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O poder dos grupos religiosos na prevenção da fome, enfatiza irmã Eubank no Fórum Inter-religioso do G20

A irmã Sharon Eubank, primeira conselheira na presidência geral da Sociedade de Socorro, fala sobre a fome no mundo durante o Fórum Inter-religioso do G20 em Bolonha, Itália, na terça-feira, 14 de setembro de 2021. Crédito: Jeffrey D. Allred, Deseret News
A irmã Sharon Eubank, primeira conselheira na presidência geral da Sociedade de Socorro, abraça a Dra. Azza Karam, do Religions for Peace, durante uma reunião no Fórum Inter-religioso do G20 em Bolonha, Itália, na terça-feira, 14 de setembro de 2021. Élde Crédito: Jeffrey D. Allred, Deseret News
A irmã Sharon Eubank, primeira conselheira na presidência geral da Sociedade de Socorro, conversa com David Pollei do Conselho Consultivo do G20IF e Khushwant Singh antes de falar sobre a fome no mundo durante o Fórum Inter-religioso do G20 em Bolonha, It Crédito: Jeffrey D. Allred, Deseret News
A irmã Sharon Eubank, primeira conselheira na presidência geral da Sociedade de Socorro, à direita, fala sobre a fome no mundo durante o Fórum Inter-religioso do G20 em Bolonha, Itália, na terça-feira, 14 de setembro de 2021. Crédito: Jeffrey D. Allred, Deseret News

Apesar dos esforços internacionais e das melhorias no desenvolvimento global, “a fome no mundo está aumentando desde 2014”, disse a irmã Sharon Eubank, primeira conselheira na presidência geral da Sociedade de Socorro e presidente dos Serviços de Caridade dos Santos dos Últimos Dias, durante o Fórum Inter-religioso do G20 em Bolonha, Itália, na terça-feira, 14 de setembro.

Este problema foi ainda mais agravado pela pandemia COVID-19. “Se as tendências atuais continuarem, o número de pessoas que passam fome pode chegar a 840 milhões até 2030”, disse.

E o impacto sobre as mulheres e crianças é drástico, acrescentou ela, citando estatísticas de que, uma em cada três crianças com menos de 5 anos passa fome, 45% de todas as mortes infantis estão relacionadas à desnutrição e em dois terços dos países, as mulheres são mais propensas a estar com fome do que os homens.

Problemas como a fome no mundo não podem ser resolvidos sem cooperação, disse a irmã Eubank. “Acho que os dias em que tentávamos resolver algo por conta própria já passaram. Temos que ser capazes de cooperar uns com os outros, e é por isso que um fórum como este é tão importante.”

Sendo uma das cinco palestrantes durante uma sessão do Fórum Inter-religioso do G20 intitulada “Compromissos religiosos com objetivos de desenvolvimento sustentável: enfocando as crianças, fome, água e saneamento”, a irmã Eubank enfatizou a necessidade de se focar na produção alimentar ao invés da ajuda alimentar.

Quando acontecem emergências e crises, a atenção e o dinheiro são gastos em ajuda alimentar, explicou ela. “Meu apelo hoje é para recuarmos e tentarmos intervir, antes que chegue aos noticiários, nesta produção de alimentos.”

A irmã Sharon Eubank, primeira conselheira na presidência geral da Sociedade de Socorro, à direita, fala sobre a fome no mundo durante o Fórum Inter-religioso do G20 em Bolonha, Itália, na terça-feira, 14 de setembro de 2021.
A irmã Sharon Eubank, primeira conselheira na presidência geral da Sociedade de Socorro, à direita, fala sobre a fome no mundo durante o Fórum Inter-religioso do G20 em Bolonha, Itália, na terça-feira, 14 de setembro de 2021. | Crédito: Jeffrey D. Allred, Deseret News

A irmã Eubank destacou três coisas que os Serviços de Caridade dos Santos dos Últimos Dias, e sua rede de grupos religiosos, tentaram mudar e renovar desde o início da pandemia.

