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Inovar o Instituto: O que o Instituto está fazendo para melhor atender às necessidades de jovens adultos no mundo inteiro

Students attend a class taught by Brother Mike Moore at the Institute of Religion located adjacent to the University of Utah in Salt Lake City on Thursday, Feb. 3, 2022. Crédito: Laura Seitz, Deseret News
Sister Marie Lund writes down what her students were grateful for during a class at the Institute of Religion located adjacent to the University of Utah in Salt Lake City on Thursday, Feb. 3, 2022. Crédito: Laura Seitz, Deseret News
Students discuss doctrine in the Book of Mormon in a class taught by Brother Moore at the Institute of Religion located adjacent to the University of Utah in Salt Lake City on Thursday, Feb. 3, 2022. Crédito: Laura Seitz, Deseret News
Students discuss doctrine in the Book of Mormon in a class taught by Brother Mike Moore at the Institute of Religion located adjacent to the University of Utah in Salt Lake City on Thursday, Feb. 3, 2022. Crédito: Laura Seitz, Deseret News
Estudantes do Instituto de Religião de St. George em St. George, Utah, participam de uma nova aula intitulada “Buscar Jesus Cristo e Sua Alegria”, em janeiro de 2020. A nova aula foi criada como parte da iniciativa Inovar o Instituto e aborda assuntos que Crédito: Ryan Wilkins
Students attend a class taught by Brother Mike Moore at the Institute of Religion located adjacent to the University of Utah on Thursday, Feb. 3, 2022. Crédito: Laura Seitz, Deseret News
Giovanna Vernice da Silva from Praia Grande, São Paulo, Brazil, was able to resume institute when she learned of a hybrid course taught online via Zoom and via podcast. Offering hybrid courses with podcast components was one of many changes that resulted from the Innovate Institute effort. Crédito: Giovanna Vernice da Silva

Nota do editor: Este é o primeiro de dois artigos sobre o projeto Inovar o Instituto.

Assentos em grupo. Quadros-brancos do chão ao teto. Discussões entre pares. Experiências digitais por meio das redes sociais.

Estes são apenas alguns exemplos de como o programa do Instituto de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias está sendo inovado para melhor atender às necessidades dos jovens adultos de hoje. 

“Fizemos muitas pesquisas, ouvimos o público e conduzimos vários grupos de foco e enquetes com jovens adultos solteiros em todo o mundo para termos uma compreensão maior sobre o impacto e as bênçãos do Instituto, bem como as mudanças que poderíamos implementar para melhor atender às necessidades dos estudantes”, disse Chad H. Webb, administrador dos Seminários e Institutos de Religião da Igreja. 

Pesquisas realizadas em mais de 10 países, com mais de 1.000 jovens adultos — que estavam ou não frequentando o Instituto — mostraram quatro áreas principais nas quais o Instituto poderia ser fortalecido:

  • Relevância: Os jovens adultos querem aprender como o evangelho de Jesus Cristo se encaixa em sua vida hoje. Eles querem encontrar respostas para suas perguntas e falar sobre os problemas que enfrentam.  
  • Inclusão e propósito: Os jovens adultos querem se sentir bem-vindos, seguros e incluídos. Eles querem um ambiente de apoio e incentivo, onde possam ter oportunidades sociais e se sentir à vontade para convidar seus amigos. Eles também querem pertencer a uma causa e fazer algo que faça a diferença. 
  • Acessibilidade: Os jovens adultos querem mais opções para acomodar seus compromissos e necessidades, tais como cursos mais curtos, opções virtuais e horários e locais adicionais.
  • Conversão: Os jovens adultos querem que o Instituto seja um lugar onde eles possam sentir o amor de Deus. Eles querem se sentir conectados ao Pai Celestial, a Jesus Cristo, uns aos outros, a seu professor e ao programa.

Várias ideias dentro dessas quatro áreas foram testadas nos últimos anos como parte do projeto Inovar o Instituto. As ideias que provaram ser mais bem-sucedidas estão sendo implementadas em regiões em todo o mundo, disse Webb. 

“As que estamos testando parecem estar funcionando. Temos mais jovens frequentando o Instituto pela primeira vez este ano do que tivemos há muito tempo. E há uma revitalização e um novo interesse no Instituto, e algumas coisas realmente empolgantes estão acontecendo.” 

E a inovação está apenas no começo, acrescentou ele. “Ainda estamos aprendendo. Ainda estamos experimentando coisas novas. Vamos continuar a ouvir os jovens e a inovar e encontrar novas maneiras de atender às suas necessidades.”

