Dirigindo-se aos formandos da primavera [dos E.U.A.] da BYU–Havaí no sábado, 25 de junho, Élder Brook P. Hales refletiu sobre sua formatura na faculdade, há mais de 40 anos.
“Ao considerar onde estive na vida e onde estou atualmente, pensei em coisas que agora entendo melhor”, disse o Setenta Autoridade Geral.
Ele então ofereceu um presente de formatura simples para os 186 graduados reunidos no Cannon Activities Center, no campus de Laie, Havaí: três ideias que ele obteve através da “escola da dura realidade”.
1. ‘O que quer que aconteça, está certo’
O poeta inglês Alexander Pope, em An Essay on Man [Ensaio sobre o Homem], cunhou a frase: “O que quer que aconteça, está certo”. Alguns podem ser tentados a interpretar a frase no sentido de que o que quer que aconteça com eles, bom ou ruim, é o que deveria ser, e eles não têm a capacidade para mudar isso, disse Élder Hales.
Para ele, no entanto, a frase significa que “em vez de lamentar minhas circunstâncias, especialmente quando elas estão além do meu controle, preciso encontrar uma maneira de aceitá-las e depois trabalhar com elas ou em torno delas.”
Conforme as pessoas experimentam suas próprias dificuldades, é muito mais provável que trabalhem com elas se centralizarem sua vida, coração e fé em Jesus Cristo, garantiu Élder Hales. “A vida será mais pacífica para nós se aceitarmos nossas circunstâncias como são, e depois trabalharmos para lidar com aquelas que queremos mudar.”
Todos terão coisas em sua vida que não parecem ideais ou justas, disse Élder Hales. “O desafio é reconhecer que nossa vida é ‘certa’ porque é a nossa realidade no momento. Se não gostamos, buscamos a ajuda de Deus para nos inspirar a ter força e capacidade de mudar o que podemos mudar.”
Para ilustrar, Élder Hales usou o exemplo de Helen Keller que, depois de uma doença quando criança, ficou surda e cega.
Apesar de grandes provações físicas, ela se formou, tornou colaboradora de muitas revistas e jornais, recebeu reconhecimento internacional e viajou pelo mundo como defensora dos cegos. Ela aceitou a situação como era, aproveitou ao máximo e realizou grandes coisas, disse Élder Hales.
“A vida será menos estressante, menos frustrante, e seremos pessoas mais felizes se pudermos aprender que, ‘o que quer que aconteça, está certo’ e depois trabalharmos para melhorar o que podemos melhorar, aceitar as coisas que não podemos mudar e então aproveitar ao máximo.”
2. Devemos buscar o arrependimento, não fugir dele
A definição de “arrependimento” do Guia para Estudo das Escrituras é um princípio esperançoso, encorajador e feliz, salientou Élder Hales. Arrependimento é “a mudança da mente e do coração que gera uma nova atitude para com Deus, para consigo mesmo e para com a vida em geral.”
Ele compartilhou as palavras de Presidente Russell M. Nelson, que chamou o arrependimento de libertador, enobrecedor e crucial.
“Ele é a chave para a felicidade e a paz de consciência. Quando acompanhado pela fé, o arrependimento permite que tenhamos acesso ao poder da Expiação de Jesus Cristo. (…) O arrependimento é a chave para escaparmos dos sofrimentos causados pelas armadilhas do adversário” (conferência geral de abril de 2019).
Aqueles que se arrependem sinceramente restauram o que está ao seu alcance para restaurar, disse Élder Hales.
Para aqueles que não podem fazer muito sobre a restauração, Élder Hales disse: “Tenha certeza de que a restituição que não podemos fazer pessoalmente é graciosamente garantida pela Expiação de Jesus Cristo.”
3. Confiar no Senhor para nos livrar
Élder Hales observou que os graduados estão “começando” a entrar em um mundo com grande turbulência e angústia.
