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Legado missionário e adoração no templo garantem futuro centrado em Cristo para santos no Japão

TÓQUIO — A recente rededicação do Templo de Tóquio Japão também foi um alegre lembrete dos vínculos sagrados que conectam o trabalho missionário, os templos, a rica história dos santos dos últimos dias do Japão e o futuro contínuo da Igreja nesta populosa nação insular asiática.

Sim, a evidência desses vínculos pode ser encontrada em dados numéricos: há aproximadamente 130.000 santos dos últimos dias no Japão, em 261 congregações. E o templo de Tóquio, o primeiro da Igreja na Ásia quando originalmente dedicado em 1980, agora tem dois outros templos operando em Fukuoka e Sapporo. Outro será construído em breve em Okinawa.

Mas os impactos do “templo missionário”, sentidos por cada santo dos últimos dias japonês, são tão significativos quanto os detalhes estatísticos. Tais impactos são refletidos na vida de líderes experientes como Élder Yuichi e a irmã Makiko Imai, assim como por jovens santos dos últimos dias japoneses, como Kira Odake, de 18 anos, que foi batizada há poucos meses.

Por meio do trabalho missionário e do serviço no templo no Japão, “podemos levar nossas famílias, parentes, amigos e a família humana à presença do Senhor com união de coração”, disse Élder Yuichi, Setenta de Área, ao Church News.

A irmã Odake acrescentou: “Todos os dias, sinto que tenho um motivo para ser grata.”

Antes de aceitar a mensagem dos missionários, Odake disse que estava focada, principalmente em suas próprias necessidades. “Mas depois de me tornar membro, senti uma mudança. Olho primeiro para os outros e tento amá-los e servi-los. A Igreja me tornou uma pessoa melhor.”

Pessoas caminham pelo santuário Meiji Jingu em Tóquio na terça-feira, 5 de julho de 2022. | Jeffrey D. Allred, Deseret News

A fé eleva a vasta nação insular

Mais de um século atrás, em 1901, o então Presidente da Igreja, Lorenzo Snow, anunciou o início das atividades missionárias no Japão, iniciando uma perpétua, embora às vezes turbulenta, presença dos santos dos últimos dias na “Terra do Sol Nascente.”

Entre os primeiros missionários enviados ao Japão estavam o futuro Presidente da Igreja, Heber J. Grant, e Horace S. Ensign, regente assistente do Coro do Tabernáculo. A sede da Missão Ásia foi estabelecida em Tóquio, se tornando a primeira missão da Igreja a operar em uma nação não-cristã.

Registros da Igreja informam que a chegada dos missionários ao porto de Yokohama, no Japão, foi mencionada no jornal local daquele dia. Alguns comentários foram amigáveis. Outros, nem tanto. Mas, assim como as legiões de élderes e sísteres de hoje que servem no Japão, os missionários santos dos últimos dias que chegaram ao Japão passaram a amar o povo japonês, sua cultura e idioma.

O trabalho era difícil. Mas eles perseveraram.

Pessoas caminham pelo Templo Senso-ji, o santuário mais famoso de Tóquio, Japão, na segunda-feira, 4 de julho de 2022. | Jeffrey D. Allred, Deseret News

Em março de 1902, o primeiro converso no Japão, Hijime Nakazawa, foi batizado na costa de Omori, em Tóquio. Sete anos depois, a Igreja teve outro marco crucial: a publicação da primeira tradução do Livro de Mórmon para o japonês.

Cópias encadernadas em couro foram apresentadas ao imperador japonês, Meiji, e ao príncipe herdeiro, Taisho.

Com o tempo, o sentimento antiamericano que passou a existir atrasou o trabalho missionário no Japão, e todas as atividades missionárias foram suspensas no país, após o Grande Terremoto de Kanto, em 1923.

As interrupções relacionadas aos missionários continuaram durante os dias sombrios da Segunda Guerra Mundial. Mas, mesmo em meio ao conflito global, os santos dos últimos dias no Japão esperaram fielmente por dias melhores.

Após a guerra, muitos soldados santos dos últimos dias estacionados no Japão começaram a realizar reuniões. E em 1948, as atividades missionárias no arquipélago foram retomadas, com o presidente Edward L. Clissold chamado para presidir a Missão Japonesa.

Coligando Israel em uma terra do Pacífico

Por décadas, os fiéis santos dos últimos dias japoneses viajavam para o Havaí para realizarem seus convênios do templo ou serem selados a suas famílias. A viagem do Japão para o Templo de Laie Havaí, por exemplo, exigia um grande custo financeiro, mas muitos membros economizaram durante anos para fazerem a viagem.

