Em seu discurso durante o primeiro devocional do semestre de outono [no hemisfério norte], Kevin J Worthen, presidente da BYU, baseou sua mensagem em “um evento extraordinário” do qual ele participou em maio, quando Presidente Russell M. Nelson — o Profeta do Senhor — convidou jovens adultos de todo o mundo para uma reunião especial.
Os jovens adultos lotaram o Centro de Conferências, que tem capacidade para 20.000 pessoas, bem como locais adicionais na Praça do Templo. Milhares de pessoas assistiram à transmissão on-line, recordou presidente Worthen.
“A mensagem de Presidente Nelson foi poderosa e profunda.” Entretanto, só depois de ler e estudar o discurso várias vezes é que Presidente Worthen notou o título: “Escolhas para a eternidade.”
“Ao ler essas palavras, tive o forte pensamento de que Presidente Nelson não forneceu apenas conselhos proféticos a respeito de verdades fundamentais e orientação inspirada sobre tópicos de relevância imediata para jovens adultos. Ele também proferiu um sermão abrangente, algo que alguns chamariam de metanarrativa, sobre escolhas e decisões”, disse presidente Worthen aos estudantes reunidos na terça-feira, 6 de setembro, no Marriott Center no campus de Provo, Utah.
Em seu discurso em maio, Presidente Nelson afirmou que seu propósito era “certificar-me de que seus olhos estejam bem abertos para a verdade de que esta vida realmente é o momento em que vocês decidem que tipo de vida desejam viver para sempre.”
Presidente Nelson então declarou: “Durante esta vida, podemos escolher quais leis estamos dispostos a obedecer (…) e, portanto, em qual reino de glória viveremos para sempre.”
Isso foi declarado em termos simples, disse presidente Worthen. “Podemos decidir, podemos escolher, o que há de mais importante em nossa existência: nosso destino eterno. Deus permite que façamos essa escolha.”
Isso não significa que as pessoas podem simplesmente marcar uma caixa de seleção em uma lista eterna e dizer: “Eu escolho este reino”, explicou presidente Worthen. “Nosso destino eterno não é determinado apenas por um único ato, mas por uma vida inteira de ações e decisões. Essas ações e decisões nos preparam para vivermos de acordo com as leis eternas. As leis que estamos preparados para viver, por sua vez, determinam nosso destino final.”
Verdadeiro desejo
Por fim, o destino de uma pessoa é determinado por seus desejos mais profundos, continuou presidente Worthen. O verdadeiro desejo é moldado por atos, ao passo que os atos também são moldados por desejos. Desejos e atos podem, consequentemente, se tornar “um todo harmonioso”, no qual não há lacuna entre o desejo de fazermos algo e sua verdadeira realização.
“Não há lacuna entre desejos e atos em um ser celestial (…)”, disse presidente Worthen. “Aqueles que obedecem a uma lei celestial a cumprem não porque é uma exigência, mas porque é o que desejam fazer: é o que se tornaram.”
Por exemplo, as pessoas que obedecem a uma lei celestial não servem porque são ordenadas a fazê-lo. Elas o fazem por causa de quem se tornaram. “Elas são pessoas como o presidente Thomas S. Monson, que, quando tinha tempo livre e podia escolher por si mesmo o que fazer em um momento de folga, procurava servir ao próximo. Isso era o que lhe trazia alegria, e é isso que proporciona alegria a Deus”.
Com um sorriso, presidente Worthen disse que, quando tiver tanta alegria em servir quanto em ver a BYU vencer uma competição atlética, ele saberá que está começando a desenvolver um verdadeiro desejo de obedecer a uma lei celestial.
Verdadeira identidade
Outro exemplo da ênfase de Presidente Nelson nas escolhas e decisões foi sua discussão sobre a importância de conhecermos a verdade a respeito de “quem somos”, disse presidente Worthen.
Durante o devocional para jovens adultos, Presidente Nelson falou sobre a importância de compreendermos e priorizarmos nossa verdadeira identidade como filhos de Deus, filhos do convênio e discípulos de Jesus Cristo. Em seguida, o Profeta descreveu as consequências devastadoras de não colocarmos essas prioridades em seu devido lugar: sufocamento espiritual, desenvolvimento dificultado e progresso eterno frustrado.
Presidente Worthen ressaltou que o Profeta ligou essa lição ao título de seu discurso, com esta observação: “A maneira como pensam sobre quem vocês realmente são afeta quase todas as decisões que tomarão.”
“O que aconteceria se, ao tomarem decisões tais como o que fazer quando alguém é rude com vocês presencialmente ou on-line, o que fazer em uma noite de sexta-feira quando se sentem excluídos, ou até mesmo quais músicas ouvem ou a quais filmes assistem, vocês levassem em consideração sua verdadeira identidade como filhos de Deus, filhos do convênio e discípulos de Jesus Cristo?” Perguntou presidente Worthen. “Isso pode fazer uma profunda diferença em sua vida diária e em seu destino eterno.”
Ao ouvir o discurso de Presidente Nelson ao vivo, presidente Worthen disse que ficou impressionado com a inclusão de “filhos do convênio”. Ao pesquisar mais, ele aprendeu que, “quando nos damos conta de que somos filhos do convênio, sabemos quem somos e o que Deus espera de nós” (Presidente Nelson, conferência geral de outubro de 2011).
