Quando o pai de Cynthia Juárez Lange veio para os Estados Unidos para estudar, ele estava saindo de uma cidade ferroviária nas selvas do sul do México e tinha apenas algumas peças de roupa em uma caixa de papelão. Ele foi para Utah, onde o clima, a cultura e a paisagem eram completamente estranhos para ele.
“Lembro-me dele dizendo que foi eternamente grato pelas boas pessoas que se apresentaram para ajudá-lo a se integrar e se tornar parte da comunidade. Ele se sentiu valorizado”, disse a sister Lange, acrescentando que ele completou sua educação e iniciou um negócio de sucesso com garra e determinação, ajudando sua família e contribuindo para sua comunidade.
“Testemunhei em primeira mão como era para os imigrantes se sentirem integrados e acolhidos em uma comunidade”, disse a irmã Lange.
A sister Lange compartilhou sua história esta semana, na Nona Cúpula das Américas [em inglês] em Los Angeles, Califórnia, que é uma série de reuniões periódicas de líderes democraticamente eleitos do Hemisfério Ocidental.
A sister Lange e seu marido, élder Dennis Lange, são missionários de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias para a Organização dos Estados Americanos, representando os Serviços de Caridade dos Santos dos Últimos Dias [em inglês] e o Centro Internacional de Estudos de Direito e Religião da Universidade Brigham Young.
No painel de debates na terça-feira, 7 de junho, intitulado “Melhorando a integração dos migrantes nas Américas”, sister Lange explicou que muitas pessoas hoje estão fugindo do perigo e da perseguição em suas cidades e buscando refúgio.
Eles trazem talento, capital e motivação, disse ela. Mas quando um migrante chega pela primeira vez, muitas de suas necessidades se concentram em dignidade e informação, disse ela. A Igreja forneceu abrigo e assistência médica, reuniu milhares de kits de higiene, forneceu comida e água, roupas, casacos impermeáveis, bicicletas, livros, mochilas, óculos de leitura e muito mais.
Ela descreveu como a Igreja de Jesus Cristo e outras organizações religiosas estabeleceram Centros de Acolhimento nas principais cidades com altas populações de imigrantes. Os centros oferecem cursos de inglês e adaptação cultural, além de aulas diversas, desde finanças pessoais e saúde mental, até compreensão do sistema de justiça e oportunidades educacionais.
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“Quando organizações religiosas intervêm, precisamos ser sensíveis à condição do migrante. Não apenas ajudamos a atender necessidades imediatas fornecendo roupas, moradia, alimentos, mochilas para guardar seus itens, mas também atendemos necessidades de longo prazo”, disse ela.
Assim como a experiência de seu pai com bons vizinhos, a irmã Lange disse que a Igreja acredita que o segundo maior mandamento é amar o próximo: “Mas isso é mais do que um mandamento para nós, é uma paixão e acreditamos que uma verdadeira fonte de alegria em nossa vida. Servimos a todos os filhos de Deus”, disse ela.
Compartilhando o trabalho humanitário da Igreja
O élder e a sister Lange estiveram envolvidos na Cúpula das Américas nos últimos meses, especificamente com dois grupos de trabalho, promovendo a governança democrática, saúde e resiliência na região.
Outros representantes da Igreja também estiveram envolvidos nas reuniões dos grupos de trabalho. Samuel Morales e Cristina Ortega, com formação jurídica, participaram do grupo de fomento à governança democrática. Karen Rodas, diretora de comunicação da Área América Central da Igreja, e Guillermo Estrugo Nery, diretor de comunicação da Área América do Sul Noroeste da Igreja, foram convidados a representarem as prioridades humanitárias de sua área no que se refere à saúde e resiliência.
Estes grupos de trabalho, conduzidos em inglês e espanhol, foram criados para apoiar o tema da cúpula, “Construindo um futuro sustentável, resiliente e equitativo” para o Hemisfério Ocidental.
Os Langes também foram convidados a colocar um estande na feira de iniciativas da cúpula. O estande incluiu uma tela interativa, onde as pessoas podiam ver quais projetos da Igreja, por meio dos Serviços de Caridade dos Santos dos Últimos Dias, estão em andamento em cada país. Folhetos forneceram informações sobre projetos humanitários e o trabalho da Igreja.
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Desde a primeira cúpula, em 1994, em Miami, Flórida, houve sete Cúpulas das Américas e duas sessões especiais. A reunião ajuda a definir prioridades contínuas para a Organização dos Estados Americanos, ou OEA. Líderes dos países participantes e suas delegações se reúnem para dois ou três dias de discussões sobre o tema, e 450 representantes de organizações da sociedade civil também foram convidados a participar este ano.
Fórum Inter-religioso das Américas
A Igreja também esteve bem representada em um evento simultâneo chamado Fórum Inter-religioso das Américas, realizado na Diocese Católica de Los Angeles. Os patrocinadores do fórum incluíram o Religions for Peace, o Centro Internacional de Estudos de Direito e Religião da BYU, ou ICLRS, e a Associação do Fórum Inter-religioso do G20 [em inglês].
O fórum atraiu palestrantes e participantes dos E.U.A., México, Panamá, Brasil, Argentina e Peru. Élder L. Whitney Clayton, Autoridade Geral emérita, foi um dos principais oradores e abordou o tema da liberdade religiosa. Os professores de Direito da BYU, Gary Doxey, diretor associado do ICLRS, e W. Cole Durham, presidente da Associação do Fórum Inter-religioso do G20, também falaram e moderaram painéis.
A irmã Rosanna Matos de Gomez, conselheira de organização na Área do Caribe da Igreja, representou a Igreja em um painel sobre o papel que as colaborações de organizações baseadas na fé desempenharam para melhorar a resposta à pandemia e à resiliência nas comunidades.
Ela disse ao Church News: “O painel foi desenvolvido dentro de uma estrutura de respeito e diversidade. Cada líder que compareceu tinha o objetivo de fornecer soluções para os problemas da sociedade.”
A irmã Gomez discutiu abordagens colaborativas para a pandemia, o que a Igreja realizou e as lições aprendidas para nos prepararmos melhor para o futuro e criarmos comunidades resilientes.
“É importante trabalhar em colaboração com outros grupos religiosos para oferecer soluções para os problemas que afligem nossa sociedade”, disse a irmã Gomez. “Se deixarmos de lado nossas diferenças e focarmos em nossos valores e missões em comum, podemos alcançar isso.”
Matthew Ball, diretor de assuntos públicos e internacionais da Área América do Norte Oeste da Igreja, moderou um painel sobre como responder aos desafios da liberdade de consciência e religião. Estrugo participou de um painel durante um debate sobre o aprimoramento das contribuições religiosas para a diversidade, inclusão e equidade, e a sister Lange moderou um painel sobre a extensão das boas-vindas das comunidades religiosas na fronteira dos E.U.A. com o México.
A sister Lange disse ao Church News que sentiu a mão do Senhor em toda a preparação para a cúpula e o fórum, por causa de todas as oportunidades e participação das organizações da Igreja nos eventos.
A irmã Gomez agradeceu a oportunidade de participar e está ansiosa por futuras colaborações.
“Como líderes religiosos, estamos dedicados a mitigarmos o sofrimento humano e aumentarmos a qualidade de vida de todos os filhos de Deus”, disse ela. “À medida que nos concentramos e deixamos isto ser nossa motivação, não há nada que não possamos realizar juntos.”
