Os jovens adultos solteiros que participaram da convenção da Conferência de Jovens Adultos Solteiros da Área Utah de 2024, nos dias 2 e 3 de agosto, participaram de sessões de debate [em inglês] ministradas por profissionais de saúde mental, professores da Universidade Brigham Young, planejadores financeiros certificados, professores do Seminário e muito mais.
As aulas foram ministradas entre os discursos proferidos pela presidente Emily Belle Freeman, presidente geral das Moças, e por Élder Kyle S. McKay, Setenta Autoridade Geral e historiador da Igreja, na sexta-feira, 2 de agosto; e por Sharon Eubank, diretora dos Serviços Humanitários da Igreja e ex-primeira conselheira na presidência geral da Sociedade de Socorro, e por Élder Kevin W. Pearson, Setenta Autoridade Geral e presidente da Área Utah, no sábado, 3 de agosto.
As sessões de debate focaram em quatro áreas: crescimento espiritual, bem-estar emocional, desenvolvimento pessoal e bem-estar temporal. Aqui estão os destaques das aulas de sexta-feira, 2 de agosto, em cada categoria.
Crescimento espiritual
Confiar no Salvador
Devin Toma, administrador dos Seminários e Institutos de Religião, ensinou a aula “Aprender a deixar o controle: Confiar no Salvador”.
“Vou presumir que há algumas [pessoas com] provações nesta sala”, começou Toma. “Bem-vindos à vida telestial no seu melhor.” Depois que os participantes enviaram e discutiram algumas questões atuais de fé, Toma convidou a classe a olhar para trás, para frente e para cima.
Olhar para trás envolve olhar para experiências espirituais passadas, para quando a influência de Deus era visível na vida de um indivíduo, disse Toma. Isto inclui experiências de familiares, amigos próximos ou até mesmo antepassados sendo sustentados e guiados pelo Senhor.
Olhar para o futuro requer buscar o propósito divino na provação e aprender como alguém poderia usar a provação para abençoar outros, disse Toma.
Finalmente, olhar para cima se refere a olhar para Deus e agir com fé, confiando que a ajuda e a felicidade estão por vir, disse Toma.
Estudo das Escrituras
Durante a aula de “Estudo Intencional das Escrituras”, Jared Halverson, professor da BYU, ensinou aos participantes como compreenderem melhor as escrituras que estão lendo.
Em vez de procurarem as lições específicas ensinadas nas situações em que as pessoas nas escrituras se encontravam, ele as incentivou a procurarem os conjuntos de princípios contidos nas histórias das escrituras. Halverson também disse a seus ouvintes para se concentrarem na consistência e intensidade no seu estudo pessoal.
Em vez de estudarem as escrituras uma única vez por semana, ele os incentivou a estudarem diariamente. Depois de reunirem uma “nuvem de testemunhas” (Hebreus 12:1) das escrituras, eles poderão usar esses testemunhos dos profetas antigos para responderem perguntas que possam ter em sua vida diária.
Compreender os convênios
Troy Virgin, diretor do Instituto de Religião de Salt Lake, adjacente à Universidade de Utah, ensinou a aula “Compreender os convênios”.
Os profetas e apóstolos estão enfatizando os convênios hoje, talvez ainda mais do que o fizeram na história da Igreja, disse ele. Na conferência geral mais recente, por exemplo, o tema dos convênios foi abordado por quase todos os membros da Primeira Presidência e do Quórum dos Doze Apóstolos.
“Por causa de seus convênios, vocês agora têm esse relacionamento único com [o Pai Celestial], e Ele nunca se cansará em Seu esforço para ajudá-los”, disse Virgin. “Nunca esgotaremos Sua paciência e Seu amor. Ele nunca vai parar de tentar se conectar com vocês.”
Os convênios podem fortalecer um vínculo que o Pai Celestial e Jesus Cristo já estão dispostos a fortalecerem, continuou Virgin. “Seu desejo é conhecê-Los. Eles querem fazer parte de sua vida. E ao guardar seus convênios, vocês Os convidam e permitem que Eles se tornem parte de vocês.”
Conversão
A autora Ganel-Lyn Condie, ensinou sobre a compreensão da “Conversão versus Crise”. Condie convidou a classe a reformular a ideia de uma crise de fé e, de fato, a renomeá-la completamente: “Falemos sobre isso como uma ‘aventura de conversão.’”
Esta “aventura de conversão”, disse Condie, se assimila um pouco a um videogame. Pode haver momentos em que batemos em uma parede ou enfrentamos uma grande questão de fé que parece o “fim de jogo”, mas precisamos nos levantar e tentar novamente.
