Encerrando as comemorações do Dia dos Pioneiros no domingo, 24 de julho, no Tabernáculo da Praça do Templo, Élder D. Todd Christofferson, do Quórum dos Doze Apóstolos, falou sobre os sacrifícios feitos e as bênçãos resultantes devido ao Batalhão Mórmon.
Durante um ano antes da chegada dos santos ao Vale do Lago Salgado, em julho de 1847, o Batalhão Mórmon marchou quase 3.200 km até a Califórnia durante um período que Élder Christofferson chamou de “capítulo sombrio da história americana.”
Élder Christofferson revisitou a perseguição dos primeiros membros da Igreja que os levou a abandonar suas casas, negócios e comunidades em Nova York, Ohio, Missouri e Illinois.
“A proteção e a reparação solicitadas ao governo federal foram retidas, e os santos decidiram encontrar um lugar fora dos Estados Unidos para se estabelecerem em paz”, disse ele.
Esta localização fora dos Estados Unidos estava na época dentro das fronteiras do norte do México. Tanto os santos como outros pioneiros dos Estados Unidos procuraram se estabelecer no México, desde Utah à costa da Califórnia.
Dois presidentes, dois propósitos, um batalhão
O presidente dos E.U.A., James K. Polk, solicitou que 500 homens se juntassem ao Exército dos E.U.A., sob a direção do capitão James Allen, disse Élder Christofferson. O propósito de Polk, conforme escrito em seu diário, era “impedir que eles [os mórmons] assumissem uma atitude hostil em relação aos E.U.A.”
Brigham Young, o Presidente da Igreja na época, viu a participação dos membros da Igreja no batalhão como benéfica para o futuro da Igreja.
“Presidente Brigham Young sabia que seu serviço forneceria fundos para ajudar os santos a chegarem ao Vale do Lago Salgado”, disse Élder Christofferson, “permitindo que eles se reunissem como um povo do convênio.”
Fosse qual fosse o propósito de Polk ou os sentimentos de Brigham Young, aqueles que foram chamados para se alistarem o fizeram em um ato de fé, disse Élder Christofferson.
Relembrando atos repletos de fé do Batalhão Mórmon 175 anos depois
Ele leu os sentimentos de Zadoc Judd, expressos na época em seu diário: “Esta foi uma pílula muito difícil de engolir: deixar esposas e filhos na pradaria selvagem, destituídos e quase indefesos.”
Élder Christofferson compartilhou que outro membro do batalhão, James S. Brown, escreveu que não achava que alguém chamado para servir no batalhão teria participado, sem a orientação divina dada a Brigham Young, que disse aos santos que esta oportunidade era vinda “dos céus, para o nosso bem.”
Uma promessa cumprida
Marchando de Council Bluffs, Iowa, localizada quase no centro do continente norte-americano, até San Diego, Califórnia, na costa do Pacífico, o batalhão continua sendo a única unidade na história dos Estados Unidos a ser composta por membros de uma única religião.
Enquanto se preparavam para deixar Iowa, disse Élder Christofferson, eles foram instruídos por Brigham Young a agirem melhor do que quaisquer outros exércitos de ocupação que pudessem ter visto ou ouvido falar. Ele lhes disse que respeitassem os direitos das pessoas e não se aproveitassem delas ou de suas propriedades.
O conselho foi acompanhado por uma promessa profética, disse Élder Christofferson.
“Ele lhes prometeu que, se mantivessem os princípios de sua religião, ninguém morreria em batalha”, disse Élder Christofferson. Em um ano inteiro de serviço, 20 membros do batalhão morreram devido a problemas de saúde e acidentes. Nenhum morreu em batalha.
“O relato é de coragem, dificuldade, privação e eventual cumprimento do objetivo [do batalhão]”, disse Élder Christofferson. Entre aqueles que suportaram toda a caminhada, estavam 335 homens e cinco mulheres. A maior parte dos outros membros do batalhão foi enviada para Pueblo, Colorado, devido a doenças.
Trabalho árduo leva a uma reputação estelar
Os membros do batalhão trabalharam duro quando chegaram à Califórnia. Eles ajudaram a melhorar as comunidades pintando prédios, fabricando tijolos em um forno que eles também construíram, e cavando 20 poços para fornecerem água fresca a San Diego durante todo o ano, pela primeira vez.
“O Batalhão Mórmon teve uma grande influência na história da Califórnia, do Oeste, dos Estados Unidos e de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”, disse Élder Christofferson.
A influência foi tão positiva que membros da comunidade escreveram aos comandantes do Exército dos Estados Unidos em Monterrey, Califórnia, e Washington, D.C., pedindo que o batalhão fosse mantido em San Diego.
Élder Christofferson leu uma carta que dizia: “Eles, por uma conduta correta, se tornaram muito populares entre o povo e, por sua diligência, ensinaram os habitantes.”
Mas um ano após o recrutamento inicial, os membros do batalhão foram dispensados uma semana antes dos pioneiros chegarem ao Vale do Lago Salgado. A maioria dos soldados viajou para lá, para se juntarem a familiares que percorreram sua jornada. Outros voltaram para Iowa para levarem suas famílias para o vale.
Realizações e perspectivas históricas
O caminho que o batalhão estabeleceu com seus carroções foi usado posteriormente para outras expedições e rotas de viagem, disse Élder Christofferson. Trechos do caminho foram usados pelo Exército dos E.U.A., caçadores de ouro, pela Butterfield Overland Stage [serviço de transporte de passageiros e correio por carruagem], Pacific Railroad [empresa ferroviária] e na construção da rodovia interestadual US Interstate 8.
Quando a Igreja estabeleceu mais de 300 comunidades em toda a região da Grande Bacia, Brigham Young chamou muitos dos que serviram no batalhão para liderarem esses assentamentos.
Brigham Young disse mais tarde a respeito desses santos: “Seus nomes serão transmitidos em honrosa lembrança a todas as gerações.”
Élder Christofferson convidou o público a lembrar dos sacrifícios desses e de todos os pioneiros, e invocou que a bênção do Pai Celestial “esteja com cada um de nós enquanto levamos adiante e edificamos seu legado de fé em Deus, em Seu Filho Jesus Cristo e no reino de Deus na Terra.”
Suas palavras foram seguidas por uma apresentação especial com duração de uma hora: “The Mormon Battalion: A Symphonic Saga” [O Batalhão Mórmon: Uma Saga Sinfônica], de Marden Pond, que foi organizada pela Associação do Batalhão Mórmon.
Os 10 números de Pond foram intercalados com citações de membros do batalhão, oficiais do Exército e líderes da Igreja, acompanhados de fotos, ilustrações e mapas exibidos no Tabernáculo para dar contexto a cada peça.
Mais informações sobre o batalhão e a música estão disponíveis em mormonbattalion.com [em inglês].