O profundo testemunho de seus pais do Salvador Jesus Cristo influenciaram Élder Dale G. Renlund, do Quórum dos Doze Apóstolos, desde que era jovem. Porque eles sabiam que Jesus era o Filho de Deus, Élder Renlund contou que tomou o caminho do convênio com o desejo de “saber também”.
Élder Renlund compartilhou o testemunho e tradições de seus pais durante o Devocional de Natal da Primeira Presidência no domingo, dia 5 de dezembro. Ele mencionou que as tradições de Natal eram grandemente influenciadas pela Suécia e Finlândia, que foram onde cresceram. Sua mãe fazia “um famoso smorgasbord” [sanduíche] com iguarias tradicionais, incluindo almôndegas, conservas de arenque, pudim de pão, pães, bolos e bolachas.
Sua árvore de Natal era decorada com ornamentos feitos à mão, e as celebrações da véspera de Natal encerravam com a chegada de Jultomten — Papai Noel — que trazia presentes para todas as crianças.
Antes de Jultomten chegar, Élder Renlund disse que sua mãe reunia as crianças para ouvirem seu pai ler a história do Natal do Novo Testamento. Ele lia Lucas 2 sobre o nascimento de Jesus. E continuava lendo o relato de Maria e José levando o menino Jesus ao templo em Jerusalém:
“E eis que havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem era justo e temente a Deus, e esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. E fora-lhe divinamente revelado pelo Espírito Santo que ele não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor. E pelo Espírito foi ao templo, e quando [Maria e José] trouxeram o menino Jesus, … Ele [Simeão] então o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse: Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, segundo a tua palavra. Pois já os meus olhos viram a tua salvação, A qual tu preparaste perante a face de todos os povos.”
Naquele ponto da leitura do livro de Lucas, depois de ter lido sobre Simeão, seu pai sempre pausava e prestava seu testemunho
“Sempre do mesmo jeito breve, ele declarava: ‘Eu posso não ter sido capaz de segurar aquele pequeno menino Jesus em meus braços, mas eu sei, assim como Simeão sabia, que aquele bebê era o Filho de Deus, meu Salvador e Redentor. Ele é real, Ele vive”, disse Élder Renlund. “Depois desta poderosa declaração, ele olhava para cada um de nós, com seus penetrantes olhos azuis claros e dizia com um enfático aceno com a cabeça, ‘E vocês podem saber também.’”
“Meu pai e minha mãe sabiam quem era aquele bebê em Belém e o que Ele realizaria ao crescer. Este conhecimento os transformou. Eles desejavam, não apenas que nós, crianças, acreditássemos em suas palavras, mas que soubéssemos por nós mesmos, para que pudéssemos também ser transformados”, disse Élder Renlund.
Élder Renlund queria poder “saber também”. Ele contou que quando tinha 11 anos de idade, a família estava morando em Göteborg, Suécia. O presidente da missão convidou todos os jovens a lerem o Livro de Mórmon. O irmão de Élder Renlund era um diácono naquela época, e aceitou o desafio. Élder Renlund queria ser como seu irmão e fazer o que ele fazia, então começou a fazer o mesmo. Ele começou a ler as escrituras todas as noites.
“Alguns meses depois, presidente Gösta Malm, conselheiro na presidência da missão, pai do falecido Élder Per G. Malm (Autoridade Geral), encorajou os jovens que estavam lendo o Livro de Mórmon a perguntarem a Deus sobre sua veracidade. Decidi que faria exatamente aquilo”, disse Élder Renlund.
“Naquela noite, esperei até que meu irmão adormecesse, saí da cama, ajoelhei no chão frio, e comecei a orar. Logo senti como se me estivessem dizendo: ‘Tenho dito a você o tempo todo que é verdade.’ E com isso uma paz indescritível veio sobre mim. Eu sabia, por mim mesmo pelo poder do Espírito Santo, que o Livro de Mórmon é verdadeiro.”
Ele também veio a saber outras verdades, como prometido na Introdução do Livro de Mórmon, que Jesus Cristo é o Salvador do mundo, Joseph Smith é um profeta, e que A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é o Reino de Deus novamente estabelecido na Terra.
“Aquele conhecimento, combinado com subsequentes testemunhas, me transformaram, assim como tinha feito com meus pais”, disse Élder Renlund.
Este conhecimento de Jesus Cristo também é um dom espiritual, continuou ele, e está disponível a todos que se qualificam para isso.
“Não nos é pedido levarmos ao Salvador presentes de ouro, incenso e mirra para nos qualificarmos para este lindo dom espiritual. É pedido que demos a nós mesmos.”
Élder Renlund disse que, conforme crescia, viu seus pais amarem e servirem outros, manterem seus convênios, ministrarem a outros, irem ao templo e aceitarem os chamados da Igreja. E todos os anos, na véspera de Natal, seu pai testificava com Simeão, do Salvador, Jesus Cristo. Através dos anos, seu pai estendeu seu convite para “saber também” a genros, noras e netos.
O pai de Élder Renlund tinha 92 anos quando ele falou pela primeira vez na conferência geral de outubro de 2009. Suas irmãs providenciaram para que seu pai pudesse assistir à conferência e seu discurso. Depois da conferência, Élder Renlund foi à casa deles.
“Perguntei: “Pai, você assistiu à conferência?’ Ele respondeu ‘Ja’ [Sim]. Eu perguntei: ‘Você me ouviu falar?’ Ele respondeu ‘Ja’ [Sim]. Um pouco irritado, desabafei: ‘Bem, pai, o que você achou? Ele respondeu: ‘Oh, foi bom. Fiquei quase orgulhoso.’”
Élder Renlund percebeu então que, enquanto ele estava buscando por um elogio, seu pai estava preocupado. Ele disse a seu filho que tinha uma coisa que precisava lhe dizer.
“Na noite passada, tive um sonho”, contou o pai de Élder Renlund para ele. “Sonhei que tinha morrido e que vi o Salvador. Ele me tomou em Seus braços e me disse que meus pecados haviam sido perdoados. E era um sentimento tão bom.”
“Isso foi tudo que disse em voz alta”, disse Élder Renlund. “Mas a aparência de seu semblante dizia muito; ele conhecia Jesus Cristo. Ele sabia que o bebê em Belém, que havia “crescido em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens’, era sua salvação, que o Filho de Deus havia crescido e expiado por seus pecados. E meu pai sabia de tudo isso, muito antes daquele sonho.”
Élder Renlund disse que o sonho foi uma terna misericórdia — uma dádiva de um Pai Celestial amoroso, a um homem que faleceria dois meses depois.
De todos os presentes que Éder Renlund recebeu em sua vida, ele disse que o mais precioso é o dom do testemunho e fé exemplificados por seu pai e mãe.
“Este presente é o melhor e mais duradouro de todos que Jultomten já trouxe na véspera de Natal”, disse ele.
Élder Renlund concluiu sua mensagem convidando todos a pedirem ao Pai Celestial, neste Natal, pelo dom espiritual de conhecerem a realidade viva do Salvador do mundo.
“A época de Natal é um momento natural e lindo para se estudar Sua vida e perseverar para emular Seu caráter e atributos. Conforme o fizerem, poderão saber que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e que Ele expiou por nossos pecados. Este conhecimento é uma dádiva maior do que qualquer presente que Jultomten jamais poderia trazer para vocês”, disse Élder Renlund.