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A Igreja pede por uma mídia menos sensacionalista e mais pacificadora

Declaração da Igreja relembra a admoestação de Presidente Russell M. Nelson de sermos pacificadores e aponta para Brigham Young como um profeta reverenciado e corajoso pioneiro

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias divulgou uma declaração [em inglês] na sexta-feira, 24 de janeiro, após o lançamento de uma nova minissérie de um popular serviço de streaming, que retrata de forma imprecisa os líderes da Igreja, outras pessoas e eventos da década de 1850 em Utah.

Especificamente, o segundo presidente da Igreja, Presidente Brigham Young, é “erroneamente caracterizado como um fanático violento e vilão”, diz o comunicado da Igreja à imprensa.

O programa também retrata o Massacre de Mountain Meadows como o “reflexo de todo um grupo religioso” de uma forma que pode vir a “fomentar animosidade, ódio e até mesmo violência”, diz a declaração.

O comunicado também observa que os eventos em Mountain Meadows foram uma "tragédia horrível".

Uma placa informativa sobre o Massacre de Mountain Meadows no local do Memorial de Mountain Meadows.
Uma placa informativa sobre o Massacre de Mountain Meadows é fotografada no local do Memorial de Mountain Meadows no Condado de Washington, Utah, em 3 de setembro de 2024. | Valerie Walton, Church News

Em 2023, o ex-historiador da Igreja, Richard E. Turley Jr., e Barbara Jones Brown foram entrevistados no podcast do Church News [em inglês], depois de terem publicado um livro sobre os acontecimentos de 1857.

Turley disse nessa entrevista que ele acredita que as pessoas hoje podem aprender com os erros cometidos por outros no passado.

“Acho que uma das coisas mais importantes que podemos aprender é sobre a importância de ouvirmos pessoas que sejam diferentes de nós, sermos pacientes com elas, não difamá-las, mas ouvirmos e tentarmos respeitá-las, sermos civilizados”, disse ele.

O então Élder Henry B. Eyring discursa, durante um evento que marca o sesquicentenário do Massacre de Mountain Meadows, no local onde se encontra o Memorial, próximo à cidade de Enterprise na terça-feira, 11 de setembro de 2007. | Jason Olson, Deseret News

Presidente Henry B. Eyring, hoje segundo conselheiro na Primeira Presidência, leu uma declaração da Igreja expressando pesar pela tragédia em seu 150º aniversário em 2007. O então Élder Eyring disse que os eventos perpetrados por membros da Igreja foram um “terrível e indesculpável desvio dos ensinamentos e da conduta cristã.”

A mensagem foi expressa aos entes queridos das vítimas do evento e ao povo Paiute, “que injustamente suportou por muito tempo a principal culpa pelo que ocorreu durante o massacre.”

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Episódio 139: 'E a verdade vos libertará' — historiadores discutem o Massacre de Mountain Meadows e suas consequências [em inglês].

“Uma série de streaming lançada recentemente apresenta uma interpretação fictícia dos eventos ocorridos em Utah em meados do século XIX. Embora a ficção histórica possa ser esclarecedora, este drama é perigosamente enganoso.

“Brigham Young, um profeta reverenciado e corajoso pioneiro, é, segundo qualquer padrão histórico, flagrantemente descaracterizado, como sendo um fanático violento e vilão. Outros indivíduos e grupos também são retratados de forma a reforçar estereótipos que são imprecisos e prejudiciais.

“Quanto ao Massacre de Mountain Meadows, que a série retrata incorretamente como um reflexo de todo um grupo religioso, a Igreja há muito reconhece e condena esta horrível tragédia, tomando medidas significativas para descobrir e compartilhar toda a verdade do que aconteceu, e promover a cura.

O local do túmulo de muitas vítimas do Massacre de Mountain Meadows é fotografado no Memorial de Mountain Meadows.
O local do túmulo de muitas vítimas do Massacre de Mountain Meadows é fotografado no Memorial de Mountain Meadows no Condado de Washington, Utah, em 3 de setembro de 2024. | Valerie Walton, Church News

“O problema com narrativas enganosas, gráficas e sensacionalistas é que elas não só obscurecem a realidade e impedem a verdadeira compreensão, mas podem fomentar animosidade, ódio e até violência. Isto é particularmente preocupante hoje, quando pacificadores são mais necessários do que nunca. Em um momento em que tantos líderes responsáveis estão condenando a divisão e hostilidade que dominam grande parte de nosso discurso público, nós ecoamos o apelo de Presidente Russell M. Nelson: ‘A mensagem do Salvador é clara: Seus verdadeiros discípulos edificam, elevam, incentivam, persuadem e inspiram, por mais difícil que seja a situação. Os verdadeiros discípulos de Jesus Cristo são pacificadores. ... Ser um pacificador é uma escolha. ... Eu os exorto a escolher serem pacificadores, hoje e sempre.’

“Este sentimento, compartilhado por muitas tradições, está ecoando em todo o mundo hoje. É a mensagem profética de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, uma mensagem de paz que todos os profetas modernos têm compartilhado, incluindo Brigham Young.”

[Esta é uma tradução do Church News]

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