CIDADE DO MÉXICO — O ano de 2013 mal havia começado e as conversas sobre as comemorações do 50º ano letivo da escola particular de ensino médio, Benemérito de las Américas, já haviam começado a circular.
Contudo, em uma reunião no dia 29 de janeiro com administradores escolares e líderes locais de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, o então Élder Russell M. Nelson e o Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos, compartilharam um anúncio chocante: a escola Benemérito, patrocinada pela Igreja, fecharia no final daquele ano letivo e o campus de 90 acres e suas dezenas de edifícios reabririam pouco tempo depois como a nova localização de um grande Centro de Treinamento Missionário no México.
Os líderes da Igreja viram a mudança como fundamental para ajudar a acomodar a repentina onda de novos missionários, gerada pelo anúncio da Conferência Geral de Outubro de 2012 de reduzir a idade que rapazes e moças começariam a servir como missionários de tempo integral.
“Precisamos de um CTM imediatamente; tem que ser agora”, disse o Élder Holland na reunião. “Se começássemos a construir um amanhã, levaríamos três anos e milhões de dólares para finalizá-lo e o que faríamos nesse meio tempo?”
O Élder Nelson prosseguiu, designando 29 de janeiro como um dia importante na história da Igreja, mudando da educação de centenas de estudantes anualmente no Benemérito, para a formação de muitos milhares de missionários.
“Muitos deles virão de outros países”, afirmou ele.
“Eles não só receberão treinamento, mas também desenvolverão um amor pelo México, seu idioma e seu povo. Serão pioneiros em suas missões. Serão líderes no mundo inteiro. É isso o que vemos no futuro”.

“Este terreno sagrado onde nos sentamos nesta noite, se tornará mais sagrado a cada ano que passar”, continuou o Élder Nelson. “Propósitos melhores, maiores e mais sagrados serão servidos no futuro, mais do que nunca foram antes”.
“Mas não sei o que o futuro trará. Não sei quando esta história vai acabar. Talvez nunca acabe. Ela continuará adiante, cada vez mais para abençoar a vida de gerações que ainda estão por vir. Este lugar sagrado ajudará o México a se tornar tudo o que Deus pretende que se torne. Com essa santificação, o país será uma bênção para o mundo inteiro”.
“Propósitos melhores, maiores e mais sagrados”, e “uma bênção para o mundo inteiro”. Essas declarações proféticas do homem que agora lidera a Igreja de Jesus Cristo, descrevem o Centro de Capacitación Misional México, o nome em espanhol encontrado na enorme placa de entrada do Centro de Treinamento Missionário do México, com uma enorme letra “B” sobre a encosta atrás dele servindo, não apenas como um cenário visual, mas um lembrete das raízes do campus.
Sete anos depois, o CTM do México — ou CCM México — tornou-se o segundo maior centro em número de missionários treinados, e o maior em tamanho. O centro de treinamento tanto recebe, como envia, missionários a todo o Hemisfério Ocidental e ao mundo todo. E o CTM do México é uma das principais razões pelas quais a Igreja conseguiu fechar cinco CTMs menores desde o início de 2019.
“Quando o Presidente Nelson anunciou a alteração e veio aqui para fazer a mudança da Escola Benemérito para o CTM, o Espírito tem estado aqui desde então”, declarou o presidente Timothy M. Olson, presidente do CTM do México. “Recebemos missionários de todo o mundo — Ásia, Europa, América do Norte e do Sul, América Central e Caribe. E os enviamos para todas as partes do mundo. O impacto desses missionários será geracional e foi apenas uma mudança fantástica que o transformou, de uma escola com impacto limitado, para um impacto mundial”.
O fechamento do legado deixado pelo centro de aprendizagem do México

