Os grupos religiosos estão em uma posição única para ajudar as pessoas a seu redor, seja individualmente, em suas comunidades ou em uma escala mais ampla, disse a presidente geral da Primária, Camille N. Johnson, durante o Freedom to Serve Symposium [Simpósio Liberdade para Servir, em inglês], realizado em conjunto com o Dia da Liberdade Religiosa de Iowa, na Drake University em Des Moines, Iowa, na terça-feira, 19 de abril.
O trabalho de governos e organizações seculares sem fins lucrativos é necessário, muitas vezes em cooperação com grupos religiosos.
“Mas grupos e indivíduos religiosos desempenham um papel indispensável em nossas comunidades e estão em uma posição única para aliviar o sofrimento e ajudar aqueles que estão às margens da sociedade”, disse a presidente Johnson, falando sobre o tema “Liberdade para servir ao próximo: o papel das instituições de caridade religiosas e dos voluntários.”
“Todos seremos necessários para servir e contribuir com o que tivermos disponível em termos de tempo, talentos e dinheiro para lidar com o sofrimento que vemos ao nosso redor”, acrescentou.

A presidente Johnson, que exerceu a advocacia por mais de 30 anos, inclusive na Snow Christensen & Martineau, onde recentemente atuou como presidente da firma, estava em um grupo com três outros palestrantes durante a sessão da tarde do simpósio, e cada um se concentrou em um aspecto diferente do tema “Liberdade para Servir”. O simpósio, com duração de um dia, foi co-patrocinado pela Diocese Católica de Des Moines e estacas locais de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Na conferência geral de abril de 2022, a presidente Johnson foi apoiada como a nova presidente geral da Sociedade de Socorro, para começar a servir em 1º de agosto.
- Steven T. Collis, diretor fundador do Bech-Loughin First Amendment Center e da Law and Religion Clinic na Faculdade de Direito de Austin da Universidade do Texas, falou sobre a liberdade de servir a Deus.
- A presidente Johnson falou sobre a “liberdade de servir ao próximo”.
- Melissa Moschella, professora associada de Filosofia da Universidade Católica da América, concentrou-se na “liberdade para servirmos nossas famílias”.
- Kenneth Craycraft, professor de Teologia Moral no Seminário e Escola de Teologia de Mount St. Mary, falou sobre a liberdade para servir ao bem comum.
Uma sessão noturna incluiu apresentações mais curtas dos palestrantes da tarde, um painel de discussão sobre a Geração Z e a religião, organizada com três representantes da Faculdade de Direito da Universidade do Texas, e uma sessão de perguntas e respostas.
Enquanto estava no Iowa, a presidente Johnson se reuniu com o vice-governador do estado, Adam Gregg, acompanhada por Élder Jeremiah Morgan, Setenta de Área, e sua esposa, a irmã Rebecca Morgan, e o presidente da Estaca Des Moines Iowa Mount Pisgah, Brian Parks. Eles discutiram sobre como os santos dos últimos dias contribuem às comunidades locais por meio do voluntariado e servindo em outras capacidades.

A presidente Johnson e os Morgans também visitaram o presidente do Senado de Iowa, Jake Chapman, e a senadora do estado de Iowa, Sarah Trone Garriott, que atua como coordenadora de engajamento inter-religioso do Conselho Religioso da Área de Des Moines. Com Trone Garriot, sua visita incluiu discussões sobre recentes desastres naturais que afetaram o estado e como voluntários santos dos últimos dias ajudaram; ela também apresentou o grupo como seus convidados durante a abertura da sessão do Senado.
A presidente Johnson também visitou a sede local da Cruz Vermelha e participou de uma noite familiar em Waukee, Iowa, com as famílias da área. Ela se encontrou com a presidente da Iowa State University, Wendy Wintersteen, e visitou alunos e professores do Instituto de Religião adjacente.
Durante o simpósio, a presidente Johnson compartilhou como as comunidades religiosas estão servindo, assim como cinco razões pelas quais a liberdade religiosa é importante.
Como as religiões servem às comunidades
A presidente Johnson apontou os pontos fortes que as organizações religiosas empregam no trabalho de caridade, conforme identificado pelo sociólogo Christian Smith: motivação espiritual, recursos organizacionais, identidade compartilhada, posicionamento social e geográfico, confiança e independência.

