OXFORD, Inglaterra — Durante o verão de 2017, Matthew S. Holland tirou um período sabático na Universidade de Oxford, na Inglaterra. No meio do encanto e do carácter da arquitetura inglesa, em um local onde a tradição na educação remonta ao final do século XI, o então presidente da Universidade Utah Valley encontrou “tempo para ler, pensar, refletir e escrever”.
Então, um dia, enquanto se dirigia ao refeitório, ele notou a palavra “capelão” escrita na porta de um escritório.
“Aqui está um homem de Deus”, pensou ele.
E com seu interesse despertado, ele bateu à porta.
“Eu realmente só pretendia conhecê-lo”, disse ele.
Em vez disso, Reverendo Dr. Andrew Teal, capelão e teólogo especializado em história da igreja cristã na Pembroke College de Oxford, “acolheu um estranho”, lembrou Élder Holland, agora Setenta Autoridade Geral de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Os dois se tornaram amigos, compartilhando um “relacionamento e interesse imediatos” e depois participando de discussões sobre suas disciplinas e perspectivas.
É “bom ter uma pessoa de fé que está disposta a compartilhar e explorar”, disse Rev. Teal. “Costumávamos nos encontrar regularmente e conversar.”
Élder Holland disse que sentiu “um espírito familiar”, no “momento em que me sentei naquela cadeira, olhei para Andrew e começamos a conversar.”
Logo depois, Élder Holland apresentou Rev. Teal a seu pai, Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos. Depois de passar um tempo com Élder Jeffrey R. Holland em um evento em Londres, Inglaterra, Rev. Teal disse que percebeu que estas associações “não eram apenas uma espécie de encontro passageiro e fugaz”. Ele estava determinado a tentar “compreender esta comunidade e suas crenças”, não apenas como um acadêmico de religião, mas também por causa das reivindicações da Igreja, de ser a Igreja restaurada de Jesus Cristo na terra.
E assim, disse Rev. Teal, ele embarcou em uma “aventura para toda a vida”.
União
Em julho de 2018, o presidente David Checketts e a síster Deb Checketts chegaram a Londres para liderar a Missão Inglaterra Londres, e foram convidados a participar de um “culto inspirador” organizado por Rev. Teal e envolvendo líderes religiosos de inúmeras denominações religiosas, incluindo A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Como parte desse evento, Rev. Teal e Élder Jeffrey R. Holland participaram juntos de um painel. Juntando-se à dupla estavam o ex-arcebispo de Canterbury, Rowan Williams; Lord David Alton, um católico romano; e a Rvda. Frances Young, uma acadêmica metodista. Eles falaram sobre união e serviço.
“E no final daquela noite, fiquei impressionado com a noção de amizade”, disse Rev. Teal. “A amizade é a maneira de se fazer isso. Somente os amigos saberão como “tirar o mundo” das auto-obsessões.
Os Checketts também sentiram algo. Eles perguntaram se poderiam levar seus missionários à capela de Pembroke.
Quando perguntaram se um de seus missionários poderia tocar órgão para que pudessem cantar o hino de sua missão, Rev. Teal perguntou se eles estariam dispostos a cantarem também “Vinde, Ó Santos”.
Rev. Teal, surpreso com o fato dos jovens “deixarem de lado anos de sua vida para servirem”, aproveitou a oportunidade para agradecê-los por esse sacrifício.
Depois permitiu que os missionários fizessem perguntas sobre a cultura inglesa ou as tradições de outras religiões. A compreensão cresceu.
Rev. Teal considerou os missionários “autênticos, sinceros e animados”. Ele observou o espectro de personalidades entre os missionários e se maravilhou com a forma como cada uma deles, aqueles que eram tímidos, tinham saudades de casa ou extrovertidos, eram respeitados e valorizados, e encontravam um lugar no trabalho em sua missão.
“E é amizade novamente”, disse ele, “outra amizade da qual eu não poderia ficar sem.”
Presidente Checketts disse que “foi um puro presente do céu conhecer Rev. Teal e depois conhecer sua família. Constantemente nos referimos a isso como o milagre da nossa missão.”
Os Checketts tinham um lema na missão, disse síster Checketts. “Dizíamos: ‘Na Missão Inglaterra Londres, seguimos a Cristo.’”
Depois de conhecer Rev. Teal, síster Checketts disse que seu marido frequentemente observava: “Quem melhor para expor nossos missionários do que este adorável Rev., que segue a Cristo?”
‘Jornada inesperada’
Rev. Teal conheceu A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias pela primeira vez quando era estudante de graduação, quando seu amigo foi batizado. Mas ele não entrou em contato com a Igreja novamente até que Élder Matthew Holland bateu à sua porta.
À medida que começou a aprender mais sobre A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Rev. Teal, cuja educação incluiu o cristianismo tradicional ocidental e oriental, achou alguns aspectos da doutrina dos santos dos últimos dias intrigantes.
“Havia muitas e muitas perguntas e interesse”, disse ele. “E acho que o importante foi encarar tudo isso com [uma mente] aberta e começar a conversar.”
Ele começou a frequentar uma ala santo dos últimos dias em Oxford, viajou para Salt Lake City para assistir à conferência geral e decidiu estudar mais na Universidade Brigham Young durante um período sabático.
Rev. Teal pensou que seu período em Utah incluiria uma exploração da fé e da cultura, escrevendo sobre A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias a partir de uma perspectiva de quem é de fora. Em vez disso, ele se viu em uma “jornada inesperada.”
Logo no início de seu período sabático, Rev. Teal caminhou sobre ladrilhos quentes, devido ao sol escaldante de agosto, e queimou a planta dos pés, passando três semanas e meia deitado na Unidade de Terapia Intensiva, e depois na unidade de queimaduras do Hospital da Universidade de Utah. Eventualmente, ele teve vários dedos dos pés amputados.
Durante esse período, ele conheceu profissionais de saúde, “todo um espectro de pessoas cujo profissionalismo e fé estavam intimamente interligados”. Eles tiveram conversas significativas.
Em vez de pesquisar e escrever, ele absorveu e ouviu.
“Certamente, isto não estaria em minha ‘lista de desejos’, por assim dizer”, disse ele. “Mas sinto que, talvez, de uma forma que ainda não compreenda, consegui mais com isso do que com qualquer uma das atividades que tinha planejado. E espero, com a graça de Deus, que mais [experiências] sejam frutíferas.”
Amizade
Rev. Teal disse que, através de sua amizade com os Checketts e os Hollands ele começou a ver um florescimento da conexão com os filhos de Deus em todo o mundo. A questão da identidade é respondida, “talvez de forma mais simples, mas mais profunda, em hinos como ‘Sou um Filho de Deus’”, disse ele.
“Não precisamos saber qual é a temperatura do inferno ou qual a mobília do céu”, disse ele, observando que a coisa mais importante a entender é a conexão entre Deus e Seus filhos. “Precisamos saber disso. E acho que essa é uma das coisas que tenho adorado em nossa amizade.”
Embora grandes coisas tenham resultado de sua amizade, ela não começou com uma grande visão, disse Élder Matthew Holland. “Tudo começou com pessoas que querem ser gentis umas com as outras, aprender umas com as outras e se entender, que querem quebrar barreiras, atravessar muros e fazer coisas que estão ficando cada vez mais difíceis de fazer no mundo hoje.”
A amizade, acrescentou Rev. Teal, “me levou a um amor mais profundo por Jesus Cristo do que jamais tive.”
