ROMA, Itália — Steve Waddington instintivamente dedilha as cordas de um violão invisível enquanto fala sobre ensinar simples acordes no instrumento a refugiados. Ele canta uma música sobre deixar as preocupações para trás e olhar para a frente com esperança.
Em seguida, seus pensamentos se voltam para um indivíduo que havia encontrado a classe de Waddington no Centro de Refugiados Joel Nafuma, apenas algumas horas antes.
O aluno não estava fazendo as trocas de acordes. “Ele estava apenas cantando a música, sem mudar de um acorde para o outro”, recordou ele. “Mas isso não tinha importância, pois ele estava se divertindo.”
A cada semana, centenas de homens e rapazes, em busca de respeito, empatia e auxílio, se reúnem no centro, localizado na cripta da Igreja de São Paulo Dentro dos Muros, da Igreja Episcopal Americana, em Roma, Itália.
Alguns podem fazer aulas de música com Waddington. “O que faço é tentar ensinar violão a quem quiser aprender”, disse ele. “É muito gratificante”. Há momentos em que tenho dificuldades para cantar, porque fico um pouco emocionado, pois isso simplesmente é um grande feito que posso realizar.”
Com a ajuda e os esforços de muitos voluntários como Waddington, incluindo membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, o centro é um lugar seguro, onde os refugiados podem se reunir, receber alimento e encontrar aceitação.
O centro é uma organização não religiosa, disse a diretora administrativa Giulia Bonoldi. “Somos independentes. Mas, ao mesmo tempo, tentamos ressaltar que conseguimos cumprir nossa missão graças aos princípios que fazem parte de todas as religiões.”
Os hóspedes do centro encontram segurança e auxílio para iniciarem o processo de integração, acrescentou Bonoldi. Eles recebem “treinamento linguístico, cursos de informática, assistência jurídica e auxílio para encontrar empregos.”
Vale lembrar que refugiados e requerentes de asilo não são apenas migrantes: eles foram forçados a fugir de seus países de origem, acrescentou Bonoldi. “Eles acabam chegando aqui. Eles não têm nenhum vínculo familiar ou amigos; eles têm pouquíssima ajuda. Eles passam por processos muito longos até obterem as autorizações necessárias, e levam uma vida instável por vários anos.”
Aqueles que querem ajudar os refugiados podem começar com pequenos gestos, oferecendo um sorriso, recursos financeiros, ou tempo, disse ela.
Muitas vezes, as pessoas esquecem o aspecto humano da crise dos refugiados — na Europa e no mundo inteiro.
Em julho, Presidente Dallin H. Oaks, da Primeira Presidência, falou sobre os refugiados em um discurso sobre a liberdade religiosa mundial durante sua visita à histórica imagem.
Os membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias respeitam e acreditam em ajudar a apoiar e melhorar a situação dos refugiados, disse Presidente Oaks.
“Quer olhemos para a África, a Europa, as Ilhas Britânicas, os Estados Unidos, ou a América do Sul, é difícil encontrarmos um país que não tenha sido afetado ou habitado por refugiados em algum momento”, disse Presidente Oaks.
Ao falar sobre as contribuições dos santos dos últimos dias, Bonoldi disse que a Igreja apoiou o programa do café da manhã do centro e doou suprimentos.
Presidente Oaks disse que a Igreja respeita e acredita em ajudar a ensinar, apoiar e melhorar a situação dos refugiados. “Temos muitos refugiados no mundo hoje. Precisamos ser solidários, compreensivos e acolhedores, pois na origem da maioria das pessoas neste planeta, somos todos descendentes de refugiados”, disse ele.
Ayman Wasef, um refugiado que foi auxiliado pelo centro, disse que teve sorte de ouvir que o centro presta serviços gratuitamente.
No centro, ele aprendeu a falar italiano e recebeu aconselhamento jurídico e ajuda para encontrar um emprego. ”É algo incrível”, disse ele. Ele começou a planejar e traçar metas para o futuro. Ele sonhava em estudar. “Eles simplesmente continuaram a me apoiar”, disse ele.
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