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Por que o Sistema Educacional da Igreja precisa de mais instituições além da BYU

A vista do Y da Universidade Brigham Young do campus em Provo, Utah. Crédito: Jeffrey D. Allred, Deseret News
BYU Idaho campus in Rexburg on Tuesday, Sept. 24, 2019. Crédito: Jeffrey D. Allred, Deseret News
O campus da BYU–Idaho em Rexburg, no dia 23 de setembro de 2019. Jeffrey D. Allred, Deseret News
Jovens adultos caminham no campus da BYU–Havaí para assistirem à transmissão de um devocional mundial. Monique Saenz, BYU Havaí
Fotos aéreas do campus da BYU, tiradas em outubro de 1999. Crédito: Mark Phillbrick
Ensign College, em Salt Lake City na terça-feira, 1° de setembro de 2020. Scott G Winterton, Deseret News
Presidente da BYU–Idaho Clark G. Gilbert, à esquerda, é empossado como presidente da BYU–Idaho pelo então Presidente Dieter F. Uchtdorf na terça-feira, dia 15 de setembro de 2015. Crédito: Jeffrey D. Allred, Deseret News

Quando o assunto é a educação na Igreja, Élder Clark G. Gilbert geralmente compartilha uma escritura que definiu seu tempo, atenção e esforços por muitos anos.

Em suas funções como presidente da BYU–Idaho, depois como presidente da BYU-Pathway Worldwide e agora como Setenta Autoridade Geral que assumirá o cargo de comissário do Sistema Educacional da Igreja, Élder Gilbert tem pensado muito sobre como vencer o desafio feito em 3 Néfi 6:12, quando os nefitas começam a ter distinções com base em suas riquezas e “suas oportunidades de aprendizagem”. O versículo diz que “alguns eram ignorantes por causa de sua pobreza, e outros recebiam muita instrução por causa de sua opulência.”

Presidente da BYU–Idaho Clark G. Gilbert, à esquerda, é empossado como presidente da BYU–Idaho pelo então Presidente Dieter F. Uchtdorf na terça-feira, dia 15 de setembro de 2015.
Presidente da BYU–Idaho Clark G. Gilbert, à esquerda, é empossado como presidente da BYU–Idaho pelo então Presidente Dieter F. Uchtdorf na terça-feira, dia 15 de setembro de 2015. | Crédito: Jeffrey D. Allred, Deseret News

Ao longo dos anos, a Igreja tem continuado a se esforçar para ampliar as “oportunidades de aprendizagem” para os santos dos últimos dias, estabelecendo escolas, academias, faculdades e universidades.

Parte da extraordinária história do Sistema Educacional da Igreja é que todos os membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias têm a oportunidade de obterem sucesso em seus estudos, independentemente de sua situação na vida, suas experiências acadêmicas anteriores ou seu acesso à educação, disse Élder Paul V. Johnson ao Church News, antes de ser desobrigado como comissário de Educação da Igreja. A designação de Élder Johnson à Presidência dos Setenta foi anunciada na conferência geral de abril de 2021. “Há oportunidades para que todos sejam abençoados por pelo menos uma das instituições do SEI.”

Como isso é possível com membros da Igreja espalhados por continentes e representando uma variedade de culturas e circunstâncias? Felizmente, o Sistema Educacional da Igreja está equipado com alguns instrumentos especiais dentro de sua caixa de ferramentas. A Universidade Brigham Young, a Universidade Brigham Young–Idaho, a Universidade Brigham Young–Havaí, a Ensign College e a BYU-Pathway Worldwide, como um martelo, uma chave de fenda ou uma chave inglesa, servem um papel importante, porém diferente, dentro da missão geral do SEI.

“Às vezes, olhamos para os sistemas universitários e eles são basicamente réplicas de si mesmos”, disse Élder Gilbert durante uma entrevista com o Church News. “Mas no Sistema Educacional da Igreja, realmente temos cinco organizações de ensino superior distintas com funções e estratégias muito diferentes.”

Élder Gilbert descreveu a BYU como a embaixadora, a Ensign College como a desenvolvedora de currículo aplicado, a BYU–Havaí como a pedra angular do Pacífico, a BYU–Idaho como a professora e a BYU-Pathway Worldwide como a provedora de acesso.

