Muito antes dos eventos ao vivo do FamilySearch nas redes sociais começarem nos Estados Unidos durante a pandemia de COVID-19, eles já faziam sucesso no Brasil.
“O Brasil foi, na verdade, o pioneiro disso”, disse Jim Greene, gerente de marketing internacional do FamilySearch em Salt Lake City, Utah. “E outros se beneficiaram com isto.”
Na verdade, o FamilySearch Brasil realiza eventos ao vivo nas redes sociais desde 2013, disse Adriano Almeida, gerente comunitário do FamilySearch para a Área Brasil, que mora em Sumaré, São Paulo. Almeida gerencia as páginas do FamilySearch Brasil em diversas plataformas de mídia social, bem como organiza e modera os eventos transmitidos ao vivo.
Devido a um convite feito pela presidência de Área Brasil, Adriano e sua equipe realizaram eventos semanais ao vivo durante o surto de COVID-19. Todos os domingos à noite, durante os meses de abril e maio, foi realizado um evento sobre indexação. O mesmo ocorreu a cada duas quartas-feiras, focado em dicas e recursos relacionados à história da família. O cronograma para junho ainda está pendente.
“A ideia é fornecer um bom conteúdo para os membros da Igreja, assim como para o público em geral, usando o FamilySearch como ferramenta missionária”, disse Almeida.
Os eventos ao vivo seguem tipicamente um formato interativo de perguntas e respostas, e o público envia perguntas usando os recursos de bate-papo. Almeida usa uma ferramenta de transmissão múltipla no Facebook, Instagram e YouTube — permitindo que a transmissão alcance vários públicos nas diferentes plataformas ao mesmo tempo.
Os eventos atingiram dezenas de milhares de pessoas. “Tivemos um aumento de pessoas acessando o FamilySearch e isso tem ajudado muito a atingir as metas da área, especificamente as de indexação, e as de ajuda para as pessoas preencherem suas quatro primeiras gerações”, disse Almeida.
De acordo com os gerentes do FamilySearch, o pioneirismo do Brasil em eventos ao vivo nas mídias sociais pode ser creditado ao apoio de líderes e membros locais da Igreja, um perfil demográfico singular com crescente interesse pela história da família e uma estratégia de marketing localizada.
Apoio de líderes e membros locais da Igreja
A presidência da Área Brasil, disse Almeida, estabeleceu uma estrutura de consultores de história da família multiestacas, que ajudam os membros da Igreja a “terem a visão certa sobre o trabalho de templo e história da família, criando e desenvolvendo suas árvores [genealógicas], enviando nomes ao templo e abençoando pessoas e famílias de ambos os lados do véu.”
Todo mês de julho, o FamilySearch realiza uma maratona de indexação de vários dias no Brasil, com transmissões ao vivo a partir de várias estacas, disse Almeida. Muitos dos participantes são jovens. Em dezembro, o FamilySearch realiza uma minimaratona semelhante com transmissões ao vivo.
Almeida disse que há anos os santos brasileiros têm participado ativamente da indexação. O discurso da Conferência Geral de Abril feito pelo Presidente Russell M. Nelson, “Ouvir o Senhor”, reafirmou a importância do trabalho da história da família e levou muitos mais a começar a indexar recentemente.
“Embora não seja possível adorar no templo neste momento, convido-os a participarem mais da história da família, incluindo a pesquisa de história da família e a indexação”, declarou o Presidente Nelson. “Prometo que ao participarem mais plenamente do trabalho do templo e da história da família, vocês vão ampliar e melhorar sua capacidade de ouvi-Lo.”
Este interesse e engajamento na indexação é uma das razões pelas quais os eventos ao vivo nas mídias sociais realizados nos domingos à noite foram dedicados à indexação. Almeida disse que os líderes de estaca e ala têm sido fundamentais para ajudar a espalhar informações e anúncios sobre as transmissões do FamilySearch.
Perfil demográfico singular
Localizado na América do Sul, o Brasil é o quinto maior país do mundo por área e o sexto mais populoso. Há cerca de 1,5 milhão de santos dos últimos dias no país, de acordo com a Sala de Imprensa da Igreja.