“Não desistam desta grande aventura”, disse Condie. “Precisamos de sua fé e precisamos de suas perguntas sobre fé.”
Bem-estar emocional
Perfeccionismo
Rick Hill, um assistente social clínico licenciado, ensinou a aula “Construir a autocompaixão para lidar com o perfeccionismo e as comparações”.
“Creio que todos somos desafiados pelo perfeccionismo”, disse Hill. “Vocês não podem passar por esta experiência de vida terrena sem serem desafiados por isso.”
Ele disse que o perfeccionismo é uma falsificação do mandamento “sede vós pois perfeitos” (Mateus 5:48). Da mesma forma, a comparação é a falsificação da observação.
Hill disse que a chave para evitarmos essas falsificações é compreendermos o valor inato de cada filho de Deus. “O amor é o que motiva a mudança”, disse ele, acrescentando que, ao praticarmos a autocompaixão, podemos nos afastar da vergonha que nos isola.
Hill encerrou incentivando a classe a “ver através de Suas lentes para saber que nosso valor é constante e que a Expiação [de Jesus Cristo] nunca acaba. … Não importa quantos erros cometemos, não somos um erro.”
Saúde mental
Durante a aula “Envolver o Salvador em Sua Saúde Mental”, Shawn Bills, professor do Seminário e terapeuta, contou sobre sua jornada pessoal de combinar a ajuda profissional de saúde mental com as verdades do evangelho.
Bills disse que depois de voltar para casa, após sua missão quando jovem, ele ficou confuso sobre por que não estava feliz quando sentiu que estava fazendo tudo certo: frequentar a Igreja e o templo, ler as escrituras e orar, e tentar exercer fé.
Ele disse que procurou terapia e medicamentos e ficou ainda mais confuso quando essas coisas ajudaram: por que este tipo de tratamento de saúde mental estava ajudando?
Com o tempo, Bills disse ter descoberto que tratamentos eficazes de saúde mental estão enraizados no evangelho de Jesus Cristo. Por exemplo, as escrituras ensinam repetidamente que as pessoas precisam umas das outras para serem felizes, enquanto estudos modernos descobriram exatamente o mesmo.
“O que eles estão nos dizendo [no] mundo das ciências sociais e da saúde mental, os profetas estão dizendo as mesmas coisas”, disse Bills, acrescentando: “Quaisquer que sejam as perguntas ou problemas que vocês tenham, a resposta é sempre encontrada na vida e nos ensinamentos de Jesus Cristo.”
Cura por meio da Expiação
Nanon Talley-Rolim, conselheira clínica de saúde mental licenciada, ensinou a aula “Curar as feridas do passado por meio da Expiação de Cristo”. Ela explicou maneiras práticas e espirituais de como os jovens adultos podem encontrar a cura, enfatizando que, “qualquer que seja a dor — física, emocional, qualquer coisa — toda cura só é possível por causa de nosso Salvador Jesus Cristo.”
Quando ofendidos por alguém, jovens adultos podem realizar cinco ações, sugeriu Talley-Rolim:
- Reconheça que as pessoas já foram ofendidas.
- Experiencie os sentimentos.
- Exponha os sentimentos.
- Perdoe.
- Persevere até o fim.
Talley-Rolim recomendou dois recursos: Primeiro, o Virtual Hope Box [em inglês], um aplicativo gratuito para ajudar os usuários a lidarem com a dor ou com a sensação de sobrecarga. Em segundo lugar, a seção “Dicas para a preparação emocional” de “Desenvolver resiliência”, na Biblioteca do Evangelho, oferece dicas para se encontrar força pessoal ao enfrentar emoções difíceis.
Assim como o Cristo Ressurreto abençoou as crianças uma por uma em 3 Néfi 17, ela disse: “Ele quer abençoá-los. Ele quer curá-los. Mas temos que ir até Ele.”
Superar o desânimo
Jared Rees, assistente social, ensinou a aula “Normalizar e superar o desânimo”. Ele explicou formas de se prevenir ou tratar o desânimo, que definiu como uma privação de coragem, esperança e confiança. Ele disse que as possíveis causas para o desânimo incluem:
- Comparar-se a outras pessoas.
- Ter expectativas irrealistas ou não alcançadas.
- Exigir perfeccionismo de si mesmo ou das circunstâncias.
- Críticas duras de si mesmo ou de outras pessoas.
- Contratempos e metas não alcançadas.
- Ficar decepcionado consigo mesmo ou com outros.
Ele então ofereceu ideias para abraçar a esperança e minimizar o desânimo:
- Oração e estudo das escrituras.
- Ser criativo.
