PROVO, Utah — Promover a virtude nos indivíduos é uma responsabilidade da família e não do governo, disse um renomado professor e conservador, em uma palestra proferida na Universidade Brigham Young em Provo, Utah, na quinta-feira, 7 de março.
“O bem comum é o conjunto de condições que permitem que indivíduos, famílias e igrejas floresçam”, disse Robert P. George, sexto professor McCormick de Jurisprudência e diretor do Programa James Madison em Ideais e Instituições Americanas da Universidade de Princeton, um programa que ele ajudou a fundar.
Apresentando-se no Instituto Wheatley, no campus da BYU, George falou sobre a necessidade de se manter o governo em seu devido lugar, ajudando a promover situações onde grupos sociais locais, tais como famílias e equipes esportivas infantis, possam criar os filhos e promover a comunidade, sem o governo assumir esses papéis sociais.
Ele continuou enfatizando que o florescimento, o resultado que o governo deveria permitir através da proteção do “bem comum” básico, não é uma visão materialista. O florescimento de que George fala é um estado de ação, de se fazer com outros ao nosso redor.

“Florescer consiste na atividade de se fazer coisas, e em se envolver em amizades verdadeiras, em buscar conhecimento genuíno, em criar sua família, em criar ou apreciar belas artes, em viver uma vida de integridade, de honestidade, de decência e assim por diante.”
Os indivíduos só podem realmente florescer quando têm conexões significativas com as pessoas ao seu redor. Isto é especialmente verdadeiro quando se trata de crianças pequenas. O ensino e o aprendizado das virtudes não são algo que se aprende de uma só vez, ou em um único encontro. As virtudes que a sociedade exige dos seus cidadãos só podem ser ensinadas por famílias, treinadores, professores e pessoas que investem pessoalmente no bem-estar daqueles que crescem ao seu redor.
“Todas as instituições dependem [das virtudes], mas não conseguem produzi-las. Só a família pode produzi-las, o que significa que, quando o governo ou as empresas privadas, ou quaisquer outros intervenientes, prejudicam a família… [eles] promovem práticas imorais. Estão minando a própria instituição em que dependem para produzir seus trabalhadores, seus jurados, seus eleitores, seus cidadãos.”
Sobre a Constituição dos Estados Unidos, George enfatizou a necessidade da presença de cidadãos virtuosos para que o documento tenha efeito. “A Constituição prevê que haverá um povo virtuoso que observará e viverá, honrará, apoiará, defenderá e protegerá esses princípios.”
George ressaltou que, sem um povo bem versado na virtude guiando o governo, o número de restrições introduzidas na Constituição não teria importância. “O povo e a virtude do povo são o principal controle do governo”, disse ele.
Em resposta a uma pergunta feita após sua palestra sobre o que ajuda as famílias e as organizações locais a promoverem a virtude, George respondeu: “As famílias, os pastores, os treinadores, na verdade conhecem os rapazes e moças pelo nome, e têm a responsabilidade de ajudar a formar pessoas virtuosas e bons cidadãos.”
Dando exemplos relacionados aos líderes políticos dos E.U.A., George afirmou que, na realidade, esses líderes não conhecem esses indivíduos pelo nome, por isso não seriam capazes de ajudar a ensinar as crianças da forma necessária, independentemente do partido político.
As comunidades locais “sabem como trabalhar conosco para trazer à tona o que há de melhor em nós, e nos ajudar a dar o nosso melhor. Ninguém mais sabe. As grandes instituições não podem fazê-lo. … Nenhuma estrutura econômica pode fazê-lo. Só a família pode fazer isso.”
Concluindo, George disse: “A pessoa que fará um bom trabalho na formação de virtudes, seja a avó, o treinador, o pastor ou o professor, realmente precisa conhecer os detalhes sobre o jovem, o que o jovem realmente precisa para crescer em conhecimento, sabedoria, coragem, humildade e força intelectual e moral. Portanto, se envolvam na vida das pessoas que vocês esperam moldar. Não terceirizem isso. Essa é a minha mensagem fundamental.”