O Benemérito de las Américas funcionou por quase cinco décadas como uma escola particular, e em seus últimos anos, de ensino médio. O local na parte norte da área metropolitana da Cidade do México — construído em um rancho de propriedade da Igreja — serviu como lembrete da longevidade e vitalidade da Igreja e de seus membros no México.
“Um dos grandes sentimentos que temos quando vamos ao México é a compreensão de quanto tempo a Igreja está lá”, compartilhou o Élder Brent H. Nielson, setenta autoridade geral e diretor executivo do Departamento Missionário. “Ela começou em meados de 1800 e alguns dos nossos santos mexicanos são membros de oitava e nona gerações.
“Quando estamos lá, nos sentimos em casa. Parece um lugar onde a Igreja está há muito tempo e esses membros são alguns dos mais fiéis na face da Terra. Eles trabalham no CTM e têm um espírito maravilhoso e acolhedor para nossos missionários”.
O Benemérito, no entanto, deveria dar lugar ao enorme CTM do México, muito maior do que o pequeno CTM que funcionava perto do Templo da Cidade do México México. A capacidade do CTM existente na época — que remontava ao final da década de 1970 — foi superior a 150 missionários por vez; as projeções de capacidade para o CTM ampliado poderia exceder 1.000.
“Acredito que Deus sabia que este momento chegaria, no dia em que fizemos a abertura de terra desta escola”, compartilhou o Élder Holland na reunião de 29 de janeiro de 2013, acrescentando: “Que homenagem, que elogio a vocês, estar na vanguarda absoluta deste trabalho e ser o único lugar para o qual Deus e seus líderes poderiam se voltar para promover este trabalho. Dificilmente eu poderia lhes prestar uma homenagem maior”.

O Élder Nelson continuou a homenagem dizendo que o sucesso dos adolescentes de 18 anos no México sendo chamados como missionários — o que acontece desde 1999 — tinha sido uma consideração significativa na decisão de fazer a mudança mundial de idade.
Menos de cinco meses após o anúncio, o Benemérito fechou as portas como escola, com uma cerimônia diferente de formatura no dia 14 de junho de 2013. Quando uma escola fecha, a lei mexicana exige a queima de sua bandeira, de modo que, a cerimônia de queima da bandeira simbolizou o fim das atividades acadêmicas do Benemérito e o início da nova função da propriedade.
Das cinzas e da propriedade surgiu algo maior — como profetizado. O Benemérito foi responsável por cerca de 23.000 graduados em seus 49 anos de história. Em menos de sete anos, o CTM do México treinou bem mais de 30.000 missionários que passaram de três a nove semanas no campus antes de partirem para todas as Américas e outras partes do mundo.
Transição para um Centro de Treinamento
Funcionários do Departamento Missionário — como Shawn Cates, o primeiro diretor de treinamento e operações do CTM do México, e Kirsti Vogeler Polo, que supervisionaria a formação dos instrutores do CTM — chegaram em maio de 2013, anunciando a transição enquanto permitiam que o Benemérito concluísse o ano letivo. Eles viram os professores, funcionários e alunos tristes com o fechamento da escola e tiveram empatia por eles.
“Vi seus programas de dança, vi tudo e chorei muito — foi algo muito bonito”, lembrou Cates, que agora atua como gerente de descoberta mundial do Departamento Missionário. “Os alunos fizeram camisetas que diziam: ‘Estou abrindo mão de meu lugar para vocês.’”
Com os primeiros missionários programados para chegar 10 dias após a formatura do dia 14 de junho, “o período de tempo foi apertado”, disse Cates. “Foi incrível, e eu diria milagroso, ver o que as pessoas foram capazes de fazer para que isso acontecesse”.
Enquanto a propriedade e edifícios permaneceram basicamente iguais, além de algumas reformas e melhorias necessárias, as operações para um CTM diferem consideravelmente daquelas de uma escola. Esta última não funciona nos fins de semana, feriados e férias de verão, enquanto um Centro de Treinamento Missionário é como uma minialdeia, cheia de funcionários e em funcionamento 24 horas por dia, sete dias por semana.

