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Sarah Jane Weaver: Como uma reunião em russo e uma fotografia trouxeram paz ao meu coração durante a guerra e incerteza

Ao entrar na capela do Ramo Mount Ensign 4 da Estaca Salt Lake no domingo, 27 de fevereiro, imagens da mídia dos últimos dias destacando o conflito no Leste Europeu passaram pela minha mente: tropas militares, destruição fumegante, filas de refugiados, uma pequena garota de chapéu amarelo, pessoas orando em uma praça pública.

Dias antes, o conflito armado havia eclodido na Ucrânia; desde então, o combate tem estado sempre em meus pensamentos.

A Estaca Salt Lake foi a primeira estaca que a Igreja organizou quando os pioneiros colonizaram o Vale do Lago Salgado em 1847. A estaca agora recebe o mundo; no Ramo Mount Ensign 4, as reuniões são conduzidas em russo. Os membros do ramo são da Ucrânia, Rússia e outros países onde o russo é falado, incluindo muitos dos Estados Unidos.

Reconhecendo o conflito, a reunião começou com um convite para continuarem jejuando e orando pela paz na semana seguinte. O jejum seria finalizado quando o ramo se reunisse para orar e compartilhar uma refeição simples. “Convidamos todos vocês, sem exceção”, disse Nickolas Couturier, conselheiro na presidência do ramo.

Tenho certeza de que os membros deste ramo lidam com as mesmas coisas que todos nós, santos dos últimos dias. Ao adorarmos juntos, aprendemos a ser humildes e fiéis e a encontrar compreensão. Nem sempre concordamos. Temos diferenças políticas e culturais.

No Ramo Mount Ensign 4, essas diferenças certamente foram ampliadas, conforme membros se preocupavam com os membros da família em seus países de origem e lutavam com as realidades pessoais da guerra.

Mas nós, sem exceção, podemos estar unidos por uma causa muito maior do que todas essas coisas: a crença em Jesus Cristo e em Sua Igreja restaurada. Todos os domingos, nos reunimos e partilhamos do pão e da água em memória do sacrifício expiatório de Jesus Cristo.

No domingo, em uma capela no centro de Salt Lake City, ouvi aquelas orações sagradas feitas em russo. Unidos em uma única causa, os membros do ramo se lembraram do sacrifício de Jesus Cristo e foram lembrados da bênção prometida do Espírito do Senhor para estar com todos os que fizerem convênio com Ele.

Durante a reunião, o presidente de ramo, Gregory S. Brinton, expressou o amor e a preocupação do Senhor por todos os Seus filhos. “Nosso ramo precisa ser um lugar de paz e conforto, onde todos sejam bem-vindos e todos sintam amor e aceitação”, disse ele.

“Precisamos estar unidos e cheios de amor e bondade uns pelos outros, não importa de onde viemos e não importa quais sejam nossas opiniões políticas.”

Ele pediu aos membros da congregação que “sejam valentes em colocar nosso amor a Deus e discipulado do Salvador” acima de todas as outras considerações.

“Que este momento de desgosto e profunda preocupação possa ser um período em que nosso ramo seja um lugar de paz e conforto para todos”, disse ele.

Ele também compartilhou a declaração da Primeira Presidência sobre conflito armado. As palavras pareciam ter mais poder quando ditas em russo.

“Estamos com nosso coração partido e profundamente preocupados com o conflito armado deste momento”, escreveu a Primeira Presidência. “A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias tem membros em cada uma das áreas afetadas e através do mundo. Nossas mentes e corações se voltaram a eles e a todos nossos irmãos e irmãs.

“Continuamos orando pela paz. Sabemos que a paz duradoura pode ser encontrada através de Jesus Cristo. Ele pode acalmar e trazer conforto a nossas almas, mesmo em meio a terríveis conflitos. Ele nos ensinou a amar a Deus e ao nosso próximo.

“Oramos para que este conflito armado chegue ao fim rapidamente, que as controvérsias terminem pacificamente e que a paz prevaleça entre as nações e em nossos próprios corações. Imploramos para que líderes mundiais procurem por tais resoluções e paz.”

Após a reunião, os membros do ramo — sem exceção — permaneceram juntos e posaram para uma fotografia.

O ramo está programado para se reunir em uma nova capela na próxima semana, e os membros queriam uma última fotografia na capela que haviam frequentado por anos. Ainda assim, a fotografia me tirou o fôlego. Este momento único, ocorrendo a meio mundo de distância do conflito atual, não apagou a mágoa ou esmagou o sofrimento. Infelizmente, não foi possível curar o medo ou a tristeza que é a experiência diária de centenas de milhares de pessoas no Leste da Europa, ou suas famílias aqui.

Mas isso me mudou.

Ali — sem exceção — estavam os santos dos últimos dias ucranianos, russos e americanos, filhos e filhas de Deus, irmãos e irmãs, membros de um ramo que oram juntos, comem juntos, adoram juntos e choram juntos. Naquele momento, os filhos de Deus, divididos pela guerra, foram unidos pela fé.

É a imagem que me sustenta agora quando as imagens da guerra me consomem.

A mensagem dessa doce fotografia é profunda: neste momento em que a paz está ameaçada, há consolo e esperança em Jesus Cristo e em Sua Igreja. É a resposta para todos os conflitos — sem exceção.

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