A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e seu braço humanitário, os Serviços de Caridade dos Santos dos Últimos Dias, estavam prontos para ajudar os refugiados da Europa Oriental no início da crise na Ucrânia, e as duas organizações estão comprometidas na Europa, como têm ocorrido em todo o mundo, a ajudar as pessoas a longo prazo na reconstrução de suas sociedades.
A irmã Sharon Eubank, primeira conselheira na presidência geral da Sociedade de Socorro e presidente dos Serviços de Caridade dos Santos dos Últimos Dias, também destacou três princípios básicos para se engajar em um auxílio humanitário mais eficaz, ao falar na sexta-feira, 4 de março, a um grupo de líderes internacionais.
Como uma organização mundial, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias sente a dor do conflito em todos os lugares, com um grande foco atualmente na Europa, devido ao desenvolvimento e consequências do conflito armado, disse ela.
“Temos membros em todos os países afetados”, disse a irmã Eubank. “Temos membros na Rússia que estão sentindo os efeitos difíceis das sanções. Temos membros na Polônia, Alemanha, Eslováquia, Hungria, Moldávia e Rússia. Todos eles estão recebendo enormes quantidades de refugiados e generosamente ajudando como podem. E temos membros na Ucrânia que estão enfrentando escolhas impossíveis na destruição de seu belo país”.
Ela falou na sessão plenária do encontro virtual Horasis USA [em inglês], liderado por Abe Nejad, editor do Network Media Group. O Horasis é constituído por um grupo de especialistas independentes com sede em Zurique, Suíça; Élder Neil L. Andersen, do Quórum dos Doze Apóstolos, falou em um evento da Horasis em Portugal há cinco anos.
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Fundo de reserva e resposta rápida
A irmã Eubank explicou que um fundo de reserva de dois anos, mantido pelos Serviços de Caridade dos Santos dos Últimos Dias, permite que a organização responda rapidamente a crises. O financiamento vem de doações de santos dos últimos dias e amigos da Igreja.
Com o fundo de reserva à disposição, os Serviços de Caridade dos Santos dos Últimos Dias estavam preparados com alimentos e água, com várias semanas de antecedência, disse ela. “Isso nos permite estar na fronteira com o que as pessoas precisam e ser ágeis, porque as necessidades mudam todos os dias, à medida que a situação avança.”
E de maneira semelhante a seus outros projetos em todo o mundo, a Igreja está comprometida com as necessidades de longo prazo dos países europeus afetados, disse a irmã Eubank.
“O desastre é apenas o começo”, disse ela. “O que realmente nos importa é ajudar as pessoas a se recuperarem espiritual, emocional e fisicamente, e reconstruir suas sociedades. Esse é o compromisso de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.”
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3 princípios eficazes de auxílio humanitário
A irmã Eubank citou três princípios para se engajar em um auxílio humanitário mais eficaz: escolha, a dignidade do trabalho significativo e o poder unificador da cooperação.
1. Escolha
Fazendo referência a uma foto de uma jovem no inverno do norte do Iraque, segurando um cobertor de imitação de pele cor-de-rosa que recebeu através de uma doação, a irmã Eubank disse que, embora possa não ter sido a escolha mais prática, o ponto era que a mulher tinha uma escolha.
“Sua capacidade de escolha lhe foi tirada de muitas maneiras. Ela não pode escolher o que come, onde mora, como adora ou com quem está”, disse ela. “E uma pequena coisa, mesmo sendo apenas um casaco e sua capacidade de escolher isso, é uma maneira de restaurar a dignidade e a capacidade de autodeterminação que foram arrancadas durante um desastre.”
2. A dignidade do trabalho significativo
A irmã Eubank citou outro exemplo do Iraque, depois que a cidade de Mosul foi libertada das forças do ISIS. Os Serviços de Caridade dos Santos dos Últimos Dias ajudaram um sacerdote caldeu a fazer uma escola funcionar novamente, ajudando os pais dos alunos a reconstruírem a escola.
“Então, aqui vocês têm esses pais de meia-idade, que nunca pegaram em uma ferramenta elétrica antes, mas estão soldando a estrutura e colocam a madeira em cima”, disse ela. “E no final, quando aquelas carteiras estavam prontas e seus filhos estavam sentados nelas, eles estavam de pé no fundo da sala, cheios de orgulho. Eles estavam com aquele sentimento de, ‘eu fiz isso. Eu provi. Eu não sou um fracasso. Eu proporcionei isso para minha família. E se pudermos nos reunir como uma comunidade para construir carteiras, o que mais podemos fazer?’”
3. O poder unificador da cooperação
Dizendo que o serviço voluntário não está sendo usado em todo o seu potencial, a Irmã Eubank falou a respeito do ServirAgora, um aplicativo gratuito que ajuda as comunidades a se unirem em serviço.
“As pessoas são o coração da solução”, disse ela, acrescentando que as atividades cooperativas lembram que todos são filhos do mesmo Deus. “As comunidades religiosas estão perfeitamente posicionadas para fazer isso porque somos muito bons em tentar unir a humanidade e alcançar um objetivo maior.”
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Um chamado para reconhecer e encontrar equilíbrio
A irmã Eubank fez um apelo aos governantes e políticos para que reconheçam o papel das comunidades religiosas na resposta humanitária. “O bem que a religião pode fazer, especialmente quando se trata de integração e desenvolvimento sustentável, é amplificado quando grupos religiosos trabalham com organizações governamentais e não governamentais”, disse ela.
Ela também pediu aos jornalistas que encontrassem equilíbrio em reportagens sobre religião com “histórias de bondade, humanidade, fé em Deus e cooperação”, e convidou os participantes da reunião a se comprometerem a viver os dois grandes mandamentos do Salvador, amar a Deus de todo o coração e amar o próximo como a si mesmos.
“Será necessária uma religião autêntica para abordar problemas radicais”, disse a irmã Eubank. “O islamismo autêntico será muito melhor no combate a alguns dos elementos que podem ser destrutivos. O cristianismo autêntico será melhor em combater elementos radicais do [cristianismo]. Essa é a oportunidade que temos. A fé é realmente a resposta.”