“Tivemos que contratar cerca de 100 novos empregados que não sabiam nada sobre o funcionamento de um CTM”, disse Cates. “Tivemos cerca de um mês e meio para preparar todas estas pessoas e ajudá-las a terem uma visão e perceberem o que estávamos tentando fazer antes dos primeiros missionários chegarem no final de junho”.
Tendo trabalhado no CTM do México de maio a dezembro de 2013, Polo inicialmente trouxe professores do CTM de Provo para que trabalhassem de seis a doze semanas de cada vez, depois começou a contratar instrutores locais, rapidamente admirando sua dedicação, sacrifício e aprendizado rápido.
“Havia esse sentimento de ‘Este é o nosso CTM. Isto é muito especial, queremos fazer parte disto, e faremos qualquer coisa para estar aqui’”, lembrou Polo, agora diretor administrativo assistente do Departamento Missionário de CTMs. “Foi quando soube que daria certo e eles não precisavam mais de mim aqui”.
Uma vez que as aulas do Benemérito terminaram, começou a mudança do campus do CTM existente para o novo. O trabalho de mover móveis e alocar e organizar o espaço do escritório e as salas de aula aconteceram a todo vapor, já que os funcionários tinham uma questão de dias para se preparar, organizar e começar.
“Na noite anterior à chegada dos primeiros missionários, estávamos mudando a placa da escola para Centro de Treinamento Missionário do México”, falou Cates. “Terminamos por volta da uma da manhã, poucas horas antes deles chegarem lá”.
E a biblioteca escolar — que agora leva o nome do Presidente Thomas S. Monson, como a maioria dos edifícios administrativos e salas de aula do México que levam os nomes dos profetas dos últimos dias, — também precisou que déssemos uma atenção de última hora. “Estávamos retirando os livros da biblioteca, as estantes e tudo mais”, afirmou Cates. “Lá seria o salão de recepção deles”.
A era de um CTM ampliado

E em 24 de junho de 2013, eles chegaram — primeiro uma jovem sister missionária local, trazida por sua família e depois um jovem élder trazido pela dele. De modo apropriado, os primeiros missionários que chegaram ao recém-expandido Centro de Treinamento, eram santos dos últimos dias do México, a nação que sacrificou um centro educacional para sua juventude em troca de um centro de treinamento para os missionários de todo o mundo.
Entre os funcionários do CTM que os receberam, havia muitos que tinham sido funcionários do Benemérito. “Dava para ver lágrimas nos olhos deles”, disse Cates. “Estavam muito felizes e ao mesmo tempo um pouco tristes, percebendo que a mudança havia acontecido mesmo. Foi uma experiência semelhante à que acontece no templo, foi extremamente espiritual fazer parte dela. Todos sentimos que era um momento histórico”.
Antes de 2013, o CTM do México treinava principalmente missionários do México que serviriam em uma das várias dezenas de missões naquele país. No entanto, com a capacidade ampliada, o CTM do México poderia acomodar consideravelmente mais missionários, então foi determinado que não só poderia hospedar missionários do México e de toda a América Latina, mas também ajudar a diminuir a carga de missionários que precisam aprender espanhol no Centro de Treinamento Missionário de Provo.
Como tal, missionários que foram chamados dos Estados Unidos e do Canadá para pregar na língua espanhola em qualquer um desses dois países, poderiam ir para a Cidade do México para serem treinados e aprender espanhol e depois, retornar para seu serviço.
Ambos os programas de treinamento ainda continuam hoje.
“Isso aliviou muito da pressão que temos em Provo”, disse o Élder Nielson, “e também nos permitiu lhes dar uma experiência cultural no México para que possam sentir as culturas hispânicas que se encontram no México”.
E uma decisão oportuna do governo mexicano ajudou a facilitar a ida de novos missionários para o CTM do México vindos de outros países. Pouco antes da ampliação, o México ajustou os requisitos para vistos de curto prazo para o país, permitindo que missionários da América do Norte, e muitas outras nações, entrassem sem visto e ficassem até 180 dias — bem acima das três a nove semanas necessárias para treinar missionários. Tudo o que um missionário a ser treinado lá precisaria era um passaporte, passagem de volta e não era necessário ter visto — um alívio bem-vindo ao Departamento Missionário.

