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Joseph Smith continua sendo um eterno paladino da liberdade religiosa e dos direitos das minorias, ensinaram Élder e irmã Renlund na conferência da BYU

Élder Dale G. Renlund, do Quórum dos Doze Apóstolos, e sua esposa, a irmã Ruth L. Renlund, discursam durante o Simpósio Anual de Liberdade Religiosa de 2021 da BYU na terça-feira, dia 15 de junho de 2021. Captura de tela BYU
A irmã Ruth Renlund discursa durante o Simpósio Anual de Liberdade Religiosa de 2021 da BYU na terça-feira, dia 15 de junho de 2021. Crédito: Captura de tela BYU
Élder Dale G. Renlund, do Quórum dos Doze Apóstolos, discursa durante o Simpósio Anual de Liberdade Religiosa de 2021 da BYU na terça-feira, dia 15 de junho de 2021. Crédito: Captura de tela BYU
“Joseph Smith Jr.”, por Danquart Anthon Weggeland. Crédito: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

O Profeta Joseph Smith foi um incansável defensor e paladino da liberdade religiosa — assim como sua centralidade absoluta em um governo democrático.

Essa foi a mensagem afirmada por Élder Dale G. Renlund e por sua esposa, a irmã Ruth L. Renlund, na terça-feira, dia 15 de junho, em seu principal discurso conjunto no Simpósio Anual de Liberdade Religiosa de 2021 da Faculdade de Direito da Universidade Brigham Young [disponível apenas em inglês e espanhol].

O tema do simpósio deste ano é “O papel da religião na superação das divisões e no fortalecimento da democracia americana.”

Durante o evento de dois dias, espera-se que vários palestrantes abordem questões sobre como a religião pode ajudar a remover divisões e a fortalecer a democracia nos Estados Unidos.

Os comentários pré-gravados do casal Renlund destacaram como Joseph Smith — que concorreu à presidência de seu país uma única vez — contribuiu para o fortalecimento da democracia norte-americana ao propor reformas para garantir liberdade e justiça para todos. 

(Em preparação para a apresentação de terça-feira, eles consultaram minunciosamente os Documentos de Joseph Smith,  incluindo o próximo “Documentos, Volume 14” — e, disse Élder Renlund, “o excelente contexto histórico fornecido pelos historiadores da Igreja.”)

“Joseph Smith Jr.”, por Danquart Anthon Weggeland.
“Joseph Smith Jr.”, por Danquart Anthon Weggeland. | Crédito: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

“A história em torno da fundação dos Estados Unidos é simultaneamente inspiradora e irritante”, disse a irmã Renlund, uma ex-advogada de tribunais. “De nossa perspectiva atual, podemos ver a promessa dos objetivos elevados e os resultados das omissões e das concessões que foram feitas na elaboração da Constituição dos Estados Unidos. 

“As liberdades prometidas a todos não estavam disponíveis a todos. As liberdades reivindicadas para todos não foram conferidas a todos. E a segurança prometida a todos não foi assegurada a todos.”

Entre aqueles que encontravam dificuldades para praticar suas crenças religiosas sem interferência, estavam os santos dos últimos dias e seu líder, Joseph Smith.

“Muitas vezes, quando Joseph Smith recorreu a oficiais do governo para fazer valer vários direitos constitucionais para ele e seus companheiros santos dos últimos dias, sua petição foi rejeitada”, disse Élder Renlund, do Quórum dos Doze Apóstolos. “Seu interesse pela liberdade religiosa não era apenas teórico; foi uma experiência vivida repetidamente.

“Ele havia sido direcionado pelos céus para restaurar a Igreja de Cristo. Sem os direitos de exercer livremente sua religião, de se reunir pacificamente e de requerer ao governo reparação, os membros da Igreja foram impedidos de se reunirem fisicamente e de criarem raízes em um local geográfico de sua escolha, devido às repetidas expulsões.

