O Salvador Jesus Cristo ofereceu um exemplo incomparável de como os cristãos podem levar sua fé, onde quer que vão, como parte de si mesmos.
“Ele tratava doenças físicas como médicos”, disse Ruth L. Okediji [em inglês], em um fórum da BYU. “Ele aconselhou os rejeitados e os marginalizados, assim como fazem os conselheiros. Multiplicou pães e peixes para alimentar os famintos, assim como fazem os serviços de caridade e assistência social. Ele desafiou a corrupção e a hipocrisia, tal como os bons líderes políticos deveriam fazer.”
Seu ministério incluiu ajuda temporal e espiritual, tanto interna quanto externamente. Da mesma forma, disse Okediji, os cristãos podem valorizar sua fé, tanto em privado como em público, em vez de apenas adorarem em casa e sentirem que sua religião não tem lugar na escola ou no trabalho.
Okediji, professora de Direito na Faculdade de Direito de Harvard, e renomada acadêmica em Direito Internacional de Propriedade Intelectual, falou aos alunos e funcionários da BYU na terça-feira, 30 de janeiro. Ela explicou como sua fé em Cristo impulsionou suas buscas intelectuais e definiu sua carreira acadêmica, em vez de diminuí-las.
“Sou totalmente acadêmica e totalmente uma pessoa de fé, ao mesmo tempo”, disse ela. “Nunca sou menos de uma ou de outra. No entanto, a nossa atual jurisprudência sobre liberdade religiosa sugere exatamente o oposto.”
Trazendo a fé para a esfera pública
Com grandes avanços na liberdade religiosa, “a esfera privada se torna um escudo que nos permite os momentos mais sagrados de adoração”, disse Okediji.
“Mas é também o instrumento que põe em risco os direitos da pessoa plenamente integrada de participar na sociedade, porque não se pode levar todos vocês desse espaço privado para a esfera pública.”
A liberdade religiosa, explicou ela, “significa simplesmente o direito político e legal de reivindicar imunidade no exercício do poder que possa proibir, interferir ou de outra forma restringir o exercício da fé de alguém.” Alguns podem, portanto, olhar para aqueles que praticam a fé publicamente como marginais, disse Okediji, em vez de cidadãos que contribuem para o bem-estar da sociedade.
Na realidade, os cristãos têm a responsabilidade de usarem sua fé em benefício da esfera pública, como o ambiente de trabalho ou escolar. Okediji disse aos estudantes: “Quando vocês trazem sua fé com tudo o que vocês são para a Química ou a Matemática, vocês estão impactando o mundo. Vocês estão mudando o mundo. Vocês estão fazendo a diferença.”
O amor de Deus é o coração da dignidade humana
Quando questionado sobre qual era o grande mandamento da lei, o Salvador respondeu: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento” (Mateus 22:37).
“Se devemos amá-Lo com tudo, então nem é preciso dizer que seremos levados a uma vida cada vez mais repleta de Deus”, disse Okediji. Para aqueles que amam a Deus com todo o seu ser, “não haverá esfera privada ou esfera pública entre as quais vocês estarão divididos. Não haverá diferença entre quem somos no trabalho e na escola, e o que dizemos ou fazemos em casa ou na igreja.”
Okediji disse que os cristãos podem ver a dignidade humana inerente, ou o valor universal de cada ser humano, dos seus irmãos e irmãs, guardando o primeiro grande mandamento.
“Apenas amem a Deus”, disse ela. “Este é o cerne da dignidade humana. Vocês são amados, eu sou amada e devemos amar os outros.” Na verdade, continuou ela, “o bem-estar humano exige que amemos os outros.”
Pessoas totalmente integradas carregam sua fé
Os seres humanos são “projetados para serem pessoas totalmente integradas”, onde a totalidade do que são pode ser representada em todas as esferas de sua vida, “seja no trabalho, seja se divertindo, seja na escola aprendendo, seja adorando na igreja.”
Estudar e compartilhar crenças na esfera pública é como estudar as obras de Shakespeare, disse Okediji. “Do estudo de Shakespeare, obtemos melhores atores interpretando Shakespeare, temos apresentações mais profundamente ancoradas, ganhamos no conhecimento de Shakespeare.”
Da mesma forma, “ao estudarmos as verdades religiosas, as verdades bíblicas, devemos ter um lugar onde também possamos ter um melhor desempenho, onde possamos parecer mais como Cristo, onde possamos engajar a razão e o debate. E esse lugar é a esfera pública.”