O Church News conversou com Webb e outros representantes dos Seminários e Institutos de Religião, para saber mais sobre o projeto Inovar o Instituto e as quatro áreas de impacto. 

Rachel Horman toca uma sequência de hinos pioneiros durante uma aula ministrada pela irmã Marie Lund, no Instituto de Religião adjacente à Universidade de Utah em Salt Lake City na quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022.
Rachel Horman toca uma sequência de hinos pioneiros durante uma aula ministrada pela irmã Marie Lund, no Instituto de Religião adjacente à Universidade de Utah em Salt Lake City na quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022. | Crédito: Laura Seitz, Deseret News

Relevância

Com o surgimento da internet e das redes sociais, os membros das gerações Z e millennials estão vivendo em uma era digital complexa, disse Rebekah Ellsworth Kimball, gerente de serviços estudantis. Eles estão lidando com circunstâncias e questões que são diferentes das gerações anteriores.

Os jovens adultos de hoje estão fazendo perguntas do tipo: “Como aplico isto ao meu irmão que se identifica como homossexual?”, “Como respondo ao que meus amigos estão dizendo nas redes sociais sobre Joseph Smith e a poligamia?”, “Como posso lidar com questões de fé, quando me sinto como se estivesse sendo julgado na Igreja?”

Para Ellsworth Kimball, “o projeto Inovar o Instituto” é o reconhecimento de que o Instituto de hoje precisa servir a nossa geração em ascensão de uma maneira diferente.” 

Em outras palavras, “Este não é o Instituto de seus pais; este é o Instituto de hoje”, disse ela. 

Uma das maneiras pelas quais os professores estão ajudando o Instituto a parecer mais relevante é permitindo que os estudantes compartilhem diretamente suas experiências e ideias com outras pessoas. Os instrutores também são encorajados a estimularem discussões em pares durante suas aulas, pois isso geralmente ajuda os estudantes a socializarem suas experiências e faz com que seu tempo no Instituto pareça estar mais a seu nível.  

Outra maneira pela qual o Instituto está tentando ser mais relevante para os estudantes de hoje é oferecendo novos cursos. Um exemplo é um curso sobre arrependimento e perdão, o qual utiliza o livro “O dom divino do perdão”, escrito por Élder Neil L. Andersen, do Quórum dos Doze Apóstolos. Outro exemplo é um curso sobre exercer fé ao enfrentar as complexidades do evangelho, o qual usa o livro “A fé não é cega”, escrito por Élder Bruce C. Hafen, Setenta Autoridade Geral emérito, e sua esposa, a irmã Marie K. Hafen. 

Testes de campo locais permitem que os professores busquem aprovação para testarem outros cursos novos, de acordo com as necessidades de seus alunos e relatem suas descobertas à sede da Igreja. 

“Também alinhamos o currículo com o ‘Vem, e Segue-me”, então estamos enfatizando mais cursos que estão relacionados a esse programa de estudo”, disse Ellsworth Kimball.

Outra inovação é a adaptação local dos cursos, acrescentou ela. “Isto permite que os professores locais alterem a duração, o horário, a ordem do currículo ou o título do curso para torná-lo mais relevante localmente. Os cursos não têm apenas um formato único.”

Estudantes assistem a uma aula ministrada pelo irmão Mike Moore, no Instituto de Religião adjacente à Universidade de Utah, na quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022.
Estudantes assistem a uma aula ministrada pelo irmão Mike Moore, no Instituto de Religião adjacente à Universidade de Utah, na quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022. | Crédito: Laura Seitz, Deseret News

Inclusão e propósito

Keith J. Burkhart, diretor da divisão de serviços estudantis, recorda ter entrevistado jovens adultos que sentem que não se encaixam no Instituto — e não apenas no Instituto, mas em qualquer ambiente da Igreja. Alguns tiveram experiências fazendo uma pergunta delicada que resultou em olhares de todas as pessoas na sala de aula, ou em um pedido para esperarem até o final da aula para que o professor pudesse terminar a lição planejada. 

Embora não comunicada diretamente, a mensagem que eles ouviram foi “não levantem essa questão”.

Portanto, a parte da inclusão [do projeto Inovar o Instituto] realmente se trata de criarmos um ambiente onde as pessoas se sintam seguras e à vontade, ​​e possam vir e trazer seus amigos”, disse Burkhart. 

Ryan J Wessel, registrador dos Seminários e Institutos de Religião, disse ao se reunir com os professores do Instituto: “Descobrimos que, pelo desejo de sermos leais e fiéis, nos encontramos muitas vezes apenas elogiando o ideal e subconscientemente proibindo a exploração das realidades da vida.”

