Nota do editor: A terceira parte desta série de quatro partes sobre o papel essencial dos conselhos na Igreja apresenta uma visão dos membros do Quórum dos Doze Apóstolos e das líderes gerais sobre o propósito e as funções de três dos conselhos executivos da Igreja: o Conselho Executivo Missionário, o Conselho Executivo do Templo e História da Família e o Conselho Executivo do Sacerdócio e da Família. Leia mais sobre o tema no primeiro e segundo artigos.
No domingo de Páscoa, dia 3 de abril de 1836, Jesus Cristo apareceu para Joseph Smith e Oliver Cowdery no Templo de Kirtland, aceitando o edifício como Sua casa.
Após essa visão, três profetas antigos apareceram a Joseph e Oliver, um de cada vez. Moisés conferiu as chaves da coligação de Israel, Elias conferiu as chaves “da dispensação do evangelho de Abraão”, e Elias, o Profeta, conferiu as chaves do poder selador.
Hoje, disse Élder Quentin L. Cook, do Quórum dos Doze Apóstolos, “a Igreja é organizada com três conselhos executivos que se baseiam nessas três chaves que foram restauradas.” Esses três conselhos servem sob a direção da Primeira Presidência.
As chaves da coligação de Israel operam dentro do âmbito do Conselho Executivo Missionário. As chaves “da dispensação do evangelho de Abraão” — do cumprimento do convênio abraâmico — funcionam no Conselho Executivo do Sacerdócio e da Família. E as chaves do poder selador são encontradas no Conselho Executivo do Templo e História da Família.
Élder Dieter F. Uchtdorf, do Quórum dos Doze Apóstolos, disse que o propósito desses três conselhos é “uma obra” — a obra de Deus “de levar a efeito a imortalidade e vida eterna do homem (Moisés 1:39).
Élder Uchtdorf e Élder Cook — juntamente com Élder David A. Bednar, do Quórum dos Doze Apóstolos, presidente geral da Sociedade de Socorro Jean B. Bingham, presidente geral das Moças Bonnie H. Cordon, e a presidente geral da Primária Camille N. Johnson — conversaram recentemente com o Church News sobre o papel essencial dos conselhos na Igreja, incluindo o Conselho Executivo Missionário, o Conselho Executivo do Sacerdócio e da Família e o Conselho Executivo do Templo e História da Família.
Cada um desses três conselhos é presidido por um membro do Quórum dos Doze Apóstolos e inclui um membro da Presidência dos Setenta e do Bispado Presidente, assim como duas líderes gerais.
Conselho Executivo Missionário
O Conselho Executivo Missionário funciona como “uma extensão do Quórum dos Doze Apóstolos para o trabalho missionário”, disse Élder Uchtdorf. Ele se concentra principalmente em “proclamar o evangelho e fazer com que as pessoas se tornem discípulos”, com a ajuda dos atuais 52 mil missionários de tempo integral em todo o mundo, disse ele.
Buscando e revisando constantemente os comentários de líderes locais e membros no mundo todo, o Conselho Executivo Missionário se reúne semanalmente para discutir todos os aspectos do trabalho missionário — desde o chamado de novos líderes de missão até a criação de novas missões, missionários e smartphones.
Nos últimos meses, a porcentagem de missionários que usam smartphones aumentou de 50% para 95%, disse Élder Uchtdorf. E o uso generalizado de smartphones e mídias sociais provou ser uma ferramenta inspirada no compartilhamento do evangelho de Jesus Cristo, especialmente durante a pandemia de COVID-19.
A Primeira Presidência aprovou recomendações do Conselho Executivo Missionário para expandir a comunicação dos missionários com suas famílias, e atualizar os padrões de vestuário e aparência missionária — incluindo a opção para as sísteres usarem calças, e para os élderes usarem camisas brancas ou azuis, com ou sem gravatas, em circunstâncias apropriadas.
“Tradições de longa data às vezes são difíceis de mudar, por isso o aconselhamento em conjunto é necessário”, disse Élder Uchtdorf. “É preciso a influência do Espírito para dizer: ‘Vamos seguir em frente. Estamos todos juntos nisso? Sim, estamos.’ E então seguimos adiante.”
Como ex-missionária em Portugal, ex-líder de missão no Brasil e mãe de missionários, presidente Cordon traz uma perspectiva única para o Conselho Executivo Missionário.
Ela descreveu o processo de ajudar o conselho a direcionar a transferência de quase 32 mil missionários no início da pandemia — e de testemunhar os milagres que aconteceram — como “revigorante.”
Das mudanças no trabalho missionário que vieram como resultado da pandemia, presidente Cordon disse: “Podemos ver como a mão do Senhor moldou e refinou o processo de ajudarmos as pessoas a conhecerem o evangelho de Jesus Cristo e seu Salvador.”
Conselho Executivo do Sacerdócio e da Família
O objetivo do Conselho Executivo do Sacerdócio e da Família é “preparar as pessoas para se encontrarem com Deus”, disse Élder Cook. “É aperfeiçoar os santos.”
As organizações da Sociedade de Socorro, das Moças, dos Rapazes, da Primária e da Escola Dominical servem em colaboração com e sob a direção do Conselho Executivo do Sacerdócio e da Família, disse Élder Cook.
Exemplos de tópicos discutidos neste conselho incluem ministrar como o Salvador, o currículo integrado “Vem, e Segue-me” e o programa Crianças e Jovens.
