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Como crenças, práticas e culturas da Igreja contribuem à imagem corporal

Uma mãe e seus filhos correm na praia. A pesquisa da BYU descreve como as crenças e práticas da Igreja, como o recato, a Palavra de Sabedoria e o mandamento de multiplicar e encher a Terra, levam a uma imagem corporal mais positiva. Crédito: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
Um vídeo do “Vem, desenhe comigo”, no canal Gospel for Kids [Evangelho para Crianças] no YouTube, explica como desenhar uma representação do plano de salvação. Crédito: Captura de tela do YouTube
Nesta cena retratada na série da Igreja Vídeos da Bíblia, José e Maria seguram o menino Jesus na noite de Seu nascimento. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
José, Maria e o menino Jesus em Jerusalém são retratados em uma imagem da Igreja. Pesquisadores da BYU dizem que o plano de salvação e a Expiação ajudam os membros da Igreja a se sentirem mais positivos sobre seu próprio corpo e propósito. Crédito: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
Uma mãe carrega seu bebê nas costas, em Serra Leoa. Pesquisadores da BYU entrevistaram mulheres que disseram que os ensinamentos da Igreja sobre as famílias as ajudaram a terem uma imagem corporal mais positiva durante a gravidez e pós-parto. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
Um pai joga basquete com seus filhos. A pesquisa da BYU mostra que as crenças da Igreja, como o plano de salvação, ajudam os membros a terem uma percepção corporal mais positiva. Crédito: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
Uma mulher escolhe maçãs em um supermercado. Uma nova pesquisa da BYU mostra que os ensinamentos da Igreja, como a Palavra de Sabedoria, ajudam as pessoas a ter uma imagem corporal melhor. Crédito: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

Os ensinamentos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias levam a uma percepção corporal mais positiva e se relacionam a resultados mais positivos, de acordo com uma nova pesquisa da Universidade Brigham Young.

“Geralmente, espiritualidade e religiosidade tendem a estar relacionadas a uma melhor estima corporal em todas as religiões”, disse Sarah M. Coyne, professora de Desenvolvimento Humano, na Escola de Vida Familiar da BYU. “Queríamos pesquisar para descobrir o porquê. Quais são algumas coisas que são benéficas e como podemos melhorar?”

A equipe de pesquisa de Coyne entrevistou e realizou pesquisas com membros ativos da Igreja em Utah, nos Estados Unidos em geral e em outros países. Eles descobriram que crenças como a Expiação e a natureza divina, práticas como a Palavra de Sabedoria, o recato e a cultura a nível de ala contribuíam para a imagem corporal e a estima.

Um vídeo do “Vem, desenhe comigo”, no canal Gospel for Kids [Evangelho para Crianças] no YouTube, explica como desenhar uma representação do plano de salvação.
Um vídeo do “Vem, desenhe comigo”, no canal Gospel for Kids [Evangelho para Crianças] no YouTube, explica como desenhar uma representação do plano de salvação. | Crédito: Captura de tela do YouTube

Crenças

A equipe de pesquisa fez perguntas sobre as seguintes crenças: natureza divina, o plano de salvação, a Expiação de Jesus Cristo e perfeição.

Eles descobriram que a crença na Expiação de Jesus Cristo estava fortemente relacionada a uma melhor imagem corporal. “Então, uma crença na natureza divina — a ideia de que sou um filho de Deus e o plano de salvação e o propósito do meu corpo — estava relacionado a uma melhor imagem corporal”, disse Coyne.

O trabalho de pesquisa citou vários dos participantes do estudo, mudando seus nomes para proteger suas identidades. Mônica, uma estrangeira de meia-idade, descreveu sua gratidão pelo plano de salvação, que a ajuda a cuidar de seu corpo.

“Acho que quaisquer pensamentos negativos que eu tenha sobre meu corpo podem ser dissipados quando eu penso sobre a [crença] de espíritos eternos e por que estamos aqui na Terra, e sou muito grata por ter esse conhecimento.” ela disse.