- Exercício físico.
- Conectar-se com outras pessoas.
- Frequentar o templo.
- Testificar de Jesus Cristo e Seu evangelho.
- Bênçãos do sacerdócio.
- Encontrar significado no que está sendo vivenciado.
Rees concluiu: “Testifico que o Pai Celestial é nosso Pai e que Seu desejo é que sejamos felizes. E não acredito que esse desejo seja alcançado ao se excluir todas as coisas que nos causam dor e miséria, mas nos ajudando a saber como nos apegarmos às coisas que são difíceis e ainda a sermos capazes de vermos a bondade.”
Desenvolvimento pessoal
Comunicação
A aula “Comunicação para Conexão” foi ensinada pela assistente social clínica licenciada, Stefanie Sparks. Ela convidou todos a pensarem sobre um problema de comunicação que tiveram com alguém, e depois explicou que “todos nós nos envolvemos em comportamentos que não ajudam”. Como não se pode mudar familiares, amigos ou colegas de trabalho, cabe ao indivíduo mudar a forma como se comunica, “desenvolvendo habilidades para gerenciar o [seu] comportamento.”
Em um diagrama, Sparks introduziu quatro elementos-chave que influenciam a forma como as pessoas se comunicam: biologia, experiências de infância, crenças fundamentais e suposições. Para melhorar a comunicação, é preciso compreender como cada um destes elementos afeta as pessoas, disse ela; e ao praticar a autoconsciência e a autocompaixão, podemos expandir as partes que são úteis e minimizar as que não são.
Superar a indecisão
Kyle Oswald, terapeuta de saúde mental dos Serviços Familiares da Igreja, ensinou a aula “Construindo uma mentalidade de crescimento e superar a indecisão”. Ele discutiu as diferenças entre uma mentalidade fixa e uma mentalidade de crescimento e, em seguida, deu sugestões para que os jovens adultos tenham uma mentalidade de crescimento ao tomarem decisões.
“Nosso propósito na Terra é crescer”, disse ele. “É por isso que escolhemos vir para cá.”
Alguém com uma mentalidade fixa, disse Oswald, se recusa a receber críticas, se sente ameaçado pelo sucesso dos outros, evita coisas desconhecidas e evita desafios. Por outro lado, alguém com uma mentalidade de crescimento aceita feedback construtivo, é inspirado pelo sucesso de outros, sai da sua zona de conforto e vê os desafios como oportunidades.
Oswald sugeriu três ações que os jovens adultos podem realizar ao tomarem grandes decisões:
- Reconheça o que você valoriza na escolha, decidindo se a escolha o aproximará daquilo que você valoriza.
- Defina qual medo você está tentando evitar, uma vez que, “geralmente, o medo está na raiz da indecisão”.
- Leve a decisão a Deus, confiando que Ele deseja e pode responder por meio do Espírito Santo.
“Certamente existem escolhas erradas que podemos fazer nesta vida”, disse Oswald. “Mas se adotarmos uma mentalidade diferente, tomaremos decisões e seguiremos em frente com fé.”
Bem-estar temporal
Nutrição, exercício e sono
Seth Bigelow, gerente sênior dos serviços de saúde para funcionários da Igreja, ensinou a aula “Coma melhor. Movimente-se melhor. Durma melhor. Sinta-se melhor.” Ele falou ao público sobre a importância de cuidar de nosso corpo por meio do sono, nutrição e exercícios adequados.
Ele se concentrou especialmente na quantidade de sono que os jovens adultos precisam, para serem saudáveis o suficiente e enfrentarem os desafios diários. Os jovens adultos normalmente precisam de cerca de sete a oito horas de sono todas as noites, disse Bigelow. Aqueles que não dormem o suficiente muitas vezes não reconhecem o efeito que a privação de sono tem sobre eles.
Depois de discutir a importância de uma alimentação saudável e de uma quantidade suficiente de exercícios físicos, ele encerrou a reunião com 60 segundos de respiração concentrada. Muitos participantes levantaram as mãos para mostrar que o exercício ajudou a diminuir os níveis de estresse.
Uso de tecnologia
David Pitcher, assistente social clínico licenciado, ensinou a aula “Desconectar: Relacionamentos saudáveis e tecnologia”.
Pitcher começou sua apresentação analisando as rápidas mudanças na tecnologia desde a década de 1980, até hoje.
A mudança de perspectiva proporcionada pela tecnologia pode ser boa, disse ele, desde que seja uma ferramenta e não “um mestre” [em inglês]. Aqueles que usam a ferramenta para melhorarem suas conexões com outras pessoas podem fortalecer seus relacionamentos, disse ele.