“O processo do conselho refina as coisas e as aperfeiçoa”, explicou Élder Cook. À medida que esses tópicos e outros foram discutidos no Conselho Executivo do Sacerdócio e da Família e, mais tarde, com o Quórum dos Doze Apóstolos e a Primeira Presidência, “a revelação foi recebida em vários estágios.”
Presidente Bingham se lembra de estar presente no Conselho Executivo do Sacerdócio e da Família quando a pergunta foi feita: “Como a Igreja pode ajudar as famílias a serem realmente eficazes no aprendizado do evangelho?”
O conselho determinou que o lar é o centro ideal de aprendizagem do evangelho. A próxima pergunta foi: “Como a Igreja pode apoiar isso no lar?” A solução se tornou um currículo integrado, disse ela.
A mudança dos programas de mestres familiares e professoras visitantes para o programa ministrar como o Salvador em 2018 — centralizada em princípios e flexibilidade adicional — ajudou a estabelecer a base do currículo “Vem, e Segue-me” para indivíduos e famílias.
“Tiramos as lições que aprendemos com a ministração e as aplicamos à família”, disse presidente Bingham. Então, enquanto as famílias trabalhavam para transformar seus lares em um centro de aprendizagem do evangelho por meio do currículo “Vem, e Segue-me”, elas foram preparadas para o programa Crianças e Jovens.
“Os pais estavam compreendendo mais claramente sua responsabilidade de ensinar o evangelho de Jesus Cristo a seus filhos para ajudá-los a se desenvolverem, e para guiá-los ao Salvador”, disse ela.
Essas iniciativas e outras fazem parte do que Élder Cook descreve como um “padrão interligado de revelação” — no qual a revelação foi recebida por meio do aconselhamento em conselhos. Através de líderes inspirados, o Salvador Jesus Cristo preparou Sua Igreja, tanto temporária quanto espiritualmente, para tempos de mudança e desafios, disse ele.
Relembrando do processo, presidente Bingham disse: “Podemos ver que o Senhor preparou todos nós para o momento da pandemia, quando não poderíamos nos reunir em nossas capelas e teríamos que apoiar uns aos outros em famílias e no lar.”
Em um recente post nas mídias sociais [em inglês], a irmã Rebecca L. Craven, segunda conselheira da presidência geral das Moças, compartilhou como é participar em um conselho com profetas, videntes e reveladores.
“Eu … me pergunto como os líderes da Igreja estão tão em sintonia com o que está acontecendo no mundo todo”, escreveu ela. “Posso testificar que as vozes das mulheres são ouvidas e valorizadas nos principais conselhos da Igreja.”
Conselho Executivo do Templo e História da Família
Élder Bednar disse o seguinte sobre o Conselho Executivo do Templo e História da Família: “Tudo que diz respeito aos templos — os convênios, as ordenanças, as operações e o trabalho de história da família — é responsabilidade do Conselho Executivo do Templo e História da Família.”
Conforme mais templos são construídos no mundo todo, “estamos aprendendo que alguns dos processos e procedimentos utilizados nos templos maiores não são tão eficazes nos menores”, explicou ele. “E a pandemia proporcionou uma oportunidade para considerarmos todos os aspectos de como os templos são operados.”
“Sem alterar os convênios, as ordenanças e os assuntos sagrados que ocorrem no templo, estamos nos empenhando em aprimorar a experiência dos usuários para os membros da Igreja no mundo todo”, disse ele.
Aqueles que frequentaram o templo desde a pandemia provavelmente observaram mudanças operacionais nos templos. “Esses ajustes são o resultado de questões que foram identificadas, apresentadas aos conselhos presidentes para revisão, consideração e aconselhamento e, finalmente, aprovadas para serem incorporadas às operações dos templos”, disse Élder Bednar.
Logo após ter sido apoiada durante a conferência geral de abril de 2021, presidente Johnson recebeu uma designação para servir no Conselho Executivo do Templo e História da Família.
“Em um grande ato de bondade e benevolência, Élder Bednar me convidou para comparecer em seu escritório com os dois Setentas Autoridades Gerais responsáveis pela história da família e pelos templos, e me proporcionou uma visão geral do que nosso conselho executivo abordaria”, disse a recém-chamada presidente geral da Primária.
“Para mim foi uma grande bênção poder entrar naquela primeira reunião com alguma confiança sobre o assunto que iríamos abordar.”
Como o mais novo membro do conselho, “Eu não tinha muita experiência com esta designação, mas tenho minha perspectiva como uma mulher santo dos últimos dias”, disse presidente Johnson. “E é isso que eles estão procurando. Sou muito grata por isso. Senti-me incluída desde o início.”
Presidente Johnson compartilhou que também lhe foi dito que cada reunião do Conselho Executivo do Templo e História da Família é “um processo de revelação”, e que, se ela viesse preparada, “veria algo com novos olhos.”
“E esse têm sido o caso”, acrescentou ela. Em apenas algumas semanas, ela disse que obteve uma visão mais ampla da importância do trabalho do templo e da história da família.
“Nosso foco no Templo e na História da Família — e realmente em tudo o que fazemos — é, como todos nós retornaremos ao nosso lar celestial?”, disse ela.
“E o que estamos fazendo em nossa ala, nossa estaca e em nossos conselhos de família, é convidarmos o Salvador para fazer parte do processo e permitirmos que Ele nos ajude. Por causa de Sua expiação, Ele é a razão pela qual podemos retornar ao nosso lar celestial.”