“Os vistos são muito caros”, disse o Élder Nielson. “Estamos todos os dias solicitando vistos para missionários no mundo todo e para este CTM é só ir e voltar — e é apenas um voo de três horas e meia (de Salt Lake City). É simples assim.”
A experiência cultural de treinamento no México com falantes nativos é um bônus para missionários dos Estados Unidos e do Canadá, disse Lane Steinagel, que recentemente deixou de ser diretor de CTMs internacionais para ser especialista em áreas de missão no Departamento Missionário.
“Que melhor maneira de prepará-los, não só para aprender o idioma”, disse ele, “do que estar entre pessoas, cultura e missionários que são ou que estão indo a estes lugares, ou que têm uma conexão com pessoas que eles irão conhecer e ensinar em sua missão.
Os santos mexicanos aceitam o novo CTM
À medida que missionários começaram a ser designados para o CTM do México para serem treinados, os números incluíam filhos de ex-funcionários do Benemérito, bem como ex-alunos, alguns deles que haviam se formado apenas meses antes.
“Durante seus quase 50 anos, o Benemérito de las Américas abençoou a vida de dezenas de milhares de membros no México por meio de seus programas de educação secular e religiosa. Aqueles que se formaram na escola serviram como base para a liderança da Igreja passada e atual no país”, declarou o Élder John C. Pingree Jr., setenta autoridade geral e conselheiro na presidência da Área México.
“Quando foi anunciado que o Benemérito seria fechado e um novo CTM do México seria aberto, a perda da escola foi dolorosa para muitos no país. No entanto, os santos fiéis daqui prontamente aceitaram o novo e superior propósito da escola ,de treinar missionários para coligar Israel, em preparação para a Segunda Vinda do Salvador, Jesus Cristo”.
Nicolás Castañeda, atual diretor de treinamento e operações do CTM do México, disse que foi muito difícil para os membros locais aceitarem inicialmente a mudança da popular e bem-sucedida escola.

“Mas eles rapidamente receberam um testemunho das bênçãos e do poder de ter um CTM maior no México para abençoar muitas pessoas no mundo”, disse ele, ressaltando a promessa feita pelo Élder Nelson de aumentar a santidade a cada ano que passasse.
“Vi isto acontecer; presto testemunho desta promessa profética. Toda vez que uma família chega com o filho ou a filha, sinto — por esta razão — que este lugar é cada vez mais sagrado por causa do sacrifício e amor do povo”.
Perla Velezques já teve todo tipo de experiências no campus — foi aluna do Benemérito na adolescência, passou por lá como jovem missionária no CTM e agora é supervisora de ensino.
“Sou grata por estar neste belo local. Sei que o Senhor visita este lugar. Quando os professores ensinam, sinto o amor do Salvador”, compartilhou ela. “Ao ver os missionários andando por aqui, lembro que este lugar era para preparar as pessoas para a conversão — não só para o treinamento missionário, mas antes, durante a época da escola, do meu treinamento e de agora como supervisora. Sinto que este lugar está preparado para ajudar os outros a receberem a conversão.”
Fechamentos, consistência e equívocos

Com o crescimento e o sucesso contínuos do CTM do México ao longo de seus primeiros cinco anos e sua capacidade, ainda não explorada, de abrigar mais de 1.200 missionários, o Departamento Missionário descobriu que poderia agilizar ainda mais as operações e o treinamento ao fechar cinco CTMs menores em 2019 e 2020 — incluindo os do Chile, Argentina, República Dominicana e Guatemala — e fazendo com que os missionários que teriam sido treinados lá fossem enviados para a Cidade do México.
O Élder Nielson afirmou que, embora uma pessoa comum pense que cortar o número de CTMs no mundo todo é o resultado de uma força missionária em declínio, a Igreja de fato tem cerca de 4.000 missionários a mais este ano do que no ano passado.
Kelend Mills, diretor administrativo dos CTMs no Departamento Missionário, disse que as fusões no CTM do México tiveram vários benefícios. “Um deles é uma economia significativa de custos para a Igreja. Outro é ver os missionários se unirem e terem a experiência de cantar ‘Chamados a Servir’ com centenas de missionários, em vez de 20 ou 30, como teria sido o caso em CTMs menores”, disse ele, ressaltando como os missionários podem se sentir parte de uma força global maior, e como o treinamento e as operações centralizados ajudam a garantir uma experiência missionária consistente, não importa em que CTM estejam, seja no México, em Utah, no Brasil ou em Gana.
Uma grande diferença no México é a vasta propriedade do CTM, espalhada nos 90 acres do antigo campus do Benemérito, incluindo 50 casitas com múltiplos cômodos, ou pequenas residências para os élderes, vários edifícios com dormitórios do tamanho de apartamentos para as sísteres e inúmeros edifícios administrativos e salas de aula espaçosos por toda parte. Compare isso com os 35 acres do campus Provo ou com os menos de dois hectares do imponente complexo do CTM em São Paulo, Brasil.
“Quando nossos missionários chegam lá, muitos, é claro, fazem a viagem do aeroporto para o CTM do México, a qual é um choque cultural ao irem apenas da Cidade do México até o CTM”, declarou o Élder Nielson. “Mas quando chegam lá e são recebidos por todos estes maravilhosos membros mexicanos, eles sentem como se estivessem em casa”.
O irmão Mills acrescentou: “Embora esteja bem no meio desta cidade barulhenta e movimentada, ao se entrar na propriedade e passar pelos portões, há um sentimento calmo, pacífico e sagrado naquele espaço”.
O tamanho “deixa todos os outros CTMs para trás”, disse Polo, destacando as áreas externas para estudo, ensino, prática e encenação entre palmeiras, arbustos floridos, gramados exuberantes e periquitos-monges gritando. “É um sentimento singular de que os missionários provavelmente não se sentem confinados — há ar livre e o tempo está bom durante a maior parte do ano”.
Chegar à Cidade do México vindo de todas as partes do México, bem como dos Estados Unidos ou de outras nações, não é um grande problema. Há muitos voos sem escalas para a capital, inclusive partindo de Salt Lake City.

