Enquanto passava horas na sala de infusão do hospital todas as semanas lutando por sua vida, a irmã Amy A. Wright conheceu centenas de pessoas, cada uma delas com uma história única.
“Elas nunca falavam de suas profissões ou das instituições onde estudaram, quanto dinheiro ganhavam, que tipo de carro dirigiam e para onde haviam viajado”, recordou ela. “Mas vi muitas fotos das pessoas a quem elas amavam.”
Conversar com estranhos e olhar para fotos de seus entes queridos ajudou-a a enxergar — através dos olhos do Salvador Jesus Cristo — o que realmente importa.
No final de 2015, a irmã Wright foi diagnosticada com câncer de ovário no estágio 4. Manter o foco no Salvador foi a única maneira que sua família encontrou para sobreviver aos tratamentos intensivos, disse ela.
“Quando só pensava em mim mesma, o mundo se tornava um lugar muito sombrio. Mas quando meu foco se voltava para outros, quando me esforçava para servir e caminhar da maneira como Cristo caminhou, havia luz e alegria, mesmo durante a maior dor e sofrimento”, disse a irmã Wright, que foi apoiada como segunda conselheira na presidência geral da Primária durante a conferência geral de abril de 2021.
A irmã Wright descreveu sua batalha contra o câncer como uma “experiência de aperfeiçoamento e refinamento” — feita “sob medida” para ajudá-la a conhecer o Salvador de uma maneira profundamente pessoal. Isto também a ensinou que recebemos força adicional quando procuramos conhecer e compreender as várias dificuldades de outras pessoas.
“Não passamos por uma batalha como essa sozinhos”, disse ela sobre a luta contra o câncer. “Fazemos isso pelos membros de nossa família. … Fazemos isso pelas pessoas a quem amamos. … Queremos que elas também tenham uma experiência com o Salvador. Trata-se de conhecer a Cristo.”
Sempre que a irmã Wright ouve um testemunho poderoso, “Penso comigo mesma, há uma história por trás disso, e ela teve um preço.”
Amy Eileen Anderson Wright nasceu no dia 6 de janeiro de 1972, em Salt Lake City, filha de Joy Bailey e Robert Anderson, ambos descendentes de pioneiros. Ela foi criada em South Ogden, Utah, com um irmão gêmeo, um irmão mais velho e outro mais novo.
Quando criança, a irmã Wright participou em muitos esportes. Ela jogou futebol e voleibol, e participou de ginástica. Ela também participou do governo estudantil no ensino fundamental e médio, e fez aulas de espanhol por seis anos.
Além do legado de fé e coragem pioneiro de seus ancestrais, a irmã Wright disse que talvez a maior força de sua família seja o fato de que “eles adoram um Deus de segundas chances. Aprendemos muito bem a nos arrependermos e a perdoarmos. E isso é difícil e requer prática.”
Ela e seu esposo, o irmão James McConkie Wright, enfatizaram isso na criação de seus três filhos. “Quando alguém está desanimado por qualquer motivo, vamos até essa pessoa, unimos nossos braços e lutamos como família”, disse ela.
O irmão e irmã Wright se conheceram em uma aula de Ciências Políticas na Universidade de Utah. Eles se casaram no dia 24 de junho de 1994, no Templo de Salt Lake.
Logo após seu casamento, eles se mudaram para Milwaukee, Wisconsin, onde o irmão Wright frequentou a faculdade de Odontologia por quatro anos. A irmã Wright trabalhou no departamento de mídia estudantil da Faculdade de Comunicações da Universidade de Marquette em Wisconsin.
Após o irmão Wright ter recebido seu diploma de Odontologia, a família retornou para Salt Lake City. A irmã Wright se formou pela Universidade de Utah em 1998 com bacharelado em Ciências em Desenvolvimento Humano e Estudos da Família. Eles moram na região de Salt Lake há 23 anos.
Quando o irmão e irmã Wright refletem sobre a criação de seus três filhos, eles dão crédito ao estudo das escrituras, à música e ao serviço por mantê-los próximos como família e fortes no evangelho de Jesus Cristo.
Todas as manhãs, antes das crianças irem para a escola, os membros da família Wright se sentavam em torno de sua pequena mesa de cozinha e estudavam as escrituras juntos.
“Para nós, era importante que nossos meninos não saíssem antes de estarem armados com a palavra de Deus”, disse a irmã Wright. “Nosso desejo sempre foi que, um dia, quando se encontrassem longe de casa em uma missão, distantes em uma faculdade, ou mesmo com o peso do mundo em seus ombros como um jovem marido e pai, eles correriam para as escrituras. E as escrituras seriam tão familiares para eles, que sentiriam como se estivessem em casa.”
Um dia, enquanto limpava a cozinha após ter levado os meninos para a escola, a irmã Wright notou uma pequena falha na mesa. A madeira estava começando a lascar em uma de suas partes. Ela retocou o lasco com lustrador e verniz, mas ao longo dos meses, semanas e anos, a falha ficou maior.
Só quando seus filhos ficaram mais velhos é que ela percebeu que a falha estava onde seu filho do meio se sentava, sempre com a cabeça baixa. “Durante vários anos, enquanto ouvia as escrituras, ele cutucava nossa mesa”, disse a irmã Wright.
