Há cerca de 45 anos, fui ao Templo de Berna Suíça para fazer batismos vicários pela primeira vez, com um grupo de jovens do sul da França, onde eu morava na época. A viagem de ônibus levou alguns dias e nos divertimos muito ao longo do caminho. Assim que chegamos ao templo, porém, um sentimento de reverência tomou conta de nosso grupo. Enquanto me sentava e esperava minha vez de entrar na pia batismal, senti algo que nunca havia sentido antes. Eu sabia que Deus me amava e senti isso da cabeça aos pés.
Vários anos depois, cheguei a Provo, Utah, para estudar e, pela primeira vez na minha vida, havia um templo a uma curta distância. Eu ia semanalmente fazer batismos vicários. Às vezes, era a única pessoa lá. Adorei a oportunidade de ter uma pequena participação em ajudar outras pessoas a iniciarem o caminho do convênio. Com o tempo, meu desejo de dar meus próximos passos no caminho do convênio começou a crescer.
No verão de 1984, eu tinha 19 anos e me preparava para me formar em enfermagem na BYU. Eu também estava me preparando para um outro tipo de aprendizado, mais importante. Eu estava me preparando para ir ao templo para receber a minha própria investidura. Quase 40 anos atrás, não era comum mulheres adultas da minha idade entrarem no templo, a menos que estivessem planejando se casar. Eu não estava namorando e ainda faltavam quase dois anos para atingir a idade missionária, mas fui atraída para o templo. Depois de ser entrevistada e apoiada por meu bispo e meu presidente de estaca, recebi minha própria investidura em agosto de 1984.
Foi quando começou, o que ainda é, um profundo amor pelo templo e seu poder em minha vida. Eu ainda sou atraída para o templo. Sei que encontro paz lá. Sei que encontro forças e alegria. O templo tem sido um lugar de refúgio para mim muitas vezes. Já entrei no templo desesperada por alívio durante alguns dos desafios mais pesados da vida, afundei no meu assento e chorei. Tiveram oficiantes do templo e membros “aleatoriamente” vindo até mim e me dizendo exatamente o que eu precisava ouvir. Senti a “paz que excede todo o entendimento” me envolver como um cobertor. Já precisei desesperadamente por força e a recebi, às vezes a força adicional vem imediatamente, às vezes vem gota a gota, mas sempre vem.
Não vou ao templo apenas em tempos de angústia, mas também em tempos de alegria e gratidão. Vou porque amo servir e vou porque amo o Salvador. Encontro consolo nas promessas encontradas nas ordenanças do templo. Eu memorizei as palavras do templo. À medida que o caminho da minha vida se desdobra de maneiras muitas vezes inesperadas e às vezes pedregosas, meus convênios do templo me dão algo sólido em que me apegar.
Sou oficiante do templo há vários anos e tenho encontrado ainda mais alegria ao servir as pessoas que vêm ao templo. Chorei com os membros ao realizarem ordenanças por seus entes queridos. Senti o poder real e tangível de alguém designado para administrar as ordenanças. Como muitos, eu estava ansiosa para voltar ao templo o mais rápido possível depois que uma pandemia global fechou as portas. Como oficiante de ordenanças, fui abençoada por servir durante algumas sessões muito especiais durante o auge da pandemia e sou igualmente abençoada por servir em um templo totalmente reaberto. Foi um privilégio ver quantos membros voltaram com lágrimas nos olhos e gratidão no coração pelas bênçãos da adoração no templo.
Em um mundo de confusão, caos e crescente desprezo, sou mais grata do que nunca pelas bênçãos e lições do templo. Sou grata que o número de templos agora é contado em centenas. Sou grata que moro a uma curta distância de um. Trinta e oito anos depois de passar pelo templo pela primeira vez, ainda sou atraída para lá. E eu sou grata.
— Holly Richardson é funcionária da Deseret News e editora do Utah Policy, um boletim diário.