Como um exemplo de como os professores podem cultivar de melhor forma um ambiente de conversão e conexão para seus estudantes, Wessel citou 2 Néfi 31:3: “… porque [o Senhor] fala aos homens de acordo com sua língua, para que compreendam.”

“Quer essa língua seja a do modo virtual ou do ambiente em que ensinamos, a linguagem dos … tipos de coisas sobre as quais falamos, a maneira como fazemos nossas perguntas, isto pode realmente nos alinhar com a maneira como nossos alunos compreendem o evangelho e os tocará muito mais”, disse Wessel. 

Treinamentos têm sido realizados para ajudar os professores a aprenderem como criar um ambiente de compreensão e apoio, mesmo à medida que ensinam as verdades do evangelho. Por exemplo, durante o ensino da doutrina do casamento eterno, os professores foram incentivados a se sentirem confortáveis e darem tempo para as pessoas que lutam com medos pessoais ou problemas familiares difíceis. Para incentivar um sentimento de inclusão, essas questões devem ser discutidas em um ambiente seguro.

Além de realizar treinamentos para professores sobre como ter mais empatia e responder a perguntas, a equipe do projeto Inovar o Instituto começou a remodelar as salas de aula para introduzir um ambiente menos formal. 

Assentos em grupo, em vez de fileiras voltadas para a frente, permitiram mais interação e colaboração entre os estudantes. Televisões em carrinhos rolantes substituíram projetores, desencorajando o uso excessivo das apresentações em PowerPoint. Quadros-brancos do chão ao teto foram instalados para uso dos estudantes. Em alguns casos, o carpete da parede foi removido, tinta clara foi usada e a iluminação foi melhorada.  

Estudantes discutem a doutrina do Livro de Mórmon em uma aula ministrada pelo irmão Mike Moore, no Instituto de Religião adjacente à Universidade de Utah em Salt Lake City, na quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022.
Estudantes discutem a doutrina do Livro de Mórmon em uma aula ministrada pelo irmão Mike Moore, no Instituto de Religião adjacente à Universidade de Utah em Salt Lake City, na quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022. | Crédito: Laura Seitz, Deseret News

O ambiente físico menos formal criou um estilo de ensino diferente e uma experiência de sala de aula mais centrada no estudante, ajudando a promover um local de inclusão.  

Além do desejo de inclusão, Burkhart disse que a pesquisa com jovens adultos também revelou que eles desejam ter um propósito e uma causa. Uma solução é oferecer mais oportunidades de serviço. 

“Estamos estudando uma parceria com o ServirAgora, onde teremos uma lista com opções que eles poderão escolher”, disse Burkhart. “Portanto, eles não virão apenas para uma aula. Eles terão todas essas coisas que poderão atender a suas necessidades de diversas formas.”

Acessibilidade

Durante muito tempo, os professores do Instituto acreditaram que a experiência presencial era superior à virtual, disse Wessel. “Por meio de pesquisa e experimentação, descobrimos que esse não é o caso.”

O Instituto começou a oferecer cursos on-line em 2019, e o número de estudantes matriculados está crescendo rapidamente. 

Wessel disse que os dados mostram que os cursos on-line estão se tornando cada vez mais atraentes para estudantes não tradicionais do Instituto, tais como jovens mães, aqueles que vivem em uma região sem muitos jovens adultos santos dos últimos dias e indivíduos que atualmente não participam da Igreja.

Jovens adultos em St. George, Utah, participam de uma aula ao ar livre do Instituto intitulada “Caminhando com os Profetas”, do Instituto de Religião de St. George, em 22 de janeiro de 2022. Todos os sábados, os alunos discutem um discurso da conferência geral enquanto fazem uma caminhada juntos. Essa nova turma começou como parte do projeto Instituto Inovador.
Jovens adultos em St. George, Utah, participam de uma aula ao ar livre do Instituto intitulada “Caminhando com os Profetas”, do Instituto de Religião de St. George, em 22 de janeiro de 2022. Todos os sábados, os alunos discutem um discurso da conferência geral enquanto fazem uma caminhada juntos. Essa nova turma começou como parte do projeto Instituto Inovador. | Crédito: Ryan Wilkins

A equipe do projeto Inovar o Instituto também descobriu que, para muitos jovens adultos em todo o mundo, o curso tradicional de 14 semanas do Instituto que começa e termina com um semestre acadêmico não é o ideal. 

O Instituto começou a testar oficinas, ou minicursos, com base nas necessidades e nos interesses dos estudantes. Em uma região, por exemplo, foi realizada uma oficina de seis semanas sobre o gerenciamento do estresse e da ansiedade. Outras oficinas adicionais estão começando em outras regiões. 

