Já estive em muitas dedicações de templos. Todas, cada uma delas, foi memorável e significativa e me estimulou a tentar ser melhor. Em alguns casos, devido às circunstâncias que cercam aquele templo específico, as dedicações foram verdadeiramente inesquecíveis. A dedicação do Templo de Hong Kong por Presidente Gordon B. Hinckley foi, para mim, uma delas. Foi ali que tomei nota pela primeira vez de uma frase que ele dizia com frequência: “Siga adiante com fé.”
Outra experiência distinta foi a rededicação do icônico Templo de Washington D.C., presidida por Presidente Russell M. Nelson, que se ergue majestosamente no anel viário que circunda a capital dos Estados Unidos. Presidente Nelson compareceu à dedicação original em 1974, como médico de Presidente Spencer W. Kimball, por isso suas lembranças daquele edifício sagrado eram fascinantes.
A rededicação do Templo de St. George Utah, presidida por Presidente Jeffrey R. Holland, no fim de semana passado, foi outra experiência inesquecível em um templo. O fato de Presidente Holland ter sido capaz de presidir esta rededicação foi um milagre por si só. Nós, ou seja, a Igreja coletivamente, quase o perdemos no início deste ano. Mas lá estava ele, falando com ternura e poder espiritual, em uma Casa do Senhor que significa muito para ele, para sua amada esposa, Pat, e para toda a sua família. Cinco gerações de Hollands foram seladas no templo de St. George.
Portanto, não é apenas Morôni quem pode declarar sem equívocos que “Deus não deixou de ser um Deus de milagres” (Morôni 9:15). Cada um de nós que testemunhou Presidente Holland presidindo a rededicação do templo de St. George viu as “obras maravilhosas de Deus”, ou seja, vimos um milagre.
Mas isso é apenas o começo.
Na mensagem de Presidente Holland, antes de oferecer a oração dedicatória, ele comentou sobre algumas das dificuldades e da pura angústia que aqueles primeiros pioneiros enfrentaram, apenas para construir o que se tornaria o primeiro templo dedicado no território de Utah.
O intenso calor do verão era uma ameaça à vida, a água era frequentemente poluída e o solo era ruim. E isso foi só o começo. Havia cascavéis, enxames de mosquitos, coiotes, monstros-de-gila e águas subterrâneas no local do templo, as quais ameaçavam frustrar qualquer tentativa de se estabelecer uma base sólida.
Mas, de algum modo, aqueles primeiros pioneiros enviados para domar o ameaçador deserto do sul de Utah, finalmente alcançaram seu objetivo. Só podemos imaginar quantos milagres, para não mencionar legiões de anjos, foram necessários para ajudar aqueles indomáveis primeiros santos a colonizar St. George e, de fato, construir um templo pioneiro. Não há dúvida de que houve muitos milagres.
Assim, talvez a razão pela qual a rededicação deste templo tenha me tocado tão profundamente seja porque ele é um monumento vivo à realidade de milagres. O milagre de ter sido construído em primeiro lugar. O milagre da Restauração do evangelho que nos abençoa com templos e as promessas eternas feitas neles. O milagre da restauração do sacerdócio, que torna o ministério de anjos, a revelação pessoal e cada ordenança salvadora realizada no templo, uma realidade viva e vibrante. O milagre da fé representado pelas centenas de milhares de santos fiéis que adoraram e serviram no templo de St. George desde sua dedicação original em 1877. O milagre de que um amado profeta, vidente e revelador foi curado pelo Senhor de tal forma que ele pôde presidir uma dedicação que tão significava para ele, sua família e os santos de St. George, que sentem um parentesco especial com ele. E o milagre de conhecimento, revelação, poder e paz que cada um de nós pode vivenciar cada vez que entramos pelas portas de qualquer Casa do Senhor.
Às vezes, pode ser tentador pensar que, claro, o Senhor abençoa Seus servos escolhidos, os pioneiros ou outras pessoas que parecem extraordinariamente merecedoras de milagres. Mas nem sempre temos tanta certeza sobre nós mesmos. Presidente Nelson aconselhou cada um de nós, no entanto, a “esperar milagres.” E talvez nada na Terra represente melhor a esperança e a promessa da ajuda celestial do que o templo.
Sempre pensamos no Natal como uma época de milagres, e assim devemos fazer. O Natal permite nos alegrar em Jesus Cristo, que nos concede toda dádiva. Em nenhum lugar Jesus Cristo está mais presente do que em Sua Santa Casa.
Durante esta época de doar, que possamos primeiro agradecer a Jesus Cristo pelo milagre de Seu sacrifício expiatório, e pela restauração de Seu evangelho. E ao entrarmos pelas portas sagradas de Sua Casa, possamos pedir e esperar receber milagres.
Pois Ele sempre foi, e sempre será, um Deus de milagres.
— Sheri Dew é vice-presidente executiva e diretora de conteúdo da Deseret Management Corp., empresa controladora do Deseret News.