A mensagem de Presidente Russell M. Nelson, durante um devocional no domingo para santos dos últimos dias que vivem nos estados de Oklahoma e Kansas, região central dos Estados Unidos, ofereceu um desafio geograficamente adequado:
“Concentremo-nos em um dos maiores presentes que nosso Pai Celestial nos deu para centralizarmos nossas vidas Nele e em Seu Filho Amado”, disse ele. “Estou me referindo ao Livro de Mórmon. É um presente de Deus para nós. Ele é a pedra fundamental de nossa religião porque contém a própria essência, o centro de Sua doutrina.”
O Presidente da Igreja foi acompanhado no devocional — transmitido do Centro de Conferências em Salt Lake City — por sua esposa, irmã Wendy Nelson, juntamente com Élder Dieter F. Uchtdorf, do Quórum dos Doze Apóstolos, e sua esposa, a irmã Harriet R. Uchtdorf.
Presidente Nelson ressaltou que ele e a irmã Nelson estudam o Livro de Mórmon diariamente. “Repito uma promessa que fiz antes, que se vocês lerem o Livro de Mórmon diariamente, tomarão melhores decisões todos os dias.”
Presidente Nelson iniciou seus comentários no domingo anunciando uma doação de US$2 milhões feita pela Igreja poucas horas antes ao Museu dos Primeiros Americanos em Oklahoma City, Oklahoma.
“A doação da Igreja fortalecerá famílias nativas americanas, além de outras, com a criação de um centro do FamilySearch dentro do museu”, disse ele. “Este centro permitirá que os visitantes do museu possam receber auxílio com a preservação de histórias pessoais, busca de ancestrais e construção de suas próprias árvores genealógicas.
O Museu dos Primeiros Americanos, acrescentou ele, é um lembrete para todas as pessoas de seus próprios ancestrais “e de nossa profunda gratidão por aqueles que vieram aqui de vários países e tradições diferentes.”
Mesmo ao honrarmos o passado, há muito a se esperar, prometeu Presidente Nelson.
“Podemos enfrentar nosso futuro com fé — fé em Deus e em nossas oportunidades pessoais de darmos ouvidos à palavra do Senhor.
“Ele convida todos a virem a Ele e a partilharem de Sua bondade. Ele quer que tenhamos alegria durante nossa jornada mortal. Ele não faz acepção de pessoas — negro ou branco, escravo ou livre, homem ou mulher. Todos são iguais perante Deus.”
Presidente Nelson destacou a “pura bondade e a inabalável devoção” que definem os santos dos últimos dias que vivem no coração dos Estados Unidos. Essa localização geográfica proporciona uma metáfora poderosa sobre como o Senhor quer que Seu povo viva.
“Ele quer que nos mantenhamos no centro do caminho do convênio”, disse ele. “Ele quer que compreendamos a essência, ou o centro, de Sua doutrina. Ele quer que purifiquemos nosso coração — o centro de nosso próprio ser — para que possamos resistir aos ataques do adversário.
“Deus nos pede que vivamos no centro de nossos convênios do templo, nos quais encontramos a máxima segurança espiritual.”
A leitura do Livro de Mórmon, testificou ele, trará alegria e maior compreensão do evangelho de Jesus Cristo. Os resultados de tal compreensão do evangelho são paz, orientação e alegria.
O Livro de Mórmon tem um propósito duplo: primeiro, convencer as pessoas de que Jesus é o Cristo. E segundo, ajudar os filhos de Deus a conhecerem o convênio que Ele fez nos dias antigos com a casa de Israel, cujas tribos dispersas estão sendo coligadas nestes últimos dias.
“O Livro de Mórmon revela as grandiosas coisas o Senhor fez por Seu povo do convênio. Ele dá esperança a todos de que não serão rejeitados para sempre, mas que agora podem ser coligados seguramente a Ele, ao Seu rebanho e ao Seu evangelho.”
O Livro de Mórmon, acrescentou ele, é um outro testamento de Jesus Cristo. É uma evidência tangível de que a prometida coligação de Israel já começou.