BYU: A embaixadora

Fotos aéreas do campus da BYU, tiradas em outubro de 1999.
Fotos aéreas do campus da BYU, tiradas em outubro de 1999. | Crédito: Mark Phillbrick

Fundada em 1875, a BYU é a mais antiga das instituições do SEI. Ela também é a maior e mais reconhecida. Com parcerias importantes na indústria e no governo, programas atléticos de destaque na NCAA [Associação Atlética Universitária Nacional] e grupos que se apresentam no mundo todo, a BYU é a instituição mais conhecida fora da Igreja.

Kevin J. Worthen, Presidente da BYU, chamou-a de “a principal instituição de ensino superior” da Igreja. “A Universidade Brigham Young é uma instituição religiosa mundialmente essencial, que se esforça para estar entre as universidades excepcionais do mundo”, disse ele.

O campus principal da universidade está situado em aproximadamente 227 mil hectares e inclui mais de 300 edifícios. Existem duas filiais: uma em Jerusalém e outra em Salt Lake City.

Ela serve mais de 45 mil estudantes de 103 países e de todos os 50 estados dos EUA. Ela é a única universidade com foco em pesquisa dentro do SEI e a única a oferecer diplomas de mestrado e doutorado — 88 programas de mestrado e 32 de doutorado, para ser exato, disse Presidente Worthen.

A BYU também é a instituição acadêmica mais competitiva das universidades da Igreja. De acordo com seu site, a BYU tem uma taxa de aceitação de 59% entre seus calouros.

A universidade tem a responsabilidade, disse Presidente Worthen, “de proporcionar um envolvimento amplo e profundo com o mundo, por meio de bolsas de estudo, oportunidades de aprendizagem experiencial dentro e fora do campus e programas acadêmicos reconhecidos nacionalmente.”

Ensign College: Desenvolvedora de currículo aplicado

Ensign College, em Salt Lake City na terça-feira, 1° de setembro de 2020.
A nova sinalização no edifício indica que a LDS Business College passou a se chamar Ensign College, em Salt Lake City na terça-feira, dia 1 de setembro de 2020. | Scott G Winterton, Deseret News

A Ensign College, que há menos de um ano era chamada de LDS Business College, fornece um ensino aplicado e baseado em habilidades, explicou seu presidente, Bruce C. Kush.

Em outras palavras, ela procura proporcionar aos estudantes habilidades práticas que podem ser aplicadas no mercado de trabalho. Os formandos devem estar preparados para ingressar no mercado de trabalho logo após a formatura.

A faculdade usa um currículo de três níveis: certificados que podem ser obtidos em dois semestres, diplomas de associado que podem ser obtidos em dois anos e, a partir deste outono, um número limitado de diplomas de Bacharelado em Ciências Aplicadas. “Nossos programas de graduação adotam a abordagem de oferecer primeiramente um certificado para fornecer aos alunos empregabilidade ​​durante os dois primeiros semestres”, disse Presidente Kusch.

A Ensign College oferece uma variedade de programas, incluindo negócios, profissões da área de saúde, tecnologia da informação, programação de software, design de interiores, estudos jurídicos, marketing de mídia social e tecnologia aplicada.

Servindo aproximadamente 2.700 estudantes, a faculdade está situada em um dos três edifícios que formam o Triad Center, no centro de Salt Lake City.

O novo nome da instituição provém de um lugar bem próximo de onde a faculdade está localizada agora — o Pico Ensign, onde Brigham Young descreveu a visão que teve do Vale do Lago Salgado antes de iniciar a jornada pioneira ao oeste.

A missão da faculdade é “criar competentes e confiáveis discípulos de Jesus Cristo.”

“Isso não é apenas um slogan, ou uma pequena frase positiva”, disse Presidente Kusch. “Nós levamos isso a sério. Espero que cada um de nossos estudantes saia melhor do que quando chegou e que tenha obtido um alicerce para ser um membro fiel da Igreja durante toda sua vida.”

A instituição tem uma política de aceitação de “portas abertas”, ou seja, “qualquer pessoa digna, disposta e qualificada é calorosamente bem-vinda à instituição que é um farol de esperança e oportunidade”, disse Presidente Kusch.

BYU–Havaí: A pedra angular do Pacífico

Jovens adultos caminham no campus da BYU–Havaí para assistirem à transmissão de um devocional mundial.
Jovens adultos caminham no campus da BYU–Havaí para assistirem à transmissão de um devocional mundial. | Monique Saenz, BYU Havaí

Parte do que diferencia a BYU–Havaí sempre será sua adorável localização. Situado entre exuberantes montanhas verdejantes e águas azul-turquesa da costa norte de Oahu, o campus da BYU–Havaí mede cerca de 40 mil hectares e fica ao lado dos jardins bem cuidados do Templo de Laie Havaí e do Centro Cultural Polinésio.