Então, em 9 de agosto de 1975, durante uma conferência de área em Tóquio, o então Presidente Spencer W. Kimball anunciou planos de construir um templo na capital do país. O grande número de santos dos últimos dias japoneses que estavam reunidos na arena Tokyo Budokan naquele dia se regozijaram, e muitos choraram.

Cinco anos depois, Presidente Kimball retornou ao Japão para dedicar o primeiro templo da Ásia: o Templo de Tóquio Japão. A partir de então, os fiéis membros japoneses puderam desfrutar plenamente das bênçãos do evangelho, sem ter que deixar seu país.

Élder Gary E. Stevenson, do Quórum dos Doze Apóstolos, de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, conversa com o presidente do templo, Hideki Aoki, e sua família, antes da rededicação do Templo de Tóquio Japão no domingo, 3 de julho de 2022. | Jeffrey D. Allred, Deseret News

O trabalho de coligar Israel nesta poderosa nação asiática continuou. Raramente é um trabalho fácil, pois apenas 3% da população se identifica como cristã. Mas os líderes atuais da Igreja, como Presidente Henry B. Eyring, primeiro conselheiro na Primeira Presidência, Élder Neil L. Andersen e Élder Gary E. Stevenson, do Quórum dos Doze Apóstolos, e muitos outros, desafiaram os membros e os missionários a “abrirem a boca” e convidarem seus entes queridos e vizinhos a descobrirem o evangelho e os templos que agora pontilham o Japão.

Testemunhas da obra do evangelho

Élder Taku Yamashiro testemunhou sobre o poder do trabalho missionário por vários ângulos. Há apenas quatro anos, seu nome foi dado aos missionários por sua mãe, que havia se filiado à Igreja.

“Minha mãe me disse que o evangelho lhe deu grande conforto e paz”, disse o élder Yamashiro, de 19 anos, que agora serve na Missão Japão Tóquio Norte.

Servir uma missão não era algo que o jovem élder poderia ter imaginado quando começou a conversar com os missionários de tempo integral. Mas ele gostava de sua amizade e suas mensagens de esperança. Ele começou a ler o Livro de Mórmon, sentiu o Espírito e decidiu ser batizado.

Inicialmente, o élder Yamashiro não planejava servir missão. Ele temia que o compromisso de dois anos interrompesse suas ambições educacionais. Mas, com o tempo, ele sentiu a inspiração ao orar sobre servir uma missão de tempo integral.

Élder Taku Yamashiro caminha com seu companheiro, élder Benjamin Johnson, no Arisugawanomiya Memorial Park, em Tóquio na segunda-feira, 4 de julho de 2022. | Jeffrey D. Allred, Deseret News

Ele foi originalmente chamado a servir na Inglaterra, mas esses planos foram frustrados pela pandemia em andamento. O residente de Okinawa foi transferido para Tóquio para servir entre seus compatriotas.

O tempo que passou e sua própria fé permitiram ao élder Yamashiro reconhecer as bênçãos de servir missão em sua terra natal. O Livro de Mórmon, ele acrescentou, continua a ensiná-lo que o Senhor se lembra de Seu povo.

Desde o início de sua missão, a irmã mais nova de élder Yamashiro também aceitou os ensinamentos de seus companheiros missionários e foi batizada. E a recente visitação pública e rededicação do templo de Tóquio permitiu que o jovem missionário se sentisse mais próximo de seu falecido avô, que apoiou seus planos de educação, mesmo quando outros duvidavam dele.

O Senhor, testemunhou élder Yamashiro, está liderando Sua obra no Japão.

Como missionário de tempo integral, “estou aprendendo a pregar o evangelho pelo Espírito e me tornar um discípulo de Cristo para toda a vida. Quero servir o próximo e ajudar a Igreja no Japão a continuar crescendo.”

O élder Yamashiro e outros estão construindo a Igreja no Japão sob a direção de homens e mulheres sábios. Líderes como Élder Imai, ele próprio um converso na Igreja, servem como bispos, mentores e amigos. Eles são testemunhas vivas do poder do trabalho missionário e do templo.

O presidente da Missão Tóquio Sul, Akihiro Node, e sua esposa, sister Yukie Node, no Centro de Visitantes do templo em Tóquio na segunda-feira, 4 de julho de 2022. | Jeffrey D. Allred, Deseret News

Presidente Akihiro Node, presidente da Missão Japão Tóquio Sul, e sua esposa e companheira missionária, sister Yukie Node, são rápidos em lembrar que não são “pioneiros” da Igreja no Japão. Eles nasceram em famílias santos dos últimos dias nas cidades de Tóquio e Akita, respectivamente.