Ela se lembra de ter telefonado para o marido no trabalho para lhe dizer, em meio às suas lágrimas: “Nunca podemos vender esta mesa. Foi nela que nossos meninos vieram a conhecer o Salvador.”
Embora seus filhos tivessem praticado vários esportes, a música sempre foi uma prioridade para a família Wright, e todos os três filhos aprenderam a tocar piano e órgão — um talento que usaram em futuros chamados e em suas missões. Eles também tocaram bateria, gaita de foles, saxofone e clarineta.
O irmão Wright disse que o empenho da família para prestar serviços, enquanto a irmã Wright lutava contra o câncer, os ajudou a se concentrarem em outras pessoas. Eles aprenderam que, “quando olhamos além de nós mesmos, o Senhor nos abençoa com uma capacidade maior de fazermos o bem”, disse ele.
Durante as súplicas ao Senhor no meio da noite em alguns de seus dias mais sombrios, a irmã Wright recorda ter sentido que, se sua batalha contra o câncer ajudasse seus filhos a se tornarem maridos e pais mais ternos e amorosos, “valeria 100% a pena, e eu passaria por isso várias vezes”, disse ela.
“Especialmente nos dias de hoje, pois quando criamos homens valentes, nobres, compassivos, capazes e amorosos, sempre abençoamos a vida de mulheres e crianças de maneiras milagrosas e incalculáveis.”
Em 2018, a irmã Wright foi chamada para servir na conselho consultivo das Moças.
Como a única filha de sua família e mãe de três meninos, “pode-se imaginar o quanto fiquei animada com o meu chamado para servir na junta geral das Moças, porque tive, durante os últimos dois anos, mais de 500 mil filhas por quem orar todos os dias.”
A irmã Wright também serviu como presidente da Primária da estaca, presidente da Primária da ala, conselheira na presidência da Primária da ala, consultora das Moças, professora da Sociedade de Socorro da ala, professora de Doutrina do Evangelho e líder dos escoteiros.
O irmão Wright elogiou sua esposa por sua capacidade de fazer com que as pessoas se sintam bem-vindas, confortáveis e incluídas. “Uma das coisas que adoro a respeito de minha querida esposa é que ela tem uma grande capacidade de amar”, disse ele.
“Ela tem uma proximidade com o Espírito e é capaz de receber inspirações e revelações e, em seguida, agir de acordo com elas. … Aprendi muito rapidamente em nosso casamento que, quando Amy recebe uma impressão, ouvimos e agimos de acordo com a inspiração recebida.”
Como uma nova líder geral da Primária, a irmã Wright disse que deseja que as crianças no mundo todo compreendam não apenas sua identidade como filhos de Deus, mas também seu propósito.
“Elas são necessárias para ajudar o mundo a se preparar para a Segunda Vinda do nosso Salvador”, disse ela. “E quando os jovens sentem que esta não é apenas a igreja de seus avós ou de seus pais, mas que é sua igreja e eles têm um papel a desempenhar, os milagres que esses pequenos corpos, com mentes e testemunhos em desenvolvimento, podem realizar são incríveis. …
“Todos nós servimos em partes diferentes na vinha do Senhor em épocas distintas durante nossa vida. Mas é a mesma vinha com o mesmo Mestre”, disse a irmã Wright. “A nossa esperança também é a mesma — a vida eterna e a exaltação. “Isso é o que desejamos para todas essas preciosas criancinhas, que Seu Pai Celestial e o Salvador Jesus Cristo façam parte de sua jornada, e que elas retornem a Seu lar.”
Assim como Deus, as crianças encontram beleza na diversidade. “Elas vêm a este mundo repletas de fé e alegria, e com um coração que acredita”, disse ela. “Elas irradiam o verdadeiro amor de Cristo. E podemos ver por que o Salvador nos exorta a nos tornarmos como elas.”
Uma das maiores qualidades das crianças é sua capacidade de fazerem conexões, disse a irmã Wright. “Acredito que, como sociedade, esta deveria ser nossa maior qualidade. Porque, como filhos e filhas de Deus, temos muito mais em comum do que jamais poderíamos ter de diferente.”
Informações biográficas
Família: Nasceu no dia 6 de janeiro de 1972, em Salt Lake City, filha de Robert Anderson e Joy Bailey. Casou-se com James McConkie Wright no dia 24 de junho de 1994, no Templo de Salt Lake. Eles têm três filhos.
Educação: Formou-se como bacharel em Ciências em Desenvolvimento Humano e Estudos da Família em 1998 pela Universidade de Utah.
Trabalho: Trabalhou no departamento de mídia estudantil da Faculdade de Comunicações da Universidade Marquette em Wisconsin, e como tutora de leitura. Trabalhou como voluntária para a Associação de Pais e Mestres, para o Programa Spectrum e para outras instituições por meio do site JustServe. Mais recentemente, ela ajudou com marketing e publicidade para um consultório odontológico.
Serviço na Igreja: Membro do conselho consultivo das Moças, presidente da Primária da estaca, presidente da Primária da ala, conselheira na presidência da Primária da ala, consultora das Moças, professora da Sociedade de Socorro da ala, professora de Doutrina do Evangelho e líder dos escoteiros.