Em uma manhã ensolarada de outono, em um cemitério militar com vista para o Vale do Lago Salgado, Élder Dieter F. Uchtdorf, sua esposa, a irmã Harriet Uchtdorf, e outras pessoas com laços alemães ou militares se reuniram para comemorar o Volkstrauertag, Dia Nacional de Luto da Alemanha, no domingo, dia 14 de novembro.
Todos os anos no Cemitério Militar de Fort Douglas em Salt Lake City, o Volkstrauertag é observado para prestar homenagem aos 41 prisioneiros de guerra alemães que estão enterrados lá, bem como aos soldados de todas as outras nações que morreram por seus países. Este evento marcou um retorno à tradição, após 2020 ter se tornado o primeiro ano desde 1977 no qual a cerimônia não foi realizada no cemitério, devido à pandemia de COVID-19.
Desde que se lembra em sua vida adulta, disse Élder Uchtdorf em seus comentários no evento comemorativo, o Volkstrauertag o lembra “da tragédia da guerra e da necessidade de fazermos tudo que pudermos individualmente para preservarmos e reconquistarmos a paz, ou pelo menos para falarmos de maneira clara contra a [opressão].”
Mas o Volkstrauertag vai além de nos lembrarmos dos soldados que morreram em guerra, continuou ele. “Esta … comemoração e cerimônia inclui vítimas de opressão violenta, as quais ainda podem ser encontradas hoje, já que a opressão às vezes se dá por causa de raça, religião ou convicção, e não apenas devido à guerra aberta.”
Este ano, Élder e irmã Uchtdorf foram lembrados de um símbolo de repressão e guerra política: o Muro de Berlim, que foi construído há 60 anos em agosto de 1961. No dia 9 de novembro de 1989, o muro foi derrubado.
“Nunca pensei que o muro fosse ser derrubado durante minha vida”, disse Élder Uchtdorf. “Sempre pensei que seria algo que provavelmente aconteceria durante a vida de nossos netos — um deles está aqui conosco hoje — mas não durante a minha. Então de repente, isso aconteceu, e foi possível por causa da determinação pacífica de seu povo e, mais importante, da ajuda e apoio constantes de amigos.”
Ele se emocionou ao falar sobre o papel especial que os Estados Unidos, ex-inimigos da Alemanha, tiveram em facilitar a queda do Muro de Berlim.
Eventos históricos significativos, tais como a queda do Muro de Berlim, ou a reconciliação de países como Alemanha, Hungria, África do Sul e Vietnã, nos dão motivos para acreditarmos que nada é impossível e, independentemente dos desafios nas relações politicamente coloridas, o bem pode e sempre poderá prevalecer, disse Élder Uchtdorf.
“Precisamos aprender a perdoar”, disse Élder Uchtdorf. “Isso vale para as relações entre nações. Isso vale para as sociedades. Isso vale para as comunidades. Isso vale para os relacionamentos familiares. Isso vale para a vida pessoal.”
Mateus 6:14 diz: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai Celestial vos perdoará a vós.”
Não podemos mudar a história, disse Élder Uchtdorf, mas podemos aprender com ela, primeiramente ao aceitarmos os fatos e as verdades. À medida que aprendemos com os acontecimentos históricos e suas consequências, podemos agir na necessidade de sermos melhores no futuro.
A mensagem de paz, reconciliação e perdão do Volkstrauertag “é verdadeiramente a mensagem do evangelho de Jesus Cristo em sua forma mais pura”, disse Élder Uchtdorf. “Mas cabe a nós fazermos com que isso aconteça. Podemos e devemos ser um povo de paz e reconciliação.”
Cada pessoa precisa se comprometer a criar a paz para as futuras gerações.
“Com toda palavra gentil e com todo ato de amor pelos filhos de Deus, seja qual for sua religião, nacionalidade, raça ou circunstância socioeconômica, honramos aqueles que perderam sua vida servindo seu país”, disse Élder Uchtdorf em conclusão.
“Neste dia de lembrança e de luto, continuemos confiantes e repletos de esperança por um futuro melhor e mais pacífico.”
James Burton, cônsul honorário da República Federal da Alemanha, e Coronel Charles R. Bell Jr., chefe de gabinete do 76º Comando de Resposta Operacional, também discursaram no evento, com orações oferecidas por Daniel Oswald, cônsul honorário da Confederação Suíça, e Franz Kolb, cônsul honorário da República da Áustria. A música foi fornecida pelo German Chorus Harmonie [Coro Alemão Harmonie].