Primeiro, certifiquem-se de que o suprimento de alimentos seja eficiente [a ponto de se tornar] redundante. Os Serviços de Caridade dos Santos dos Últimos Dias investiram $2 milhões de dólares no sistema de distribuição “hub and spoke” do Programa Mundial de Alimentos para fortalecimento durante a pandemia. A organização distribuiu 45.000 toneladas de produtos — incluindo suprimentos de vacinas e alimentos — por meio deste sistema nos últimos meses.

“O benefício das comunidades religiosas locais é que muitas vezes há vários sistemas de distribuição diferentes e, portanto, se cooperarem entre si, obtém essa redundância junto com a eficiência”, disse a irmã Eubank.

Leia mais: A capacidade de servir dos fiéis está vinculada à liberdade religiosa, disse o Élder Rasband no G20 Interfaith Forum

Em segundo lugar, capacitar as mulheres para serem líderes agrícolas. Em parceria com a Agência Adventista de Desenvolvimento e Socorro, Serviços Católicos de Socorro, IsraAID, Rise and Rebuild e outros grupos, os Serviços de Caridade dos Santos dos Últimos Dias começou a promover grupos de mulheres agricultoras.

A irmã Eubank deu o exemplo de uma conselheira de uma fazenda, chamada Beatrice, que foi solicitada pelo Ministério da Saúde da Zâmbia a trazer informações sobre o COVID-19 para seu grupo. “Não se trata apenas de agricultura, sementes e produção de renda, mas também transmite informações de saúde.”

“Por que isso funciona?” irmã Eubank perguntou. “Porque elas se conhecem. Elas são vizinhas. Elas pertencem a diferentes religiões em sua comunidade e confiam umas nas outras. E os relacionamentos de confiança são tão importantes quanto o dinheiro, a comida ou qualquer outra coisa, e os relacionamentos de maior confiança vêm por meio de comunidades de fé.”

A irmã Sharon Eubank, primeira conselheira na presidência geral da Sociedade de Socorro, abraça a Dra. Azza Karam, do Religions for Peace, durante uma reunião no Fórum Inter-religioso do G20 em Bolonha, Itália, na terça-feira, 14 de setembro de 2021. Élder Jack N. Gerard da Setenta está em segundo plano.
A irmã Sharon Eubank, primeira conselheira na presidência geral da Sociedade de Socorro, abraça a Dra. Azza Karam, do Religions for Peace, durante uma reunião no Fórum Inter-religioso do G20 em Bolonha, Itália, na terça-feira, 14 de setembro de 2021. Élder Jack N. Gerard da Setenta está em segundo plano. | Crédito: Jeffrey D. Allred, Deseret News

Terceiro, crie conselhos de cidadãos locais que possam fazer parceria com o governo local para obter recursos adicionais.

Estes conselhos visitam famílias em sua área, identificam suas necessidades e objetivos e informam sobre os recursos nutricionais disponíveis. Eles examinam seus filhos quanto à desnutrição e compartilham aulas de saúde e nutrição desenvolvidas localmente. Eles incentivam a produção em sua dieta diária e os ensinam a cultivar uma horta ou ter uma pequena produção animal.


“Por que isso funciona? Porque elas se conhecem.”

“Eles estão lá há muito tempo e são o coração do desenvolvimento”, disse a irmã Eubank sobre os conselhos locais. “Mas a razão pela qual funciona é porque eles estão trabalhando com alguém de confiança e é feito sob medida para o objetivo da família.”

A irmã Eubank fez duas recomendações para o grupo do G20 que se reunirá em outubro.

Primeiro, peçam às comunidades religiosas dados e progresso enquanto trabalham nas metas de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas. “Eu lhes prometo que eles ficarão surpresos com o escopo do que está acontecendo com essas organizações religiosas”, disse ela.

Em segundo lugar, “invistam dinheiro de ajuda desde cedo — geralmente melhor por meio de comunidades religiosas — antes que a crise seja insuportável e chegue aos noticiários.”

Ela concluiu parafraseando Mateus 25:35-40: “Porque tive fome, e destes-me de comer; e se vocês podem fazer isso ao menor destes meus irmãos, vocês o estão fazendo a Deus. E digo isso com todo meu empenho.”

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