“Há épocas do ano em que temos muitos missionários chegando e quase todos os passageiros do avião são missionários a caminho do CTM do México”, disse Mills sobre o trecho SLC-MEX.
“Uma das comissárias de bordo que está naquele voo toda semana me contou uma história de certa vez, durante um pouso e enquanto o avião era conduzido em direção ao terminal, os missionários começaram a cantar ‘Chamados a Servir’”.
A equipe do CTM do México e do Departamento Missionário trabalham para dissipar os muitos equívocos que os membros desinformados têm sobre a experiência de treinamento na Cidade do México, desde preocupações com a segurança dos missionários, pelo fato de estarem em uma vizinhança perigosa, até com a comida ou água. Às vezes, os missionários reclamam para a família dizendo que a comida fez com que eles ficassem doentes quando, na realidade, uma combinação de uma nova dieta, novas rotinas de refeições e possíveis efeitos colaterais da ansiedade e do estresse podem ser a causa de tais doenças.
“Creio que os membros devem saber que seus filhos e filhas serão bem cuidados aqui”, disse o presidente Olson. “É um belo campus. Temos um campus com serviço completo, incluindo uma clínica de saúde, médicos e conselheiros de saúde mental. Temos um refeitório, funcionários à disposição para manutenção e uma maravilhosa equipe de instrutores que é muito competente e capaz de ensiná-los, não só o idioma, mas a maneira de pregar o evangelho de forma clara e eficaz, com o Espírito”.

Depois de comer no refeitório remodelado e ampliado do CTM por seus primeiros sete meses, e voltar para lá todas vezes que faz visitas de treinamento, Polo disse que a comida “é deliciosa — eu adorei”, acrescentando: “Gostaria que as mães soubessem que a comida é ótima — há uma grande variedade, e (os missionários) são bem cuidados”.
Steinagel disse o seguinte sobre a propriedade ser cercada por paredes de concreto altas, cobertas de arame e monitoradas pela segurança 24 horas por dia, 7 dias por semana: “Os missionários estão muito seguros — essa é a prioridade acima de tudo.
“Somos capazes de atender às necessidades dos missionários, seja com alimentos especiais ou, com a ajuda clínica e médica que temos lá, e diferentes tipos de apoio do escritório da área”.
O élder Jacob Turley, de Highland, Utah, se preparando para servir missão em espanhol no Arizona, deu alguns conselhos aos missionários que chegam ao CTM do México: “Absorvam tudo — a cultura, a comida, as pessoas e principalmente os professores. É uma grande bênção poder ter instrutores do México que são da cultura latina nos ensinando, principalmente sobre o evangelho”.
E a sister Annah Fossum de Forsythe, Geórgia, usou o termo “peculiar” para descrever a conclusão de suas seis semanas de treinamento antes de partir para servir no Chile. “Recebemos muita informação neste período de tempo, mas também fizemos deste lugar a nossa casa e as pessoas que encontramos aqui são muito bonitas. Então, é meio triste, mas muito emocionante seguir em frente, pegar as coisas que aprendemos e implementá-las na missão”.
O CTM do México — agora e no futuro

