Para fazerem a entrega de suprimentos no leste da Ucrânia repetidas vezes nos últimos meses, Kym Reichart e Raphaela Hasse, de Schwabmüchen, Alemanha, viajaram uma distância de 14 horas do sul da Alemanha, passando pela República Tcheca e Polônia, até Lviv, onde uma capela está servindo, não apenas como um local de arrecadação de suprimentos, mas se transformou em um ponto de parada essencial para refugiados que estão deixando a Ucrânia.
Para Reichart e Hasse depois que elas chegam a Lviv, a capela, situada a uma hora de distância de carro, serve como um ponto de parada onde refugiados “podem obter forças antes de seguirem para a fronteira, já que a maioria deles fica hospedada apenas duas ou três noites”, disse Reichart à Sala de Imprensa da Igreja no Reino Unido [em inglês].
Os refugiados que chegam diariamente a Lviv estão exaustos emocional e fisicamente por causa de suas traumáticas jornadas. Muitos deles estão desnutridos e precisam de um lugar seguro onde possam descansar antes de seguirem para novos destinos.
“Cada cômodo do prédio foi transformado, incluindo a área da capela, para abrigar os refugiados”, disse Reichart, uma das líderes da Sociedade de Socorro em sua ala. Até a pia batismal de Lviv foi convertida em área de banho, com horários agendados para seu uso.
Os santos dos últimos dias locais de Lviv vêm todos os dias para limpar o prédio e ajudar com os hóspedes. Uma mulher que vive em Lviv, que sobreviveu o desastre nuclear de Chernobyl em 1986, limpa a capela diariamente para os refugiados que chegam, apesar de suas limitações físicas.
Reichart atendeu ao chamado quando ouviu um empresário local falar sobre a necessidade de motoristas para transportarem suprimentos até a Ucrânia. Seu pai havia ajudado durante o período do Bloqueio de Berlim após a Segunda Guerra Mundial.
As duas têm dirigido carros particulares para entregarem os suprimentos, uma vez que vans alugadas não podem cruzar a fronteira na Ucrânia, disse Reichart.
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Ela e Hasse trabalharam em conjunto com o presidente Aleksander Cheban, da Missão Ucrânia Kiev/Moldávia, que identificou as necessidades dos refugiados. No início, eram sacos de dormir, colchões, cobertores e varais para roupas, mas agora é comida enlatada e suprimentos médicos.
Um ônibus da Polônia oferece transporte gratuito para refugiados até esse condado, com a empresa de ônibus informando aos refugiados que, se conseguirem chegar a Lviv, podem ser alimentados e abrigados na capela da Igreja antes de seguirem viagem para a Polônia.
Reichart disse que deseja que os santos dos últimos dias em todo o mundo saibam das circunstâncias e necessidades atuais. “Quando vivemos em tranquilidade”, disse ela, “espero que não nos sintamos confortáveis com nossa segurança. A necessidade ainda existe e não desaparecerá rapidamente. É um longo caminho para muitos.”
Estacas na Alemanha, Suíça e Áustria fizeram parcerias com ramos da Igreja para atender às necessidades específicas dos refugiados que viajam para fora da Ucrânia. Os membros dos ramos se comunicam com a estaca que participa da parceria e discutem sobre o que é necessário em cada local, e os membros respondem apropriada e prontamente.
Já que os refugiados normalmente tomam uma rota ao norte, centro ou sul da Ucrânia, pontos de parada foram disponibilizados perto ou nos pontos de fronteira. Suprimentos humanitários são mantidos em um armazém na Alemanha e transportados conforme necessário.
As estacas da Europa Central estão fornecendo transporte, suprimentos e moradia de curto prazo para membros voluntários, com algumas capelas santos dos últimos dias se tornando locais para membros e amigos da Igreja descansarem de sua fuga da Ucrânia e começarem a integração social nas novas comunidades.
“É comovente fazer parte do armazém do Senhor aqui na Europa, o qual permite que o braço humanitário da Igreja atenda a algumas das necessidades de membros e amigos em todo o mundo”, disse Reichart. “O armazém do Senhor são as pessoas que voluntariamente dedicam seu tempo, talentos, habilidades ou bens materiais, a fim de ajudar outros. São pessoas que servem com compaixão e caridade cristã, independentemente da raça, religião ou situação.”