Mas tanto o presidente, quanto a sister Node, são gratos aos missionários e ao templo por lhes proporcionar uma vida de serviço e com propósitos significativos. Seus pais foram encontrados, ensinados e batizados por missionários.

Quando Akihiro era um garotinho, sua família se mudou para os Estados Unidos para que seu pai, Yoshihiro Node, pudesse buscar oportunidades educacionais. Em 1980, sua pequena família foi selada no Templo de Provo Utah.

“A primeira coisa que meus pais queriam era que nossa família fosse selada no templo”, disse o presidente Node ao Church News.

Anos depois, Akihiro atendeu ao chamado para a Missão Japão Kobe.

O Templo de Tóquio Japão à noite. O templo está localizado perto do histórico Parque Memorial Arisugawa-no-miya. Um novo edifício anexo ao lado do templo inclui uma capela, Centro de Visitantes, escritórios de missão e da área, e um centro de história da família. | A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

A sister Node, enquanto isso, ainda era uma garotinha quando o templo de Tóquio foi dedicado. Ela lembra pouco sobre a cerimônia em si, mas aprendeu cedo a importância do templo em seu país natal, depois que seus avós se tornaram um dos primeiros casais missionários seniores a servirem no Templo de Tóquio Japão.

“Lembro-me de como eles ficaram felizes por servir”, disse ela. “Eles sempre nos diziam como era maravilhoso servir no templo de Tóquio.”

Yukie cresceu na Igreja e se apresentou no Centro de Treinamento Missionário do Japão para se preparar para servir sua própria missão de tempo integral, na Missão Japão Okayama. Lá ela conheceu élder Akihiro Node, que também era missionário no local. Ao término de suas respectivas missões, os dois se reencontraram em uma reunião do distrito do CTM.

Um ano depois, em 1999, eles se casaram no Templo de Tóquio Japão.

Servindo atualmente como líderes de missão no Japão, os Nodes se sentem ao mesmo tempo humildes e entusiasmados com as possibilidades que aguardam seus compatriotas. E, novamente, tais oportunidades estarão ligadas ao trabalho missionário e do templo. Eles nunca esquecerão o quanto esse trabalho abençoou sua própria vida.

“Sou muito grato pelo serviço dos missionários, por seu amor ao evangelho e pela pregação do evangelho ao povo japonês. (…) Sem o serviço missionário, não estaríamos onde estamos hoje”, disse o presidente Node.

A sister Node acrescentou que, embora a grande maioria do povo do Japão não seja cristã, eles ainda carregam a luz de Cristo. Eles podem sentir o Espírito e reconhecer a verdade. “Dizemos aos missionários que confiem no que Deus pode fazer pelo povo japonês.”

“Nunca”, acrescentou o marido, “estabeleça um limite para o que Deus pode fazer.”

A alegria abundante do evangelho no Japão

Élder Yuichi Imai, Setenta de Área, com sua esposa, a irmã Makiko Imai, em Tóquio no sábado, 2 de julho de 2022. | Jeffrey D. Allred, Deseret News

Momentos depois de sair do Templo de Tóquio Japão, após a rededicação do dia 3 de julho, Élder e a irmã Imai ainda estavam sentindo a emoção do momento. Mais tarde, Élder Imai testificou sobre as bênçãos que aguardam o povo japonês, ao se conectarem com seus antepassados falecidos e ajudarem a coligar Israel por meio do trabalho do templo.

“À medida que encontramos muitos nomes de nossos antepassados e realizamos suas ordenanças [vicárias] no templo, somos curados e nossa alegria é multiplicada”, disse ele.

Presidente Russell M. Nelson, acrescentou, convidou os santos dos últimos dias a compartilharem sua gratidão e alegria com outras pessoas. “E agora que o templo de Tóquio foi reaberto, também quero continuar compartilhando esta alegria.”

Kira Odake, de 18 anos, não pôde participar diretamente da recente rededicação do Templo de Tóquio Japão. Ela não é membro há tempo suficiente para receber uma recomendação para o templo. Mas ela já sente uma conexão com o edifício dedicado e com o trabalho dinâmico do evangelho no Japão.

Ela está feliz por fazer parte desse trabalho.

“Entendo que o templo é um lugar especial e sagrado”, disse ela. “Quero me tornar uma pessoa melhor para poder me preparar para entrar no templo.”

Kira Oda, um membro converso da Igreja, no Templo de Tóquio Japão, em Tóquio, na terça-feira, 5 de julho de 2022. | Jeffrey D. Allred, Deseret News
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