Para aumentar ainda mais a acessibilidade, a equipe do Inovar o Instituto testou experiências digitais por meio das redes sociais. Alguns professores usam aplicativos de mensagens de grupo fechado para dar continuidade a conversas que foram iniciadas em sala de aula. Esforços também foram feitos para oferecer aulas do Instituto em horários diferentes e em mais locais.

Conversão

Estes esforços para fortalecer a relevância, a inclusão, o propósito e o acesso ao Instituto são essenciais para ajudarem a aumentar o número de jovens adultos que frequentam o Instituto. Mas eles não levarão a uma conversão profunda por si mesmos. 

Durante uma recente transmissão mundial para professores do Seminário e Instituto, em uma mensagem intitulada “O Evangelho de Jesus Cristo é Surpreendente”, Élder Clark G. Gilbert, Setenta Autoridade Geral e comissário de educação da Igreja, falou sobre a importância da conversão no processo de ensino. 

“[A]té nossos esforços inspirados para ‘inovarmos o Instituto’ falharão se perdermos esse foco central”, disse Élder Gilbert. “Nós os incentivamos a aumentarem a relevância, o acesso e a inclusão em suas aulas. Mas esses nobres esforços correm o risco de se tornarem ‘questões secundárias’ se não incluirmos o princípio fundamental da conversão a Jesus Cristo.”

As pesquisas mostram que o Instituto tem um impacto significativo na frequência à Igreja, no estudo das escrituras, na oração, na frequência ao templo, na capacidade de sentir o Espírito e na edificação do testemunho.

Emily Quigley e Anna Anderl conversam antes de uma aula no Instituto de Religião adjacente à Universidade de Utah, na quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022.
Emily Quigley e Anna Anderl conversam antes de uma aula no Instituto de Religião adjacente à Universidade de Utah, na quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022. | Crédito: Laura Seitz, Deseret News

A equipe do Inovar o Instituto descobriu que os jovens adultos querem se conectar com Deus e com outras pessoas. Eles querem uma oportunidade de aprofundar sua fé e seu testemunho durante toda a semana. 

Webb explicou: “À medida que inovamos, há algumas coisas que não mudarão. Não perderemos a essência do que faz o Instituto uma experiência maravilhosa para nossos alunos. Continuaremos a ensinar o evangelho restaurado, como encontrado na palavra de Deus, de maneiras que convidem o Espírito Santo e edifiquem a fé em Jesus Cristo.” 

Em seguida, ele ressaltou a recente mensagem de Presidente Russell M. Nelson sobre fortalecermos nosso alicerce espiritual em Jesus Cristo: “O Senhor declarou que, apesar dos desafios sem precedentes de nossos dias, as pessoas que edificarem seu alicerce em Jesus Cristo, e que já tiverem aprendido a fazer uso de Seu poder, não precisarão sucumbir às ansiedades peculiares desta época.”

 O futuro do Instituto

O projeto Inovar o Instituto, disse Wessel, não é “algo insignificante.”

“É uma nova cultura. É quem somos agora, à medida que adequamos as verdades eternas do evangelho à linguagem, às necessidades e ao estilo da geração atual.”

Em um cenário em constante evolução, onde as pessoas e os estilos de comunicação mudam, Wessel disse: “a beleza da Igreja de Jesus Cristo é que referimos a nós mesmos como ‘vivos’, o que, na minha opinião, significa mudar e se adaptar para falar a língua e atender às necessidades da situação atual.”

E essas mudanças estão funcionando, disse Burkhart. “Temos dados que mostram que realmente fizemos a diferença. … Acho que alcançamos algo.” Estamos a caminho de algo que fará a diferença. Estamos sendo sensíveis ao que nosso público nos disse, nós os ouvimos. E tentaremos implementar essas mudanças.”

Tudo isso sem perdermos o propósito central do Instituto. Webb declarou: “Estamos inovando a forma como interagimos com nossos estudantes, mas não a quem os direcionamos. Em um mundo de comoção, Cristo continua sendo nossa constância.”

Estudantes discutem a doutrina do Livro de Mórmon em uma aula ministrada pelo irmão Moore, no Instituto de Religião adjacente à Universidade de Utah em Salt Lake City, na quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022.
Estudantes discutem a doutrina do Livro de Mórmon em uma aula ministrada pelo irmão Moore, no Instituto de Religião adjacente à Universidade de Utah em Salt Lake City, na quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022. | Crédito: Laura Seitz, Deseret News

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