Embora os Estados Unidos não estejam em guerra no sentido tradicional, disse ele, “em todo o mundo estamos envolvidos em uma guerra muito feroz, talvez a mais feroz de nossa história: a guerra entre o bem e o mal.”
Élder Hales disse que espera que todos que ouvirem seu discurso sejam como o Capitão Morôni do Livro de Mórmon, e encontrem alegria na liberdade.
“Para fazer isso, cada um de nós precisará estar firme na fé em Cristo, pronto para fazer sua parte para garantir que uma vitória completa e final sobre o mal, por meio de Jesus Cristo seja nossa. Esta guerra do bem contra o mal pode ser nossa grande provação. De fato, é uma guerra que se intensificará e será travada até o retorno do Salvador.”
Élder Hales testificou que, apesar das condições mundiais, “não precisamos temer. Podemos ter paz em nosso coração e em nossos lar. Podemos confiar plenamente na promessa do Senhor de que seremos libertados.”
Como alguém desenvolve esta fé ou confiança? Élder Hales citou São Francisco de Sales, um bispo católico francês que viveu no século XVI.
“Não espere o que pode acontecer amanhã; o mesmo Pai eterno que cuida de você hoje cuidará de você amanhã e todos os dias. Ou Ele o protegerá do sofrimento, ou Ele lhe dará força infalível para suportá-lo. Fique em paz, então. Ponha de lado todos os pensamentos e imaginações ansiosas e diga continuamente: ‘O Senhor é minha força e meu escudo. Meu coração confia Nele e recebo Sua ajuda. Ele não está apenas comigo, mas em mim, e eu Nele.’”
Concluindo, Élder Hales disse: “Caros formandos da BYU-Havaí, minha sincera esperança é que estes três presentes simples os beneficiem. Espero que vocês aprendam, em sua relativa juventude, a bênção de aceitar a vida como ela é e, com a ajuda do Senhor, mudar as coisas que vocês podem mudar, se arrependendo quantas vezes for necessário e confiando completamente no Senhor.”
Identidade divina
Em seu discurso aos formandos, o presidente da BYU-Havaí, John S. K. Kauwe III, falou sobre ouvir o discurso de Presidente Nelson no Devocional Mundial para Jovens Adultos, no início deste ano.
Neste discurso, Presidente Nelson exortou os ouvintes a compreenderem três verdades fundamentais: “Primeiro, conheça a verdade sobre quem você é; segundo, conheça a verdade sobre aquilo que o Pai Celestial e Seu Filho lhes têm oferecido; e terceiro, conheça a verdade relacionada à sua conversão.”
Presidente Nelson também ensinou que, acima de tudo, cada indivíduo é filho de Deus, filho do convênio e discípulo de Jesus Cristo.
Depois de ouvir o discurso de Presidente Nelson, o presidente Kauwe disse que refletiu sobre como ele se rotula, como ele pode levar outros a rotulá-lo e a prioridade que ele dá a cada rótulo.
Em sua conta do Instagram, por exemplo, faltavam os três rótulos mais importantes, disse ele: filho de Deus, filho do convênio e discípulo de Jesus Cristo.
Desde então, ele atualizou seu perfil para dizer “Filho de Deus e discípulo de Jesus Cristo; Marido, Pai, Presidente da BYU–Havaí, kānaka maoli [nativo do Havaí], homem da água.”
Presidente Kauwe pediu aos graduados que se lembrem dessas três designações e garantam que os rótulos que adotam sejam devidamente priorizados e totalmente compatíveis com eles.
“Sua educação na BYU–Havaí foi centrada nas três verdades que Presidente Nelson falou em seu devocional. Vocês estão preparados para abraçar e priorizar sua identidade como filhos de Deus, filhos do convênio e discípulos de Cristo”, disse o presidente Kauwe.
A BYU–Havaí concedeu 186 diplomas no sábado: 178 diplomas de bacharel, sete diplomas de cursos de dois anos e um certificado de licenciatura. Conhecida por seus alunos internacionais, os formandos da universidade na primavera de 2022 vêm de 28 países e 20 estados dos E.U.A.