Desde o início, o CTM do México tem oferecido um programa de treinamento missionário de três semanas para falantes nativos de espanhol. Com a mudança para receber élderes e sísteres norte-americanos sendo treinados na Cidade do México, o treinamento de seis semanas e o programa de língua espanhola para falantes de inglês foram adicionados.
Com os recentes fechamentos de outros CTMs menores, o CTM do México ampliou o repertório de treinamento. O treinamento de missionários falantes de crioulo haitiano — anteriormente feito no CTM da República Dominicana — se mudou para o México, exigindo que os professores fossem contratados e realocados para a Cidade do México. Além disso, o treinamento de nove semanas em quíchua – uma língua maia falada em comunidades na Guatemala e em Belize, -– para falantes nativos de espanhol, veio do CTM da Guatemala que hoje se encontra fechado.
“Estamos começando a olhar para as possibilidades de poder treinar missionários no CTM do México em outros idiomas — por exemplo, francês”, disse o Élder Nielson. “Seria possível para um missionário latino que só fala espanhol, vir ao México e aprender francês? Estamos considerando isso com cuidado, tentando nos preparar para esse tipo de evento para que eles possam servir em uma missão de língua francesa, por exemplo, na África ou em algum outro lugar”.
Outra adição provável seria o ESL —inglês como segunda língua [English as a Second Language] — para falantes de espanhol chamados para servir em inglês, por exemplo, nos Estados Unidos.
“Há oportunidades para ensinarmos outras línguas neste CTM para que possamos abrir o mundo para outras culturas e servir em outros lugares?” perguntou o Élder Nielson.

Em uma recente visita ao CTM do México, Mills observou a mistura de programas de treinamento — missionários norte-americanos aprendendo espanhol, interagindo com falantes nativos do México, assim como outras nações latino-americanas em seu próprio treinamento.
“Percebi um senso de conexão entre todos esses missionários, de onde quer que sejam”, compartilhou ele. “Havia um sentimento de conexão, unidade e o propósito que sentiam como missionários”.
E é possível sentir o Espírito por toda parte, disse a sister Rose A. Olson, companheira do presidente do CTM. “Assim que os missionários chegam, muitos deles estão muito emocionados, apenas com a mudança de ambiente”, afirmou ela. “Mas aqui é um lugar seguro e se eles passarem por esses dois primeiros dias, vão desfrutar da companhia dos outros missionários, descobrir que os instrutores são maravilhosos e serão capazes de sentir o Espírito, e aprender a ensinar o evangelho com Ele.
O élder Enrique Cepeda, de Nuevo Casas Grandes, no México, fez a seguinte declaração: “Podemos sentir o amor do Senhor e amo isso”, compartilhou ele.
Seu companheiro de CTM, o élder Alex Sanchez de Tegucigalpa, em Honduras, acrescentou: “Desde o primeiro dia em que chegamos, nos disseram que aprenderíamos que Ele está cuidando de nós, para sermos reverentes e guardarmos as regras”, disse ele. “E aprendi, enquanto estou aqui, que este é um lugar sagrado, assim como o templo ou minha própria casa”.
Cates, que por três anos presenciou a transformação da escola para o centro de treinamento missionário, coloca uma perspectiva maior ao rótulo de “um oásis no deserto” dado ao local e transferindo, das raízes do Benemérito, para sua atual expansão do CTM do México e àquilo que está reservado no futuro na propriedade de 90 acres.
“É um oásis entre uma das maiores cidades do mundo, todos os dias milagres acontecem lá e o coração dos missionários está mudando. Todos os dias, há algo incrivelmente especial acontecendo e quem quer que esteja lá tem a oportunidade de ver pessoalmente um dos milagres mais incríveis que ocorrem no planeta Terra, que é a mudança do coração humano.
“E neste caso, são missionários se preparando para sair e mudar o coração de outros”.