“O Livro de Mórmon contém a definição do Senhor de Seu evangelho. O evangelho abrange a Expiação de Jesus Cristo. Ele também abrange o papel do Senhor como nosso Exemplo. Portanto, ao estudarmos e vivermos de acordo com os ensinamentos do Livro de Mórmon, temos as informações necessárias para nos tornarmos mais como o Senhor.”
Presidente Nelson esclareceu que o Livro de Mórmon não é um livro histórico. Em vez disso, ele define muitos ensinamentos bíblicos mais detalhadamente — à medida que revela novos conceitos e refuta muitas falsidades, incluindo a noção de que a revelação terminou com a Bíblia e de que podemos ser salvos somente pela graça.
O Livro de Mórmon também define as orações sacramentais, revela “coisas simples e preciosas” perdidas da Bíblia, afirma a antiguidade dos templos e esclarece a certeza da coligação de Israel.
“Talvez ainda mais importante, ele ensina a doutrina da Expiação de Jesus Cristo de maneira muito mais clara e extensa do que qualquer outro livro”, disse ele. “Ao fazer isso, ele descreve o ministério do Salvador entre o povo deste hemisfério, após Sua Ressurreição, em alguns dos versículos mais convincentes de todas as escrituras.”
O Livro de Mórmon também revela novas informações e conceitos, incluindo o relacionamento entre a Criação, a Queda e a Expiação de Cristo; a previsão da descoberta e colonização do continente americano; a necessidade da oposição como parte do arbítrio moral; e uma compreensão da existência eterna: o período pré-mortal, mortal e pós-mortal da vida.
Presidente Nelson também testificou do milagre da tradução do Livro de Mórmon. “O que o Profeta Joseph realizou é algo que os tradutores não podem duplicar, nem mesmo hoje com a tecnologia moderna.”
O Livro de Mórmon, concluiu ele, é “o melhor recurso de conversão” disponível.
“Seu estudo diário do Livro de Mórmon transformará sua vida”, disse ele. “Ele os ajudará a curarem seu coração, seus relacionamentos e seu lar.
“Meus queridos irmãos e irmãs que vivem no centro deste grande país, as verdades contidas no Livro de Mórmon centralizarão suas vidas em Jesus Cristo e em Seu evangelho.”
O ‘coração’ de um país rico em história
Élder Uchtdorf não é um estranho para Oklahoma e Kansas. Ele conheceu os estados centrais dos Estados Unidos décadas atrás, durante o treinamento de piloto da força aérea. Ele passou a apreciar a beleza natural de Oklahoma e Kansas — e a simpatia de seu povo.
“Como piloto, sei que o traje de voo pressurizado foi inventado aqui, e a maioria dos aviões de aviação geral do mundo vêm de sua região”, disse ele. “E quando se trata de costelas de churrasco, vocês deveriam ser os campeões mundiais.”
A rica história da região inclui a experiência pioneira norte-americana e as dificuldades dos nativos americanos que sofreram exposição aos elementos climáticos, doenças e fome enquanto caminhavam pela Trilha das Lágrimas.
Élder Uchtdorf disse estar muito feliz no domingo por celebrar a parceria entre a Igreja e o Museu dos Primeiros Americanos, que homenageia cerca de 39 tribos de índios norte-americanos. “E estou especialmente satisfeito com o fato de que a Igreja está apoiando esta causa, incluindo um centro do FamilySearch, que permitirá que pessoas de todas as raças pesquisem e aprendam mais sobre suas raízes ancestrais.”
Quando menino na Alemanha, Élder Uchtdorf gostava de ler histórias de aventura que se passavam no velho oeste americano, escritas pelo escritor alemão Karl May. Elas eram imensamente populares em todo o mundo. Nestas histórias, os índios norte-americanos eram frequentemente retratados como indivíduos nobres e sábios, que normalmente triunfavam no final.
Esses livros transportaram o jovem Dieter Uchtdorf para um lugar e uma época distantes. Mas suas mensagens eram universais e atemporais.