“Os convênios nos ligam ao Senhor e nos permitem recorrer a Sua força, à medida que nos aproximamos e nos tornamos mais semelhantes a Ele”, observou presidente Worthen. “Mas, novamente, a escolha entra em cena.”
Como presidente Nelson explicou em seu devocional para jovens adultos: “Se vocês optarem por fazer convênios com Deus e forem fiéis a esses convênios, terão a promessa de “um acréscimo de glória sobre [sua cabeça] para todo o sempre.’”
Presidente Worthen convidou os ouvintes a perguntarem a si mesmos ao tomarem decisões durante o ano: “Esta escolha está me ajudando a fazer e guardar convênios sagrados? Ela está de acordo com minha identidade como filho do convênio, como herdeiro das promessas feitas a Abraão?”
Observação, admoestação, convite e promessa
Presidente Worthen concluiu seu discurso com uma observação, uma admoestação, um convite e uma promessa.
Sua observação foi um discernimento sobre o papel central do arbítrio no plano de salvação que ele obteve com o discurso de Presidente Nelson.
A segunda e a terceira identidades primárias dos indivíduos, filhos do convênio e discípulos de Jesus Cristo, são identidades que eles escolhem por si mesmos. “Passamos a ser filhos do convênio ao nos tornarmos membros da Igreja, e nos tornamos discípulos de Cristo ao guardarmos Seus mandamentos.”
No entanto, a primeira destas três identidades primárias, filhos de Deus, não depende de escolha. É um fato.
“Somos Seus filhos, mesmo que escolhamos não reconhecer esse fato. E porque somos Seus filhos, Ele nos amará, mesmo que escolhamos não amá-Lo”, disse presidente Worthen.
A literatura está repleta de histórias de amores não correspondidos. “Minha sincera admoestação a vocês é que, não façam parte do que certamente seria a mais trágica de todas as histórias de amor não correspondido, por se recusarem a sentir o amor transformador que Deus e Cristo lhes oferecem, caso simplesmente escolham aceitá-lo”, disse presidente Worthen.
“Nada, absolutamente nada”, repetiu ele, “além de sua própria vontade pode separá-los do amor de Deus. Nenhum pecado, dano infligido por outros, fracasso, ou erro pode alterar o amor de Deus por vocês. Por favor, permitam que Ele os ame.”
Presidente Worthen fez um convite simples para que os jovens leiam, ou releiam, o discurso de Presidente Nelson. “Considerem como o conselho que ele oferece pode ajudá-los a tomar as muitas decisões com as quais vocês serão confrontados durante o ano.”
Em seguida, ele repetiu a promessa feita por Presidente Nelson no final de seu devocional. “Ao fazê-lo, prometo que desfrutarão de crescimento espiritual, se livrarão do medo e terão uma confiança que mal podem imaginar neste momento. Vocês terão a força para exercer uma influência positiva muito além de sua capacidade natural. E prometo que seu futuro será mais emocionante do que qualquer coisa em que possam acreditar atualmente.”
“Esta é uma promessa profética na qual vocês podem confiar”, testificou presidente Worthen.
Circunstâncias aparentemente injustas
Em seu discurso, a irmã Peggy S. Worthen falou sobre como todos experienciarão o que pode ser visto como resultados injustos ou males não merecidos. No entanto, com uma perspectiva eterna, essas experiências não são em vão.
“De uma perspectiva eterna, a oposição, os desafios e as provações são elementos essenciais e inevitáveis desta vida. Sabendo disso, a questão passa a ser como devemos reagir quando nos deparamos com estas inevitabilidades? Para mim, é reconfortante saber que temos uma escolha”, disse ela.
Citando o mesmo discurso de Presidente Nelson mencionado por seu esposo, a irmã Worthen ressaltou que o Profeta implorou, e não apenas sugeriu, que as pessoas “assumam a responsabilidade por seu testemunho. Esforcem-se para obtê-lo. Sejam responsáveis por ele. Cuidem dele. Cultivem-no para que ele cresça. Alimentem-no com a verdade.”
Presidente Nelson também assegurou que, “ao [fazermos] de [nosso] testemunho [nossa] maior prioridade, [podemos] observar os milagres acontecerem em [nossa] vida”.
Um desses milagres, disse a irmã Worthen, “é que obteremos uma perspectiva eterna, a qual resultará em uma maior compreensão e apreço pela oposição e pelos desafios que enfrentamos nesta vida. Esta perspectiva eterna pode ser transformadora, à medida que adquirimos uma compreensão maior dos propósitos de Deus.”
Às vezes, pode parecer que as pessoas não estão recebendo uma recompensa justa. “Mas, nesses casos, se compreendermos os propósitos do Pai Celestial, ‘[conheceremos] a grandeza de Deus’ e poderemos ter a certeza de que ‘Ele consagrará [nossas] aflições para [nosso] benefício’ (2 Néfi 2:2). Embora possamos nos sentir devastados no momento, nossa fé em nosso Salvador pode, e irá, nos sustentar até o dia em que percebermos como esse resultado aparentemente impiedoso nos ajudou a nos transformarmos na melhor versão divinamente designada de nós mesmos”, disse a irmã disse Worthen.