Vocês conseguem recordar quando foi a última vez que receberam uma saudação calorosa e convidativa? Que impacto isso teve sobre vocês? Élder D. Todd Christofferson disse recentemente: “À medida que os membros da Igreja se tornam cada vez mais diversificados, nosso acolhimento deve se tornar cada vez mais espontâneo e caloroso. Precisamos uns dos outros” (“A doutrina da inclusão”, conferência geral de outubro de 2022).
Espontâneo e caloroso? Que belo convite para um discípulo de Jesus Cristo.
As escrituras nos ensinam que Jesus Cristo “andou fazendo o bem” (Atos 10:38). Ele enviou codornizes quando já fornecia maná (Números 11). Ele viu Zaqueu na árvore (Lucas 19:3-5). Ele permitiu que Maria lavasse Seus pés (Lucas 7). Ele ficou quando os nefitas desejaram que Ele “permanecesse um pouco mais” (3 Néfi 17:5). Ele perdoou Joseph Smith e o chamou “novamente” à obra (Doutrina e Convênios 3:10). Ele é nosso exemplo perfeito.
Vocês já pararam para considerar o número de filhos do Pai Celestial que conhecerão nesta vida e qual impacto sua interação terá sobre eles? Muitos de nós temos rotinas nas quais interagimos com muitas das mesmas pessoas. Vamos ao trabalho, visitamos as escolas de nossos filhos, fazemos compras nos mesmos supermercados, pegamos os mesmos trens, comemos nos mesmos restaurantes e frequentamos a igreja com as mesmas pessoas. Essas interações nos permitem formar relacionamentos mais estáveis, o que nos proporciona oportunidades de conversarmos sobre os assuntos do coração.
Mas, e as pessoas que talvez vejamos apenas uma vez na vida? Nossa interação com elas é calorosa e acolhedora? O frentista do posto de gasolina saberia que você é cristão? As pessoas sentadas à sua frente ou atrás de você no evento esportivo sentiriam bondade e luz em sua presença? A pessoa entristecida pela qual você passou na estação de trem sentiu esperança em seu sorriso (mesmo que você não tenha recebido um em troca)? O que outras pessoas diriam sobre seu compromisso de ser uma testemunha de Jesus Cristo?
Paulo testifica aos gálatas: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo; não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” (Gálatas 2:20).
Então, como seria ter Cristo “vivendo em mim”? Talvez muitos de nós tornem isso mais complicado do que realmente precisa ser. Morôni testifica: “todas as coisas boas vêm de Deus...” (Morôni 7:12). A orientação de Morôni reduz nossas ações a este teste decisivo: “Estou fazendo o bem? O que vem de mim é bom?”
Adoramos ouvir relatos milagrosos e comoventes sobre a intervenção divina de Deus, nos quais a vida das pessoas é transformada e as histórias parecem ter um quê de “felizes para sempre”. Embora tais relatos sejam inspiradores, eles também podem ser desanimadores para algumas pessoas, devido a sentimentos de inadequação ou medo. Pensamentos como: “Ah, eu não sou essa pessoa”, ou “Por que eu nunca tenho essas oportunidades?”, ou “Toda vez que tento, ninguém quer me ouvir”, ou “Eu gostaria de ter mais coragem” também podem vir à mente. Talvez, às vezes, estejamos subestimando o poder de nossa simples e “boa” influência.
Já foi dito: “Viva de tal forma que as pessoas que o conhecem, mas não conhecem a Cristo, queiram conhecer a Cristo porque o conhecem” (autor desconhecido). Como podemos fazer isso? Bem, depende. Em muitos aspectos, é tão simples quanto “fazermos o bem”.
Em vez de apenas passarmos por um estranho, podemos dizer olá para ele.
Quando vermos lixo no chão, podemos recolhê-lo (mesmo que não seja nosso e ninguém esteja vendo).
Em um evento esportivo, talvez seja controlar nossa frustração.
Em uma conversa com colegas de trabalho, podemos ser honestos ao lhes dizer que nossos livros favoritos são as escrituras.
Quando estivermos dirigindo, talvez seja simplesmente não dizermos palavras indelicadas a respeito da pessoa que acaba de nos cortar.
Quando estivermos em casa, talvez seja fazermos uma tarefa sem sermos solicitados.
Quando estivermos na igreja, talvez seja interrompermos o ato de julgar, fazendo a nós mesmos perguntas que nos ajudem a entendermos melhor o comportamento de alguém, em vez de supormos que sabemos tudo a respeito dessa pessoa. Ou na igreja, podemos simplesmente receber de maneira calorosa a todos que ainda não conhecemos.
Ao usarmos nossos dispositivos móveis, talvez seja evitarmos clicar em um site que pareça interessante, mas sabemos que levará nosso coração e mente a um lugar que não é saudável para nós.
Ao pensarmos em um amigo que está sofrendo, talvez seja nos sentarmos com ele e aceitarmos o fato de que não sabemos qual é “a coisa certa a dizer”.
Ao nos vestirmos, talvez seja escolhermos roupas que nos permitam glorificar “a Deus no [n]osso corpo” (1 Coríntios 6:20).
Ao orarmos pela manhã, talvez seja pedirmos ao Pai que nos ajude a “fazermos o bem” hoje e aceitarmos a possibilidade de nunca sabermos o resultado de fazermos o que Ele nos diz.
Se adoramos ter nosso dia planejado, talvez seja uma disposição de sermos espontâneos e mudarmos nossos planos para fazermos o “bem” que Ele nos pede.
Ao lutarmos contra uma doença mental, talvez seja nos esforçarmos para vivermos o evangelho, mesmo que não sintamos ”isso” agora (Alma 5:26).
Porque Jesus Cristo “andou fazendo o bem” (Atos 10:38), quando procuramos fazer o bem, somos testemunhas Dele — às vezes em palavras, às vezes em ações e às vezes na simples intenção do coração. Ele pode e viverá em nós. Nunca subestimemos o poder de um esforço caloroso, espontâneo e “bom”.