Élder Michael A. Dunn começou seu discurso no devocional da Universidade Brigham Young na terça-feira, 4 de março, com um pedido que ele supôs nunca ter sido feito em devocionais anteriores. Ele exortou os presentes a serem “tolos”.
Ele explicou que, quando era um jovem adolescente, sua avó o levou para assistir ao musical “Man of La Mancha” [O homem de La Mancha] uma adaptação do livro “Dom Quixote”. A história o fez pensar sobre as possibilidades no mundo e seu lugar nele. Ele achou o personagem de Quixote instrutivo.
“Quixote vê apenas a divindade em nosso mundo e em seu povo, e dedica sua vida a defender e promover a bondade”, disse Élder Dunn, incentivando os ouvintes a se manterem firmes em suas buscas pessoais pelo nobre e divino, apesar da ridicularização do mundo.
Os alunos podem seguir adiante em seus desejos justos e determinação para superarem o impossível com Cristo, disse o Setenta Autoridade Geral em sua mensagem no devocional realizado no Marriott Center em Provo, Utah.
Não perca tempo ‘lutando contra os moinhos de vento’
Élder Dunn também ressaltou que Dom Quixote às vezes se distraía do seu propósito, relembrando do momento em que o idealista luta contra um moinho de vento gigante, pensando que era um monstro. O pretenso vencedor estava gastando seu tempo atacando um problema que não era real ou, como diz o ditado, “lutando contra moinhos de vento”.
Élder Dunn advertiu os ouvintes a considerarem como estão priorizando seu tempo e energia, sugerindo que eles se perguntem: “Eu gasto muito tempo ‘lutando contra moinhos de vento’?”

Ele aconselhou os ouvintes a não se distraírem com uma “tarefa tola.”
Ações nobres e grandes ideias de fiéis corajosos tornam o impossível possível, disse Élder Dunn, relembrando daquilo que Presidente Gordon B. Hinckley disse.
“Não basta apenas ser bom”, disse Presidente Hinckley em um devocional da BYU em 1996 [em inglês] “Precisamos ser bons para alguma coisa. Precisamos contribuir com o bem para o mundo.”

‘Ousado, corajoso e inovador’
Élder Dunn relacionou a vida de duas pessoas “inflexíveis e determinadas”: Martha Hughes Cannon e Steve Young.
Hughes obteve seus diplomas em Medicina e Farmácia em 1857. Posteriormente esposa e mãe, se tornou uma médica “visionária”, sufragista e senadora estadual.
Young iniciou sua carreira no futebol americano como um promissor quarterback canhoto. Embora o técnico inicialmente não visse potencial nele, Young se tornou um dos melhores quarterbacks da BYU, tricampeão do Super Bowl e membro do Hall da Fama do Futebol Americano Profissional.
Ambos desafiaram o que parecia ser impossível, destacou Élder Dunn, com sua determinação “incansável” e trabalho árduo em suas profissões e em sua fé.

O ministério de Jesus Cristo foi “incompreensível” para muitos em Sua época, acrescentou Élder Dunn, chamando Sua mensagem de “ousada, audaciosa e inovadora”, e que “perturba o status quo”.
A resposta dos céticos então é a mesma de hoje, rotulando os crentes como “tolos”. O apóstolo Paulo escreveu sobre a ironia da reação do mundo:
“Mas o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura” (1 Coríntios 2:14).
Élder Dunn continuou: “O rebaixamento do divino pela oposição é um tema recorrente no centro de todas as dispensações e até nos dias atuais.”
Apesar da perseguição
Élder Dunn pediu ao público que refletisse sobre dois exemplos que os lembrariam de nunca ceder aos negativistas: a grande comissão dada por Cristo aos Seus antigos apóstolos para levarem o evangelho a todo o mundo, e a eventual Restauração do evangelho.
Apesar de enfrentarem perseguições, os apóstolos conseguiram espalhar o evangelho e estabelecer a igreja em muitas partes do mundo.

A Restauração do evangelho, observou Élder Dunn, aconteceu porque um “menino do campo que buscava a verdade e não tinha ideia do que seria ‘impossível’ pela frente”, buscou genuinamente a redenção e a revelação.
Joseph Smith, apesar de enfrentar ceticismo e ridicularização por seus ensinamentos radicais, recebeu uma revelação divina e se manteve inabalável em seus “sonhos impossíveis”.
Possível com Cristo
Comparando a sabedoria do mundo, que se concentra na capacidade do ser humano, com a sabedoria de Deus e o que Ele pode fazer, Élder Dunn explicou: “Os ‘loucos por amor a Cristo’ entendem que é mais uma questão do que Ele pode fazer.”
Ele continuou testificando que Jesus Cristo venceu o invencível, levou totalmente sobre Seus ombros o insuportável, corrigiu o erro impossível de ser corrigido e voluntariamente deu Sua vida pela justiça, porque Ele “lutou por Sua causa celestial”.
Élder Dunn concluiu incentivando os ouvintes a confiarem em Deus, abraçarem sua visão e a não “perderem tempo ‘lutando contra moinhos de vento’”. Ele os exortou a verem o melhor no mundo e moldarem o futuro com fé e determinação como “loucos por amor a Cristo”.
“Mantenham seu foco nas coisas que estão sob seu controle, e deixem de lado aquelas que brilham, mas que na realidade são falsas. Recusem-se a buscarem tesouros onde só há lixo”, disse Élder Dunn. “Tenham a certeza de que ‘aquele que crê em Deus pode, com segurança, esperar por um mundo melhor’ (Éter 12:4).”
Nota do editor: Uma versão anterior deste artigo incluía uma citação que foi removida desde então.