Ela apontou exemplos de recursos em edifícios bem estruturados da Igreja em Tonga sendo usados como abrigos depois que um terremoto e tsunami devastaram o país. Quanto ao posicionamento social e geográfico, ela observou como as organizações religiosas podem funcionar, tanto a nível local quanto aproveitando os recursos de uma rede internacional, como por exemplo, os esforços da Igreja para ajudar os refugiados ucranianos, que incluem o uso de doações para apoiar agências internacionais de auxílio e a capacitação de membros locais em países vizinhos, e em outros lugares, para decidirem onde e como podem ajudar em sua comunidade.
“Além das crenças em comum, os religiosos também entendem o poder da religião na vida das pessoas, mesmo quando tais crenças vêm de diferentes denominações religiosas”, disse ela sobre a identidade compartilhada entre os grupos religiosos. Por exemplo, quando as pessoas da minoria religiosa Yazidi estavam fugindo do Estado Islâmico e estavam em campos de refugiados, elas conseguiram levar poucos itens pessoais. Para as mulheres, os vestidos brancos tradicionais eram importantes para sua expressão religiosa. Os Serviços de Caridade dos Santos dos Últimos Dias, unindo-se a seus parceiros religiosos, trabalhou com um centro de costura local para fornecer os vestidos.
“As comunidades religiosas reconhecem que a adoração e a expressão religiosa também são uma necessidade fundamental”, disse a presidente Johnson.
Grupos e indivíduos religiosos fazem “uma quantidade incrível de boas ações”, disse ela, compartilhando uma variedade de estatísticas sobre o impacto positivo causado por organizações, escolas religiosas e hospitais, doações de caridade e indivíduos.

“Um sociólogo proeminente calculou o valor das contribuições religiosas na sociedade americana como $2,6 trilhões de dólares, entre os serviços prestados e as economias estimadas para o Estado que as organizações religiosas fornecem nas áreas de redução do crime, educação doméstica e religiosa, saúde mental, saúde física, contribuições de caridade, voluntariado, redução do desemprego e redução do uso de benefícios sociais do Estado”, disse ela.
Embora as pessoas religiosas não sejam as únicas que servem nas comunidades, “a maneira como a religião beneficia nossas comunidades ‘é impressionante”, acrescentou.
“A religião motiva o sacrifício e o serviço porque há poder transformador na religião. A religião é mais do que apenas uma preferência, escolha, valor ou identidade, embora às vezes possa ser todas essas coisas. A religião nos conecta com Deus e ao que é sagrado, de forma que transforma os indivíduos que, por sua vez, abençoam e melhoram a sociedade.”
Os ensinamentos de muitas tradições religiosas enfatizam a obrigação de cuidar dos outros como irmãos e irmãs.
“Como pessoas de fé, podemos usar o poder que Deus nos dá para encontrarmos as necessidades e atendê-las”, disse ela.
Esse poder vem da fé. Presidente Russell M. Nelson disse: “É a nossa fé que libera o poder de Deus em nossa vida.”
Essa fé pode ajudar as pessoas a mudarem, dar coragem, esperança e amor, e inspira e motiva, disse a presidente Johnson. “A fé libera o poder de Deus em nossa vida. E à medida que mudamos, mudamos nossas comunidades para melhor.”
As interações que as pessoas têm nas comunidades religiosas ensinam as pessoas a trabalharem juntas para o benefício de todos.
“A fé nos ensina valores e dá os modelos e o apoio de que precisamos para criarmos famílias, indivíduos e comunidades fortes e resilientes. A experiência religiosa nos ensina a irmos além de nós mesmos, vermos as necessidades ao nosso redor e trazermos outros conosco”, disse a presidente Johnson.

