O abuso constitui a influência do adversário e é um pecado grave, declarou Presidente Russell M. Nelson na sessão da manhã de sábado da conferência geral de outubro de 2022.
“Como Presidente da Igreja, reafirmo os ensinamentos do Senhor Jesus Cristo sobre este assunto. Permitam-me ser perfeitamente claro: Qualquer tipo de abuso contra mulheres, crianças ou qualquer pessoa é uma abominação para o Senhor.
“Ele lamenta, e eu lamento, sempre que alguém é ferido. Ele se entristece, e todos nós nos entristecemos, por cada pessoa que foi vítima de qualquer tipo de abuso. Aqueles que cometem estes atos hediondos não apenas terão que responder às leis dos homens, mas também enfrentarão a ira de Deus Todo-Poderoso.
“Durante décadas, a Igreja tomou medidas extensas para, sobretudo, proteger as crianças contra abusos. Há muitos recursos no site da Igreja”, disse Presidente Nelson, referindo-se aos recursos em abuse.ChurchofJesusChrist.org sobre ajuda, cura e proteção contra o abuso.
“Eu os convido a estudá-los. Estas diretrizes estão em vigor para proteger os inocentes.”
Presidente Nelson continuou: “Peço a todos que estejam atentos a qualquer pessoa que possa estar correndo risco de abuso e ajam prontamente para protegê-la. O Salvador não tolerará o abuso e, como Seus discípulos, nós também não podemos tolerá-lo.”
Responsáveis perante Deus
Presidente Nelson não foi o único líder da Igreja a abordar o abuso durante a conferência geral de outubro de 2022.
Élder Ulisses Soares, do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou sobre a união que advém da verdadeira parceria e do cumprimento das responsabilidades divinas nos relacionamentos conjugais.
“O padrão patriarcal implica que a esposa e o marido devem prestar contas diretamente a Deus pelo cumprimento de suas responsabilidades sagradas na família. (...) Essas responsabilidades especiais não implicam hierarquia e excluem absolutamente qualquer tipo de abuso ou uso indevido de autoridade”, disse Élder Soares na sessão da tarde de sábado.
Em sua mensagem na tarde de domingo sobre sermos fiéis a Deus e Sua obra, Élder Quentin L. Cook, do Quórum dos Doze Apóstolos, abordou a raiva e o abuso.
Em julho, Élder Cook participou de um Fórum Parlamentar de Todos os Partidos do Reino Unido em Londres. A violência contra mulheres e jovens foi destacada como um problema mundial significativo, disse ele.
A Família: Proclamação ao Mundo diz: “Aqueles que maltratam o cônjuge ou os filhos deverão um dia responder perante Deus.”
Citando a declaração de Presidente Nelson sobre o abuso no dia anterior, Élder Cook disse: “Por favor, decidam que, independentemente de seus pais terem ou não abusado de vocês, vocês não abusarão física, verbal ou emocionalmente seu cônjuge ou filhos.”
Uma experiência pessoal
A irmã Kristin M. Yee, que iniciou seu serviço como segunda conselheira na presidência geral da Sociedade de Socorro no dia 1º de agosto, discursou durante a sessão da tarde de sábado sobre o perdão como parte de emularmos o Salvador.
A irmã Yee compartilhou dolorosos momentos pessoais de seu passado e usou a história de Davi, Nabal e Abigail, no livro de Samuel, para ilustrar os princípios do perdão e da reconciliação.
Sua sinceridade sobre sua experiência forneceu um pano de fundo autêntico para ensinar sobre as dificuldades de perdoar outros e a resolução pacífica que advém de reconhecermos que o Salvador “assumiu esses pecados” daqueles que nos causaram dor.
“O Salvador — de uma maneira incompreensível — [tomou] sobre Si os nossos pecados e os pecados daqueles que nos feriram ou nos ofenderam”, disse ela.
Aqueles que ainda estão em situações em que o abuso está em andamento não precisam permanecer nesta circunstância, acrescentou ela. “Por favor, saibam que perdoar alguém não significa que você se coloca em uma posição em que continuará sendo ferido.”.”
Em sua própria busca para perdoar e encontrar paz, a irmã Yee disse que obteve um testemunho mais forte de Jesus Cristo e do poder que Ele tem como o nossos Salvador.
“Cheguei à conclusão, de maneira profunda, que o mesmo Filho de Deus que expiou por meus pecados, é o mesmo Redentor que também salvará aqueles que me feriram profundamente.”
Não há lugar para o abuso
Por gerações, os líderes da Igreja têm falado em termos mais fortes sobre os males do abuso e a necessidade de cuidar daqueles que são vítimas ou sobreviventes de abuso.
Presidente Gordon B. Hinckley, 15º Presidente da Igreja, descreveu o abuso como um “fenômeno terrível, imperdoável e maligno”. O abuso sexual, em particular, é “uma violação do que é mais sagrado e divino” e “destrói a vida das crianças”, disse ele.
No início deste ano, na conferência geral de abril de 2022, Élder Patrick Kearon, da Presidência dos Setenta, também falou sobre o abuso.
“Não há lugar para qualquer tipo de abuso — físico, sexual, emocional ou verbal — em qualquer lar, país ou cultura”, disse Élder Kearon.
Para aqueles que sofreram algum tipo de abuso, Élder Kearon disse: “O abuso não foi, não é e nunca será sua culpa, não importa se o agressor ou qualquer outra pessoa tenha dito o contrário. Se foram vítimas de crueldade, incesto ou qualquer outra perversão, não são vocês que precisam se arrepender; vocês não são responsáveis.
“Vocês não são menos dignos, menos valiosos ou menos amados como seres humanos, ou como filhas ou filhos de Deus, devido ao que outra pessoa fez com vocês.”