Nesta cena retratada na série da Igreja Vídeos da Bíblia, José e Maria seguram o menino Jesus na noite de Seu nascimento.
Nesta cena retratada na série da Igreja Vídeos da Bíblia, José e Maria seguram o menino Jesus na noite de Seu nascimento. | A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

Alguns dos participantes discutiram como a crença na Expiação os ajudou a ir além do foco em seu próprio corpo. David, um homem mais velho de Utah, compartilhou: “Não entendo muito bem o motivo, mas havia algo extremamente importante no fato de o Salvador obter um corpo e fazer com que esse corpo passasse por um sofrimento inimaginável. … Isso proporciona alguma perspectiva quando as coisas não estão indo tão bem em seu corpo.”

Kendra, uma jovem dos E.U.A., contou aos pesquisadores sobre a importância de sua natureza divina pessoal, ao pensar em como se sentia em relação ao corpo.

“Eu sei que tenho pais celestiais e fui feita à imagem Deles, e se fui feita à imagem Deles… eu posso sentir o amor Deles”, disse ela. “E se eles me amam, então eu devo me amar, e isso inclui meu corpo. E então, acho que [a fé] realmente me ajuda a ter uma imagem positiva sobre mim mesma.”

O ensinamento sobre perfeição impactou a imagem corporal negativamente. “Nós, como uma cultura da Igreja, infelizmente nos apegamos a este padrão irreal de perfeccionismo. Muitas pessoas disseream que a maneira como ensinamos e falamos a este respeito estava associada ao fato delas se sentirem piores com seu próprio corpo”, disse Coyne.

Ela apontou como os participantes do estudo disseram que, focar na funcionalidade em vez da aparência física, permitiu que eles apreciassem e valorizassem mais seus corpos.

Práticas

Nesta seção da pesquisa, Coyne perguntou sobre as práticas de modéstia da Igreja, a Palavra de Sabedoria, os ensinamentos para multiplicar e encher a Terra, e o uso das roupas do templo.

Uma mãe carrega seu bebê nas costas, em Serra Leoa. Pesquisadores da BYU entrevistaram mulheres que disseram que os ensinamentos da Igreja sobre as famílias as ajudaram a terem uma imagem corporal mais positiva durante a gravidez e pós-parto.
Uma mãe carrega seu bebê nas costas, em Serra Leoa. Pesquisadores da BYU entrevistaram mulheres que disseram que os ensinamentos da Igreja sobre as famílias as ajudaram a terem uma imagem corporal mais positiva durante a gravidez e pós-parto. | A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

Coyne disse que os sentimentos sobre modéstia e imagem corporal variaram entre os participantes do estudo, com base em como eles aprenderam essa prática. Alguns tinham uma abordagem baseada no medo e vergonha, enquanto outros diziam que o recato os ajudava a sentirem respeito por seu corpo.

“O recato é um princípio tão bonito, e as pessoas são ensinadas sobre isso de todas as maneiras”, disse Coyne. “Infelizmente, muitas das maneiras que ensinamos tendem a objetificar os corpos das mulheres, levando os homens a fazerem o mesmo.”

Por exemplo, Camille, uma jovem de Utah, disse aos pesquisadores que a maneira como ela foi ensinada sobre recato fazia parecer que era sua culpa se alguém estivesse olhando para ela, dependendo do que estava vestindo.

Mas Abigail, uma jovem dos E.U.A., disse: “O recato e a forma como me ensinaram é basicamente mostrar respeito por este corpo que o Pai Celestial me deu. (…) Descobri que me vestir com recato me faz sentir mais confortável.”

Seguir a Palavra de Sabedoria tem sido associado a resultados positivos para a saúde, disse Coyne, e nesta pesquisa, os participantes sentiram que isso lhes deu uma melhor imagem corporal.

Uma mulher escolhe maçãs em um supermercado. Uma nova pesquisa da BYU mostra que os ensinamentos da Igreja, como a Palavra de Sabedoria, ajudam as pessoas a ter uma imagem corporal melhor.
Uma mulher escolhe maçãs em um supermercado. Uma nova pesquisa da BYU mostra que os ensinamentos da Igreja, como a Palavra de Sabedoria, ajudam as pessoas a ter uma imagem corporal melhor. | Crédito: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

Caleb, um jovem de Utah, explicou no trabalho de pesquisa que a Palavra de Sabedoria o ajuda a “manter um corpo saudável, e saber que meu corpo é um presente de Deus é um bom motivador para me exercitar e comer bem. … Isso me torna mais grato pelo meu corpo e me faz respeitá-lo.”