Como sua organização irmã em Provo, a BYU–Havaí existe para ajudar indivíduos em sua busca pela perfeição e pela vida eterna. A declaração de missão da BYU–Havaí, contudo, inclui a diretiva adicional de ajudar homens e mulheres em seus esforços “de influenciar o estabelecimento da paz internacional.”

De acordo com publicação Chronicle of Higher Education [Crônica do Ensino Superior], a BYU–Havaí tem uma porcentagem maior de estudantes internacionais do que qualquer outra instituição universitária nos Estados Unidos. Durante o ano letivo de 2019-2020, 48% do corpo discente foi composto de estudantes internacionais, representando 63 países no Pacífico — como Polinésia Francesa, Nova Zelândia, Samoa e Tonga — e na Ásia — como China, Japão, Coreia, Mongólia e Filipinas.

As duas palavras que o Presidente da BYU–Havaí, John S.K. Kauwe III, usaria para descrever a universidade são “diversidade” e “união”.

A instituição foi estabelecida sobre específica revelação profética, observou ele. Em um tour de inspeção de missões ao redor do mundo, Élderes David O. Mckay e Hugh J. Cannon participaram de um hasteamento de bandeira em Laie.  O então Élder McKay imaginou uma escola para fazer de Laie o centro espiritual e educacional da Igreja no Pacífico.

Durante a inauguração da universidade em 1955, Presidente McKay orou “para que essa instituição, o templo e a cidade de Laie pudessem se tornar uma ferramenta missionária influenciando, não apenas dezenas de milhares, mas milhões de pessoas que viriam para conhecer esta cidade e sua importância.”

Desde a inauguração do Centro Cultural Polinésio em 1963, mais de 37 milhões de pessoas visitaram Laie. Atualmente, a universidade continua seu relacionamento simbólico com o centro cultural, o que ajuda a preservar as culturas do Pacífico e fornece emprego para os estudantes da faculdade.

BYU–Idaho: A professora

O campus da BYU–Idaho em Rexburg, no dia 23 de setembro de 2019.
O campus da BYU–Idaho em Rexburg no dia 23 de setembro de 2019. | Jeffrey D. Allred, Deseret News

Em 2000, quando Presidente Gordon B. Hinckley anunciou que a Ricks College, uma faculdade júnior de dois anos, passaria a ser a Universidade Brigham Young-Idaho, uma universidade de 4 anos, ele disse que a escola “teria um papel único e se distinguiria das outras instituições de ensino superior dentro do Sistema Educacional da Igreja.”

Primeiramente, a universidade permaneceria “focalizada no ensino”, disse Presidente Hinckley.

“Os professores e os administradores da BYU–Idaho concentram-se em ajudar os estudantes a verem e a se esforçarem para alcançarem seu potencial como discípulos de Jesus Cristo”, disse Brett Sampson, diretor de assuntos públicos da BYU–Idaho.

O objetivo da universidade é preparar os estudantes para o aprendizado contínuo, para o mercado de trabalho e para atuarem como líderes no lar, na Igreja e na comunidade.

A escola foi fundada em dia frio em novembro de 1888, quando os santos dos últimos dias pioneiros se reuniram na recém-estabelecida cidade de Rexburg para a inauguração da Bannock Stake Academy [Academia da Estaca de Bannock].

Desde então, a escola cresceu continuamente e se tornou a maior universidade privada do estado, com um campus que se estende por mais de 162 mil hectares com 40 edifícios situados em uma colina com vista para Rexburg. Cerca de 34 mil estudantes frequentam a instituição anualmente.

O lema da universidade é “repensar a educação”. Esse espírito inovador é exemplificado na expansão das oportunidades de aprendizado online da universidade, que agora inclui 11 programas de bacharelado e 7 diplomas de associado. Ele também reflete no calendário acadêmico anual da universidade, em seus programas de mentoria conduzidos por alunos e um modelo de aprendizado que incentiva os estudantes a ensinarem uns aos outros, e a serem responsáveis por sua própria aprendizagem.

“Tudo na BYU–Idaho enfatiza o sucesso de nossos estudantes como discípulos e líderes”, disse Sampson.