“Suponho que haja um propósito em compartilhar esta experiência de infância com vocês”, disse ele. “Acho que o propósito é que nós, como cidadãos do mundo, temos mais em comum do que podemos imaginar.
“Isso não é válido apenas para nós como membros da Igreja, mas também como seres humanos – como filhos de nosso Pai Celestial. Se todos nós nos concentrássemos mais no fato divino de que somos todos irmãos e irmãs, e reconhecêssemos as muitas coisas positivas que temos em comum – inclusive as experiências de vida e os sonhos que compartilhamos – não deveria ser muito difícil nos relacionarmos bem como indivíduos, comunidades e nações, independente de onde vivemos e de nossas origens ou circunstâncias de vida.”
Por outro lado, acrescentou ele, não é difícil encontrarmos coisas que dividem as pessoas. A história revela a tendência humana de um grupo de pessoas acreditar que seus membros são os “mocinhos”, e outros indivíduos, os “bandidos”.
“O antídoto para esta maneira de pensar que causa grandes divisões entre as pessoas”, disse Élder Uchtdorf, “é simplesmente tentarmos conhecê-las e compreendê-las em um nível pessoal.”
Os membros da Igreja, em geral, são exemplares quando se trata de nos esforçarmos para compreender outras pessoas.
“Nós os elogiamos por cada ato de bondade que vocês oferecem como indivíduos, alas e estacas. Estas coisas são importantes. Elas abrandam o coração e ajudam a compreendermos uns aos outros.”
Confiem que Deus lutará nossas batalhas, cuidará e irá adiante de nós. Convidem outras pessoas a buscarem o amor de Deus e a ouvirem a mensagem do evangelho.
“Esta é uma das coisas que o evangelho de Jesus Cristo faz para aqueles que o aceitam: ele nos ensina a aumentarmos o amor em nosso coração até enxergarmos todos os homens e mulheres como filhos de Deus — como nossos irmãos e irmãs”, disse ele.
“Ele une e unifica todo homem, mulher e criança. Ele ensina que não somos inimigos, mas que pertencemos à uma família divina e eterna, sendo filhos e filhas de um Pai Celestial amoroso.”
Uma entrevista pessoal com o Salvador
As incertezas da vida são muitas, disse a irmã Nelson. O clima, a saúde, o trabalho e até mesmo as ações de outras pessoas são incertos.
“Existe, entretanto, uma coisa com a qual podemos contar: um dia, cada um de nós terá uma entrevista pessoal com o Salvador. Essa reunião acontecerá. Não podemos fugir. E, não podemos nos esconder. Não há nada que possamos fazer para evitarmos ou para cancelarmos essa reunião.”
Os santos dos últimos dias também podem estar certos do amor do Presidente Nelson por cada um deles. Ele quer que essa inevitável entrevista individual com o Salvador seja maravilhosa para todos. Os ensinamentos e os convites feitos pelo Presidente da Igreja — incluindo os que foram compartilhados na conferência geral — podem ajudar todos a se prepararem para suas próprias entrevistas divinas.
“Presidente Nelson está agindo como seu treinador de entrevista quando lhes pede para: removerem os detritos mundanos de sua vida, arrependerem-se diariamente, transformarem seu lar em um santuário de fé, ministrarem de uma maneira mais elevada e sagrada, e reservarem tempo para o Senhor todos os dias.”
Desde que se tornou Presidente da Igreja, Presidente Nelson proferiu 31 mensagens em conferências gerais.
“Eu os convido a estudarem, e depois, estudarem novamente, cada uma destas 31 mensagens”, disse a irmã Nelson. “À medida que buscarem saber, em espírito de oração, o que podem começar ou deixar de fazer — agora mesmo — e depois colocarem estas coisas em prática, você estarão se preparando para sua entrevista com o Salvador.”
A irmã Nelson testificou que o Espírito Santo guiou sua própria vida, conforme ela ouvia e ponderava em espírito de oração, as mensagens inspiradas da conferência geral.
