Do meu assento no lado direito da sacada superior, olhei para o Centro de Conferências com reverente admiração. Eu nunca havia assistido presencialmente a uma sessão da conferência geral antes.
Era a sessão da manhã de sábado da conferência geral de outubro de 2012. O Coro do Tabernáculo na Praça do Templo abriu com “Que Firme Alicerce”, um dos meus hinos favoritos e uma oração de abertura foi feita.
Eu era uma caloura de 18 anos na Universidade Brigham Young na época. Semanas depois do meu primeiro semestre, eu estava com saudades de minha família no Alabama e grata pelo convite para participar de uma conferência com meu tio e prima. A sessão mal havia começado e eu já sentia a paz e o conforto que tanto ansiava.
Presidente Henry B. Eyring, então primeiro conselheiro na Primeira Presidência, anunciou que Presidente Thomas S. Monson, na época Presidente da Igreja, seria o primeiro orador. Meus olhos seguiram Presidente Monson quando ele se levantou de sua cadeira e caminhou os poucos passos até o púlpito para falar à multidão, que quase lotava o local. Eu mal podia acreditar que estava realmente ali, na mesma sala que o profeta.
Com sua inflexão de voz característica, a voz de um contador de histórias, Presidente Monson falou sobre as três dedicações de templos e uma rededicação que aconteceram desde a conferência anterior. E anunciou locais para dois novos templos: Tucson, Arizona, e Arequipa, Peru.
Com uma congregação atenta, Presidente Monson então se voltou para outro assunto: o serviço missionário.
Por um tempo, a Primeira Presidência e o Quórum dos Doze Apóstolos permitiram que os rapazes com 18 anos de idade, em alguns países, servissem, explicou Presidente Monson. A fidelidade, a obediência e a maturidade deles fizeram com que desejássemos que esta mesma opção ... fosse estendida a todos os rapazes.
“Estou feliz por anunciar que, a vigorar a partir de agora, todos os rapazes dignos e capazes que tiverem se formado no ensino médio ou equivalente, independentemente de onde morem, terão a opção de serem recomendados para o serviço missionário a partir dos 18 anos de idade, em vez de aos 19”, declarou Presidente Monson.
Várias pessoas nas fileiras ao meu redor ergueram as sobrancelhas umas para as outras, trocando sorrisos e entusiasmo. Quando comecei a processar o que aquele anúncio significava e os rapazes que eu conhecia que seriam impactados com isso, quase perdi o que Presidente Monson disse a seguir.
“Ao orarmos fervorosamente a respeito da idade em que os rapazes devem iniciar o trabalho missionário, levamos em consideração também a idade em que uma moça deve servir missão”, continuou Presidente Monson. Meus ouvidos ficaram atentos.
“Hoje, tenho o prazer de anunciar que toda moça capaz e digna, que tenha o desejo de servir, pode ser recomendada para o serviço missionário a partir dos 19 anos de idade, em vez de aos 21.”
Meu queixo caiu em choque. Parecia que todos no Centro de Conferências suspiraram ao mesmo tempo, seguidos por uma onda palpável de silêncio. Meu peito se encheu de calor e lágrimas de alegria rolaram pelo meu rosto.
“Asseguramos às jovens sísteres da Igreja … que elas dão uma valiosa contribuição como missionárias, e nos sentimos muito felizes pelo serviço que prestam”, disse Presidente Monson.
Sua última frase penetrou em meu coração. Embora eu fosse uma das 21.000 pessoas no Centro de Conferências e das outras milhões assistindo e ouvindo ao redor do mundo, senti como se o Senhor estivesse falando diretamente comigo por meio de Presidente Monson: “Nos sentimos muito felizes pelo serviço que prestam.”
O hino que o coro cantou após o discurso de abertura de Presidente Monson não poderia ter sido mais inspirado: “Sim, Eu Te Seguirei.”
O anúncio de Presidente Monson e o convite pessoal do Espírito para servir missão vieram em um momento em que eu orava para saber o próximo passo em meu plano de vida. Uma experiência no ensino médio, servindo com minha família em um ramo de uma área mais humilde da cidade, despertou meu desejo de servir missão, mas meus 21 anos pareciam tão distantes. Agora eu poderia me preparar para servir dentro de um ano.
Trabalhei preenchendo os formulários para enviar para me tornar uma missionária no semestre seguinte, e recebi meu chamado missionário em maio de 2013. Fui designada para a Missão Brasil São Paulo Norte. Poucas semanas depois de meu aniversário de 19 anos, entrei no Centro de Treinamento Missionário de Provo, em 25 de setembro de 2013. Servi na Missão Califórnia Sacramento por seis meses enquanto aguardava meu visto [em inglês] e terminei meu serviço de 18 meses no Brasil.
Ao refletir sobre tudo o que aconteceu em minha vida nos últimos 10 anos, me sinto imensamente grata pela oportunidade que tive de servir missão mais cedo do que o esperado. Aprendi a confiar no Senhor, mesmo quando, e especialmente quando, as coisas não acontecem como planejado. Minha educação, carreira, casamento e família se encaixaram melhor do que eu jamais poderia imaginar. Eu sei que o Senhor está guiando meu caminho.