A liberdade religiosa e a liberdade de servir
Como a religião pode ajudar a mudar vidas e comunidades é um serviço “crucial” que beneficia a todos e precisa de proteção, disse ela.
Presidente Dallin H. Oaks, Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência da Igreja, disse que “a preservação da liberdade religiosa depende, em última análise, da apreciação e apoio público às liberdades de consciência religiosa, associação e livre exercício da Primeira Emenda. Por sua vez, tal apreciação e apoio dependem do valor que o público atribui aos efeitos positivos das práticas e ensinamentos em igrejas, sinagogas, mesquitas e outros locais de adoração.”
A presidente Johnson acrescentou: “Quando sabemos quanta diferença a religião faz em nossa vida e em nossas comunidades, percebemos quanta diferença faz a liberdade religiosa. Isso por si só deveria ser motivo para se preocupar com a liberdade religiosa.”
Ela compartilhou cinco razões pelas quais ela mesma se preocupa com a liberdade religiosa.
1. “Eu me importo com a liberdade religiosa porque nos permite viver nossas crenças centrais de amar a Deus e ao próximo.”
Cada religião tem maneiras diferentes de demonstrar o amor de seus membros por Deus e sua fé. “A liberdade religiosa os protege de serem forçados a violar este importante símbolo de fé para participarem das atividades escolares.”
2. “Eu me importo com a liberdade religiosa como membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias por causa de nossa doutrina e história.”
Parte da doutrina da Igreja é que a liberdade de escolher e agir, de acordo com essas escolhas, é uma parte fundamental do plano de Deus para Seus filhos.
Na história da Igreja, em Nauvoo, Illinois, os líderes adotaram uma lei municipal especificando a liberdade religiosa para todos. No entanto, os membros da Igreja foram perseguidos, atacados e expulsos de comunidades e estados no século XIX devido às suas crenças religiosas.

3. “Eu me importo com a Liberdade religiosa porque me preocupo com meus vizinhos e sua liberdade de praticar suas crenças.”
Élder Ulisses Soares, do Quórum dos Doze Apóstolos, disse em um simpósio no Brasil no mês passado: “Quando todos tivermos um lugar para morar, um espaço para pensar e o direito de falar, as comunidades serão melhores. Desde que os indivíduos não prejudiquem ou coajam ninguém, nossas diferenças podem enriquecer nossa convivência.”
4. “Eu me importo com a Liberdade religiosa porque constrói comunidades fortes e nos ensina a vivermos juntos com respeito e amor.”
A presidente Johnson disse: “Quando amamos nosso próximo, não buscamos apenas seus direitos, mas também seus interesses, preocupações e sensibilidades. A liberdade religiosa não é apenas uma batalha a ser travada, mas é uma maneira de conectar e abençoar aqueles que nos rodeiam, mesmo aqueles com quem podemos discordar.”
5. “Eu me importo com a Liberdade religiosa porque todos nós precisamos da ‘esperança viva’ que nossa fé traz.”
“Todos nós desempenhamos um papel no serviço ao próximo”, disse a presidente Johnson. “Nós somos nossas igrejas, mesquitas e sinagogas.”
Na sessão da noite, a presidente Johnson fez breves comentários sobre a necessidade de cooperação e liberdade religiosa, baseando-se nos ensinamentos de Paulo sobre como os membros individuais fazem parte do corpo de Cristo: “Porque também o corpo não é um só membro, senão muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo?” (1 Coríntios 12:14-15). Ela encerrou sua palestra da noite com gratidão pela liberdade religiosa que lhe permitiu “encerrar em nome de Jesus Cristo, amém”.
— Susan Sims, diretora regional de comunicações de Iowa, contribuiu para este artigo.