Certo dia, em 1928, um grupo de missionários santos dos últimos dias se reuniu aos pés do Monte Cumora, no norte do estado de Nova York.
Willard Bean [em inglês], um missionário e zelador da fazenda da família de Joseph Smith ali perto, estava em pé na metade da encosta da colina. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias havia adquirido a propriedade no Monte Cumora e o élder Bean recrutou os missionários para ajudarem a plantar dezenas de milhares de árvores.
“Hoje somos semeadores, não ceifeiros”, disse o élder Bean, de acordo com o livro de Rand H. Packer, “A Lion and a Lamb” [Um Leão e um Cordeiro]. “Vocês não verão nenhum ‘batismo’ hoje pela semeadura que farão. ... Mas algum dia, alguém colherá as sementes que vocês plantarão hoje. Não apenas alguém, mas muitos. Anotem e se lembrem, pois certamente acontecerá.”
Uma cena semelhante aconteceu na sexta-feira, 11 de novembro, quando Ben Pykles, gerente da Divisão de Locais Históricos do Departamento de História da Igreja [em inglês], estava diante de mais de 50 missionários da Missão Nova York Syracuse, enquanto se preparavam para plantar milhares de sementes de árvores nativas naquele mesmo local. Pykles disse que a maioria das árvores no local hoje foram plantadas por aqueles missionários há quase 100 anos.
“Muitas dessas árvores foram cortadas nos últimos 80 anos à medida que o espetáculo (do Monte Cumora) crescia”, disse Pykles. “Com a interrupção do espetáculo, estamos usando missionários novamente para espalharmos milhares de sementes de árvores na colina, e elas crescerão até a próxima geração de madeira de lei no Monte Cumora.”
O plantio de sementes de árvores pelos missionários marcou a etapa final no projeto de recuperação da Igreja para transformar o antigo local do espetáculo de volta à aparência que tinha quando o anjo Morôni entregou a Joseph Smith o registro que veio a ser traduzido e se tornou o Livro de Mórmon.
“Com as sementes sendo plantadas hoje, esta é realmente a última fase do projeto”, disse Pykles. “Talvez precisemos fazer uma ressemeadura na primavera enquanto observamos estas árvores, para ver se estamos obtendo a regeneração que esperamos.”
Gary Boatwright [em inglês], gerente de operações dos locais históricos da Igreja, twittou [em inglês] fotos adicionais do topo da colina, com as palavra, “Foi uma ótima experiência para todos.”
Os missionários plantaram nozes e sementes nativas, incluindo carvalho vermelho e branco, nogueira preta, castanheira americana, bordo vermelho e de açúcar, tulipa e cerejeira preta, em vez de mudas, para permitir um crescimento mais saudável e natural. Pykles estima que levará duas ou três décadas para que as novas sementes atinjam a maturidade total.
“Adoramos servir com nossos missionários. É o ponto alto de nossa missão”, disse o presidente Evan Gentry, que preside a Missão Nova York Syracuse com sua esposa, a sister Sandi Gentry. “Eles (os missionários) ficaram muito empolgados por serem parte deste evento histórico para ajudar a replantar o Monte Cumora e trazê-lo de volta ao seu estado natural.”
“Levará anos e anos para que estas sementes se transformem em belas árvores adultas. Eu me pergunto quantos desses missionários terão filhos que servirão aqui ou quantos voltarão com suas famílias e poderão contar a história do dia em que estiveram aqui plantando sementes”, disse a sister Gentry.
A Igreja espera que as mudanças no local histórico sagrado proporcionem uma experiência mais contemplativa e reverente para os visitantes.
“Demorou 82 anos para o espetáculo se tornar o que era”, disse ele. “Levará de 25 a 35 anos para que isso se torne o que deveria ser. Plantar sementes é um ato de fé.”
A Primeira Presidência anunciou em 2018 o fim do espetáculo do Monte Cumora [em inglês], e um plano para recuperar o local foi apresentado em 2021.
As equipes removeram toda a infraestrutura relacionada à produção, incluindo cerca de 24 estruturas e milhares de metros quadrados de asfalto e cascalho, estradas e caminhos anteriormente colocados ao longo dos 80 anos de história do espetáculo.
Outras alterações são as seguintes:
- Uma nova placa do monumento Monte Cumora foi instalada em frente ao centro de visitantes.
- Há uma nova rede de trilhas que permite a todos os visitantes, inclusive os cadeirantes, o acesso ao monumento do Anjo Morôni no topo da colina.
- Novas placas interpretativas e de orientação foram colocadas em vários locais ao longo de um novo sistema de caminhos para que as pessoas possam facilmente encontrar por onde se sobre e desce da colina.
- A estátua do Anjo Morôni foi redourada pela primeira vez desde que o monumento foi construído em 1935.
- Os trabalhadores remodelaram o subsolo do Centro de Visitantes Monte Cumora para acomodar grupos maiores.