Coyne disse que muitas pessoas mencionaram o mandamento de “multiplicar e encher a Terra” de maneira positiva. “Eles falaram sobre como a gravidez e o período pós-parto eram realmente importantes para eles e desenvolver uma apreciação por seus corpos naquele momento, reconhecendo o quão vital era trazer filhos a esta Terra em um sentido espiritual.”

Uma das mulheres que ela entrevistou, Karen, de Utah, descreveu ter filhos como “parte de nosso propósito”. Ela disse: “Acho incrível que eu tenha carregado bebês, que eu possa criar bebês no meu corpo. A doutrina da Igreja me ajudou a ver isso como parte de nossa criação.”

Enquanto isso, Coyne apontou que outros também falaram sobre infertilidade e como ela pode estar associada à baixa estima do corpo.

O estudo também perguntou sobre o uso do vestuário do templo. Taylor, um jovem de Utah, disse aos pesquisadores: “No que diz respeito ao meu corpo, acho que [o garment] me lembra, ou pelo menos me faz sentir, mais conectado a Deus, eu acho. E isso me dá aquele lembrete de que meu corpo é um vaso, é sagrado.”

Jovens no Caribe participam de um número musical pré-gravado como parte de uma conferência FSY virtual, realizada de 22 a 26 de junho de 2020.
Jovens no Caribe participam de um número musical pré-gravado como parte de uma conferência FSY virtual, realizada de 22 a 26 de junho de 2020. | Crédito: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

Cultura

A pesquisa analisou como a cultura na Igreja afeta a imagem corporal, percepção e auto-estima. Mas Coyne enfatizou que esta não é uma cultura ampla da Igreja, é a cultura individual das alas. A pesquisa analisou locais de congregações e práticas culturais.

“Cada ala tem uma cultura diferente em torno si”, disse ela. “Você pode ir de uma ala para outra e ver a diferença. … A cultura da ala varia, e há certas alas que são muito mais favoráveis e estão associadas, estatisticamente, com uma imagem corporal melhor do que em outras alas.”

Ela disse também que alas que geralmente apoiam, tinham maior diversidade nestas três áreas: forma e tamanho do corpo, raça, roupas.

“Mas se você tem uma ala com níveis mais altos de comparação, especialmente em torno da aparência, níveis mais altos de julgamento e uma cultura de parecer melhor o tempo todo, ou ainda culturas mais altas de cirurgia plástica ou condicionamento físico, tudo isso, para os membros da nossa Igreja, tende a estar relacionado a resultados negativos sobre a imagem corporal. E estatisticamente também”, disse Coyne.

Um pai joga basquete com seus filhos. A pesquisa da BYU mostra que as crenças da Igreja, como o plano de salvação, ajudam os membros a terem uma percepção corporal mais positiva.
Um pai joga basquete com seus filhos. A pesquisa da BYU mostra que as crenças da Igreja, como o plano de salvação, ajudam os membros a terem uma percepção corporal mais positiva. | Crédito: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

Karina, uma jovem de fora dos E.U.A., disse que comentários especificamente sobre sua aparência a fizeram se sentir negativa em relação ao seu corpo. “Obviamente, se você está recebendo elogios no momento, é bom, mas então você também fica meio, você começa a se sentir muito mais autoconsciente porque percebe que é nisso que todo mundo está focando, mesmo que você esteja recebendo uma tonelada de comentários positivos.” Isso a fez sentir muita pressão e necessidade de comparação, disse ela na pesquisa.

Conclusão

As práticas religiosas relacionadas ao cuidado e respeito ao corpo podem ajudar os religiosos a terem uma melhor estima corporal, disse Coyne. Conexões mais íntimas e seguras com Deus, e uma forte compreensão das doutrinas de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias proporcionam uma melhor imagem corporal ou percepção.

“Temos essa bela doutrina em torno do corpo”, disse Coyne. “Quando realmente internalizamos que, sim, nossos corpos são parte do plano e são projeções de pais celestiais que nos amam, e que Jesus Cristo se sacrificou para que pudéssemos ter um corpo — quando realmente internalizamos isso, melhora a maneira como nos sentimos sobre nós mesmos.”

Os resultados do estudo serão divulgados em uma série de artigos acadêmicos. O primeiro trabalho de pesquisa de Coyne deste estudo, intitulado “Crenças, práticas ou cultura? Um estudo de método misto de religião e estima corporal”, será publicado no Journal of Psychology of Religion and Spirituality [em inglês].

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