedem a orientação do Senhor como uma unidade singular.
“Buscamos de todo o coração ser uma voz unida”, disse ele. “Como Quórum e Primeira Presidência, tentamos de todo o coração ensinar e descobrir as coisas que o Senhor gostaria que fossem ensinadas neste momento para edificar a fé.”
Com esse mesmo espírito, os santos dos últimos dias que dão seu voto de apoio a um determinado apóstolo, estão simultaneamente apoiando o Quórum estabelecido.
Este voto sagrado eleva e abençoa os apóstolos — mas também eleva os próprios membros, acrescentou Élder Cook. “É algo que os capacita, abençoa e orienta.”
Um voto de confiança, fé e perdão
Ao aceitar o chamado para o apostolado, os membros dos Doze “são compelidos” a seguir a vontade do Senhor, disse Élder Dale G. Renlund. Ao escolher apoiar os Doze, os membros demonstram confiança no compromisso de cada apóstolo de obediência ao Salvador.
Apoiar os apóstolos também significa “agir com fé” e seguir a orientação dos apóstolos porque se acredita que os Doze estão comunicando o conselho de Deus.
Apoiar os apóstolos por vezes pode significar defendê-los de ataques injustos ou declarações falsas, acrescentou. Mas seja sábio e mantenha seu civismo. Se o custo de, digamos, vencer uma batalha no Twitter causar mais danos do que benefícios, “teria sido melhor deixar para lá e não se incomodar.”
“Outra coisa que os membros podem fazer para me apoiar como um dos Doze é perdoar-me por não ser perfeito”, disse Élder Renlund com um sorriso.