A população brasileira de mais de 211 milhões é conhecida por ser uma mescla de culturas e nacionalidades. Colonizado a partir de 1500 por Portugal, o Brasil recebeu povos de todo o mundo, incluindo África, Alemanha, Espanha, Itália e Japão.
De 1870 a 1930, estima-se que de 2 a 3 milhões de imigrantes se estabeleceram no Brasil — a maioria vindos da Europa, mas também do Oriente Médio e da Ásia.
Com esta composição demográfica diversificada, muitos brasileiros — tanto membros da Igreja quanto não-membros — estão interessados em pesquisar e obter dupla cidadania, explicou Fábio Falcão Lucas, gerente da área do FamilySearch para o Brasil, que mora em Sumaré, São Paulo. Muitos usam o FamilySearch para encontrar informações e documentos genealógicos que os conectem a um outro país.
O Brasil está se reconstruindo após uma recessão recente, então a situação econômica também levou muitos a buscar suas raízes “para que se sintam ancorados a algo”, disse Lucas.
“Os brasileiros em geral são muito espirituais”, continuou. “Então, aqueles que são otimistas sobre a situação estão tentando encontrar algum consolo no fato de que sabem algo sobre seus ancestrais.”
O FamilySearch oferece muitos recursos de história da família para os brasileiros, como a página de herança do Brasil e a página de pesquisa do Brasil, que inclui um acervo de cursos de aprendizagem, projetos de indexação, registros somente de imagem e material de catálogo específico para o país. Há também uma variedade de experiências de descobertas específicas do Brasil, incluindo aprender sobre o significado do sobrenome.
Um plano de marketing localizado
As estratégias de marketing do FamilySearch em áreas internacionais, como o Brasil, são diferentes daquelas praticadas nos Estados Unidos, disse Greene.
Por exemplo, as campanhas de e-mail do FamilySearch são bem-sucedidas nos Estados Unidos. No entanto, “o resto do mundo não usa computadores”, disse. “Eles usam celulares e tablets. E não usam e-mail. Usam o WhatsApp.”
O uso de smartphones no Brasil está em constante ascensão e os brasileiros são usuários ativos de redes sociais. De acordo com um estudo recente da Pew Research, 85% dos brasileiros, de 18 a 34 anos, possuem um smartphone. O país também é um importante mercado para a plataforma de mensagens WhatsApp, que recentemente escolheu o Brasil para lançar sua primeira grande campanha publicitária.
Pesquisar e entender estes fatores faz parte da “localização” — um processo abrangente que aborda fatores culturais e linguísticos ao adaptar um serviço ou produto para outro país.
“A localização é muito mais do que apenas adaptar o idioma”, disse Greene. “É criar tecnologia de modo que maximize a maneira como eles recebem a mensagem e usam canais dos quais estão mais propensos a fazer parte.”
Greene e sua equipe têm testado o envio de mensagens do FamilySearch pelo WhatsApp e Facebook. “Está funcionando muito bem no Brasil”, disse. “O Brasil tem sido nosso campo de testes.”
A irmã Michele Coronetti, missionária de tempo parcial do FamilySearch que mora em Santos, São Paulo, tem ajudado Almeida com os eventos ao vivo nas redes sociais. “É ótimo. Muitas pessoas assistem às transmissões e fazem perguntas”, disse.
Ela também ajuda com as mensagens pelo WhatsApp. “Ajudo as pessoas com a indexação. Temos quatro grupos de WhatsApp para as pessoas perguntarem sobre indexação e mostrarem fotos para ajudar na compreensão e leitura do que está escrito”, disse. Cada grupo de WhatsApp tem cerca de 250 pessoas, com membros e não-membros da Igreja participando.
O próximo evento ao vivo nas mídias sociais do FamilySearch Brasil será no domingo, dia 21 de junho, e será transmitido no Facebook, Instagram e YouTube. Eventos anteriores nas redes sociais podem ser encontrados no canal do FamilySearch no YouTube.