Mesmo com tais desafios, o número de membros da Igreja começou a aumentar. E onde quer que os santos se estabelecessem, perseguições e prisões ilegais os acompanhavam, acrescentou Élder Renlund. Em uma infame ocasião, o presidente dos Estados Unidos, Martin Van Buren, respondeu à petição de reparação de Joseph com as seguintes palavras: “Sua causa é justa, mas não posso fazer nada por você.”

À medida que as frustrações se acumulavam, os líderes da Igreja incentivavam o Profeta Joseph a se candidatar à presidência dos Estados Unidos

No dia 29 de janeiro de 1844, Joseph anunciou sua candidatura na eleição presidencial daquele ano”, disse a irmã Renlund. “Sua campanha foi parte de um esforço maior para encontrar vias legais que pudessem resultar na proteção da Igreja e de seus membros.”

Élder Renlund observou que Joseph Smith entrou na política com relutância. Ele esperava concentrar seus esforços inteiramente no bem-estar espiritual da Igreja. 

Em um panfleto de 12 páginas destacando seus pontos de vista sobre os poderes e as políticas do governo, Joseph Smith expressou suas frustrações com a negligência do dever de Van Buren de proteger os direitos constitucionais do povo americano — juntamente com propostas de reformas em questões divisíveis, tais como os direitos da minoria, o sistema bancário nacional, o sistema de justiça criminal, a abolição da escravatura e a expansão territorial.

O Profeta também propôs que fosse constitucionalmente permitido ao presidente dos Estados Unidos enviar o Exército para conter turbas em cada estado, antes de receber a solicitação de um governador.

“A proposta de Joseph removeria quaisquer barreiras reais ou supostas para fazer cumprir os direitos da minoria que eram ameaçados por turbas, milícias estaduais ou oficiais do governo”, disse a irmã Renlund. “A falta de tais provisões na Constituição foi o motivo que Van Buren deu por ser incapaz de ajudar os santos.”

As propostas de reforma econômica de Joseph Smith propunham o estabelecimento de um banco nacional, com filiais gerenciadas por oficiais eleitos, acrescentou Élder Renlund. “Ele declarou que tal rede bancária garantiria um sistema monetário confiável e aliviaria as dificuldades financeiras causadas por irregularidades e pela frequente escassez de moeda em todo o país.”

O colapso bancário na década de 1830 afetou muitos santos dos últimos dias. Tais instabilidades financeiras — juntamente com alegações de corrupção — estimularam a urgência por uma reforma.

Um outro elemento principal da plataforma de Joseph era a demanda por reforma social e a reformulação do sistema norte-americano de justiça criminal.

A irmã Ruth Renlund discursa durante o Simpósio Anual de Liberdade Religiosa de 2021 da BYU na terça-feira, dia 15 de junho de 2021.
A irmã Ruth Renlund discursa durante o Simpósio Anual de Liberdade Religiosa de 2021 da BYU na terça-feira, dia 15 de junho de 2021. | Crédito: Captura de tela BYU

“Ele propôs uma diminuição drástica no número de homens e mulheres encarcerados em prisões e penitenciárias”, disse a irmã Renlund. “Isso sugere que Joseph enxergava o sistema que sentenciava homens e mulheres à prisão como falho, com a justiça sendo administrada de forma desigual, baseada na situação econômica dos acusados​​”.

A própria experiência do profeta de ser detido e preso em várias ocasiões provavelmente lhe proporcionou uma visão clara da injustiça inerente do sistema penitenciário.

“Joseph defendia o conceito de tratar as pessoas com dignidade, e realmente acreditava que as pessoas eram capazes de aprender e mudar”, disse Élder Renlund. “Ele tinha um pequeno status econômico na vida, e suas prisões aprofundaram sua compaixão por outros em sua situação. 