Durante seu discurso de inauguração como presidente da BYU–Idaho em 2015, o então Presidente Gilbert observou: “Desde o anúncio do Presidente Hinckley, o número de estudantes na BYU–Idaho triplicou, à medida que o custo relativo por aluno diminuiu— um milagre dentro da Igreja, e um modelo para ‘repensarmos a educação’ de forma geral.

Presidente Henry B. Eyring, segundo conselheiro na Primeira Presidência, disse que a frase “repensar a educação” não é apenas um slogan. “A universidade é para ser um local de inovação educacional permanentemente.”

BYU– Pathway Worldwide: A provedora de acesso

Mapa da matrícula de missionários retornados na BYU-Pathway Worldwide, dividido por áreas da Igreja.
Mapa da matrícula de missionários retornados na BYU-Pathway Worldwide, dividido por áreas da Igreja. | Crédito: Mary Archbold, Deseret News

A mais recente inovação do Sistema Educacional da Igreja é a BYU-Pathway Worldwide, que está ampliando as “oportunidades de aprendizagem” para os santos dos últimos dias de forma inédita. Sendo o programa online da Igreja, a BYU-Pathway está levando a educação a mulheres e homens que nunca poderiam ter pisado em um campus universitário.

O que distingue a BYU-Pathway pode realmente ser resumido em duas coisas, disse Élder Gilbert: A primeira é quem eles servem, e a segunda é onde servem.

A BYU– Pathway Worldwide serve aos “vários escondidos”, ou seja, os membros da Igreja que nunca pensaram que uma faculdade fosse para eles. E, realmente, existem muitos membros nessa categoria. Mais de 55% dos santos dos últimos dias nos Estados Unidos e entre 85% e 90% na Igreja mundialmente não possuem um diploma universitário.

Esses vários escondidos podem ser divididos em três grupos, disse Élder Gilbert. O primeiro grupo é formado por estudantes mais jovens que não possuem a confiança ou a formação acadêmica para começarem uma faculdade. “Eles dizem a si mesmos: ‘Não fomos feitos para a faculdade’, e nós lhes mostramos que ‘Sim, vocês foram.’”

O segundo grupo é formado pelos desistentes: pessoas que começaram a faculdade e não terminaram por algum motivo, explicou Élder Gilbert. O terceiro grupo é formado por estudantes adultos que pensam que perderam sua oportunidade. Eles normalmente trabalham, possuem famílias e responsabilidades na Igreja e não acham que é possível frequentar uma faculdade.

“Nós projetamos a BYU-Pathway especificamente para essas pessoas”, disse Élder Gilbert.

A segunda coisa que distingue a BYU-Pathway dentro do Sistema Educacional da Igreja é o seu alcance. “O programa inteiro foi desenvolvido para ser online”, disse Presidente Gilbert. A BYU-Pathway foi desenvolvida para funcionar onde quer que a Igreja esteja organizada. Os estudantes não precisam frequentar o campus, ela não é geograficamente dependente e o programa funciona na África Oeste, nas Filipinas e em South Jordan, Utah.

Ao desenvolvermos o programa para ser econômico, flexível, acessível e para gerar confiança, a BYU-Pathway removeu as barreiras para que os vários escondidos possam começar a estudar, seja para receberem um certificado ou um diploma.

Nos mais de 10 anos desde seu lançamento, a BYU-Pathway tem se expandido continuamente. Em 2020, 50 mil estudantes foram matriculados em 150 países.

Criando fortes discípulos

O campus da BYU-Idaho e o Templo de Rexburg Idaho em Rexburg na segunda-feira, dia 23 de setembro de 2019.
O campus da BYU-Idaho e o Templo de Rexburg Idaho em Rexburg na segunda-feira, dia 23 de setembro de 2019. | Crédito: Jeffrey D. Allred, Deseret News

Embora cada instituição dentro do portfólio do CES tenha uma forma distinta de contribuir para todo o Sistema Educacional da Igreja, Élder Gilbert disse que elas também possuem o “propósito de unir e a missão de desenvolver discípulos de Jesus Cristo que possam ser líderes na Igreja, em seus lares em seus locais de trabalho.”

O trabalho que cada instituição está fazendo para ampliar as oportunidades de aprendizagem para os santos dos últimos dias — tanto secular como espiritualmente — é uma parte importante da obra do Senhor, disse ele. 

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