“À medida que estudamos as palavras do Senhor nas escrituras e conforme proferidas por profetas, videntes e reveladores com avidez, diligência e em espírito de oração, o Espírito Santo pode destacar algumas palavras para assegurar que elas sejam gravadas profundamente em nosso coração e mente. Ou, Ele pode nos mostrar como aplicar imediatamente algumas palavras em nossa vida. E, às vezes, Ele pode trazer à nossa mente palavras que nunca foram ditas.”
Experiências que nos provam
A irmã Uchtdorf disse que podia ver em sua mente as muitas moças e rapazes que estavam participando do devocional no domingo. “Posso ver seus lindos sorrisos e sentir sua empolgação por fazer parte deste grande trabalho.”
Ela falou sobre ser uma adolescente conversa à Igreja na Alemanha. Ela era a o único membro da Igreja em sua escola. Ela se perguntava se deveria contar a seus colegas de classe sobre sua conversão à Igreja, ou simplesmente evitar o assunto. Ela decidiu defender suas crenças. Seus amigos não faziam ideia do que significava ser um santo dos últimos dias, o que lhe ofereceu uma oportunidade natural de compartilhar seus motivos para aceitar o evangelho.
“Nem sempre era fácil e, às vezes, eu tinha experiências que me provavam, disse a irmã Uchtdorf. “Mas, no final, minha autoestima aumentou, e até mesmo os laços de amizade sinceros com meus bons amigos se tornaram mais fortes. Muitas vezes, eles me disseram que admiravam minha coragem de defender minha religião.
“Como resultado, ficou ainda mais fácil para mim poder compartilhar mais detalhes sobre o que a Igreja representava e viver minha religião.
A irmã Uchtdorf encorajou seus jovens ouvintes, em Oklahoma e Kansas, a defenderem suas crenças e a não terem medo da pressão dos colegas ou de comentários negativos. “Sejam vocês mesmos, e eu lhes prometo que os anjos estarão ao seu lado. Alguns desses anjos podem até ser seus amigos católicos, protestantes, judeus ou muçulmanos. Façam dos padrões contidos no livreto ‘Para o Vigor da Juventude’ um guia em que podem confiar. Sejam corajosos.
“Façam da reunião sacramental uma parte importante de sua vida. Mantenham em sua mente e em seu coração o que o sacramento significa para vocês. Na oração sacramental, nos é pedido que nos lembremos sempre de Jesus Cristo e guardemos Seus mandamentos.
“Em troca, Deus promete que poderemos ter Seu Espírito sempre conosco. Que promessa e bênçãos maravilhosas.”
Todos passarão por momentos de alegria e dificuldade. Apoiem uns aos outros durante todos os momentos, sejam eles bons ou ruins.
“Sejam gentis uns com os outros. Perdoem e amem uns aos outros. Este comportamento cristão fortalecerá vocês e a Igreja. Ele edificará a sua fé; tenho um testemunho disso.”
Élder Paul B. Pieper, Setenta Autoridade Geral e presidente da Área América do Norte Sudoeste, dirigiu o devocional de domingo. Ele foi acompanhado por sua esposa, a irmã Melissa Pieper.
Dois vídeos foram transmitidos antes das mensagens dos casais Nelson e Uchtdorf. Os vídeos compartilharam a história edificante e rica da Igreja em Oklahoma e Kansas, que se estende há mais de um século. Eles também ressaltaram a devoção voltada ao serviço, praticada pelos atuais santos dos últimos dias que residem nos dois estados vizinhos.
Cerca de 49 mil membros da Igreja vivem em Oklahoma. Kansas é o lar de mais de 38 mil membros.
Um coro multicultural e uma orquestra de estacas em Oklahoma apresentaram “Consider the Lilies” [Considere os Lírios]. O número musical foi pré-gravado no Museu dos Primeiros Americanos. As orações foram oferecidas por Lynn Hulet, de Kansas, e por Bonnie Turner, de Oklahoma.