Historiadores discursam sobre Documentos de Joseph Smith e reflorestamento do Monte Cumora em Palmyra

Lyman Littlefield era um menino de 14 anos que teve permissão para fazer parte da marcha do Acampamento de Sião de 1834 para o Missouri, mas muitas vezes lhe disseram que ele era muito jovem e muito pequeno para participar de algumas das atividades.

Uma vez informado de que não poderia participar de uma parada militar, o jovem se sentou sozinho e amuado. A certa altura, Joseph Smith passou apressado, mas parou quando notou Littlefield.

“Não sei o motivo, mas aquele homem, que para mim parecia tão bom e tão divino, realmente parou em sua pressa para me notar, apenas um garotinho”, escreveu Littlefield sobre a experiência. “Colocando uma de suas mãos sobre minha cabeça, ele disse: ‘Não há lugar para você?’ Esse reconhecimento do homem, que eu então conhecia como um Profeta de Deus, criou dentro de mim um tumulto de emoções. Não pude responder. Meu jovem coração estava cheio de uma alegria indescritível para mim.”

A breve interação não foi nada grandiosa ou milagrosa, mas significou tudo para um jovem que se sentia excluído, disse Matthew C. Godfrey, historiador do Departamento de História da Igreja e editor geral dos Documentos de Joseph Smith.

“Tudo o que ele fez foi perceber que Lyman não se sentia parte do grupo. Então ele se esforçou para falar com Lyman e ajudá-lo a se sentir incluído”, disse Godfrey. “Esta é uma das características de Joseph Smith.”

O perspicaz relato da vida de Joseph Smith foi compartilhado por Godfrey enquanto falava em um devocional da Igreja em Palmyra, Nova York, na quarta-feira, 7 de junho.

Godfrey estava acompanhado por Ryan Saltzgiver, um historiador do Departamento de História da Igreja, que informou o público sobre o projeto de reflorestamento da Igreja no Monte Cumora.

A mensagem de Godfrey, relacionada aos Documentos de Joseph Smith, acontece apenas algumas semanas antes da publicação do volume final da série.

Aprendendo sobre Joseph Smith

Godfrey trabalhou como editor no projeto Documentos de Joseph Smith por 13 anos. Depois de fornecer uma explicação básica do projeto monumental, ele falou sobre o tema, “Visões sobre a vida e o caráter do Profeta Joseph Smith”.

“Muitas vezes me perguntam sobre ‘O que aprendi sobre Joseph Smith? Ou quem é Joseph Smith para mim?’”, disse ele. “Portanto, o que gostaria de compartilhar com vocês esta noite são algumas ideias que aprendi sobre quem Joseph Smith era como pessoa.... São aquelas que foram particularmente úteis para mim em minha vida. Espero que sejam úteis para vocês também.”

Godfrey citou descrições de Joseph, bem como histórias que ilustram algumas de suas características. O historiador iniciou suas observações enfatizando que Joseph não era perfeito, algo que o próprio Profeta disse aos santos várias vezes. Há seções em Doutrina e Convênios em que ele é repreendido pelo Senhor pelos erros que cometeu. “Fico feliz quando erro na vida por não haver uma revelação do Senhor que tenha sido publicada para toda a Igreja”, disse ele.

Semelhante à experiência de Littlefield, Godfrey falou sobre Joseph Smith se tornando amigo de seu jovem primo, George A. Smith, durante o Acampamento de Sião. George, então com 16 anos, usava óculos, estava acima do peso e preocupado com sua aparência. O Profeta convidou George para reuniões com outros líderes e lhe deu responsabilidades especiais que o ajudaram a se sentir incluído. Anos depois, George foi chamado como Apóstolo e serviu como membro da Primeira Presidência.

“Joseph Smith foi inclusivo e tentou ajudar as pessoas a sentirem que faziam parte daquilo”, disse Godfrey. “O que mais posso fazer, quando percebo pessoas que talvez não se sintam parte do grupo?”

Godfrey compartilhou outras histórias que demonstraram a capacidade de Joseph Smith de admitir quando cometeu erros, sua capacidade de perdoar os outros e sua confiança inabalável no Senhor, em meio a grandes aflições. Estas e outras características permitiram que o Senhor usasse o Profeta como um instrumento para introduzir a Restauração.

“Ele sempre tentou fazer o que acreditava que Deus havia lhe dito para fazer”, disse Godfrey. “E por causa disso, Deus pôde fazer uma grande obra por meio do Profeta Joseph.”

Projeto de reflorestamento do Monte Cumora

Antes das observações de Godfrey, Saltzgiver falou brevemente sobre o projeto de reflorestamento da Igreja no local histórico do Monte Cumora e no centro de visitantes.

O Monte Cumora é onde o Anjo Morôni entregou a Joseph Smith um antigo registro, do qual ele traduziu o Livro de Mórmon.

“Esta é uma oportunidade para vermos aquela colina como um lugar sagrado, onde podemos contemplar a beleza da Restauração e as coisas maravilhosas que o Senhor nos deu ali”, disse Saltzgiver.

Até agora, equipes e voluntários já fizeram o seguinte:

• Remoção da infraestrutura ligada ao espetáculo, e todas as outras instalações não históricas.
• Reabilitação de algumas trilhas e do monumento, incluindo a adição de novos bancos e acesso ao topo da colina para pessoas em cadeiras de rodas, ou que necessitem do auxílio de um carrinho de golfe.
• Melhoraria de parte da sinalização e orientação do local para ajudar as pessoas a navegarem na colina.
• Aplicação de uma nova camada dourada no Anjo Morôni.
• Milhares de sementes na colina foram plantadas para se iniciar o processo de reflorestamento. Grama selvagem e flores também estão crescendo na colina.

Obviamente, disse Saltzgiver, o projeto de reflorestamento durará muitos anos.

“Quando falamos em replantar uma floresta antiga, isto é algo que demorará um pouco”, disse ele. “O monte, por algum tempo, pode passar pelo que chamaríamos de uma difícil fase de adolescência, quando fica um pouco desleixado e selvagem por um tempo. Em seguida, ressurgirá como a floresta antiga que foi no passado.”