“Ele também tinha piedade por aqueles que haviam sido presos de acordo com as leis dos devedores da época. Certa vez, seu pai foi preso por uma dívida de 14 dólares, o equivalente a 400 dólares hoje. Seu texto sugere que ele acreditava que os Estados Unidos podiam e deveriam ser melhores.”

A última parte da principal plataforma da campanha de Joseph Smith propôs o fim da escravidão. Ele falou sobre o assunto com absoluta clareza: “Quebrem as algemas dos pobres homens negros e os empreguem para que trabalhem como os outros seres humanos; pois, uma hora de liberdade virtuosa na Terra, vale uma eternidade de cativeiro!” … Restaurem a liberdade! Acabem com a escravidão!”

Para Joseph Smith, a escravidão era muito mais do que uma questão política, disse a irmã Renlund. Tratava-se do certo contra o errado. “Ele compreendeu e restaurou a doutrina de que todos os membros da família humana são filhos espirituais de Deus. Ele acreditava na dignidade e na igualdade de direitos para todos os seres humanos, e simpatizava com eles porque seus direitos haviam sido violados, assim como os dele.”

O panfleto da campanha do Profeta foi bem recebido pelos santos — mas as reações fora da Igreja foram geralmente negativas.

Perseguido por turbas ao longo da campanha, Joseph foi finalmente morto enquanto estava sob proteção do governo estadual, sendo o primeiro candidato presidencial a ser assassinado”, disse Élder Renlund.

Élder Dale G. Renlund, do Quórum dos Doze Apóstolos, discursa durante o Simpósio Anual de Liberdade Religiosa de 2021 da BYU na terça-feira, dia 15 de junho de 2021.
Élder Dale G. Renlund, do Quórum dos Doze Apóstolos, discursa durante o Simpósio Anual de Liberdade Religiosa de 2021 da BYU na terça-feira, dia 15 de junho de 2021. | Crédito: Captura de tela BYU

Apesar do trágico fim de sua campanha, o candidato-profeta conseguiu fortificar a democracia americana.

“O assassinato de Joseph demonstrou o argumento de sua campanha — que o direito democrático das pessoas de praticarem sua religião havia sido completamente ignorado, e isso lhe custou a vida”, disse a irmã Renlund. “Por trás de seu ponto de vista a respeito da democracia nos Estados Unidos, encontrava-se sua firme convicção de que os direitos constitucionais, a liberdade de religião e a liberdade universal deviam estar disponíveis a todos, incluindo indivíduos em grupos minoritários. Sua própria abordagem à democracia continua sendo debatida e examinada hoje.”

As reformas propostas por Joseph Smith “eram muito avançadas para sua época”, acrescentou ela.

Sua proposta de reforma bancária, por exemplo, foi essencialmente promulgada 20 anos mais tarde. E a escravidão foi abolida 20 anos após a campanha de Joseph, subsequente aos horrores da Guerra Civil. “Como um país”, disse ela, “ainda estamos debatendo como disponibilizar as promessas da Constituição dos Estados Unidos para todos.”

Joseph Smith, acrescentou Élder Renlund, apoiava a participação “daqueles que poderiam votar em oposição ao que ele queria” no processo democrático. O Profeta adotou uma “posição baseada no princípio” de que todos os eleitores qualificados deveriam ser incentivados a votar — especialmente as minorias, incluindo as religiosas.”

Joseph Smith queria que o processo democrático funcionasse para todos.

“Tanto naquela época, quanto agora, os santos dos últimos dias querem que os direitos democráticos americanos prometidos pela Constituição sejam mais do que um mito”, disse Élder Renlund. “Como um conceituado teólogo evangélico disse recentemente, os santos dos últimos dias nos Estados Unidos ‘apenas querem um lugar na mesa norte-americana.’   

“A candidatura de Joseph à presidência dos Estados Unidos e sua subsequente morte destacam a necessidade de proteção vigorosa dos direitos democráticos na nação.”

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